Mavi acordou agitada, Felicity lhe preparou uma mamadeira gostosa e a família ficou reunida na sala vendo um documentário sobre Pinguins na TV. Depois de alguns minutos, a televisão continuava ligada, mas sem ninguém assistindo, eles conversavam sobre o futuro da filha, era um assunto que os empolgavam e os preocupavam bastante.

Seus anseios e seus medos pelo futuro da criança. Perdiam-se em suposições e alegravam-se juntos com as ideias mais absurdas.

— Talvez ela queira ser uma bailarina, imagina nossa pequena de tutu e sapatilhas? — Oliver imaginou a delicadeza de seus passos e a beleza dela vestida naquelas roupinhas, seria uma fadinha linda.

— Uma graça! — Felicity parecia compartilhar do mesmo pensamento que seu marido, estava sonhadoramente imaginando sua pequena usando roupas de bailarina. — Mas e se ela quiser ser policial?

— Vamos apoia-la em tudo. Mas confesso que esse não seja muito do meu agrado. Quero algo em que ela não corra perigo.

— Uma lutadora? — Felicity fez um bico com a boca tentadoramente sexy.

— Hum, perigoso! — Seu corpo tremeu imperceptivelmente.

— Ninja? — Ela gostava de provocar reações de espanto no marido. E sempre conseguia.

— Não existe mais ninjas, Felicity. Bem, pelo menos não há uma escola preparatória para isso a cada quarteirão. — Ele pensava no Yao Fei e na Shado.

— Mas ela poderia ser uma, ela tem agilidade com as mãozinhas. — Pensava divertida, notando o rosto de Oliver ganhar uma palidez mordaz.

— Poderia. Mas seria perigoso. Perigoso demais! — Ollie nem sequer poderia imaginar sua adorada filha lutando pra sobreviver. Meneou a cabeça em negação violenta com essa imagem aterradora.

— Médica ou veterinária? — O som de sua voz era baixo pra não acordar o bebê.

Ele meneou a cabeça novamente, pensativo. Um sorriso vacilante surgiu em seus lábios perfeitos.

— Gosto dessa sua linha de raciocínio. — Olhava pra filha tentando projetar o seu futuro, algo que não arriscasse sua preciosa vida e que de certa forma, salvaria outras, se a profissão escolhida fosse algo ligado a medicina.

— Mas enquanto ela ainda é pequena pra escolher uma profissão, nesse intervalo de tempo, quando estiver mais crescida, podemos comprar um pônei pra ela? Eu sempre quis ter um pônei. — Felicity parecia sonhadora.

— Então vamos comprar dois pôneis. — A felicidade das duas sempre seria sua maior missão.

Ela sorriu. Um sorriso inocente e cheio de esperanças.

— Meu herói!!!! — O abraço foi apertado, o beijo estalado, o desejo declarado.

Independente de qualquer coisa, das escolhas que a filha viesse a ter no futuro, uma coisa era certa, teria os pais ao seu lado, aplaudindo as suas conquistas e felizes por seus sucessos.

Felicity seguiu o diálogo apenas como uma provocação divertida. Gostava de ter essas conversas com Oliver, o divertimento sempre era garantido. Ele levava as coisas muito a sério, sério demais, pensava Felicity com humor.

— Namorados? — Oliver fez uma carranca ameaçadora.

— Quando ela tiver uns 30 anos, talvez. — Olhou pra filha, dormindo como um anjo, foi dominado por uma ternura e por ciúmes em níveis proporcionais.

Felicity olhou pra ele abismada e depois sorriu, com três meses a filha o dominava apenas com um dedinho da mão, ele a paparicava ao menor dos resmungos. Com mais idade Oliver seria levado praticamente na lábia pela menina. Ela estalou a língua ruidosamente.

— Certo. 30 anos! — Revirou os olhos.

— Não acredita em mim? Eu posso ser bem ameaçador para os futuros namorados dela, sabia? — A voz era glacial, penetrante e intensamente ameaçadora. Ele seria um inimigo bem temível.

— Pode. — Ela concordava divertida, disso ela não poderia duvidar, com aquele físico Oliver seria bastante ameaçador pra um adolescente com os hormônios em ebulição perto de sua adorada filha.

Nesse momento Mavi acordou fazendo suas famosas bolhas gosmentas e seus ruídos nada silenciosos, mostrando aos pais que teria ainda muito tempo pra esses planos seguirem adiante. E namorados? Bem, não levaria 30 anos, mas ainda tinha anos luzes pra isso acontecer. Para o alívio do pai ciumento.

Ele a pegou no colo, balançando-a em seus braços, os olhos soltavam faíscas de adoração selvagem, e naquele momento, silenciosamente prometeu que ninguém jamais a faria sofrer, era um juramento de pai. Inquebrável. Impenetrável.


Horas depois...

Einstein foi o primeiro a dormir, seguido de Mavi. Ollie cochilava com a cabeça apoiada no encosto do sofá, uma das mãos entrelaçada com a mão da esposa. Os traços suavizados pelo sono, parecia um menino.

Felicity levou a bebê pro berço, certificando de que ela estaria bem agasalhada, voltou e chamou Oliver pra cama com pequenas sacudidelas no braço.

— Vamos pra cama? — Ele abriu os olhos com um brilho sexual, devorando-a com lascividade, seu corpo despertando para o convite de maneira rápida e despudorado.

Felicity fez uma cara engraçada.

— Dormir. Vamos pra cama dormir, Sr. Queen.

Ele pareceu desapontado mas não a questionou, seguiram abraçados para o quarto deixando o sofá todinho para o Einstein.

Tiraram a roupa, deitaram juntinhos, encaixando seus corpos com paixão e o sono logo veio, em poucos minutos os dois estavam em um sono profundo e abençoado.

Ressonando alegria e suspirando amor.

E naquela noite, Sr. e Sra. Queen apenas dormiram, o amor velando o sono dos dois.

Seu lar. Seu par. Seu abrigo.

Sua morada em seu coração, assim era os dois quando dormiam nesse encaixe de braços e abraços. Nesse encaixe perfeito de coração, nesse reconhecimento inegável de almas!