Prisioneira do inferno - Parte 1 escrita por Giovanna Sorvillo


Capítulo 2
Capitulo 2




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Acordei com meu despertador e realmente, eu estava péssima. Lavei meu rosto e escovei os dentes. Coloquei uma camisa branca e um short jeans preto, meu vans preto e passei um batom vermelho na boca. Vermelho era minha cor. Prendi meu cabelo em um rabo e prendi minha franja em um topete baixo.

Arrumei minha cama e peguei minha mochila. Desci as escadas e meus pais tinham saído para trabalhar. Eles eram muito ausentes, então eu meio que morava sozinha. Peguei uma barra de cereal e fui para a escola. Infelizmente, de ônibus.

Eu pensava em ontem no cinema e da voz que eu ouvi depois me lembrei de ver um homem saindo correndo tão rápido que nem tinha percebido na hora, só depois que eu parei para pensar me lembrei.

Cheguei à escola e minhas amigas já estavam no ponto de ônibus, provavelmente querendo saber de tudo do meu encontro. Eu tinha razão, elas vieram cheias de perguntas e eu contei minha noite inteira. Até o homem que eu vi.

Chloe, uma de minhas melhores amigas disse:

– Ai. Provavelmente era algum tarado que sente tesão por você e estava te seguindo.

– É verdade - disse Megan, minha outra amiga - Que pena que só a embalagem do Caio é boa, mas o produto não.

Eu apenas assentia, na verdade eu nem prestava atenção nelas, estava pensando no cara que me espiava. Quando virei sem nenhum motivo o vi de novo e gritei para as minhas amigas:

– Ali.

Elas olharam rápido e conseguiram ver, todas saímos do colégio e seguimos ele. Só consegui ver seus cabelos pretos e que ele era alto e musculoso também, mas quando ele virou a esquina e quando chegamos lá, ele já tinha saído de vista.

– Merda! Quase o pegamos - eu gritei meio que para mim mesma.

– Calma amiga, ta na cara que ele vai te procurar de novo, na próxima pegamos ele. - disse Megan.

Chloe chegou agora na esquina ofegante. Ela não era muito de correr.

– Gente, temos que voltar.

Assenti e voltamos. Eu queria pegar aquele desgraçado e coloca-lo sobre as paredes segurando-o pelo pescoço.

Quando chegamos na escola estávamos atrasadas para a primeira aula. Tivemos que assinar um papel e ficar passeando pelo colégio até o sinal que indicava o fim da primeira aula tocar. Fui ao banheiro retocar a maquiagem e as meninas estavam comprando alguns Milk-Shakes de chocolate para passarmos o tempo.

Entrei no banheiro e passei lápis, batom e rímel. Eram maquiagens essenciais. Lavei as mãos, pois tinha sujado de batom. Quando fui pegar o papel para secar minhas mãos, vi um pequeno bloquinho pendurado na parede. O Papel estava dobrado, mas estava escrito meu nome. Abri o papel e lá estava escrito de...Sangue:

"Dessa vez você não me pegou, mas quem sabe na próxima...Ou melhor. Quem sabe eu te pego na próxima."

Derrubei o papel no chão e lavei meus dedos que estavam sujos de sangue. Peguei o papel e guardei na bolsa. Fui á lanchonete e encontrei minhas amigas, mostrei o bilhete á elas. Chloe perguntou:

– Mas de que jeito será que ele quer te pegar?

– Não importa! - digo - Ele acaba de me ameaçar e usou sangue no processo.

– Mas e se você gostar do jeito que ele vai te pegar.?

– Ah, cala a boca Chloe - disse Megan.

– Ele me espia da varanda do meu quarto, sussurra no meu ouvido no cinema e me manda um bilhete escrito com sangue me ameaçando e você acha que eu vou gostar?

– Ai gente - reclamou Chloe - E se ele só quiser te conquistar, mas não sabe como.

– Você só quer ver o lado bom das pessoas né Chloe? E isso aqui? - disse Megan balançando o papel com sangue

– É que eu não acredito na maldade.

– Assisti por uma semana o jornal e depois me diz se sua crença mudou. - desafio.

Ela ia responder, mas o sinal tocou e fomos para a sala de aula. Sentei na última fileira. Era aula de História, com o professor Milton, um velho com poucos tufos de cabelos espalhados pela careca e uma barba mal feita, ele fica indo a maioria das vezes até a janela e fica cuspindo uma coisa nojenta. Me da náuseas só de pensar.

O professor passou a mão pela careca e disse com uma voz horrível:

– Bom dia gente. Hoje vamos aprender sobre a era medieval na Inglaterra.

Bufei. Eu odiava história, odiava aquele professor nojento e odiava aquela escola de merda. Peguei meu caderno e comecei a anotar o que o professor falava. Outro detalhe: Ele não gostava do material de historia que a escola fornecia, no primeiro dia de aula ele mandou todos jogarem os livros no lixo e passarem a copiar tudo o que ele dissesse sobre a matéria.

As aulas do primeiro período tinham acabado agora era o almoço e depois as matérias extracurriculares. Peguei meu almoço no meu armário. Um sanduíche de queijo branco quente que na verdade estava frio e peguei um suco de laranja na maquina de bebidas da escola.

Quando cheguei à mesa onde minhas amigas estavam sentadas. As vi cochichando e olhando para trás. Sentei e perguntei:

– Perdi alguma coisa?

– Não - disse Megan - Estamos falando do aluno novo.

– Que aluno?

– Você ainda não o viu? - perguntou Chloe - É o cara mais lindo do mundo. Talvez seu encontro com o Caio tenha sido horrível por que deus deu um sinal de que esse homem ia aparecer em nossas vidas.

– Como assim? Ai nem responde Chloe, só me mostra o tal garoto.

– Ai calem a boca as duas! - disse Megan - Olha ele ali.

Ela apontou para o menino discretamente e eu virei. Ele tinha olhos castanho escuro, um cabelo brilhante, repicado e preto.

usava uma jaqueta moletom branca e calça jeans. Tinha um sorriso bobo e fofo estampado no rosto e dentes brancos e afiados. Ele parecia um príncipe moderno.

– Meu deus!

Eu não conseguia parar de olhar para ele. Até que o menino me encarou e eu desviei. Ele deve me achar louca, ou deve estar acostumado a receber esses olhares. O Caio era um mendigo perto dele. Falando nele, Caio se senta ao meu lado e passa a mão pelo meu ombro. Olho pra ele e digo:

– Eh...Caio?

– Oi?

– Ontem foi ótimo e você parece ser um cara muito legal, mas não faz o meu tipo.

Desapoiei o braço dele do meu ombro. Ele ia falar alguma coisa, mas pedi para ele sair. Caio assentiu e saiu da mesa, decepcionado. Minhas amigas ainda estavam encarando o menino.

– Parem de olhar!

– Que foi em Isa? - Foi Megan quem perguntou.

– Vocês ficam encarando. Isso é feio, vão lá falar com ele.

– Ah claro - Agora era Chloe quem falava - Vamos chegar naquele deus grego e confessar que estamos caidinhas por ele.

– Não precisam falar, na verdade, já está bem na cara.

O Almoço tinha acabado e a maioria das aulas extracurriculares também. Eu tinha acabado de sair do teatro. Estávamos ensaiando um musical e eu que ia tocar todas as músicas do musical. Agora tinha minha outra matéria extracurricular, o Vôlei.

Fui ao vestiário e me troquei. Coloquei uma regata vermelha que contra a minha vontade mostrava um decote gigante e um short tão curto e tão apertado que prendia minha circulação. Eu simplesmente odiava essas roupas, mas é o vestuário uniforme no time de Vôlei da escola.

Guardei minhas coisas no meu armário e quando fechei a porta dei de cara com o menino novo. De perto ele era ainda mais lindo o que é estranho, pois quando você vê uma pessoa de perto passa a ver as imperfeições do corpo, mas ele não tinha nenhuma. Sua boca era carnuda e sua bochecha tinha um leve tom avermelhado.

– Aqui é o vestiário feminino - digo, mas logo me arrependo. Ai porque eu tinha que ser tão grossa quando eu ficava nervosa. Queria me desculpar, mas meu orgulho não deixava.

– Eu sei, mas na verdade, eu estava te procurando.

– V-você estava me procurando? - gaguejei. Contenha-se, pensei. - Pra que?

– Ah, é que o diretor falou que eu tinha que procurar uma menina do comitê de boas vindas, e eu descobri que você é desse tal comitê. - ele parou para respirar - Você não sabe o quanto eu me perdi hoje. Por que você é do comitê se é tão mal educada?

– Porque as outras coisas são ridículas demais para eu fazer. - admiti, mas por quê? Eu nem conhecia aquele cara e já estava compartilhando meus pensamentos.

– Ah. Eu sou Thomas. Thomas Deschler. E você?

– Isabelle. Isabelle Hennemann.

– Lindo sobrenome.

– Agradeça a minha mãe. Agora estou atrasada, assim que bater o sinal me encontre na frente da porta do vestiário e nunca mais entre aqui.

Fui embora sem mais nem menos, mas me xinguei por dentro por ter sido tão grossa. O que tem de errado comigo?


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Notas finais do capítulo

Críticas construtivas pf. Comentem quem leu o que Achou
beijinhos



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