Prisioneira do inferno - Parte 1 escrita por Giovanna Sorvillo


Capítulo 4
Capitulo 4




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Acordei com um barulho de alguém tentando arrombar a porta do meu quarto. Eram quatro horas da manhã, eu estava suando frio, pois tive um pesadelo com o cara que anda me fazendo ameaças. Disquei o número da policia no meu celular, mas não apertei o botão ligar.

O barulho aumentou. Será que eram meus pais? Acho que eles não seriam capazes de bater tão forte á essa hora da manhã. Sai da minha cama e fui em direção a porta hesitante. Girei a maçaneta e quando a porta se abriu, não havia ninguém. Só um recado na parede escrito com sangue. Mau consegui ler direito, eu estava tremendo de medo. Com muita dificuldade eu consegui ler:

Olhe atrás de você.

Vir-me-ei lentamente e dei de cara com um homem. Não consegui identificar quem era, senti um soco no estomago e depois, escuridão.

Acordei e estava no que parecia ser uma prisão. Era um tipo de quarto todo preto com grades tipo de prisioneira ao invés de janelas. Olhei pela grade que dava vista ao lado de fora, mas tudo o que eu via era um vermelho meio gosmento. No quarto tinha somente um criado-mudo, uma cama muito desconfortável e um armário cheio de vestidos longos e todos de cores escuras.

Assustei-me com uma menina gritando por socorro do outro quarto. Cheguei perto da grade e sussurrei alto o bastante para que ela ouvisse:

– Calma. Ninguém vai te ouvir. Se você olhar lá fora não vai ver nada nem ninguém.

– Quem é você? O que quer de mim?!

– Eu não sei se você percebeu, mas eu estou na mesma situação que a sua. Não sei onde estou e não lembro como fui parar aqui. Então fique calma pra que eu possa pensar.

–Ta bom.

– Primeiro me diga seu nome e o que aconteceu de estranho com você uns dias antes.

– Ta. Meu nome é Caroline e eu andei ouvindo umas vozes estranhas e recebi umas ameaças muito medonhas e via um cara loiro me seguindo sempre.

– Ai meu deus! Olha, aconteceu a mesma coisa comigo, mas o cara era moreno.

– Qual o seu nome?

– Isabelle.

Ficamos em silêncio por um longo tempo. Vi Caroline vasculhar o quarto e abrir o armário.

– Ta de brincadeira! Ele manda essas roupas mega coladas e longas no estilo medieval para eu usar e nem coloca um banheiro nessa merda de quarto?

As luzes começaram a piscar e apagaram total. Nesse instante alguém apareceu e abriu os armários, tanto os meus como os de Caroline, ele jogou o vestido para mim e depois foi embora. As luzes se acenderam novamente e o menino deixou um bilhete.

Estamos quase chagando. Se apronte e seja bem vinda ao...

O bilhete acabava ai. Olhei pelas grades para Caroline e ela também estava com um bilhete nas mãos.

– Pra onde será que vamos? - perguntei.

– Não sei. Mas pelo que vi lá fora vai além do que todos acreditam.

Concordei com a cabeça. Peguei o vestido, ele era roxo bem escuro e tinha um corpete com detalhes prata. Também tinha uma saia rodada com um tecido de veludo. Coloquei o vestido e ficou muito bom no meu corpo. Se duvidar, aquele desgraçado ainda pegou a numeração das minhas roupas.

A porta se abriu e uma mulher que usava um vestido que mostrava as pernas inteiras e tinha um cabelo ruivo cor de fogo, apareceu e me segurou pelo braço, depois disse:

– Acredite você não vai querer fugir em um lugar como este. Estará mais segura comigo.

Ela me segurava com tamanha força que era impossível fugir de seus braços. Vi Caroline ao meu lado, ela tinha cabelos loiros que caiam em seu ombro e grandes olhos azuis.

O lugar que eu vi era horrível e indescritível. Caroline tinha razão, aquela dimensão ia além do que qualquer humano acredita. Parecia que estávamos em terra íngreme e esburacada. Pessoas andavam atordoadas por todo canto. Pessoas mortas. Eu reconhecia algumas pessoas da televisão. Agora eu imaginava o complemento do bilhete. Bem vinda ao inferno.

Passamos por uma vila onde anjos caídos andavam, passamos também na terra das pessoas que nasceram no inferno e por último na terra dos demônios. Só descobri essas coisas, pois tinham placas especificando cada lugar. Nos largaram dentro de um castelo gigante que por dentro era muito luxuoso. a decoração era preta, vermelha e prata.

Agora nós duas fomos levadas para cômodos diferentes. Eu entrei em uma sala onde tinha uma mesa, um computador, uma escrivaninha, uma mesa de café. Era um escritório. Ainda não tinha caído a ficha de que eu estava no inferno e que existia mesmo essas coisas sobrenaturais.

Um homem entrou e quando vi seu rosto fiquei boquiaberta. Thomas usava uma camisa preta e calças jeans, ele sorria torto e disse:

– Bem vinda a minha casa.

– Você...?

– Isso mesmo.

– Mas por quê?

– Vou te explicar tudo Isabelle meu amor.

– Não me chame assim.

Ele puxou a cadeira e fez um movimento para que eu sentasse e assim eu o fiz. Ele se sentou também e disse:

– Eu sou um demônio, mas não um comum, eu sou o demônio Asmodeus.

– Um demônio asma o que?

– Asmodeus, sou um dos cinco príncipes do inferno abaixo de Lúcifer.

– Ta bom. Eu só acredito nisso por que eu estou no inferno.

– E cada príncipe precisa da sua princesa. Todas as meninas que são rejeitadas a vida inteira, os órfãos que não ganham pais e vivem sozinhos entram em uma seleção aqui no inferno para se casar com demônios poderosos como eu, afinal, além de ela não poder sair daqui, um dia ela pode não querer sair. Escolhi você.

Xinguei meus pais mentalmente por não me darem tamanha atenção.

– E você se acha no direito de me sequestrar só porque tenho problemas familiares?

– Eu vou te tratar como uma rainha.

– Mas e se eu não quiser?! E só para constar, eu não quero.

– Eu não posso fazer nada. E só para constar, eu não quero fazer nada.

Ele apertou um botão e a mulher que me trouxe pra cá me pegou novamente pelo braço e me levou até uma escadaria. Me jogou em um quarto e disse:

– Temporariamente você fica aqui. E quer uma dica? Faça tudo o que mandarem, o povo daqui não costuma ser bonzinho com ninguém.

Ela fechou a porta e trancou. O quarto era branco com detalhes dourados. Tinha um telefone, mas só funcionava para ligar para Thomas ou para a empregada. Ai que raiva. Tinha um banheiro cheio de perfumes e um armário lotado de vestidos como o que eu estava usando.

Peguei uma toalha e fui tomar um banho frio, pra me aclamar um pouco. Como meus pais não ouviram todo o barulho de quando eu fui seqüestrada? Será que eles estão bem? Ou eles nem perceberam que eu fui? Eu nunca teria as respostas para todas as minhas perguntas.


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