Lily Evans estava profundamente irritada com Marlene. Ela sabia que Lene e James eram vizinhos. Mas não esperava tanta intimidade entre os dois. Será que isso é ciúme? ela pensou Não! Impossível! Eu, Lily Evans com ciúmes de James Galinha Potter, a ideia era inaceitável.

Além da intimidade entre os dois, o que já era esquisito o suficiente para Lily, toda vez que Marlene deixava os dois a sós naquela semana Lily tinha a impressão que seria estuprada ou algo assim. Mas James não era esse tipo. Esse tipo era Sirius Black.

James ficava cantando-a e lhe chamando para ir como sua acompanhante para Hogsmeade. Os pais desse garoto não ensinaram o significado de um simples advérbio de negação?

– Está linda como sempre, Srta. Evans.

– Obrigada, senhor... – ela disse sem ver nem quem estava a elogiando e quando virou – Potter. Eu deveria saber...

– Saber que o meu primeiro nome é James. JA-MES. – ele explicou como se o estivesse fazendo para uma criança pequena – E não Potter. Por que raios não me chama pelo primeiro nome?

– Porque isso demostraria que temos alguma relação.

– E não temos? – James Potter ergueu uma sobrancelha.

– Claro. Somos BFF's! – ela disse ironicamente.

– Eu estava pensando mais em amizade colorida. – o maroto sorriu sacana.

– Pensei que amizade colorida fosse coisa sua e da Marlene...

– O quê? Não, não, a Marlene é como uma irmã... – James parou por um instante na situação que se encontrava – Espere um instante aí, ruivinha. Você está com ciúme?

Lily Evans ficou da cor de seus cabelos e torceu para que James não reparasse.

– Que ideia mais idiota, Potter.

A ruiva revirou os olhos verdes fazendo James sorrir.

– Lily, vamos. Você não vai para Azkaban por me chamar pelo primeiro nome.

– Pra você é Evans, Potter. – ela cruzou os braços emburrada

– Não. Evans-Potter só depois do casamento, mas se quiser usar meu nome já, não sou eu que vai impedir.

Lily Evans reparou que seu copo cristal com Hidromel já havia acabado, então correu até a cozinha, deixando James Potter ali, vendo as fotos de família dos McKinnons.

– Preciso desenhar um vestido para essa mulher... E oh! Lily, querida, quando for usar um dos meus modelos que Marlene tem, me avise para que possa, pelo menos, ajustar para você.

– Obrigada, Madame Malkin. Fica para a próxima vez.

– Marlene e as amigas fazem minha melhor propaganda, era melhor quando Dorcas Meadowes estudava em Hogwarts. Ah, aquele menina sabe vender roupa do mesmo jeito que James sabe jogar Quadribol... – a mãe de Marlene saiu da cozinha comentando com a mãe de James.

Ela chega a ser pior do que Pirraça, pensou Lily Evans, Ela sumiu , mas está em todo lugar.

X-X-X

Sirius Black, Peter Pettigrew e Frank Longbottom estavam lendo suas cartas de Gossip Witch, que eram enfeitiçadas do mesmo jeito que os berradores: que após lidos, explodiam (para evitar que qualquer pai veja).

– Pelo menos alguma coisa emocionante vai acontecer por aqui... – murmurou Sirius sarcástico (para variar) enquanto bebericava seu uísque de fogo.

– Vocês acham que ela realmente está voltando? – questionou Peter seriamente.

– Acho que sim, tem até foto. – Frank respondeu.

– E você, Padfoot? – Peter chamou o amigo que já desaparecera. – Cadê ele?

– Ali, falando com aquela loura gata.

– Pra variar. – Peter rolou os olhos (esse foi seu grande erro), quando o fez viu bem o rosto da menina – Frank. – Peter cutucou o amigo – O. Sirius. Está. Falando. Com. Dorcas.

– O quê? – Frank quase cuspiu uísque de fogo no carpete marrom de Madame Malkin. Ainda bem que não cuspira já vira Madame Malkin brava e não era nada divertido. Bom, os pitis eram até um pouco engraçados.

X-X-X

Sirius Black queria ver o circo pegar fogo. Ele sabia por James Potter que Marlene McKinnon estava irritadíssima com Dorcas Meadowes. "Se Dorcas aparecesse aqui e agora, já teria sangue até no chão" James dissera uma vez.

– Dorcas Meadowes? É você? – perguntou a mãe de Marlene pausadamente.

Sirius apostou com si mesmo que apesar da porta fechada e do que eles estavam fazendo, Mary e Remus ouviram a mansão toda falando a palavrinha mágica: Dorcas. Mary e Remus saíram logo em seguida do quarto de hóspedes. Ponto para Sirius. Mas quem estava contando, não é mesmo?

A mãe de Marlene já havia deixado a sala com seus convidados e Dorcas Meadowes para achar a filha e lhe informar que sua "BFF Forever*" voltou.

– Welcome back to Hogwarts**! – saudou Sirius abraçando Dorcas e deixando sua mão escorregar para as nádegas da loira.

– Vejo que continua o mesmo, Sirius. – Dorcas deu um tapa em sua mão.

– Vejo que mudou bastante, hein loira? – disse Sirius esfregando a mão que ardia – Então por que saiu do sul da França?

– Senti saudade de vocês. Lá é muito rígido e calmo. Argh! Preciso de uma dose de marotisses, doutor Black. - brincou Dorcas.

– Bem, estou com a agenda lotada este mês, mas acho que posso colocá-la na lista de espera, para daqui há seis meses. – retrucou Sirius entrando no jogo, fingindo que acreditava nessa versão da história.

Parecia que Dorcas Meadowes estava dizendo a uma criancinha que quando a mamãe ficava com aquela barrigona era porque tinha engolido uma abóbora gigante. Por favor, né Dorcas? Todos sabem que é a Mamãe-Coruja que entrega os bebês!

Mas Dorcas já não estava mais ali.

– Achei que ela estivesse em Beauxbatom.

– Disseram que estava grávida.

– Ela deve ter abortado no St. Mungus.

– Dorcas está mais linda do que antes.

Esses eram alguns dos comentários que Dorcas foi obrigada a ouvir e não fazer nada por pura classe e educação enquanto procurava sua mãe.

– Mãe! - chamou Dorcas.

– Dorcas! - sra. Meadowes sorriu e abraçou a filha. - Vá lá falar com seus amigos. Aposto como eles estão morrendo de vontade de te ver.

Dorcas estava sendo o centro das atenções para os pais, que formaram uma roda em volta da menina.

No segundo seguinte, Madame Malkin pedia licença aos pais enquanto empurrava Marlene pelas costas, contra a vontade da filha (o que estava bem óbvio e visível). Porém, no segundo que Marlene McKinnon viu Dorcas Meadowes, ela abriu um sorriso feliz, verdadeiro, falso e amarelo ao mesmo tempo (se é que isso era possível)

– Doe, que saudade! - Marlene abraçou a ex-amiga.

– Bom ver você também, Lene! - Dorcas abraçou Marlene com a vontade de não soltar nunca mais.

Atrás de Marlene estavam Mary, Lily, Alice, os Marotos e Frank.

Dorcas abraçou feliz todos os seus nove amigos. Muito Branca de Neve, não acha? Nossa princesinha esconde um segredo de seus anões. E não, não é o fato de sua madrasta malvada pagar um caçador para trazer o seu coração. Essa princesinha é diferente. Sua beleza é apenas exterior.

Marlene não sabia se estava feliz como aparentava ou se era só aparência mesmo, quando disse puxando a mão da loira como antigamente: "Venha, Dorcas! Twinky fez tortinhas de abóbora". Marlene parou e pensou no que disse: agira da mesma forma quando ela e Dorcas tinham sete anos.

– Achei um lugarzinho para você ao lado das meninas. - Madame Malkin acrescentou contente.

– Eu odeio ser estraga-prazer, mas eu tenho que passar num lugar. - Dorcas se envergonhou.

– Você vai embora? - Marlene questionou numa mistura de raiva e felicidade (que pareceu muito infantil depois).

– Eu não estou me sentindo muito bem. Só passei mesmo para dar um oi mesmo. Vejo vocês amanhã na plataforma. - ela despediu-se.

X-X-X

Dorcas estava com a saúde perfeita. Só não estava se sentindo bem ficando na festa e tendo que responder a pergunta: Por que você foi para a França? e derivadas desta. Não queria ser o foco da festa, talvez a antiga Dorcas sim, mas a nova, não.

Dorcas Meadowes foi para o único lugar que estaria aberto até essa hora: O Caldeirão Furado.

– Boa noite senhorita o que vai querer? - perguntou o barman.

Como não queria ir de ressaca para a escola Dorcas preferiu uma cerveja amanteigada.

– Ah, e Tom– ela lera o nome do rapaz no crachá – Eu também gostaria de um quarto.

Tom lhe entregou a bebida e a chave do quarto 10.

Dorcas bem que tentou beber a cerveja, mas não conseguiu e acabou cuspindo tudo no copo.

– Tudo bem? - perguntou um cara sentando no banco à sua direita.

– Tudo. É só que passei um ano na França e convenhamos, a bebida de lá é bastante diferente da daqui.

Ele riu com a careta da menina.

– Você passou um ano na França?

– No sul da França. - ela corrigiu e ele achou graça.

– Então, você morou no sul da França? Foi passar um ano fora de casa? - ele sorriu. Ah, que lindo sorriso. Podia até fazer comercial de pasta de dente.

– Bem, não. - respondeu Dorcas - Eu estava no sul da França porque... - ela se esquecera (cof cof Loira burra cof cof) - Ah é, foi meu ano fora de casa.

– Legal. Onde você morava antes?

– Aqui mesmo, em Londres. E você? Estuda por aqui?

– Acabei de me formar. E vou dar aulas.

Dorcas precisava beber e bebeu. Bebeu esperando não chegar ao nível de álcool de quanto tinha Party Hard ou ela e Emmeline Vance aprontavam alguma.

– Eu passei um final de semana com a minha ex na França. Foi legal. Ficou chato quando vi ela me traindo com um trouxa. – eles se entreolharam e começaram a rir.

Do que diabos estamos rindo? Devo estar muito bebâda.

– Eu-eu gostei de você.– Dorcas soltou sem querer - Você é legal, bonito e engraçado. - Meu santo Merlim! Se Dorcas estivesse sóbria... Isso soaria muito mais vulgar.

Ele sorriu para ela.

– Eu também gostei de você. Você é muito legal, bonita e engraçada também.

– Qual a sua casa?

Ele pareceu não entender.

– Digo, sua casa de Hogwarts.

– Ah, sim, claro, eu fui da Grifinória.

– Eu também! - ela estranhou o tempo verbal que ele usou mas não disse nada.

– Quando você estava na França, você andou naqueles barquinhos?

– Se eu andei? Eu quase morri afogada naquele treco!

– Eu achei que fosse o único que perdia o equilíbrio.

– Me disseram que não era pra ficar em pé. - Dorcas contou - Quem disse que eu ouvi? - ele riu com o comentário.

– Pois é! - quando o cara disse isso colocou a mão na coxa de Dorcas e logo em seguida que percebeu o espanto dela, tirou a mão fazendo-a corar. - Desculpe. A propósito meu nome é Ted.

– Dorcas. - do nada o próprio nome virou engraçado e ela riu.

Cinco doses de uísque de fogo depois, Dorcas e Ted haviam resolvido parar para evitar qualquer constrangimento futuro.

– Eu... Eu tenho que ir dormir, já está tarde. - ela levantou a chave e apontou para a escada que levam a parte hospedaria.

Ted sorriu. Será que ele só sabe ser lindo e sorrir? Merlim!

– Posso dormir com você?

Dorcas teve que piscar duas vezes para seu cérebro processar o que Ted havia dito.

– Foi muito abuso da minha parte? - Ted perguntou constrangido.

A cabeça de Dorcas estava um caos. Sexo com estranhos era algo da antiga Dorcas. Quem sabe ela não podia se dar a esse luxo só por uma noite?

Ela lhe deu o olhar-sexy-da-Dorcas-Meow e o pegou pela mão.

Quando Dorcas abriu a porta viu que o cômodo não era tão ruim assim. Eles começaram a se beijar ferozmente e desesperadamente.

Dorcas sentiu pela segunda vez em menos de 5 horas mãos apertando a bunda dela.

Logo em seguida os dois estavam seminus na cama com Dorcas por baixo apenas de lingerie e Ted (obviamente) por cima dando chupões em seu pescoço.

Mais tarde Dorcas pensaria num jeito de disfarçar aquilo. Eles transaram. Foi bom, porém quando nossa loura acordou ele não estava mais lá, apenas um bilhete:

Gostei bastante da noite de ontem. Quem sabe possamos repeti-lá outro dia? Saí mais cedo como já lhe disse meu emprego novo começa hoje. Se precisar conversar mande-me uma carta, você já sabe o endereço. Caso não esteja lá, vou recebe-la no meu trabalho.

Saudade,

Ted