Revenge escrita por Raiane C Soares


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys! Mais uma One Shot minha..



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Me sentei à primeira mesa que encontrei, coloquei meu laptop em cima da mesa e acenei para uma garçonete. Seus cabelos eram loiros e os olhos eram castanhos, a pele levemente bronzeada, deixando suas sobrancelhas claras sem destaque.

- Bom dia, senhorita. O que deseja?

- Um café, por favor.

- Mais alguma coisa? – ela perguntou, anotando em seu bloquinho.

- Não, obrigada.

Ela deu um pequeno sorriso e se afastou, liguei meu laptop e acessei a internet. Ela estava atrasada, mas eu não ligava, porque ela sempre fazia isso. A garçonete voltou rapidamente com meu café, sorriu novamente e deu uma piscadela. Eu sorri de volta, não aceitando o flerte, mas achando engraçado seu jeito de flertar uma mulher desconhecida.

- Está flertando com a garçonete na minha frente? – ouvi sua voz, me fazendo sorrir.

- Não.

- Estou atrasada?

- Não.

- Só sabe responder “Não”?

- Não.

Novamente sorri, ela revirou os olhos e se sentou à minha frente, pegando o café da minha mão.

- Minha mãe a chamou para almoçar com ela no domingo.

- Apenas ela e eu? – perguntei, um pouco assustada.

- Claro que não, Santana. Eu estarei lá com você.

- Tem certeza que ela não vai colocar veneno na comida, Britt?

- Eu irei comer a mesma comida, tenho certeza que ela não fará isso.

- Mas ela pode colocar o veneno no meu prato, ou no meu vinho.

- Ela não faria isso. Minha mãe sabe que eu te amo, e que ela querendo ou não, eu me casarei com você no outono.

- Exatamente! Ela pode querer me matar no domingo para não casarmos.

- Sant, pare de paranoia.

Peguei meu café de volta, Britt pediu um para ela e sorriu, ao me ver fazer uma careta para meu café que já se encontrava gelado.

- Meus pais disseram que vão pagar o buffet. Fazem questão e, se recusarmos, nos colocarão em um avião e nos mandarão para uma ilha deserta.

Ela sorriu e se apoiou na mesa, olhou em volta e voltou a me encarar.

- Eu poderei usar um vestido azul? Como aqueles de princesas...

- No casamento? O certo é vestido branco. – abaixei a tela do meu laptop e me levantei. – Já volto.

- Diga à garçonete que você está noiva.

- Pode deixar.

Coloquei o copo de café em cima da mesa, lhe dei um beijo na testa e fui ao banheiro. Casar com a Britt era o meu grande sonho, desde que eu a conheci, mas isso estava me dando dor de cabeça. Não tínhamos um emprego bom para pagar um grande casamento, sua mãe me odiava, por estar levando a filhinha dela para o mal caminho e nossas famílias não aceitavam isso, pelo menos parte dela. De repente ouvi um disparo, meu coração parou no momento, meu corpo começou a gelar e minhas pernas começaram a tremer, assim ouvi o segundo disparo. Meu corpo estava paralisado, eu não conseguia me mexer.

- Santana! – ouvi Britt gritar de fora. – Santana, onde você está?

Rapidamente saí do banheiro e a encontrei em pé, perto da mesa onde estávamos, me aproximei dela e a abracei, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

- Você está bem, amor? – perguntei, analisando seu rosto.

- Estou sim, mas estou com medo.

Mais dois disparos foram ouvidos, pessoas corriam de um lado para o outro, segurei a mão da Britt e a puxei para um lado, deixando nossas bolsas e meu laptop para trás. Mais um disparo foi ouvido, Britt parou rapidamente e me puxou, me assustando.

- Querida, nós temos que sair daqui. – eu disse, ainda olhando em volta, com medo do que poderia acontecer.

- Sant... – ela sussurrou. – Eu estou suja.

Desviei meu olhar para ela, sua camiseta rosa estava suja de sangue, arregalei meus olhos e tentei tocá-la, mas tinha medo de machucá-la.

- Britt... nós precisamos ir para o hospital.

- Eu não estou doente, amor. – ela balbuciou, colocando suas mãos em meus ombros.

- Você foi baleada, Brittany. Nós temos que te tirar daqui.

- Sant... eu não quero ir para um hospital. Eu estou cansada.

Lentamente seu corpo começou a amolecer, a segurei e coloquei-a deitada no chão, com sua cabeça apoiada em minhas pernas.

- Amor, fique acordada... eu vou chamar a ambulância.

Peguei meu celular do bolso da calça, Britt segurou minha mão e tossiu um pouco, em seguida gemeu de dor.

- Deixe-me usar o vestido azul, por favor.

- Eu deixo, Britt. Por favor, fique acordada.

Liguei para a ambulância e gritei um pouco, por eles terem dito que não podiam ir para lá naquele momento.

- Estou cansada, Sant...

- Não dorme. – pedi, acariciando seu rosto, e o sujando de sangue. – Você sente dor?

- Um pouco. Acho que passar o dia todo sentada no escritório não tenha feito bem à minha coluna.

Beijei sua testa, sentindo meu coração partir com aquela cena, fechei meus olhos e suspirei.

- Ela está bem? – alguém perguntou, mas eu não vi quem era.

- Sant, eu quero dormir.

- Não dorme amor... eu preciso que você fique acordada.

- Eu não quero ficar acordada. Meus olhos não querem ficar abertos.

- Force um pouquinho, Britt. Se você forçar, pode conseguir.

Ela afirmou lentamente com a cabeça, levantei meu rosto e olhei em volta, muitas pessoas nos assistia, dentre elas, uma mulher de olhos e cabelos castanhos. Sua expressão era diferente das outras pessoas, como se ela não ligasse para o que estava acontecendo. Seu olhar se encontrou com o meu, seus olhos estavam frios, ela deu um pequeno sorriso e se virou, logo sumindo. Senti Britt segurar minha mão e tentar apertar, mas sua força era pouca.

- Diz que eu estou bonita, amor.

- Você está linda, querida! Está vendo todas essas pessoas? Nenhuma delas é mais linda do que você.

- Isso é bom...

Lhe dei um beijo demorado, algumas pessoas ficaram incomodadas, acariciei seu rosto e fechei meus lhos, deixando as lágrimas caírem.

- Eu te amo, Britt... eu te amo tanto... por favor, não morra...

- Eu te amo, Sant.

Suas últimas forças se foram assim que ela suspirou, seus olhos azuis se fecharam e seu coração parou de funcionar. Naquele momento, meu coração não funcionava mais, ele havia parado assim que seu coração parou.

Dois anos depois...

Me levantei do sofá, sentindo minha cabeça doer, me aproximei do balcão e abaixei minha cabeça, deixando meus cabelos esconderem meu rosto.

- Precisa de alguma coisa, Santana? – a enfermeira perguntou, se levantando.

- Minha cabeça dói. – murmurei, ainda com a cabeça baixa.

- Espere aqui, vou buscar um comprimido.

Ela se afastou e entrou em uma das salas, olhei para os meus pés e suspirei. Eles estavam descalços e gelados, tinha a sensação de não sentir o chão abaixo dele. Olhei para o outro lado do balcão, tinha uma chave com um chaveiro verde. Eu sabia qual porta ela abria, por isso nunca deixaram pegá-la, mas naquele momento eu estava perto. Olhei em volta, ainda com o rosto escondido pelo cabelo, estiquei minha mão e peguei a chave, a colocando no bolso do meu casaco em seguida. A enfermeira apareceu e sorriu, colocando o comprimido em cima do balcão, o peguei e joguei garganta à dentro, sem beber água.

- Dr. Oliver disse que quer conversar com você na sala dela. – sussurrei, olhando em volta.

- Está bem. Não faça nada errado, ouviu bem?

Afirmei com a cabeça e a vi se afastar novamente, peguei meus tênis rapidamente e fui até a porta da saída, a abri rapidamente e olhei novamente em volta, antes de correr para fora, fugindo daquele hospício, que parecia me deixar pior do que eu já estava. Me aproximei da porta vermelha, com o cheiro de tinta fresca, abri-a lentamente e olhei para dentro da casa. Estava tudo escuro, mas algo parecia diferente. Acendi a luz e me assustei com o pequeno cachorro deitado no sofá, que olhou para mim e começou a latir. Fechei a porta rapidamente e fui até a cozinha, a encontrando com cores diferentes. Britt não gostava muito de verde, e aquela cozinha estava pintada de verde. “Verde deve ser na sala, para dar sorte sempre que sairmos.” Era o que ela sempre dizia. Me apoiei no balcão e fechei meus olhos, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Ela adorava cozinhar, seja lá o que fosse, mesmo que fosse difícil, ela se arriscava, e sempre acertava.

- Não se mexa, ou eu chamo a polícia. – ameaçaram.

Abri meus olhos e vi o porta facas em cima do balcão, peguei uma pequena e a coloquei no bolso do casaco, me virando devagar.

- Me desculpe. – murmurei, vendo o homem com o telefone em uma mão e um bastão de baseball na outra. – Esta casa era minha...

- E-eu... eu não sabia. A comprei em alguns meses.

- Tudo bem. Eu só... minha noiva adorava essa cozinha.

Ele ficou em silêncio, abaixei minha cabeça novamente e suspirei.

- Eu sinto muito por isso, mas já são duas da madrugada e...

- Eu entendi.

Saí da cozinha, sendo seguida por ele, abri a porta da frente e deixei uma lágrima cair.

- Se isso servir para alguma coisa... – ele disse, estendendo algo. – O achei em uma caixa escondida no closet. Parecia pessoal, então o guardei. Deve ser seu.

Estendi minha mão, ele me entregou um cordão com um B rodado por pedras de diamante, fechei minha mão e me virei, ouvindo o barulho da porta fechando. Entrei na rua escura e deserta, coloquei minhas mãos nos bolsos da calça e a vi sentada no chão, murmurando algo. Andei em sua direção, ela levantou o rosto, sorriu e se levantou, se aproximando de mim.

- Olá, gracinha... – ela cantarolou. – Está perdida?

- N-não eu... estou procurando alguém.

- E você já encontrou?

- Parece que sim. – ela sorriu novamente e colocou as mãos em meus ombros. – Meu nome é Santana Lopez.

- Sou Rachel Berry. – mordi meu lábio inferior e a empurrei lentamente até a parede. – Parece que alguém quer um pouco de diversão, não é?

A prendi na parede com força, o que a fez gemer, peguei a faca do bolso do casaco e direcionei em seu pescoço, fazendo-a arregalar os olhos.

- Você vai pagar pelo que fez. – murmurei.

- Hey... Espere! Do que você está falando?

- Não se lembra? Dois anos atrás, você matou minha noiva! Agora é sua vez, vadia!

- Eu não a matei... eu... eu estava drogada, não sabia o que estava fazendo.

- Como está agora? Eu não caio nisso. Você fez sua escolha.

Antes que ela dissesse mais alguma coisa, cravei a faca em seu pescoço e a girei, fazendo espirrar sangue em meu rosto, eu a soltei e a vi cair sentada no chão, com o sangue saindo sem parar. Dei alguns passos para trás e caí sentada no chão, então ela parou ao meu lado.

- Você se vingou. – ela disse, se abaixando, enquanto olhava para o outro corpo. – Isso foi errado.

- Me desculpe, amor... – balbuciei. – Eu te amo, Britt.

Ela se levantou e seguiu para um lado da rua, passei minha mão em meu rosto e vi o sangue, assim as imagens dela deitada com o sangue cobrindo quase toda sua camiseta surgiram, me fazendo chorar.

10 meses depois...

Olhei para o seu rosto levemente pálido e sorri, a mesma sorriu e voltou sua atenção para o cadarço de seu tênis.

- Eles dizem que você vai ir embora. – comentei, segurando o cordão em meu pescoço.

- Eu nunca irei embora, Sant.

- Eu sei.

A porta branca se abriu, a enfermeira apareceu e deu um leve sorriso.

- Seu jantar, Santana.

- Trouxe o da minha noiva? – perguntei, me levantando.

Ela estendeu um prato vazio, segurei os dois e a vi sair, trancando a porta em seguida. Me sentei novamente ao lado da Britt, no chão branco e macio, lhe entreguei o prato vazio e sorri.

- Essa comida é horrível. – ela disse, me fazendo rir.

- Na próxima vez eu peço algo melhor para você.

- Na próxima vez eu irei cozinhar para nós duas.

- Eu te amo, Britt. – eu disse, o que a fez me encarar com os olhos azuis.

- Eu também te amo, amor.

Dei uma colherada na comida, a colocando em minha boca em seguida, olhei para Britt. Seus olhos azuis e brilhantes não paravam de me encarar por um segundo.

Fim


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Notas finais do capítulo

Tenso.. Santana ficou louca. Enfim.. Alguém gostou?



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