Victor está nos meus braços: morto, seu sangue suja todas as minhas roupas, mas eu não me importo. Enquanto eu o seguro, em meio as minhas lágrimas, penso em tudo o que nós poderíamos ter sido, nos meus sonhos e no pouco tempo que tivemos juntos.

Elijah e Kol assistem a cena com uma pena tão nítida que me irrita, Victor não merece a pena deles, que não fizeram nada para defendê-lo, que apenas assistiram Niklaus ter mais um dos seus ataques de ciúmes.

— Rebekah….

— Vai dizer o que, Elijah? Que eu devo perdoá-lo? Tentar compreendê-lo? Como posso? Como você poderia? Olha só o que ele fez….

— Eu sei que é difícil, mas você sabe como ele é. Klaus só estava tentando te defender.

— Me defender do qua? Do amor? Da felicidade? Diga-me, porque não aguento mais ver os homens que eu amo na mão de um monstro como Nik.

— Você sabe que ele teve seus motivos. A maior parte dos rapazes estavam apenas se aproveitando de você.

— COMO VOCÊS SABEM? NEM SEQUER ME DEIXAM VIVER, ME TRATAM COMO UMA CRIANÇA QUE NÃO É CAPAZ DE FAZER ESCOLHAS SOZINHA….

— Irmã, você tem que admitir que tem uma tendência….

— Tendência a que, Kol? Fala, diga o que tanto quer falar- digo olhando com uma raiva e desprezo que fazem com que meu irmão se cale instantaneamente.

— ONDE ESTÁ, NIK?

— Rebekah, é melhor….

— MELHOR O QUÊ? EU FINGIR QUE NADA ACONTECEU. DESCULPA ELIJAH, MAS EU NÃO TENHO SANGUE DE BARATA. SE ELE QUISER ME EMPALAR QUE ME EMPALE. NÃO ME IMPORTO MAIS.

— Bex, por favor... – Saio dali ignorando os pedidos de Elijah e Kol, Nik se veria comigo, não é justo, que ele trate minha vida amorosa como mais um dos seus joguinhos. Eu não sou uma peça a sua disposição, Klaus não pode agir como bem entende.

— NIK, NIK…. NIKLAUS, CADE VOCÊ? APAREÇA SE TIVER CORAGEM!

— Percebo que já sabe o que eu fiz, love.

— Você sequer pede desculpas ou se justifica. Você é um monstro, não sei como pude te amar um dia.

— Não me ama mais, irmãzinha? O que aconteceu com o nosso: “always and forever” que você repetia com todas as forças?

— O que aconteceu, Nik? Você aconteceu. Quem disse que você tem o direito de interferir na minha vida amorosa na hora que bem entende?

— Eu disse, sweetheart. Eu disse, não vou deixar que um qualquer se aproveite da minha única irmã.

— Pare de ser mentiroso. Nós dois sabemos muito bem que não é esse o problema.

— Sobre o que se trata, sis? Esclareça pra mim. Não me lembro- Klaus se aproxima, e sussurra a frase no meu ouvido tão lentamente que eu não reajo. Estou presa na arapuca de Niklaus mais uma vez.

— Nik…. não… – sussurro, enquanto ele sensualmente beija meu pescoço.

— Não a que? O que você não quer que eu faça?- diz o vampiro com seus lábios no meu ouvido mais uma vez. Suas mãos vão de encontro a minha cintura, e ficam ali por um tempo como se esperassem que eu fizesse algo para resistir o que eu não faço ele continua.

O loiro passa suas mãos pelo meu abdômen, subindo lentamente para os meus seios e quando percebo já estou de frente a ele, beijando- o com o máximo de fôlego e fúria que tenho. Klaus me encosta na parede e sem interrupções continuamos o que estamos fazendo, com as minhas mãos eu redescubro seu corpo. Mais uma vez estamos perdidos no mesmo pecado, na mesma atividade que nosso pai por tanto tempo nos condenou.

Com minha audição posso perceber que o número de pessoas no outro cômodo é enorme, mas eu não me importo. Só Klaus me importa, o momento que estamos tendo.

Quando tudo termina eu me sento no chão: chorando. Arrependida demais, não acho certo o que fazemos, mas sempre acabo no mesmo vício.

— Está melhor agora, love? Com menos raiva….

— Isso não muda o que você fez. Eu amava Victor.

— Amava mesmo? Não parecia amar alguns minutos atrás….

— Vai mesmo jogar isso sobre mim? O único motivo de isso continuar acontecendo, é porque você mata todos que me afastam de você.

— Não seja tão cruel, Bex. Não matei todos os homens que você amou. Eu ainda estou aqui.

— O único que eu gostaria que morresse.

— Não fale assim.

— Você é minha desgraça, Klaus. Estou aprisionada no seu medo, não posso viver e ter as experiências que sempre sonhei, porque você sempre está aqui para me puxar de volta. Isso não é justo, Nik! Não é…. – Mais lágrimas escorrem pelo meu rosto. Eu quero ser livre, viver um amor que não seja recriminado por ninguém. Ter a chance de pelo menos uma vez meu passado não bagunçar o presente.

— Eu sei que não, mas quem disse que a vida é justa, sweetheart?- fala o vampiro enquanto limpa uma das lágrimas que percorre meu rosto.

— Vai me empalar agora?

— Não.

— Não?

— Você está certa. Merece uma chance, mas eu não quero me ver livre de você. Eu te amo, Bex…. Sempre te amei, sem você talvez não estivesse vivo. Você sempre esteve lá por mim, toda vez que Mikael me agredia ou me xingava. Me perdoa se eu sou egoísta, se eu tenho medo de te perder.

— Você nunca vai me perder, Nik! Eu te amo….

— Pensei que não me amasse mais?

— E você acreditou? Eu te amo, mas o que temos é complexo demais, intenso demais... - Antes que eu tenha a chance de terminar os lábios dele estão sobre os meus mais uma vez, em um beijo envolvente demais para eu resistir. Sei o fim que o beijo terá, uma estaca em meu coração, mas não faço nada apenas me entrego ao momento, no fundo talvez seja a mentira que eu amo nele.