Sobreviventes do Apocalipse escrita por SuzugamoriRen


Capítulo 26
Frota do Rei - Parte I




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O paraense lutou.

Com dificuldade e utilizando todos os recursos aprendidos graças a meses de sobrevivência, porém nada parecia funcionar frente a homens capazes e ainda por cima que não subestimavam seus oponentes. Visto que, todas as aberturas dadas pelo forte companheiro do obreiro foram aproveitadas sem pestanejar. Socos fortes na região dos rins e costelas atrelados a chutes fortes na região da barriga e rosto fizeram Cássio cair. Não sem dar certa resistência, mas os pontos vitais foram atingidos e não tinha como ele se manter de pé. Os homens o nocautearam quase que em dois minutos de luta, enquanto Bianca e Marcela iam ao resgate do homem que eles procuravam.

Ainda caído, entretanto com a audição ainda funcionando o membro que voltara ao barco na hora errada, escutava a conversa que se seguiu após aquele embate.

– Missão... Comprida.

Disse aquele com a voz mais rouca e com as maiores dificuldades para pronunciar as palavras. Parecia que tinha algum problema nas cordas vocais ou era analfabeto.

– Ainda não, o rei está sendo protegido pelas garotas treinadas por Bruno.

– Bianca... Treinada... Nós.

– Sim, eu sei - o homem com um conhecimento maior da língua sorriu disfarçadamente – Só que o general brasileiro sabe disso. É impossível para uma garota aprender tudo em somente dois meses. Ela tem algum passado escuro o qual virá à tona quando o rei e seu estrategista desconfiarem dela, e nosso contato estará lá quando seu passado for revelado.

– Onde... Ir... Agora?

– Vamos levar esse homem daqui.

À medida que os homens levavam Cássio do iate o qual servia de base para as operações da pessoa conhecida como Obreiro, a luta continuava intensa dentro dos limites da cidade. Marcela havia voltado à instalação com o objetivo de pegar mais munição. Pâmela e Thallita continuavam a ser umas das inúmeras pessoas que faziam a linha de frente, a linha de proteção, mas os seus próprios soldados estavam abandonando a esperança de sobreviver afinal, os mortos-vivos pareciam se replicar cada vez mais. Um tiro certeiro e dois vinham em sua direção como um raio. Estavam consideravelmente fracos, porém rápidos. E um arranhão ou mordida até dos mais fracos dos animais, causava um estrago inimaginável. Tanto fisicamente quanto psicologicamente. O primeiro por causa da transformação, o segundo seria a respeito do impacto de seu amigo se mudando para aquilo que você mais detestava.

Incessante, Bruno imaginava se teria que realmente ter que evacuar todos dali, todavia em conversas dizia que a posição da fortaleza que era Rio Grande era inexpugnável. Só que o mesmo não esperava um ataque tão grandioso e bem planejado. Meticuloso. Thanatos ainda detinha as rédeas dos quatro cavalos que andavam pelo mundo. E como o nome daquele homem já dizia, ele era o cavaleiro da morte. Um dos quatro cavaleiros do apocalipse. Êvanes poderia ser a Peste, afinal foi da mente dele que surgiu o vírus do supersoldado. Quer queira ou não. O que trouxe o apocalipse a terra foi a simples manipulação do homem querendo brincar de deus. E isso viria a ser a derrocada da humanidade como civilização.

O general, ainda em cima de seu jipe de combate, procurava formular o melhor plano de ação, quando viu ao longe Bianca Camolesi – sua melhor pupila – carregando nos ombros um Vinicius exausto, extenuado. O corpo dele pedia por descanso...

– Senhor! – exclamou a garota o pondo no banco do carona – Precisa o levar para o navio!

– E deixar meus homens no campo de batalha?

– Bruno – o baiano puxou ar varias vezes para falar sem interrupção – Simplesmente deixe os divergentes daqui cuidar da linha de frente com alguns homens de cobertura. Está na hora de usar a frota do Rei.

– Certeza? – indagou o bigodudo homem.

– Existe hora melhor que essa?

– Só que pode atingir os nossos aliados...

– Não para isso – Vinicius fechou seus olhos – Musica.

– Você vai usar os amplificadores da frota para tocar uma musica e assim atrair a rápida mutação para água.

– Da mesma forma que fiz em Salvador e Vitória. Eles são guiados pelo maior barulho possível. Isso supera qualquer outra estratégia.

– Carne fresca e sangue também são fatores cruciais.

– Meu irmão... – o cansaço ainda abatia o conhecido Obreiro – Ele designou as funções do vírus para serem mínimas. Se ele intensificou a locomoção, a audição estará mais aguçada.

– Em detrimento do restante. Afinal, como o autor da Arte da Guerra disse, quando se fortalece de um lado...

– Enfraquece do outro.

Bianca Camolesi. A mulher que em dois meses aprendera muito sobre Bruno Portinari estava encantada com aquela conversa. Parecia que dois gênios que se completavam montavam a melhor forma de fazer com que a resistência defendesse daqueles ataques. Só estava curiosa a respeito de uma coisa.

– O que é a frota do rei? – indagou assim que viu um momento oportuno para aquilo.

– Uma frota de navios obviamente – sorriu Vinicius – Basicamente a maioria dos navios, principalmente cargueiros, foram abandonados com o advento do vírus, mas Bruno e eu conseguimos ver algum uso neles. Foram anos de planejamento...

– Só que esperávamos usar isso de forma mais acintosa, como algum bombardeio ou algo do tipo.

– Para isso existem os porta-aviões e os transportadores do exército. Queria algo diferenciado e que fosse de algum uso para nós.

– Dessa forma foi criada a frota do rei. Um conjunto de quatorze navios, quinze com o Iate trazido pelo obreiro aqui – o general apontou alegremente para o ator que encenava por trás das cortinas brasileiras – Com o objetivo de auxiliar toda a resistência brasileira. Ali tem quaisquer tipos de mantimentos, armas, e elementos como amplificadores de som.

– Isso aconteceu – o baiano coçou o nariz – por minha causa. Incitar a locomoção pela audição. O som maior que o cheiro... Foi como salvei Cássio, Pâmela e Cláudio em Vitória...

– E cadê o Claudio? – perguntou a garota, pois não havia visto o capixaba descer com a delegação a recepcioná-la.

– Ele está em uma missão próxima à costa paulista. Uma que só ele poderia cumprir.

– Por quê?

– Por que ele é divergente também. Não posso arriscar muito antes de vir aqui... Agora Bica – era dessa forma que Vinícius chamava à piracicabana – temos que colocar a frota do rei para funcionar...

– E o que quer que eu faça?

– Vá para a linha de frente e ajude na evacuação lentamente, gradualmente e seguramente. Quando todos estiverem dentro do recinto, dentro da nossa base lacre tudo.

– E você?

– Prepararei uma surpresa para acabar de vez com esse ataque.

Bianca correra em direção ao front enquanto Bruno ligava o motor. E dava meia volta com o jipe. Ao seu lado, um Vinicius cansado voltara a descansar e a deitar profundamente. Queria está o mínimo possível bem a liderar o ataque o qual veria a seguir. O problema era justamente que precisaria de mais uma pessoa, ou de uma pessoa em cada barco, em cada amplificador de som a fim de que a música fosse audível uma distancia considerável, bem como, ultrapassar a força dos sentidos. O cheiro da carne fresca seria o alvo da ultrapassagem. Som atrelado ao cheiro tornava os soldados, os mortos-vivos uma combinação mortal. Suor e sua impregnação na pele era um fator agravante e como qualquer individuo luta por sua vida, e consequentemente, liberaria suor essa variável seria contornada através do maior som possível.

A estratégia dera certo em Vitória. Muito por causa por que a cidade era uma ilha com alguns canais. Rio grande era uma cidade portuária. Quanto mais para dentro do continente você adentrava, mais difícil ficava escutar.

E sonhando com a própria estratégia, Vinicius adormeceu. Já Bruno só pensava em uma coisa, ainda que fosse a curto prazo.

Acabar com esse maldito ataque.


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