Coração de Fogo escrita por Cotinho
Os novos companheiros já meio bêbados, aproveitavam a noite que caíra a poucas horas e conversavam dos mais variados assuntos como se fossem velhos amigos. O homem, mais bêbado que a elfa, vira um pequeno homem se aproximar cambaleando em direção a eles. Com sua visão embaçada e o som abafado mal conseguia ver o que realmente se aproximava, entretanto seu lento raciocínio permitiu ver que era um anão, aparentemente careca se sua visão não lhe pregava uma peça.
O anão se pôs a frente de Lyna que o fitava com um olhar repugnante enquanto seu novo amigo tentava conter o vômito que já lhe subira a garganta.
– ... Seus olhos são lindos, mais ainda prefiro os meus, porque sem eles eu não poderia ver os seus. – Disse o anão.
Quando as palavras dita pelo careca se formaram na mente do recém nascido, apenas o viu voando para o outro lado da taberna caindo sobre as outras mesas e chamando a atenção dos outros seres.
O anão se levantou rindo dentre as mesas quebradas como se não houvesse doído, e voltou novamente cambaleando, com alguns cortes pelo corpo. Lyna aparentava estar muito irritada.
A ação da elfa desencadeou outras brigas pelo local e móveis e bebidas voavam pelo cômodo enquanto o homem tentava se manter acordado. Até que sua visão começou a ficar turva e ele apagou.
O tempo parecia não ter passado quando conseguia-se ouvir novamente os sons. Vozes o rodeavam mas não conseguia decifrar as palavras. Até que se formaram em perguntas.
– Ei, qual seu nome, rapaz? – uma voz suave dirigia para ele.
Sentiu um bafo horrível de álcool e abriu lentamente sues olhos pensando o que responder a esta pergunta que aparentemente parecia tão simples mas que não sabia o que responder.
– Meu nome é... Ewan.
O homem que estava a sua frente era alto, e sua roupa era feita de um tecido que aparentava ser possuidora de um homem nobre. Não conseguia-se ver seu rosto que estava em quase todo coberto por um pano escuro que se prendia a um capuz. Junto dele estava o anão. O homem com vestes nobres ajudou Ewan a se levantar lentamente, já que sua cabeça ainda doía e tudo em volta parecia rodar.
– Creio eu que tenha bebido demais. – Exclamou o bruxo com um sorriso gentil em seu rosto, sentando-se ao seu lado.
A música e a agitação haviam cessado. Ao olhar em volta, a taverna parecia ter sido violada. Tudo estava devastado e Ewan tentava se lembrar o que havia ocorrido ate que veio em sua mente, imagens de brigas entre os bêbados na taberna.
– Acho que realmente exagerei. – Levava um tom ligeiramente abalado em sua voz.
Frederick Lançou um olhar sobre o anão que estava quieto até então e ele logo se moveu para o balcão trazendo um jarro de água para o rapaz que o bebeu sedento de sede.
– Qual seu nome, bruxo?
A elfa que acabara de entrar na taberna ficou impressionada pela percepção eficaz de Ewan e o bruxo devolveu a pergunta, fazendo outra, curioso:
– Como um jovem humano sabe que sou um bruxo? – O olhar penetrante de Fred intimidava Ewan mas que se mostrou não intimidado.
– Posso não aparentar, mas tenho mais experiência do que pensa, senhor. – Tentou surpreender.
Todos riram e o jovem sem saber exatamente o porquê, tentou disfarçar com um sorriso meio torto.
– E eu sou mais jovem do que aparento, caro jovem. – Disse em um tom gozando da fala de Ewan. Logo em seguida abaixou o capuz, dando a ver seus cabelos negros e longos que refletiam a luz da lua que atravessava a janela, paralela a mesa em que sentavam. Retirou o pano que cobria seu rosto, e deu lugar a uma face jovem de um homem de 25 anos. E só agora fora reparar em seus olhos. Azuis. Esses olhos encontraram os cinza de Ewan de tal forma que o bruxo parecia ver através destes. O arrepio provocado em Ewan com este encontro o fez desviar totalmente sua cabeça para outra direção.
Passado este momento, Fred levantou e foi ao encontro de Lyna que permanecia em pé, perto da porta, e sussurrou algo para a mesma. Ewan tentava entender sobre o que conversavam quando o anão lhe dirigiu a palavra.
– Você vem conosco, garoto? – A voz do anão era rouca e grosseira. E agora que o olhara bem, era extremamente feio, com uma enorme barba ruiva e sem cabelo. Levava um machado de guerra em sua mão direita e um copo de cerveja na esquerda.
– Não, quer dizer... ir para onde?
E ele respondeu com um cuspe.
– Oras, para a capital de Mergonia, para ganharmos nosso ouro por ter matado o ultimo dragão do mundo das trevas e devolver seus ossos pa- – Neste momento uma flecha zuniu sobre a cabeça do anão que permaneceu imóvel.
– Você fala demais Magni. – Proferiu Lyna, andando em passos largos e retirando sua flecha da madeira em que atingiu.
Ewan permanecia sem entender com dúvidas em sua cabeça. O que seria este último dragão? Porque eles estariam caçando dragões? Qual o objetivo destes ossos? Porque um bruxo, um ser profano estaria designado desta missão? Será que podem me ajudar a descobrir porque eu estava naquele vulcão?... Algo não parecia certo e isto o incomodava.
Perdido nessas perguntas , saltou da cadeira e pronunciou:
–EU VOU COM VOCÊS!
–Você não pode. – Protestou a elfa.
– Por que não? – Contestou o anão.
Isto gerou uma discussão barulhenta entre os dois. Enquanto isso, Ewan se aproximou de Frederick.
– Eu quero ir para a capital. Algo me diz que lá irei encontrar algumas respostas que procuro.
– E que respostas seriam estas? – Perguntou curioso.
– Não posso dizer, desculpe.
Fred viu o rosto desesperado de Ewan e autorizou-o a ir com eles desde que jurasse sigilo sobre aquilo que carregavam. Os ossos. Então, a briga entre a elfa e o anão parou, e com um pouco de contestamento Lyna aceitou o humano no grupo com um pouco de receio.
Antes de saírem da taberna:
– Sabe ao menos manejar uma espada? – Perguntou Lyna.
E um pouco sem jeito, Ewan respondeu que sim, mesmo sem saber se realmente tinha tal habilidade.
Antes de partirem, então, foram ao alfaiate e ferreiro que o fizeram vestes e uma espada apropriada para o caminho que poderia ser perigoso. Na espada, Fred pediu que o ferreiro escrevesse no aço palavras que Ewan não conseguia ler. Ao perguntar o que significava, o bruxo apenas disse.
– O nome de sua essência .
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
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