O último adeus de Anny escrita por FeDp


Capítulo 1
O último adeus de Anny




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O sol ao longe ia nascendo devagar como sempre. Distante a lua sumia indo para o seu descanso matinal. Raios do sol invadiam meu quarto. Iluminava meu rosto pelas brechas da janela. Aquilo queimava meus olhos acostumado com a escuridão, e para piorar o despertador gritava ao meu lado, dizendo que é hora delevantar e ir para a luta. Seis horas da manhã. Corro para o quarto da minha irmã. Preciso encontra-la. Ufa, dorme igual um anjo. Ainda bem que não a acordei. A mãe já está na cozinha preparando o café. Hoje ela fez bacon com ovos, pão com geléia de amora e um suco de laranja para acompanhar. É o prato preferido de Anny. Logo ela vai acordar. E logo estarei indo para a escola. Começo comer o pão com geléia. Não tem nada mais saboroso. Logo Anny chega. Rimos bastante enquanto Anny começou a brincar com a comida. A mãe deu um sermão e logo se rendeu a brincadeira. Quando meu ônibus chega dou um abraço na mãe. Anny vem correndo e pede para me curvar e me da um beijo na testa e diz. -boa aula mano. Volta logo em. Estuda bastante para não ficar burro. A mãe concorda e ri. Eu nada tenho a dizer. Aquilo é a melhor coisa que tem para começar o dia. Despeço da mãe de novo e corro para o ônibus. Meu lugar está marcado. Na primeira fileira do ônibus, sempre vou e volto só. Sim sou uma pessoa solitária. Meu nome? Charle McGuire. Todo dia entro as sete na escola, e saio a uma. É uma tortura prestar atenção na aula tendo uma irmã meiga e fofa na casa. Álgebra,português, química, astronomia, educação física e história. Esse é o meu dia. Quando o último sinal toca vou correndo para casa. Pego sempre o primeiro ônibus. Todos me acham estranho por fazer isso. Não ligo, nada me da mais alívio do que ver minha irmã brincando. Acompanho na brincadeira e rimos até a barriga doer. Ela conta piadas, fazemos uma cabana com as cadeiras. Brincamos de mimica e de jogos de sombra. Quando canso vou fazer as tarefas da escola. Leio um pouco e também escrevo. Tomo um banho e depois durmo. Mas isso e estaria preste a mudar.

22 de agosto.

Fui para a escola e voltei correndo para casa. Encontrei a mãe e perguntei de Anny. Esta no quarto dormindo responde a mãe. Corri para lá. Abro devagar a porta, ela range como se as dobradiças não vissem óleo a séculos. Tenho medo de acorda-la. Observo e aparentemente está dormindo. Quando fecho a porta Anny me chama.
- mano? Ainda esta ai?
Respondo que sim. Ela então da aquele sorriso fofo e diz.
-quero contar um segredo para você. Promete não contar para a mamãe?
Respondo que sim. Somos cheios de segredos. Confiamos todas nossas coisas. Anny sabe quem e minha paixonite como sei onde é que ela esconde as besteiras que a mãe proíbe de comer. Anny está seria. Nunca vi assim antes. Ela diz.
- vai ser amanhã.
Finjo não entender mas aquilo me feriu. Sei de tudo.
- vai ser o que? Respondo na esperança de ser outra coisa.
- Você sabe. Começa a dizer. Não estou bem. Sinto um vazio. Papai morreu, mamãe não está bem.
- Você não pode. Tento impedir.
Mas ela da o assunto por encerrado. Saio do quarto com a alma chorando sangue.

23 de agosto

As seis, como de costume o despertador anuncia que tenho que levantar. Desligo e volto a dormir. Não vou para a escola, quero ficar e impedir Anny. Não passa nem cinco minutos e a mãe já esta no quarto. Ela pergunta por que ainda não levantei. Finjo uma gripe mas isso não a convence. Me obriga a arrumar, faço de tudo para me atrasar mas isso a irrita. O ônibus chega e dou um abraço na mãe. Anny não veio se despedir. Vou para o meu lugar e olho para a casa. Na janela do quarto Anny me olha como se aquilo fosse uma despedida. Seu olhar é vazio e sombrio. Aquilo foi a pior coisa que pude ver. Na escola o tempo não corria Com medo do pior. Tinha medo do pior. Ansiava a hora de sair correndo mais do que a perna poderia aguentar. Do jeito que o tempo passava era mais fácil acontecer o Apocalipse do que dar uma hora. Ja imaginava Deus mandando bolas de fogo, as trombetas tocando, as pragas, os quatro cavaleiros. Estava perdido nos pensamentos e quase perdi o sinal tocando. Nem esperei a professora de terminar de falar. Corri o mais rápido que consegui. Atravesso a porta e logo tomei uma rasteira. Caio de cara no chão. Meu joelho foi todo ralado. Me levanto para pegar minhas coisas e fui cercado. Igor e sua gangue me pararam. Igor é o valentão da escola. . Todos riem e Igor fala.
- Então seu babaca. Aonde vai com essa pressa toda? Eu e meus amigos temos uma conversinha com você.
Não tenho tempo de me defender. A gangue me levam para um beco e ali mesmo começa a me bater. Todos me batem. Socos na cara, barriga, chutes na virilha sou xingado ate a minha primeira geração. Essa carnificina dura quase dez minutos e fico estirado no chão. Sangue pelo corpo. Dor na barriga. Cara ensanguentada e olhos inchados. Todos riem e Alguém diz.
- espero que depois disso você deixe de ser estranho.
Eles então dão as costas e vão saindo comemorando. Fico no chão sem forças, estirado por quase meia hora. Levantar foi difícil, me manter de pe mais ainda. Ainda estou pingando sangue. Perdi o ônibus e volto andando para casa. Tudo doi mais nada se comparou aquilo. Minha casa era cercada pelos vizinhos. Ambulância e a polícia estava no local. Minha mãe chorava inconsolavelmente e soube do pior. Anny foi corajosa o suficiente e tirou a própria vida. Foi na banheira. Estava nua, seu corpo ainda estava em formação. Seus seios começavam a mostrar. Tinha dois cortes fundos no pulso esquerdo e uma navalha na outra mão. A água ficou de um vermelho vivo. Intenso. A coragem dela foi imensa. Cai na real. Meu corpo começou a doer da surra, e ali chorei a perda da minha irmã que não conseguiu impedir.

27 de agosto.

Seu funeral foi passado despercebido. Garoava e o tempo era frio. Poucas pessoas assistiram e menos ainda carregaram seu caixão. Tudo foi muito rápido. O funeral, a despedida, as últimas palavras.
Em casa ninguém mais acreditava no que tinha acontecido, familiares vieram nos dar as condolências. Anny agora está melhor do que qualquer um. Anny está livre. Agora pode buscar o seu lugar ao sol. Sendo aquela eterna criança que sempre sonhou. Não queria crescer para se tornar um adulto chato e sem graça. Agora eu e a mãe tocaremos nossas vidas. Temos a esperança de tudo voltar a ser como antes.
Então no dia 28 de janeiro eu nunca mais voltei correndo para casa.


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