Prisioneira do inferno - Parte 1 escrita por Giovanna Sorvillo


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Sei que vocês esperam um capitulo quente, mas é uma fic livre em idade, desculpe!
Na parte dois eu vejo se coloco coisas um pouquinho mais forte. Comente se você quer!!!



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Meus dias começaram a virar uma rotina. De manhã eu ia atrás de anjos caídos e fantasmas, depois eu conversava um pouco com Megan, ia espiar meus pais e de noite ficava com Thomas, e tínhamos um combinado, de noite ele se transformaria no demônio viciado em sexo e eu me sentia cada vez mais viva a cada noite que passava com ele.

Nossa parte da missão estava quase acabada quando me lembrei que ainda não tinha ido conversar com os pais de Caroline, e acho que evitei essa conversa por tanto tempo porque não tenho a mínima idéia do que falar para eles.

Caroline era minha amiga e por mais que ela tenha se entregado por inteiro para o Azrael, ela era uma boa pessoa e eu também preciso confessar que eu me entreguei por inteira para Thomas, mesmo tendo uma lista de motivos para não fazer isso.

Eu liguei para o número de telefone dos pais da Caroline e marquei um almoço falando que tinha noticias de sua filha, mas fiquei o dia todo pensando no que falar para eles, quando percebi que Marcus, o anjo caído que eu estava trabalhando hoje perguntou:

– E então, lindinha?

Thomas ia cuidar de outros anjos caídos e pediu para eu vir encontrar Marcus, mesmo eu falando que não ia conseguir sozinha.

Anjos caídos, são piores que demônios naturais em relação a relacionamentos, sempre tinha algum que dava em cima de mim.

Eu não sabia a diferença de demônios e anjos caídos, mas Thomas me disse que demônios já estavam no inferno antes da chegada de Lúcifer e os anjos caídos eram os anjos que estavam ao lado de Lúcifer e não são demônios naturais, mas usam a definição. Thomas também me contou que Lúcifer só ficou no poder porque existem mais anjos caídos do que demônios e a maioria ganha.

Eu olhei para Marcus. Ele era lindo.Tinha o cabelo vermelho e os olhos castanhos, era alto e tinha a pele branca. Demorei para responder sua pergunta, mas respondi com outra:

– Desculpe, o que você estava dizendo?

– Eu queria saber o que você quer de mim e tenho certeza de que você não quer abusar da minha beleza.

– Você está certo, ruivos não fazem o meu tipo. Eu vim aqui em ordem de Lúcifer e ele exige que todos os anjos caídos, e isso inclui você, vão ao inferno o quanto antes.

– E posso saber por que, lindinha?

– Eu não tenho permissão para falar.

– Entendo. Mas você não quer dizer que você não tem permissão de saber?

Eu fitei seus olhos e me olhavam entretidos. Ele me lançou um sorriso e eu respondi:

– Você faz idéia de quem sou? Eu vou me casar com o braço direito de Lúcifer, você acha mesmo que eu não sei de seus planos?

Eu realmente não sabia, mas o gosto da vitória não estaria em seus lábios.

– Eu sei quem você é, lindinha. Todos sabemos e é por isso que todos querem você, para ter o prazer de pegar a mulher de um demônio. E por saber quem você é que eu tenho certeza que não sabe de plano nenhum, porque eu sei que os demônios só usam vocês como um objeto para falar que podem ter posse do que quiserem, mas não confiam em você e nem ligam para você de verdade e também é por isso que os anjo caídos são tão interessados em garotas como você. Para mostrar que eles não possuem nada e fazer de vocês algo mais do que um objeto.

– E vocês não nos querem pelo mesmo intuito? Vocês querem nos usar como objetos para ter mais poder que os demônios, mas vocês não tem poder algum. E talvez você devia voltar ao inferno para saber das mudanças, como por exemplo: Que pessoas como nós somos mais do que objetos, somos amadas e também amamos. Agora um recado está dado e espero que você vá ao inferno, mas que não nos encontremos.

Eu me virei e saí da lanchonete que ficava na esquina do hotel.

Eu liguei para os pais de Caroline de acordo com o plano, eles marcaram um almoço em um restaurante chamado Luz da manhã, cheguei lá e vi uma placa com meu nome e avistei uma mulher que estava nas casa dos quarentas anos com cabelos loiros como o da Caroline, mas o pai tinha cabelos escuros.

Me sentei na cadeira e me apresentei, eles estavam com grandes olheiras em baixo dos olhos e pareciam não comer bem por dias.

Pedimos macarrão e a Mariana, mãe da Caroline se pronunciou primeiro:

– Como ela está?

Aquelas pequenas palavras apertaram meu peito e eu me senti mal por dar falsas explicações para aqueles pais preocupados e bondosos, mas a vida de Caroline não podia ser tão boa assim, do contrário, porque ela estaria onde estamos agora?

Respirei fundo, dei meu melhor sorriso e respondi:

– Ela está bem, você sabe como são os adolescentes nessa idade, não é? Ela se apaixonou por um cara que mora em outro país e se mudou para lá com ele, mas me mandou um recado.Eu sou da cidade dela.

– Só me responde uma coisa, Srta. Hennemann – disse o pai de Caroline – O que aquela vadia que minha mulher carregou dentro dela por nove meses quer conosco agora que nos deixou doentes de preocupação? Se ela realmente se importasse nos avisaria, nos telefonaria e viria pessoalmente, mas aquela vaca louca não se importa com nada nem ninguém, esse homem por quem ela se apaixonou deve ser um retardado para ver alguma beleza na Caroline.

Eu estava chocada com tais palavras, ele sentia desprezo pela filha e nem a respeitava, talvez esse fosse o problema. Mariana estava chorando e pedindo a cada palavra para o marido calar a boca.

Eu não agüentei e explodi:

– Quer saber, Caroline está bem sim e eu não entendi como porque nós duas passamos por coisas que nenhum de vocês imaginam e quando ela começou a aceitar o amor que esse homem ofereceu para ela, e devo falar que ele não é o melhor homem do mundo, eu me senti indignada com a facilidade de largar tudo para ficar com ele, mas agora eu sei que foi por causa do pai dela que devia ama-la com a própria alma e no lugar dela eu faria a mesma coisa. Ela ama os dois mesmo assim, mas não tem como ela vir aqui por um motivo que não posso explicar, mas eu também tive que largar minha família e tive que falar coisas horríveis para ver se os dois esqueciam de mim e seguiam em frente, mas eu fui bondosa perto das suas palavras e devo afirmar que eu me arrependo de ter marcado esse almoço, antes eu achava que tinha problemas, mas vi o meu engano.

Eles estavam sem palavras, mas tais absurdos que eu ouvi, mereciam as minhas palavras e eu não menti em nada. Quando a comida chegou eu deixei dinheiro para a conta e disse que tinha perdido a fome.

Mais tarde, encontrei Megan e contei do almoço, ela ficou mais chocada do que eu. Ficamos o dia juntas como de costume, e foi quando eu recebi um telefonema de Thomas.

– Alô?

– Oi Isa, eu recebi ordens de Lúcifer de ir embora hoje á noite, vamos embora ás oito. Eu pensei que você ia querer se despedir de algumas pessoas e vou te dar o resto do dia livre, nos vemos mais tarde.

– Okay, eu te amo.

– Eu também.

Megan me olhava com curiosidade, quando perguntou:

– O que ele queria?

– Eu vou embora hoje a noite e quero ver meus pais pessoalmente dessa vez. Acho que vou me despedir de vocês agora.

Ela se levantou e me abraçou.

– Então, esse é nosso último encontro?

– Claro que não Meg, eu prometi que volto e por mais difícil que vai ser, eu vou voltar.

Eu hesitei em bater na porta de casa, mas antes que eu pudesse desistir, eu bati três vezes na porta.

Eu estava quase indo embora quando minha mãe atendeu. Ela estava com uma barriga gigante e arregalou os olhos quando me viu parada na frente da casa.

– Is...

– Oi, mãe. Eu posso entrar?

Ela abriu espaço e quando eu ia entrar ela tentou me abraçar, mas com sua barriga foi quase impossível.

Lágrimas começaram a sair do meu rosto no instante em que toquei na minha mãe.

Eu entrei e não encontrei meu pai em casa, só para variar um pouco.

– Que pena que seu pai não está aqui – disse minha mãe.

Ela parecia chocada.

– Mãe, tudo o que eu disse no telefone.

– Para Isa, eu entendo. Nada do que você disse foi mentira e espero que você me desculpe.

– Mãe, eu preciso te pedir desculpas e falar que eu amo muito você, mas eu tive que fazer uma escolha entre ficar com o menino que eu amo, ou ficar com vocês.

– Você está namorando?

– Sim, mas minha relação é muito complicada e não quero que pergunte sobre isso. Eu estou indo embora de novo e queria me despedir e ver você.

– Você vai embora?

– Vou, mãe. E não torne as coisas mais difíceis. Eu tenho que ir agora, mas eu vou voltar um dia e a primeira coisa que vou fazer é te procurar, mesmo que você não queira mais saber de mim.

– Eu sempre vou querer ter você por perto, minha filha linda. Você ta tão diferente, está mais bonita.

– Eu sei.

Ela riu e me abraçou de novo, começou a chorar descontroladamente e eu também.

– Adeus, Isabelle.

– Tchau mãe. Eu te amo muito.

Já estava na hora de partir e quando cheguei no hotel, Thomas estava cuidando do pagamento. Ele me viu e acenou, fui até ele e ele me beijou docemente.

– Aconteceu alguma coisa, linda? – perguntou.

– Nada de mais. Só odeio despedidas.

Ele beijou minha testa e me abraçou. Quando sai de meus pensamentos estávamos no vácuo indo ao inferno.

– Como foi com Marcus? – Ele perguntou.

– Dei o recado, mas ele me tirou do sério.

– O que aconteceu?

Contei tudo a ele que não parava de rir, e foi quando vi esse sorriso que parei de pensar em minha mãe e voltei ao mundo real.

O que eu estava fazendo? Eu amava aquele homem como se fizesse parte de mim e eu o estava iludindo. Uma hora eu ia ter que voltar e agora me pergunto novamente: O que eu estou fazendo?

Você está sendo ignorante e só está pensando no que vai te fazer melhor sem pensar nas conseqüências.

Eu me afastei um pouco e sentei em outro lado do trem quando tínhamos partido.


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