Mess. escrita por bangerz


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey! Demorei mais voltei



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Se alguém me perguntasse o que eu mais adorava em Travis Becker eu responderia sem hesitação que amo seus olhos. Alguns segundos depois eu entraria em uma batalha interna para decidir seriamente se a opção “olhos” era a correta porque cá pra nós, eu também amava seu nariz, seu cabelo, o sorriso, os dentinhos tortos, o cabelo bagunçado, o modo como me abraçava, a preocupação que sempre tinha comigo. Eu travaria essa batalha até decidir por fim que o amo por completo, desde o dedinho do pé até o ultimo fio de cabelo e não me envergonho por ser tão patética a esse ponto.

Ergui o cigarro até meus lábios agora rachados pelo frio excessivo de dezembro e resmunguei um palavrão quando meus cabelos acertaram meu rosto em uma revolta silenciosa causada pelo vento. Travis me encarava quieto apoiado na mureta que separava a estrada vazia do precipício lá embaixo. Irritação era a primeira coisa que eu havia lido em seus olhos assim que lhe encarei, irritação pelo cigarro aceso, pela noite dormida ao lado de Zacky, pelas pazes feitas (pelo menos ela não me chamava mais de prostitua ou vadia falsa) com Emy, por várias outras coisas que ele simplesmente não podia lidar. Feche a distancia que nos separava em passos rápidos e enfiei meus braços pelo seu casaco fechando-os ao redor da cintura dele. Travis não se moveu, não falou, não esboçou reação nenhuma enquanto eu lhe abraçava procurando aquecer minhas mãos frias e lhe mostrar que tudo estava bem agora. Duas horas antes, no colégio, mas precisamente no momento em que cheguei com Zacky eu soube que teria problemas com o meu... bem, eu ainda não sei como definir o que Becker e eu somos. Nós apenas somos e isso parece bom pra mim. Tentei lhe alcançar porém fui evitada a manhã inteira, estava em praticamente dormindo no começo da tarde quando sua mensagem me acordou. “Venha até o observatório.” Simples e seco. Travis em seu todo. Agora nós estávamos aqui nos encarando enquanto eu lhe abraçava com força e tentava entender por meios completamente errôneos como me sentia.

– Desamarra essa cara. – Resmungo contra seus lábios e sinto Travis estremecer rapidamente. Eram coisas como essas que me faziam tremer inteira e sentir o coração na garganta, as mãos suando, os pelos do corpo eriçados e os joelhos fracos. Travis reagia a tudo que eu me propunha a lhe dar e eu me sentia tão malditamente bem ao saber que aquilo era causado por mim, só eu poderia lhe arrancar aquelas respostas. Era como o céu ou qualquer coisa da mesma estirpe que eu nunca irei realmente provar.

– Apague esse cigarro, eu odeio essa porra. – Seu punho se enrola no meu cabelo e eu sou forçada a lhe encarar verdadeiramente pela primeira vez. – Preciso de uma cerveja. Merda, um cara não pode enfrentar tudo sóbrio.

– Eu vou te comprar uma dúzia delas se você parar de me olhar torto, Becker.

– Nós não vamos dar certo. Essa porra é completamente fora dos eixos, eu não me sinto eu mesmo, eu só, merda, quero acabar com a cara do Zacky cada vez que eu o vejo na rua ou no colégio. Eu tenho dezessete anos e eu estou agindo como um pirralho de quatorze, mas eu não posso te deixar. Não quero. – Pela primeira vez naquele dia os braços dele me rodearam e me apertaram com força, sua respiração na minha nuca e seu cabelo se embrenhando no meu faziam com que sentisse que finalmente estava em casa outra vez, lhe apertei mais forte e recebi um suspiro quase aliviado.

– Zacky é como uma torre de concreto pra mim. Ele é forte e é seguro, eu sei que posso me abraçar a ele quando a tempestade vier e eu o amo, Travis. De verdade. Amo tanto que o peito aperta, mas em contra ponto eu também te amo. Você é como o inverno. Há quem adore, há quem odeie e existem as pessoas que como eu, espero o ano todo para ver no que vai dar e só então digo abertamente o que sinto sobre a estação. Eu esperei tempo demais então eu poderia dizer com certeza que eu amo a sensação de estar fora no inverno, parece frio de fora, mas é incrível quando eu deito na neve e me agarro às pessoas que amo quando realmente esfria. Eu sou péssima com palavras, eu também não sou boa com ações ou decisões e eu sou muito ruim em lidar com sentimentos, mas eu sei que quero estar aqui agora e que eu estou tremendo cada vez que você diz meu nome. – Sussurro a ultima parte enquanto encaixo meu rosto na curva do seu pescoço e aspiro seu perfume forte. Cheira malditamente bem.

– Eu acho que você é boa com as palavras, mas você é realmente péssima com as decisões e os sentimentos, isso eu preciso te dizer. Porra, ainda preciso da cerveja. – Ele resmunga a ultima parte e eu solto uma gargalhada alta, em partes porque eu estou feliz, em partes porque Travis está xingando mais do que o normal e parece realmente desesperado por uma bebida.

– Vamos lá pirralho, vou te comprar umas cervejas no bar do Mou. – Agarro sua mão e lhe puxo pela estrada, antes mesmo que eu me dê conta nós estamos correndo rapidamente, meus pulmões ardem e meus joelhos estão esbarrando um no outro. Travis está rindo como um idiota, enquanto sua mão aperta ainda mais a minha. Eu amo sua risada.

– Acho que eu estou fodida. – Solto enquanto pulo nas suas costas e dou uma gargalhada alta quando ele cambaleia e se firma novamente antes de apertas as mãos nas minhas coxas e me arrumar em suas costas. Abraço seus ombros e sorrio olhando os carros passando em alta velocidade ao nosso lado.

– Se machucou?

– Não, mas talvez um dia eu vá me machucar. Me diga você, Becker. Eu vou me machucar? – eu digo as ultimas palavras diretamente no seu ouvido e sinto seu corpo estremecer.

– Eu não sei Mess, nunca vou saber, mas eu espero que não. Deus, espero mesmo que não. – Travis murmura e seu aperto aumenta.

– Eu não estou apaixonada, só pra esclarecer. – Solto enquanto beijo sua bochecha e ele ri alto antes de chutar uma latinha para o outro lado da estrada.

– Eu também não. – Ele me olha sobre o ombro e eu ergo a sobrancelha lhe desafiando a repetir. – Eu não estou. De forma alguma.

– Isso é bom. Somos bons assim. Anda, vamos conseguir as cervejas. – Digo e lhe dou alguns tapas na nuca. Travis solta alguns palavrões e então ele está correndo de novo, dessa vez comigo nas costas e nós dois estamos rindo como os belos imbecis que somos.

No fim do dia eu estou embrulhada no seu corpo, uma Heineken na mão e as costas contra seu peito. Travis apoiou seu queixo na minha cabeça e sorveu outro gole da cerveja precariamente gelada enquanto encarávamos a vista do ponto mais alto da cidade. O frio apertava mas nos não nos movemos, era simplesmente bom demais para sair do lugar e parecia realmente confortável ali sentados no chão bebendo e não falando. Nós não precisávamos das palavras, quer dizer, elas viriam uma hora ou outra, mas por enquanto estávamos bem assim e gostávamos. Era fácil e gostoso como o verão. Fixei na memória um lembrete de que Travis não era o inverno, de forma alguma. Travis era o verão que vinha com suas pancadas de chuva, sol quente e raios me cegando mas que deixavam uma sensação gostosa de que eu podia tudo enquanto tivesse aquele vento gostoso soprando no meu rosto. Sim, era exatamente isso. Travis era o meu verão, o único inverno ali era eu, mas até mesmo o pior iceberg derretia perto dele. Naquele momento eu o beijei, escurecia aos poucos e esfriava cada vez mais, no entanto, eu me sentia invencível. Eu podia tudo.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avisem amorecos!



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