Perdidos escrita por Sirena
Quem irá me salvar?
Será que você pode me salvar?
Estou preso na escuridão profunda.
Cercado pela dor, afogado no sofrimento.
Onde nem os anjos ouvem meus lamentos.
Tentei me esconder, sair, correr, fugir.
Mas é como se tivessem grades.
Uma prisão construída pela minha mente
Fechada com minha alma, presa eternamente.
Será que você pode me salvar?
Por favor, encontre a chave.
Tire as correntes, manchadas de vermelho.
Beije os lábios que ainda tenho.
Quero que meu coração volte a bater,
Sair desse inverno intenso e eterno,
Sorrir, chorar, sentir as lágrimas caindo,
Ouvir seus passos, você está vindo.
Agora, consigo sentir o ar saindo,
Um suspiro fraco, um murmúrio,
No momento que estende sua mão,
Já não é mais inverno, mas verão.
Ainda sem palavras, a beijo,
A luz cálida do sol, tocando-me,
Sem palavras, ela apenas me olhou,
Então declarei: Você me salvou.
Escuridão
As luzes se apagaram,
Sem sol, sem lua,
Os pássaros se calaram,
Deixando tudo mais escuridão.
Onde está o calor,
Onde foram as estrelas?
Sozinho, perdido no estupor,
Procuro abrigo para dor.
Como seria se estivesse,
Agora ao meu lado?
E se eu houvesse
Segurado, apertado sua mão?
Seus olhos teriam fechado?
Perdidos na noite vazia
O sangue haveria manchado,
A estrada escura, perdida?
Apenas dois; três segundos,
Era tudo que precisava.
Para não perder meu mundo,
Para o oceano frio.
Agora termino minha jornada,
Na ponte sobre o oceano
Na mesma antiga estrada,
Esperando reencontrar quem amo.
Segunda Chance
Um anjo deu-me uma segunda chance,
Quando não me restava mais vida,
Perdido em meio a fios
Minha alma, no escuro, perdida.
Mas eu tinha uma escolha,
Poderia dar esta chance a alguém
Meu ultimo batimento, a respiração,
A pergunta era :Quem?
Nunca liguei para ninguém,
Uma alma perdida, sozinha.
Apenas caminhando e caminhando
Buscando algo que não tinha
Então vejo uma garota
Quatro anos, cabelos dourados.
Olhos azuis, como o oceano,
Os lábios pequenos, calados.
Essa inocente, pequena menina.
Lembrava-me de relance
A única pessoa que amei
Já além do meu alcance.
O rosto estava pálido,
Seu coração batia lentamente,
A respiração estava fraca,
Sua vida quase inexistente.
Eu sabia o que aconteceria,
Seus olhos iriam fechar,
O ultimo fio se soltaria,
E seu coração iria parar.
Aquilo não poderia acontecer
O que acontecerá comigo,
Não poderia se repetir,
Aquele sofrimento eterno, antigo.
Ela precisava urgentemente ficar,
Ela tinha que viver,
Ver o sol nascendo,
Mesmo que eu tivesse que morrer.
Caminhei em sua direção
Passos firmes e precisos
Até segurar sua mão
E ver seu sorriso.
Enquanto meu coração parava,
Juro, nunca estive tão vivo.
Quanto na minha morte
Pois havia dado para aquela garota, a vida.
Invisível
Sou apenas um ponto na cidade
Invisível, imperceptível como o vento
Tão escuro quanto à noite,
Carregado pela noite, pelo tempo.
Talvez você tenha me visto
E em um segundo, esquecera
Como uma memoria de infância
Que a muito, perdera
Um andarilho, apenas um nômade
Apenas mais uma alma perdida,
Uma carta de amor guardada,
Uma historia jamais lida.
Sou o fragmento do passado
O estigma do presente
O sol vermelho do amanhã
Eu sei, você não entende.
Mas você ainda me entenderá
E um dia irá me ver
Vai olhar bem nos meus olhos
E não vai saber o que dizer
Descobrirá que sua vida
Não passa de uma ilusão
Um apunhado de mentiras
Com pecados sem perdão
Posso não ler sua mente
Mas sei o que pensa
Sei seus segredos mais escuros
As dores mais profundas, intensas,
Você sabe quem eu sou
Mesmo negando nesse momento
Sou seu inimigo, a Morte
Que livrara sua alma do tormento.
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