Quando se é criança, queremos que o tempo passe logo para que chegue a fase da adolescência. Onde na nossa incrível caixinha de imaginação – ou cérebro, imaginamos um mundo de festas, namoro, poder sair sozinho, para alguns, até mesmo beber e fumar. Mas quando se cresce e finalmente chega à fase de adolescente, você percebe que não é só isso que se vive na adolescência. Com ela você acaba adquirindo um extra no pacote: responsabilidades.

Crescer, já é uma grande responsabilidade. Principalmente mentalmente falando. Você tem que deixar de lado quase todos os lazeres e focar nos estudos. Tem que deixar um pouco de lado os desenhos, os filmes, as horas a mais de sono, as brincadeiras e assumir que você tem coisas importantes a fazer. Esse já é um dos problemas.

Aniversários vêm, aniversários vão, e você fica cada vez mais velho (sem novidades aí, não é?) e com o tempo a responsabilidade só aumenta e a cobrança também. A pressão que é colocada sob nossos ombros por que temos que passar no vestibular... Não necessariamente os pais fazem isso, mas é uma pressão de toda a família, quando em alguma reunião familiar alguém diz “Ano de vestibular, né? Quero comer churrasco no final do ano!”. Ok, você até entende isso como um incentivo, mas nem sempre.

Pressões escolares a parte, nesta fase, você descobre o que é o amor. O que é sentir algo forte por alguém, o que é querer ficar ao lado desta pessoa o tempo todo, o que é sentir carinho por alguém. Junto com todo esse amor, vem a admiração. Não necessariamente por um namorado ou uma namorada, mas por ídolos da música, ou do futebol e do cinema. É mais nessa fase que você sente vontade de se teletransportar a qualquer lugar e a qualquer momento, né?

Ah! Adolescentes e suas vontades loucas... Falo por mim, quando sinto essa vontade de me teletransportar e de sumir do mundo, às vezes. Vai dizer que você não sente isso também? Por mais que os adultos digam que a nossa única preocupação são os estudos, somente nós, adolescentes, sabemos que vai muito além disso. São os estudos, são os amores, são as vontades repentinas, é a curiosidade pelo desconhecido, é a vontade de se soltar, de “voar” para fora do ninho, de pegar um carro e sair dirigindo em destino a qualquer lugar, ouvir uma música alta sem que ninguém fique gritando pra você abaixar o volume, enfim...

Escolhi o título deste texto, não por acaso, mas por saber ( e ter meia experiência) de que quase nunca estamos satisfeitos com o que temos ou com o que somos. Parece que sempre falta algo a mais. “Se de repente eu pudesse perder uns três quilinhos” ou “Eu queria ter cabelo liso/enrolado/loiro/preto/ruivo...”, “Eu poderia ser mais alta”, "essas espinhas poderiam sumir", enfim, a lista é infinita.

Mas como resaltei no início do texto, quando éramos crianças, queríamos logo passar aquela fase. E hoje, parece que a coisa se repete. Não que isso aconteça com todos os adolescentes, mas a grande maioria. Mas além das partes ruins – que são as coisas que você ainda não pode fazer, e o vestibular – vem a parte legal. Onde você encara a adolescência de outra forma. É nessa época que você “quebra a cara”, mas aprende com seus erros. É nessa fase que você conhece seus amigos e os leva até o fim da vida, é nessa fase que você vai à festas de 15 anos e dança com seus amigos como se não tivesse amanhã, é nessa fase que você ri de tudo e todos, e descobre que por mais que a aula esteja chata, sempre tem como melhorar. É nessa fase que você começa a ter (mesmo que um pouquinho) independência. Lembre-se que infelizmente, nossos pais não estarão aqui pra sempre. Então os aproveitem bastante. Principalmente nessa fase de adolescente e com essa mania de ser humano.

-Nicole Castro