O Sentido da Vida escrita por Maanu


Capítulo 3
Quem é Ela?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês ;D
Boa Leitura!



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John

Já era muito tarde quando eu sai do trabalho. A noite havia sido longa para mim. Era isso que dava trabalhar na empresa dos seus pais: não havia hora para você sair do trabalho. Era sempre uma correria, e eu tinha que ajudar em tudo.

Meus pais tinham uma grande lanchonete, a mais conhecida da cidade, por isso nunca me faltava trabalho. Por um lado isso era bom, mas por outro era ruim. Um exemplo do lado ruim foi o hoje. Eu tive de ficar até passada de uma da manhã ajudando os meus pais a organizar o lado administrativo da empresa. Era cansativo, mas eu não poderia negar esse pedido à eles.

Mas ainda para piorar o meu dia, meu carro estava em concerto, por isso precisei ir de a pé até em casa, em plena uma hora da manhã. Eram umas oito quadras, mas, do jeito que eu estava cansado, parecia que eu estava caminhando vários quilômetros.

Caminhando pelas ruas, me lembrei da minha tarde. Ela não havia sido muito melhor que o resto do dia, mas, agora relembrando bem as coisas que me aconteceram, um sorriso escapou pelos meus lábios.

Flash Back On

Eu estava na minha hora do almoço, mas estava sem fome, pois havia comido a não muito tempo atrás. Por isso estava dando voltas pelo centro, tentando me livrar da briga que tive com Emily, minha ex-namorada. Nós havíamos terminado ontem, quando descobri que ela estava saindo com um colega da sua faculdade. Ela me traiu e então eu terminei com ela. Mas eu não estava me sentindo mal per término do namoro, não, isso não.

Eu não estava me sentindo mal por nada, para falar a verdade. Eu somente não conseguia parar de pensar, pois eu estava tentando descobrir se eu gostava mesmo dela. Para falar a verdade, eu nunca quis namorar com ela.

Os meus pais e os pais dela sempre foram grandes amigos de longa data, por isso, meus pais sempre insistiam para eu pedi-la em namoro. Ela era bonita, isso eu devo admitir. Loira de olhos azuis, um corpo com curvas muito bem desenhadas. Mas ela não fazia o meu tipo. Para ser mais específico, seu caráter não fazia o meu tipo. Ela era esnobe, nunca tratou os outros como iguais. Era sempre ela que deveria ser o centro das atenções, ela que deveria ser a mimada por todos.

Mas eu nunca gostei disso. Já fazia um certo tempo que eu me perguntava se eu estava com ela por obrigação. Agora, consigo responder a essa pergunta. Sim, eu estava com ela para alegrar meus pais, eu estava com ela por que eles pediam, não por gostar dela.

Eu estava tentando tirar de todo custo esse assunto da minha cabeça, ainda por cima em como eu contaria de término do namoro para os meus pais. “Queridos pais, eu terminei com a Emily por que fiquei sabendo que ela estava me traindo, o que, devemos concordar que todo mundo já saiba, pela sua adorável fama de galinha.” Não, eu não poderia dizer isso. Se eu falasse isso, estaria morto antes mesmo de terminar a frase.

Bem, eu devo admitir, sempre fiz de tudo para agradar meus pais, mas parece que o que eu fazia nunca era o suficiente para eles. Eles sempre achavam erros para apontar, e nunca percebiam que tudo o que eu fazia na minha vida era para deixá-los orgulhosos de mim.

Mas eu já estava cansado disso. Cansado de sempre ter de ser o filho perfeito que fazia tudo o que meus pais pediam. Por isso estava pensando em abandonar a faculdade de direito, que comecei a fazer por que meu pai me “obrigou”, e começar a cursar medicina, que sempre fora o meu sonho.

Eu estava sentado no tronco de uma grande árvore, onde ninguém conseguia me enxergar, pois não queria ser perturbado, pensando em tudo que queria fazer para mudar minha vida, para vivê-la para mim, e não para os outros. Então, só reparei quando ela passou na rua ao lado de onde eu estava. Sim, tenho que admitir. Ela era linda. Perfeita, e por um momento pensei que fosse um anjo. Não fazia a mínima idéia de quem era, mas ela não devia ser daqui. Parecia perdida em seus próprios pensamentos, olhando tudo ao seu redor e sorrindo. E que sorriso! Ela tinha uma pele clara, mas que não chegava a ser branca nem mesmo morena. Tinha cabelos castanhos escuros, quase pretos e olhos verdes, que transmitiam alegria, mas ao mesmo tempo tristeza e sofrimento.

Não sei o que me deu, mas tive uma vontade muito grande de abraçá-la e dizer que tudo iria ficar bem, mesmo eu não a conhecendo e não sabendo o porquê dela estar assim. Mas ao invés disso eu fiquei observando ela passar, com seus cabelos balançando ao vento, e cantando uma melodia muito baixa, que eu não consegui distinguir.

Por um momento eu não consegui respirar, minha garganta ficou seca e eu me senti muito estranho. Fazia muito tempo que eu não me sentia assim. A última vez fora a muitos anos, na quinta série. Me esqueci de tudo que eu estava pensando segundos antes, e só me concentrei em olhá-la andando pela rua.

Sim, eu sabia. Algo dentro de mim estava diferente, eu me sentia mais feliz, mas não sabia explicar o que era isso nem o porquê disso. Fiquei mais alguns minutos pensando nela, e no que ela provocou dentro de mim. Quando olhei no meu celular, percebi que já estava atrasado e que minha hora do almoço já havia acabado a vinte minutos.

Corri até a lanchonete, entrando rapidamente pela porta dos fundos, pegando meu avental e me direcionando para a cozinha, tentado esquecer de todos os pensamentos que rondavam em minha cabeça e me concentrando em achar alguma resposta convincente para o meu atraso. Ao entrar me dei de cara com uma mulher nada feliz e com um homem com a mesma expressão. E então, meu único pensamento nessa hora foi: Eu estou ferrado!

Flash Back Off

Me permiti sorrir ao pensar nisso. Fora uma tarde estranha, mas ao mesmo tempo maravilhosa. Não sei descrever o que eu senti; na verdade, não sei descrever o que eu ainda sinto ao pensar nela. Ela me parecia preocupada com algo e eu gostaria de saber o que era. Bem, para ser sincero, eu gostaria de conhecê-la, pois nem seu nome eu não sabia.

Eu já havia andado cinco quadras quando quase congelei no meio da rua. Isso só pode ser fantasia da minha mente, pensei. Mas não! Ela estava lá. Sentada em uma cadeira, na varanda daquela casa, em plena uma hora da manhã! Eu não soube o que fazer naquela hora, e, a única coisa que eu fiz, quase espontaneamente, foi sorrir. Eu percebi que ela me encarou por uns segundos e quase recuou, mas então ela sorriu de volta.

Naquela hora, fiquei sem reação. Não sei ao certo o que me deu, apenas a encarei por alguns instantes e continuei andando, seguindo para casa. Mas no caminho, não consegui parar de pensar que essa, com certeza não seria a última vez que nós nos encontraríamos.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram do capítulo? Espero que sim!
Erros, elogios, é só comentar!
Beijoos, Manu ;))



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