Minha vida na mochila! escrita por GirlInLondon


Capítulo 5
Negociações


Notas iniciais do capítulo

Oiiiee meu povoo... finalmente tive uma folguinhaaa kkk Capitulo recém saído do forno kkkkkkk eu fiz pelo celular entao desculpem os erros Ok????
Bjokaaaaas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486745/chapter/5

Mamãe entortou o olhar, largou a pizza na mesa, engoliu de uma só vez o pouco que restava de vinho em sua taça, cruzou as pernas e os braços em uma posição dura, rígida e assustadora que deixaria qualquer filha, que tivesse aprontado algo, intimidada. Continuei olhando pra ela com a cabeça meio baixa, esperando uma reação. Papai já estava nervoso ao meu lado e balançava as pernas sem parar, também notei que ele não parava de esfregar a palma das mãos na bermuda e na camiseta. Estava suando de nervosismo. Desviei o olhar para ele, apenas sorriu como se nada tivesse acontecendo, mas seus olhos mostravam o quão estavam apavorados. Isso sim me deixou assustada. Voltei a olhar para mamãe agora um pouco mais nervosa. Ela arqueou as sobrancelhas a espera de resposta.
"Ok Drica, não da mais pra fugir, chegou a hora, você e Judy na estrada"... era a única coisa que eu podia pensar, que ainda me segurava naquela cadeira.
– Eu e a Judy vamos viajar pelo mundo! -ela engoliu em seco e não deviou o olhar de mim enquanto eu falava - Vou fazer as malas e em poucos dias vou embora. Vou manter contato e juro que não vou virar aquele tipo hippster totalmente natureba, completamente paz e amor, nem nada do tipo. Mas eu já tenho 18 mãe. Não posso ficar aqui para sempre.
Ela não disse nada. Então continuei
– Também não estou querendo dizer que vou viver uma louca vida irresponsável, já tenho tudo planejado, andei fazendo umas alterações na Judy e ela esta pronta para sair em algun..
– Pare de chamar a maldita Komby assim, é só uma komby! - ela berrou, ficou vermelha e achei que fosse chorar, mas na verdade ela gritou mais ainda - Um maldito presente sem noção que seu pai só te deu para me ver irritada. Você não vai sair de casa, está entendendo ??? Isso não vai acontecer!
–Juliana... - Papai tentou começar ...
– Não venha com suas loucuras e desculpinhas pra cima de mim! Isso tudo é culpa sua! - mamãe tremia eu estava apavorada - passou a vida inteira contando aquelas histórias RIDÍCULAS nuncas se preocupou realmente com o futuro dela - a partir desse momento a discussão mudou de foco, e eles começaram a falar de mim como se eu não estivesse ali. Me senti novamente uma criança de 8 anos - eu sempre lhe implorei que não incentivasse essa ideia nojenta e repugnante que você tem como conceito de vida. Dri precisa estudar, entrar em uma boa faculdade, se formar, arranjar um.bom emprego e se esforçar! Ela precisa de uma vida real!! Não sonhos de criança infantis alimentados por um adulto irresponsável e jogado na vida. -mamãe já estava quase chorando, não sei exatamente se era raiva, decepção ou outra coisa - Ela não merece essa vida! - ela praticamente cuspiu essas palavras. Ela realmente não gostava nem um pouco da ideia.
– Ju -havia anos que não via meu pai ser tão receptivo com as críticas e surtos da mamãe, e eu adorava quando ele chamava ela de "Ju" - A vida é dela e não nossa. Não podemos escolher por ela, Dri tem 18 anos, carteira de motorista, é extrema responsável e nunca nos deu problemas. Essa vida é dela, foi ela quem escolheu! Não vamos e nem podemos impedir. Sei que pode parecer arrogância falar assim, afinal ela esta seguindo o meu sonho e não, exatamente, o seu. Mas pense bem, é o melhor para ela no momento. - e eu continuava ali sentada vendo eles jogarem os braços para o ar enquanto discutiam, em uma espécie de briga não verbal. E eles continuavam a falar de mim como se eu não estivesse sentada exatamente ao meio deles.
–CHEGAAA... -alguém tinha que por ordem na casa, não é mesmo!?!? Na situação em que ambos os adultos presentes agem como adolescentes, é a vez do adolescente assumir o rumo da conversa. - A discussão deveria ser voltada a como eu vou viver daqui pra frente E NÃO sobre "de quem é a culpa" de eu ser assim.
– Você não vai - mamãe não perde tempo - não vai conseguir viver sozinha em uma komby viajando loucamente sem rumo e sem destino, sem emprego e sem qualquer tipo de conhecimento anterior. Não tem responsabilidade!
Adoro quando a minha mãe é direta.

Sensível e delicada ela, não?

Antes que papai pudesse interromper e recomeçar a discussão deles eu revidei.
– Pra começo de conversa a "tal komby", vulgo Judy, está altamente equipada e preparada pra que eu possa fazer o que bem entender. Ela é super econômica, esta altamente e adequadamente mobiliada de acordo com os requisitos básicos e necessários. Eu sou uma ótima cozinheira, sou responsável, sei me virar muito bem sozinha e estou me preparando pra isso praticamente a vida toda. E posso não ter traçado uma rota perfeita mas se é que você não entendeu ainda, esse é um dos objetivos da aventura. Além do mais eu tenho um mapa e um GPS então eu não vou me perder nas estradas por ai!
– Novamente eu digo, VOCÊ NAO VAI - eu sabia que ela ia ser irredutível- e tem mais, como pensa que vai sobreviver? Sem dinheiro? Ou pretende se alimentar do vento, usar a mesma roupa todo dia, não tomar banho e abastecer a linda e maravilhosa komby com paz, alegria e amor?!?!? ( o tom de sarcasmo dela se misturava com a raiva e de certa forma parecia que ela estava segurando as lágrimas na garganta, era assustador)
– Nada disso esta incluso no meu plano e eu também não pretendo que vocês me banquem por que afinal esse não é o objetivo. Eu venho juntando dinheiro a tempos - ela soltou uma risada carregada de desdém - eee papai vai me ajudar bastante nesse momento. -mamãe virou-se para ele quase que imediatamente.
Ele balançou os ombros, sorriu de leve e disse
– Você guardou dinheiro para ela ir pra faculdade, eu guardei pra ela começar as viagens com o pé direito! - falou todo animado. Antes que ela retrucasse-o eu a interrompi.
– Quero propor um acordo! - quase gritei, já estava começando a me desesperar, mas prendi a atenção de mamãe. Era o que eu precisava. Ela novamente não disse nada e só esperou que eu completasse a frase com as informações que lhe interessavam - Eu pego minhas economias e o dinheiro do pai. Faço tudo exatamente como planejei. Mass vou registrar tudo e continuarei em contato com vocês. Papai já disse que se eu tiver qualquer problema ele e Travis me ajudaram - mamãe bufou ao ouvir o nome do carro e eu olhei para meu pai e sorri de leve, e ele retribuiu o sorriso.
– Ainda não vejo vantagens nisso e continuo discordando- mamãe realmente não perdia tempo.
– Espere, ainda não acabei. Me dê um ano! Um ano pra descobrir o que eu quero da vida, seguir como eu acho que tenho que ser. Tenho certeza que quando eu voltar serei outra pessoa, e dai sim vou decidir minha vida. Faculdade trabalho, futuro. Tudo de acordo com a nova Drica. Maaas -já fui dizendi quando percebi que ela iria me cortar novamente - se em um ano eu continuar na mesma, estiver perdida, atrapalhada ou pior que agora. -gelei ao terminar de dizer, só de pensar nisso meu estômago se revirava e minha boca secava - eu volto pra casa faço a maldita faculdade de Medicina que você tanto quer, aposento a Judy - nesse momento os olhos de mamãe brilharam e papai cuspiu o pouco de refrigerante que estava tomando. Não tinha mencionado isso à ele - e nunca mais você vai ouvir falar de viagens, aventuras e todas essas loucuras que você tanto odeia!
Ela não disse nada.
– Acordo fechado? - provoquei-a esperando um grande surto, uma grande crise e ainda estendi a mão. Esperei que ela se soltasse.
Nada disso aconteceu.
Ela estendeu a mão e antes de aperta-la só disse:
– 90 dias! Um ano é muito. Em 90 dias quero você de volta aqui comigo para dai termos mais um desses seus jantares agradáveis. - nessa hora ela inclinou o olhar pro meu pai que ainda estava embasbacado. Não sei se por eu ter dito que aposentaria Judy ou se por mamãe ter topado esse acordo. Na verdade nem eu estou acreditando.
–100 dias - foi tudo que eu disse de volta.
Ela concordou de leve com a cabeça e apertou a minha mão que já estava começando a doer de tanto tempo segurando-a no ar.
Bem eu estou tão pasma com tudo isso que ainda não acredito que ela topou essa loucura. Não esperava que ela aceitasse. Já estava planejando fugir, mas não queria que a busca da minha vida afetasse tanto minha família, ou o que me resta dela, mamãe e papai.
Ela aceitou.
E agora? Oq que é que eu faço?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lkkkkkkk jantares em familias sao sempre os melhores nao???? Kkkkkkkkkkk
Comentem, falem cmg kkkk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha vida na mochila!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.