Prisioneira do inferno - Parte 1 escrita por Giovanna Sorvillo


Capítulo 5
Capitulo 5




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Tinha uma televisão gigante no meu quarto, mas só passava bandas de rock cantando ou aqueles jornais que só mostram tragédias. Depois de muito procurar eu achei um canal normal e passava um jornal. Me espantei na próxima reportagem. Era sobre mim. Meus pais chorando ao fundo e chamando por mim.

Não acredito que eles realmente se importam. Eu queria ir para casa abraçar meus pais e tomar um sorvete na praia com a Chloe e a Megan.

Desliguei a televisão e comecei a choramingar, e assim fiquei até adormecer.

Acordei e minha porta estava aberta. Coloquei um vestido preto longo e tomara que caia. Ele era o mais simples dos vestidos que tinha no meu armário. Sai do quarto e comecei a andar pelo castelo. Ele estava lotado, cheio de mortos esperando na frente do escritório de Thomas, tinha anjos caídos passando apressados e os criados do castelo, tirando o fato de que tinham, mais demônios.

Todos esbarravam em mim e não se davam ao trabalho de pedir desculpas. Fui ao jardim, era o local menos lotado do castelo inteiro, se bem que aquele lugar nem podia ser chamado de jardim. Tinha algumas flores negras e vermelhas, mas era só terra.

Era um jardim bem grande e mau cuidado. Aparentemente eu era a única no jardim. Fechei a porta de vidro e as cortinas dentro do salão também estavam fechadas.

Comecei a andar e explorar o lugar, ele era tão vazio, mas era melhor do que o castelo cheio de pessoas. Estava de tarde e eu estava parada na frente de uma árvore. Senti alguém cutucar minhas costas e virei assustada. Na minha frente estava um adolescente loiro de olhos verdes claro. Ele me olhava com curiosidade. Sorriu e disse:

– Oi. Por que você olha tanto para essa árvore? Ela é tão feia.

Levantei uma sobrancelha e disse:

– Por que eu devo te responder? Eu nem te conheço.

– Tem razão. Eu sou Daniel Schirmer. E você?

– Isabelle Hennemamm.

– Como você morreu?

Ele se sentou no chão e eu fiz o mesmo.

– Eu não morri. Pelo menos eu acho que não.

– Você deve estar viva mesmo. Porque se você achasse, não aceitaria a morte e estaria presa na terra. Mas o que aconteceu?

– Eu fui sequestrada por um Asmodeus.

– Ah. Entendi. - Ele abaixou o tom de voz junto com a cabeça, meio que tendo dó da minha situação.

Daniel pareceu sentir muito. Ele parecia ser um cara legal e eu confiava nele, mas porque ele está aqui no inferno então? resolvi perguntar:

– Mas e você? Morreu?

– Sim. Pelo que parece, Deus não tem piedade por aqueles que não pedem perdão por seus pecados. Se você pecou, nem que tenha sido uma coisa boba, e não pediu perdão, você vem pra cá. No final a maioria vem pra cá mesmo, e digamos que eu nunca acreditei nas igrejas.

– Eu sinto muito.

– Não sinta. Já faz tempo e, sem querer te botar medo, mas você está numa situação muito pior que a minha.

– É. Eu sei.

Ficamos quietos por um tempo e depois eu perguntei:

– O castelo sempre fica tão cheio assim?

– Ah não. É que hoje teve um acidente terrorista em uma cidade pequena e houve muitas mortes. todos passam por aqui para ser julgado.

– Entendi. E você?

– Eu o que?

– O que está fazendo aqui?

– Eu moro aqui. Minha mãe trabalha como cozinheira nesse castelo e mora aqui. Dai eu também.

– Entendi.

A porta se abriu e uma criada apareceu. Ela era baixinha e tinha cabelos castanhos médio.

– Sr. Isabelle, estão te esperando no salão principal.

– Quem?

– Venha comigo por favor.

Segui ela. Entramos em um salão onde as paredes eram pretas e pratas. Tinha uma poltrona vermelha onde sentava um homem de cabelos violeta escuro e olhos pretos. Ele usava uma jaqueta de couro preta e calças jeans. Disse:

– Isabelle. Que maravilha, finalmente nos conhecemos. Meu filho falou muito bem de você.

Aquele só podia ser Lúcifer. Ele era lindo e na verdade ele me dava medo. Aqueles olhos vazios e pretos me encarando.

– Não acreditei que você seria a mulher ideal para ele mais é.

– Gostaria de não ser.

– Você tem uma língua afiada. Tem que começar a medir suas palavras antes de dirigi-las á alguém como eu.

– E o que você tem de tão importante?

Eu sabia a resposta e que eu podia morrer, mas me deu vontade de confrontá-lo.

– Eu criei tudo isso.

Ele abriu os braços mostrando tudo ao redor.

– Grande coisa. A estrutura desse lugar é horrível e aqui é um porre e além disso você só está aqui porque foi banido do céu. Por sua experiência lá no céu, você não aprendeu nada de decoração?

– Escuta aqui menina...

– Estou escutando. O que foi? O ambiente afetou seu cérebro?

– Eu sei o que está tentando fazer. Agora cale a boca ou eu vou...

– Vai o que? Me matar? eu vou voltar pra esse lugar não vou? E vou continuar te insultando para sempre.

– Não vou te matar, mas você vai apodrecer na minha prisão para sempre sem comer nem beber. Vai ser estuprada todo dia por mais de cem pessoas e depois que você morrer sua vadia, vai continuar presa sofrendo as mesmas conseqüências.

Isso me fez calar a boca. Eu realmente fiquei com medo daquele homem. Mas o que eu queria desafiando-o desse jeito? Continuei quieta e depois de um tempo ele disse:

– Muito bem. Vai embora, vai.

Fui embora e na frente do salão principal estava Caroline. Ela estava preocupada. Ela me viu e sorriu. Disse:

– Eu achei que você já estava morta. Não te vi o dia inteiro.

– É eu também achei isso de você.

Na verdade eu não tinha achado isso, mas eu não queria puxar assunto.

– Quem está ai dentro? - perguntou ela.

– Lúcifer. Você vai entrar?

Ela assentiu e entrou. Fiquei com dó da Caroline, ela era uma menina tão inocente e estava passando pela mesma coisa que eu. Entrei no meu quarto e deitei na cama. Respirei fundo e depois de um tempo fui ao escritório de Thomas. Quando entrei lá, vi a coisa mais perturbadora da minha vida. Aquilo não sairia da minha mente por um longo tempo. Uma mulher tava pendurada por correntes presas no teto enquanto Thomas transava com ela. Ai aquilo foi muito nojento. Pigarreei:

– Preciso falar com você.

Ele parou e me olhou surpreso. Disse:

– Eu não esperava te ver agora, Isa.

– Ainda bem. Porque se esperasse e ainda estivesse fazendo isso não seria muito legal.

– Alana. Pode ir, e avise ao seu dono que eu pago ele depois.

A menina se soltou das correntes e foi embora meio emburrada. Eu estava de braços cruzados olhando para o corpo nu de Thomas. Exclamei:

– Coloque uma calça pelo menos!

Ele pegou suas roupas e se trocou.

– A que devo a honra de sua presença? - perguntou.

– Já que você vai me manter presa aqui para sempre. Eu acho que eu deveria ter uma coisa chamada computador, livros para ler,meu batom vermelho que você estragou e por favor, roupas da minha época, não agüento mais usar esses vestidos cheios de tecidos e muito apertados.

– Irei providenciar as roupas e os livros, mas você acha mesmo que eu vou te dar um computador onde você pode se comunicar com suas amigas ou sua família.

– Ah, porque é claro que eu vou falar: Megan. Sabe aquele cara novo que você achou um gato? Então ele é um demônio e me sequestrou, e melhor, sabe onde eu estou agora? No castelo dele no inferno. No mínimo ela vai achar que eu to chapada.

– Mesmo assim. Se contente com os livros.

Sai andando para fora do escritório bufando, mas antes de sair me virei e disse:

– E quer uma dica? Tranque a porta quando estiver fazendo coisas não recomendadas para menores de dezoito anos.

Abri a porta e sai. Fui para meu quarto mais tarde, depois de andar pelo castelo e explorar e quando cheguei lá no meu armário tinha roupas mais modernas e alguns vestidos longos. Coloquei um blusão de moletom azul escuro e um short jeans. Penteei meus cabelos loiros e os prendi em um coque. Fui ver Caroline e quando eu entrei vi a segunda cena mais perturbadora que não sairia da minha mente. Caroline e um menino loiro, provavelmente o demônio que sequestrou ela, estavam transando. Será que tudo naquele lugar se baseava em sexo? Aquilo é o inferno e pode não ser tudo, mas a maioria das coisas se baseiam em sexo. Ela me viu e jogou o menino pro lado.

– Ninguém mais tranca as portas quando estão fazendo sexo não? - perguntei irritada.

– Ai desculpa Isa. É que nós...

– Não precisa explicar nada. Desculpa interromper, quando você puder passa no meu quarto o.k?

– Ta bom.

Ela parecia constrangida, ao contrário do Thomas. Fui embora e deitei na minha cama de novo.


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Notas finais do capítulo

Ai, o Daniel apareceu. Como eu amo esse personagem e espero que vocês também gostem. Comentem o que acharam!!!



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