Perdidos escrita por Sirena


Capítulo 1
Perdidos




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Quem irá me salvar?

Será que você pode me salvar?

Estou preso na escuridão profunda.

Cercado pela dor, afogado no sofrimento.

Onde nem os anjos ouvem meus lamentos.

Tentei me esconder, sair, correr, fugir.

Mas é como se tivessem grades.

Uma prisão construída pela minha mente

Fechada com minha alma, presa eternamente.

Será que você pode me salvar?

Por favor, encontre a chave.

Tire as correntes, manchadas de vermelho.

Beije os lábios que ainda tenho.

Quero que meu coração volte a bater,

Sair desse inverno intenso e eterno,

Sorrir, chorar, sentir as lágrimas caindo,

Ouvir seus passos, você está vindo.

Agora, consigo sentir o ar saindo,

Um suspiro fraco, um murmúrio,

No momento que estende sua mão,

Já não é mais inverno, mas verão.

Ainda sem palavras, a beijo,

A luz cálida do sol, tocando-me,

Sem palavras, ela apenas me olhou,

Então declarei: Você me salvou.

Escuridão

As luzes se apagaram,

Sem sol, sem lua,

Os pássaros se calaram,

Deixando tudo mais escuridão.

Onde está o calor,

Onde foram as estrelas?

Sozinho, perdido no estupor,

Procuro abrigo para dor.

Como seria se estivesse,

Agora ao meu lado?

E se eu houvesse

Segurado, apertado sua mão?

Seus olhos teriam fechado?

Perdidos na noite vazia

O sangue haveria manchado,

A estrada escura, perdida?

Apenas dois; três segundos,

Era tudo que precisava.

Para não perder meu mundo,

Para o oceano frio.

Agora termino minha jornada,

Na ponte sobre o oceano

Na mesma antiga estrada,

Esperando reencontrar quem amo.

Segunda Chance

Um anjo deu-me uma segunda chance,

Quando não me restava mais vida,

Perdido em meio a fios

Minha alma, no escuro, perdida.

Mas eu tinha uma escolha,

Poderia dar esta chance a alguém

Meu ultimo batimento, a respiração,

A pergunta era :Quem?

Nunca liguei para ninguém,

Uma alma perdida, sozinha.

Apenas caminhando e caminhando

Buscando algo que não tinha

Então vejo uma garota

Quatro anos, cabelos dourados.

Olhos azuis, como o oceano,

Os lábios pequenos, calados.

Essa inocente, pequena menina.

Lembrava-me de relance

A única pessoa que amei

Já além do meu alcance.

O rosto estava pálido,

Seu coração batia lentamente,

A respiração estava fraca,

Sua vida quase inexistente.

Eu sabia o que aconteceria,

Seus olhos iriam fechar,

O ultimo fio se soltaria,

E seu coração iria parar.

Aquilo não poderia acontecer

O que acontecerá comigo,

Não poderia se repetir,

Aquele sofrimento eterno, antigo.

Ela precisava urgentemente ficar,

Ela tinha que viver,

Ver o sol nascendo,

Mesmo que eu tivesse que morrer.

Caminhei em sua direção

Passos firmes e precisos

Até segurar sua mão

E ver seu sorriso.

Enquanto meu coração parava,

Juro, nunca estive tão vivo.

Quanto na minha morte

Pois havia dado para aquela garota, a vida.

Invisível

Sou apenas um ponto na cidade

Invisível, imperceptível como o vento

Tão escuro quanto à noite,

Carregado pela noite, pelo tempo.

Talvez você tenha me visto

E em um segundo, esquecera

Como uma memoria de infância

Que a muito, perdera

Um andarilho, apenas um nômade

Apenas mais uma alma perdida,

Uma carta de amor guardada,

Uma historia jamais lida.

Sou o fragmento do passado

O estigma do presente

O sol vermelho do amanhã

Eu sei, você não entende.

Mas você ainda me entenderá

E um dia irá me ver

Vai olhar bem nos meus olhos

E não vai saber o que dizer

Descobrirá que sua vida

Não passa de uma ilusão

Um apunhado de mentiras

Com pecados sem perdão

Posso não ler sua mente

Mas sei o que pensa

Sei seus segredos mais escuros

As dores mais profundas, intensas,

Você sabe quem eu sou

Mesmo negando nesse momento

Sou seu inimigo, a Morte

Que livrara sua alma do tormento.


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