Time escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 15
XV - A caça de Apolo


Notas iniciais do capítulo

[corrigido: 31/03/15]
{Perceberam como eu estou corrigindo capítulos hoje, né? *ri*}



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[Talking to the Moon - Bruno Mars]

— Ártemis fez um ponto — cantarolou Atena, do topo do Olimpo, observando os dois irmãos gêmeos arqueiros caçarem.

Apolo bufou, irritado com toda aquela torcida para a irmã, embora não pudesse recriminar a deusa da sabedoria, ele mesmo estaria torcendo para Ártemis se não fosse seu adversário.

Tudo aquilo começou em mais um reunião no Olimpo, Apolo simplesmente não entendia por que eles ainda faziam aquelas reuniões ridículas se sempre acabavam em discussões ou concursos retardados, tal qual este em que ele mesmo se encontra no momento. Em um concurso com Ártemis para ver quem era o melhor arqueiro. Não que ele não pensasse que a irmã fosse uma ótima arqueira, mas aquele orgulho dela o deixava maluco, como se ela fosse realmente a melhor arqueira da Grécia, ridículo.

— Aprenda, irmão, eu vou sempre ganhar — a ruiva se vangloriou. Seus cabelos espessos e volumosos, de um tom de ruivo alaranjado, como os raios do sol na primeira hora da manhã. Seus olhos verdes brilhosos como esmeraldas recém mineradas. Suas vestes, azuis como a noite, e sua postura imperial lhe faziam parecer uma princesa antiga, o que de fato ela era, uma das duas princesas dos céus. Bela, feminina e feroz. — Já está pronto para desistir? — perguntou com petulância a caçadora.

— Mate-me antes de ouvir-me pronunciar tais palavras! — Respondeu o caçador, dando para a dama da floresta um de seus muitos sorrisos brincalhões.

Ártemis estremeceu ao receber o sorriso de Apolo, balançando a cabeça para voltar para a realidade. Ela percebeu o sorriso de vitoria no rosto de Apolo, antes do louro disparar rumo a floresta encantada que margeava o Olimpo.

Concentre-se Ártemis! Repreendeu-se a deusa. Um ponto por cada presa, dois por um antílope dourado...

Independente da concentração que a deusa da caça quisesse trazer para si mesma, seus pensamentos só conseguiam seguir Apolo, para onde quer que o louro fosse, Ártemis gravitava ao seu redor. Como a lua gravita ao redor da terra, como a terra gravita ao redor do sol, Ártemis gravitava ao redor de Apolo.

Ela o observou saltar algumas árvores, com uma elegância que daria inveja nos mortais mas que para ela era apenas mais um traço do sangue que corria entre eles. Irmão gêmeos tendem a ter habilidades parecidas se não iguais.

Seus cabelos, louros como a aurora do sol, eram lisos e finos, caindo até a altura de suas orelhas. Seu corpo era o corpo que qualquer escultor deseja esculpir, ele representava a própria masculinidade e a força. Seus olhos eram do tom azul que qualquer pintor deseja usar em suas obras, o tom exato do céu elétrico da Grécia, um azul quente e instabilizante. Ele era o ser mais perfeito do universo, aos olhos de Ártemis.

— Ponto para Apolo — falou vitoriosa a voz de Poseidon.

Ártemis balançou a cabeça novamente, dessa vez com mais força. Como pode deixar se distrair com o louro? Que juramento era aquele que ainda lhe fazia... Que Zeus lhe perdoe, desejar Apolo com aquele desejo que ela se envergonhava em seus próprios pensamentos?

— Por que coraste, irmã? — Apolo perguntou, o sorriso vitorioso ainda não saindo de sua face. — Pronta para desistir?

Ártemis odiava aquilo. Odiava pensar que Apolo lhe lia como um livro aberto, sabendo exatamente que cordas puxar quando o assunto era ela. Apolo conseguia lhe deixar nervosa, tonta, impressionada, ridícula, entre outras coisas, com uma simples palavra ou gesto.

— Certamente não. — Ártemis falou, levantando o nariz em um ato orgulhoso, e começou a correr para dentro da floresta.

Apolo riu, e começou a correr atrás dela, sabendo que sempre seria assim com os dois.

–>Time<-

— Artie, onde você se meteu? — Apolo chamou, ao perder o rastro de sua irmã.

Não houve resposta. Apolo procurou entre as árvores, mas nada encontrou. Havia um cheiro engraçado no ar, algo que não deveria estar ali. Decidiu procurar perto da cachoeira que havia por ali.

O cheiro de terra molhada o atingiu primeiro, e depois veio o som da água caindo. Ele sabia que estava perto, mas então escutou o grito da irmã.

Apolo esqueceu-se de qualquer coisa e correu na direção do som, mais rápido que uma das flechas que ele dispara de seus arcos.

A irmã estava caída no chão, os braços pendiam ao lado de seu corpo como alguém que quer se defender de algo, seu arco estava partido, repousando ao lado da deusa cujos olhos estavam fechados. A alguns metros de distância da garota inconsciente, estava a origem do cheiro estranho que ele havia sentido em toda a floresta, uma fera de uns bons três metros de altura, o pelo dela era grosso e espesso, em uma coloração entre o preto e o marrom, as garras dele estavam sujas de sangue dourado – o sangue dos deuses.

Apolo foi tomado por uma fúria assassina, puxando flechas de seu arco e as disparando em direção ao bicho. Não era normal haver seres como aquele naquelas florestas, ainda mais tão perto do Olimpo.

As flechas não surgiram efeito na fera, talvez apenas o deixaram mais irritado, pois ele se voltou com toda a força para cima de Apolo, o jogando contra uma árvore grande. Apolo agiu rápido, abaixando-se para desviar das garras da criatura, rolando para trás da mesma com uma precisão que daria inveja em sua irmã se ela estivesse acordada...

O pensamento o fez puxar uma de suas adagas de caça, fincando-a nas costas da fera que se balançou, tentando fazê-lo cair do seu dorso, mas não houve efeito, a cada balançada Apolo apenas empurrava ainda mais a adaga, cada vez mais fundo. Até que o bicho parou de se mexer.

Apolo desceu do tronco caído do, que ele reconheceu, ser um animal familiar do urso e correu na direção de sua irmã inconsciente no chão.

— Artie! — ele chamou, segurando a cabeça dela entre suas duas mãos. — Artie, por favor, acorda.

Apolo sabia que apenas um ataque de urso jamais iria matar um deus, ainda mais a deusa da caça, mas ele estava preocupado com todo aquele sangue nas mãos da fera, e ainda mais com a fúria assassina da fera quando ele chegou.

— Ártemis, por favor, acorda! — implorou o louro novamente, abraçando-se contra o corpo da ruiva, afundando sua cabeça contra o peito dela e deixando que os soluços de medo fizessem o corpo inteiro dele tremer.

— A-Apolo... — a voz frágil e doce dela lhe tirou de seu mundo de tortura, e, como sempre acontecia quando se tratava de Ártemis, o mundo inteiro dele estava são e salvo, graças a ela, e o mundo dele, afinal, era ela.

— Shiu, Artie... Não se desgaste falando — implorou Apolo, puxando a garota para seu colo e levantando-se com ela. — Tudo vai ficar bem, eu te prometo, Artie...

— Eu... não vi ele... chegar... — A ruiva falou, tentando justificar-se.

— Ah, Artie, não precisa falar nada... — Apolo falou, andando com a ruiva rumo ao Olimpo. — Eu sempre vou estar aqui para cuidar de você.

Por um longo tempo, Ártemis não disse nada, mas quando eles estavam quase chegando no palácio, ela falou algo que aqueceu o louro como um bom raio de sol.

— E eu para cuidar de você...


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Notas finais do capítulo

{Eu sei que sempre colocam essa música quando a "coisa" em questão é Apotermis, mas não é linda? }
[revisado]



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