Enemies escrita por MMenezes


Capítulo 5
Palavras Mal Ditas


Notas iniciais do capítulo

Olá lindezas!
Sim, eu estou viva e voltei!
O motivo do meu sumiço é bem simples, total falta de vergonha na cara hahaha
Brincadeirinha, a verdade é que minha vida deu uma revira volta enorme e tive que deixar de escrever por uns tempos...
Mas chega de desculpas, vocês já esperaram muito por esse capitulo.

Nos vemos nas notas finais,
Boa leitura :)



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Draco acordou na manhã de sábado incomodado pela claridade esverdeada que entrava pelas janelas da sala comunal da Sonserina. Tentou se espreguiçar, mas percebeu que seu braço era contido por algo, ou melhor, alguém e não foi preciso olhar para baixo para saber quem aquecia o lado esquerdo do seu corpo.

Podia sentir a respiração quente batendo contra o seu pescoço e o nariz pequeno e fino roçando em seu queixo lhe causando um arrepio involuntário. Mary Marine estava parcialmente deitada sobre seu lado esquerdo, dormindo tranquilamente agarrada a cintura do garoto, impossibilitando-o de levantar-se sem acordá-la. – Mas como diabos eu vim parar aqui? – Ele pensou antes que a compreensão lhe atingisse e quando ocorreu Draco se odiou até o ultimo fio de cabelo loiro por adormecer tão próximo a garota.

Tentou desvencilhar-se dos braços da garota, mas isso só fez com que ela lhe agarrasse com ainda mais força. Bufou de irritação sabendo que era impossível sair sem ser notado. Tentou bolar outro plano, talvez acordá-la com um jato d’agua ou então azará-la enquanto dormia, mas sentiu seu discernimento esvair-se ao notar com surpresa o quão bom e inebriante era o perfume que emanava dos cabelos da garota. A fragrância floral possuía um toque doce e viciante que parecia capaz de enfeitiça-lo tanto quanto a mais poderosa poção do amor. Aos poucos o calor do corpo de Mary Marine já não o incomodava mais e a respiração que antes considerava ruidosa e incomoda tornou-se perfeita aos seus ouvidos. Plenamente consciente de seus atos ajeitou os braços em volta de Mary Marine tomando cuidado para não acordá-la. – Por que não. – Pensou confortando-se nos braços da garota.Ela fará um escarcéu quando acordar mesmo, ao menos será por um bom motivo.

Já passavam das 7:30 da manhã quando Mary acordou. Ainda sonolenta a garota resmungou algo como “Maldita claridade” ou algo do tipo, mas de forma alguma esperava ser respondida por Draco Malfoy.

– O que você queria, já é quase hora do café da manhã. – Ele falou com a voz grave e preguiçosa. – Eu sugiro que você acorde e vá se trocar, a não ser que queira ficar e deixar que todos saibam que dormimos juntos.

– Ai meu Merlin! – Mary Marine falou levantando-se abruptamente. – Eu dormi com um Malfoy.

– Eu sei, garota de sorte você. – Falou convencido enquanto assistia com diversão ao desespero da garota.

– Isso é horrível. – Mary falou dramaticamente. – Você é meu primo. Pior! Você é um Malfoy e eu dormi com você! E eu nem estava bêbada!

– O que você quer dizer com isso? – Draco perguntou ofendido.

– Você me entendeu Malfoy. Eu não deveria estar dividindo um sofá com você. – Mary falou tentando ajeitando as roupas.

– Se te serve de consolo, nós não fizemos nada. – Draco falou se levantando e passando a mão pelos cabelos desengrenados, fazendo-os cair sem querer sobre os olhos e deixando Mary momentaneamente devaneada. – E mesmo que tivéssemos feito, quem se importaria? Nem seria considerado incesto.

– Eu me importaria! – Mary falou sentindo o rosto corar.

– Fala sério Black, você nem mesmo se lembraria do seu nome se eu estivesse nu sobre você. – Draco falou rindo debochado.

– Você se acha muito Malfoy.

– Um dia ainda te deixo tirar a prova. – Draco falou aproximando-se da garota para então bagunçar os cabelos negros que já estavam desengrenados. – Agora suba e se vista para o café da manhã, não quero nenhum sonserino fofoqueiro espalhando pra escola inteira que me viu conversando sobre sexo e incesto com a minha “priminha gostosa”.

– Que negocio é esse de priminha gostosa? – Mary perguntou arregalando os olhos.

– Você é minha prima e é gostosa, qual é a parte difícil de entender? – Draco perguntou subindo as escadas, mas não sem antes levar uma almofadada.

– Você é um saco Malfoy. – Mary falou corando.

– E você poderia ser eleita a Miss Hogwarts se não fosse tão chata. – Draco falou rindo e subindo as escadas depressa evitando novas almofadadas.

O dia passou sem outras confusões ou novidades. Mary decidiu guardar o que ocorrera na noite passada para si mesma e aproveitou o sábado para acompanhar Hermione até a biblioteca e procurar um livro avançado sobre Herbologia Medicinal. Hermione parecia feliz com sua nova companheira “rata de biblioteca” enquanto Harry e Rony agradeciam eternamente a Mary por tê-los livrado de um dia chato e entediante, trancados naquela maldita biblioteca.

Porém no Domingo todos, inclusive Hermione, decidiram sair de dentro de seus quartos e aproveitar o fim do verão. Mary acordou cedo, vestiu um short jeans, uma blusa azul de alças e saiu sem se preocupar em ajeitar os cabelos negros que caiam descontraidamente pelas costas. Durante o café da manhã passou na mesa da Sonserina apenas para tomar um copo de suco de abobora, comer uma torrada e pegar uma fruta antes de ir ao encontro de seus amigos.

Mary os esperou debaixo de uma arvore bem próxima ao lago. Os jardins floridos e o dia ensolarado a fizeram se lembrar dos dias de verão em Beauxbatons. Havia flores espalhadas por todo canto, a grama e os arbustos estavam em verde-vivo, e a brisa leve que passava entre as arvores as faziam dançar. – Não é atoa que o verão, na minha humilde opinião, sempre fora a melhor estação do ano. – Mary pensou esticando-se para tocar a beira do lago com a ponta dos pés.

Fred, George, Neville e Luna foram os primeiros a chegar e cerca de 10 minutos depois Harry, Ron, Hermione e Gina se juntaram a eles. Os garotos conversavam animadamente sob a sombra da arvore e mal perceberam a hora passar. O almoço foi garantido por Fred e George que correram até o salão principal pegando o máximo de comida possível e trazendo tudo pra debaixo da arvore.

Depois do suposto “almoçopiquenique” Rony cochilou debaixo da arvore usando as pernas de Hermione como travesseiro enquanto esta lia algo sobre feitiços de proteção em um livro gigantesco e vez ou outra trocava comentários com Gina. Luna e Neville também estavam deitados sob a sombra e conversavam sobre a ultima matéria que o pai de Luna escrevera para o Pasquim. Fred e George foram atrás de calouros para testar o novo kit mata aula que haviam aperfeiçoado durante as ferias, enquanto Harry e Mary saiam para uma caminhada em volta do lago.

– Como estão as coisas na Sonserina? – Harry perguntou logo que saíram de perto dos outros colegas.

– Bem. – Mary respondeu com um meio sorriso. – Por incrível que pareça, Pansy Parkinson está sendo legal comigo e Teodoro Nott tem me ajudado com as regras da escola.

– Não consigo imaginá-los sendo amigáveis. – Harry falou rindo. – Nem mesmo consigo imaginá-los sorrindo.

Mary não conteve o riso. Era engraçada a forma como Harry imaginava os sonserinos. Sangues-frios, calculistas e incapazes de sorrir. E mais engraçado ainda era saber que ela pensava o mesmo antes de se tornar uma sonserina. – Merlin tem sido realmente sacana comigo. – Ela pensou enquanto se recuperava dos risos.

– As coisas não estão sendo bem como eu imaginava que seriam. – Mary falou sustentando um sorriso. – Até o Malfoy vem me surpreendendo.

– Não me diga que ele se ofereceu para trançar seus cabelos ou carregar os seus livros. – Harry falou voltando a rir.

– Não, é claro que não! – Mary falou após um riso baixo. – Ele tem sido bem... cordial comigo.

– O Malfoy? – Harry perguntou incrédulo. – Draco Malfoy?

– Tem outro? – Mary perguntou com o tom irônico de uma sonserina. – É claro que foi o Draco Malfoy.

– E que ele não costuma ser muito... cordial. – Harry falou.

– Bem, ele não sai por ai distribuindo beijos e sorrisos. – Mary admitiu. – Mas também não é assim tão terrível.

– Mary. – Harry falou parando de andar para encara-la e segura-la pelos ombros. – Eu conheço o Malfoy há cinco anos, sei o que ele é capaz de fazer e também sei que, além de não ser confiável, ele não é coisa boa. Você, realmente, não deveria se aproximar dele.

– Harry. – Mary falou imitando-o e segurando-o pelos ombros. – Acho que você tá exagerando.

Mary voltou a andar e logo Harry a alcançou tentando convence-la de que Draco Malfoy não prestava, mas a garota não se importou, afinal, não era do seu feitio julgar alguém antes de conhecer.

Por volta das cinco da tarde todos retornaram a sombra fresca debaixo da arvore, a não ser Gina que saiu sem que ninguém percebesse e não voltou mais.

Fred e George desistiram de testar o kit mata aula depois de mandar um primeiranista para a enfermaria, mas isso não pareceu desanima-los, pois agora faziam Rony de bobo jogando a varinha do garoto de um para o outro o obrigando a correr para tentar pega-la. Todos riam e Rony começava a ficar vermelho de raiva e cansaço, até que finalmente pararam de aporrinha-lo e deixaram o garoto cair exausto na grama.

Sentada debaixo da sombra, Mary deixou seu olhar vagar pelo jardim de Hogwarts e não demorou muito a encontrar um certo par de olhos acinzentados sobre si. Draco estava próximo à entrada do castelo, seus olhos pareciam fendas de tão apertados e seu rosto mostrava-o claramente desgostoso. Mary estava prestes a levantar-se e ir até o garoto, mas foi atingida no rosto por um jato d’agua que a tirou de seus devaneios.

– Quem foi o filho da mãe que... – A frase morreu ao encontrar George se contorcendo de rir no chão e Fred com a varinha em punho próximo ao lago. – Fred Weasley sua grandíssimo filho da mãe!

Mary xingou levantando-se e caminhando até os gêmeos enquanto Fred tentava explicar como “acidentalmente” a água do lago espirrara na garota, mas ela não o deixou terminar e bateu o pé propositalmente contra a superfície do lago na intenção de molha-lo também, mas esta acabou atingindo Harry que até o momento ria da situação.

Ninguém saberia dizer ao certo em que momento Rony, Hermione, Neville e Luna entraram na brincadeira também, mas logo todos estavam na beira do lago, molhando uns aos outros e rindo como crianças.

Cansados, todos se deixaram cair na grama, debaixo não mais da sombra da arvore, mas sim do sol de fim de tarde.

Depois que escureceu, os amigos caminharam juntos até a entrada do castelo, onde se despediram e seguiram cada qual para sua casa. Mary caminhou sozinha em direção as masmorras, suas roupas ainda estavam úmidas e seus cabelos ora ou outra pingavam, mas isso não lhe preocupava, pois nada conseguiria acabar com a sensação de felicidade que se instalara na garota, ao menos era isso que ela achava até chegar à sala comunal da Sonserina e encontrar grande parte de seus colegas jogados nos sofás e poltronas encarando-a de forma nada agradável.

– O que aconteceu por aqui? – Mary perguntou, sentindo-se desconfortável por atrair tantos olhares inóspitos.

Ninguém respondeu, mas todos ainda continuavam encarando-a de forma acusadora.

– Por acaso madame Nor-r-ra comeu a língua de vocês? – Mary perguntou friamente, começando a irritar-se com o silencio. – Digam logo o que aconteceu.

– Draco nos contou que você estava aos beijos e abraços com o grupinho do Potter. – Pansy falou alto o suficiente para que todos a ouvissem.

– Sim, eu estava. – Mary respondeu cruzando os braços sobre o peito e encarando-os despreocupadamente. – Qual o problema?

– Você sabe o que pensamos sobre o Potter e aquele bando de traidores de sangue. – Outro sonserino respondeu.

– Sim, eu sei. – Mary respondeu ainda despreocupada. – Mas ainda não entendi onde a opinião de vocês interfere na minha vida.

– Nós somos seus amigos. – Pansy falou levantando-se e caminhando até Mary. – Você deveria ao menos levar em consideração o que dizemos.

– Eu levo em consideração. – Mary respondeu dessa vez olhando diretamente para Pansy. – Só não concordo com ela. Olha, eu entendo que vocês não gostem dos grifinórios, realmente não espero ser eu a mudar isso, mas EU gosto deles e EU sou amiga deles. Minha proximidade com os membros das outras casas não muda minha lealdade e respeito pela Sonserina e por vocês, mas eu não vou permitir que vocês juguem o que é certo e o que é errado por mim, eu posso fazer isso muito bem sozinha.

– Não queremos uma traidora entre nós. – Pansy falou azeda.

– E não terão. – Mary respondeu friamente, observando o olhar acusador dos colegas vacilar. – Agora, onde está o Malfoy? Quero ter uma conversinha com ele.

Teodoro Nott apontou para as escadas que levavam aos dormitórios masculinos. Mary seguiu para a escada sem mais palavras, subindo dois degraus de cada vez e assim que encontrou o dormitório do quinto ano entrou sem ao menos bater.

– Draco Black Malfoy. – Ela falou abrindo a porta com força, fazendo-a bater contra a parede e deixando os garotos presentes com os olhos arregalados enquanto Draco a encarava com puro medo. - Saiam. Quero conversar a sós com o Malfoy.

Nenhum dos garotos se retirou, ao contrario, Crabbe e Goyle se postaram na frente do garoto de forma protetora fazendo-a rolar os olhos e pegar a varinha no bolso de suas vestes ainda úmidas.

– Eu mandei vocês saírem. – Mary falou apontando a varinha para os garotos e azarando-os, fazendo com que os outros corressem para fora do quarto enquanto Crabbe e Goyle permaneciam inconscientes no chão do quarto.

– Ótimo. – Mary falou batendo a porta com força quando o ultimo saiu. – Agora me diga, qual é o seu maldito problema?

– Não sei do que você está falando, Black. Eu sou perfeito. – Draco respondeu irônico, deixando-a ainda mais irritada.

– Primeiro, o sinônimo de perfeição aqui sou eu. E segundo, eu quero saber por que diabos você está tentando por todos da Sonserina contra mim.

– Eu não estou tentando pô-los contra você. – Draco falou friamente. – Eu só quero que você se mantenha longe do Potter.

– Qual é o problema com o Harry? O que foi que ele fez pra que você o odiasse tanto? – Mary perguntou se aproximando do garoto, realmente esforçando-se para entende-lo.

– Ele tem a irritante mania de conquistar tudo o que é meu, oque eu gostaria que fosse meu e o que deveria ser meu. – Draco respondeu com desprezo.

– E onde eu entro nessa história? – Mary perguntou confusa.

– Você é minha prima, tem parte do meu sangue correndo nas suas veias, não vou deixar o Potter te ganhar assim facilmente. – Draco respondeu tentando manter-se inexpressível e esconder todo o desconforto que aquele assunto lhe trazia.

– Isso não justifica o que você fez. – Mary falou cruzando os braços sobre o peito. – Você deveria me proteger, e não sair por ai me arranjando problemas.

– Como é? – Draco perguntou erguendo uma sobrancelha. – Eu deveria te proteger? O fato de eu ter te ajudado uma vez não significa que vou me tornar seu guarda costas ou coisa do tipo. Você já me deve uma, Black.

– E aquele papo de ser meu priminho e blábláblá? – Mary perguntou gesticulando as mãos.

– Eu estava com sono Black, diria qualquer coisa pra te fazer calar a boca. – Draco falou rolando os olhos.

– Ótimo. – Mary falou sentindo o rosto enrubescer de raiva. – Não precisa mais se preocupar Malfoy, você não vai ouvir minha voz tão cedo e quanto ao Harry, EU VOU CONTINUAR SAINDO COM ELE SIM, quer você goste disso ou não.

Mary saiu do dormitório de Draco batendo a porta atrás de si, deixando-o com uma expressão nada amigável e dois garotos desacordados para tentar reanimar. Ainda irritado Draco se jogou na cama massageando a têmpora e pensando nas consequências inversas que seu plano teve. A intenção era que Mary se aproximasse dele e não o contrario. Agora além de tê-la irritado, ele também tinha jogado a garota nos braços do Potter que provavelmente faria bom uso dela.

Irritado Draco arremessou um travesseiro em cima dos garotos desacordos que nem assim se moveram. – Porque a Black tem que complicar tanto as coisas? – Ele pensou ainda deitado. Mal sabia Draco que no banheiro do dormitório feminino Mary se perguntava o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Queridos e queridas,
Espero que tenham gostado, os próximos capítulos já estão prontos, só preciso revisa-los.
Fiquem no aguardo.

Beijos da Miia



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