ma onda de dor abateu Jason, ele acordou com um pulo e jogando as mãos cerradas no ar. Estava coberto por outro lençol e no hall, do outro lado de uma mesa de centro, tinha um Simon desacordado no sofá, suando freneticamente e movendo-se pros lados a cada minuto, como se estivesse tendo um sonho perturbador. Max estava encostado na parede e relaxado, bebendo um expresso desesperadamente que o erguia e café expresso entrava rapidamente. Ele colocou o copo expresso na mesa de centro e olhou para Jason, abrindo um sorriso bobo.

– Bom dia, senhor dos desmaios constantes! - disse Max - Temos cookie, leite e café!

– Sério, vocês tem isso aqui? - Jason perguntou.

– Só tinhamos quando eu pedia com carinho e amor para Isabelle.

– Bom, espero que isso seja constante.

Jason pegou um cookie no prato sobre a mesa e mordiscou, o recheio de chocolate de Isabelle se espalhou pela sua boca, misturado com gotas de chocolate coloridas de diferentes tipos de chocolates e Jason sentiu que um deles era de M&M, ele não esperou para mordiscar de novo e sentir o gosto divino do cookie. Ele lembrou da ambrosia dos deuses no momento, tomou um gole do café expresso e disse:

– É o lanche dos deuses - disse Jason - Não acredito que Isabelle fez isso.

– Pois é.

– Isabelle fez isso?

A voz de Simon ecoou pelo canto em que estavam, ele havia se colocado de pé e nenhum dos dois haviam percebido, havia parado de suar e gesticulou para pegar um dos cookies, mordiscando-o e sobereando com prazer, seu cabelo castanho estava bagunçado e rebelde, seus óculos estava com um pra cima e outro pra baixo. Ele os arrumou e olhou para Jason com o mesmo olhar de Alec, como um pai preocupado.

– Olá, Jason.

– Simon?

Outra pessoa entrou no hall, na verdade havia descido as escadas e estava no canto junto i eles, Isabelle estava junto com Alec na frente da mesa de centro, usava botas pretas estilo caçadora das sombras e uma camiseta preta também, umas luvas que alguns caçadores das sombras usavam e uma calça jeans preta. Alec usava um colete que cabia perfeitamente, um pouco justo e umas calças jeans pretas como as de Isabelle, tinha marcas de desenhos pelas partes do corpo amostra, havia uma marca diferente no braço direito de Alec, seus olhos azuis parecia penetrar a alma de Jason, ele se desvencilhou de Isabelle e caminhou até seu lado, se sentado ao lado de Jason e abraçando-o pelo.lado, Jason foi surpreendido. Era um abraço carinhoso e suave, não como de um cara forte, que apertava os orgãos de Jason, era o de um irmão e um parente, Alec era irmão de seu pai, Jace. Alec pareceu envelhecer só um pouco, Jason havia o visto em uma foto em um retrato, junto a Magnus, Isabelle e seus pais.

Alec choramingava um pouco, as lágrimas tocaram o ombro de Jason e ele se deu conta, retribuindo o abraço e abraçando Alec também, tentando fazer da mesma forma. Alec se desvencilhou e limpou as lágrimas, levantando o olhar para Jason.

– Você está bem? - perguntou Alec.

– Sim, estou.

– E você, Simon? - perguntou Alec, virando-se para Simon - O que realmente aconteceu?

Simon suspirou e olhou para Jason e depois Alec.

– Quando os vampiros souberam que vocês conseguiram trazer Jason para o instituto, eles bolaram o plano que me envolvia - começou Simon - Eles queriam que eu vinhesse aqui e levasse Jason para eles, dizendo que era para ver os seus pais...é claro, eu me recusei. E o resto vocês sabem...

Houve um breve tempo de silêncio que foi quebrado por Alec, que explicou um pouco para Jason.

– Eles queriam o sangue de Jason, sangue de anjo - ele explicou - Se o sangue de Jace fez você ser capaz de andar no sol, o sangue de Jason poderia fazer muitas coisas, eles poderiam andar no sol e parar de necessita de beber sangue para sobreviver, ou algo assim.

– Idiotas... - disse Isabelle, com ódio na voz - Eles deveriam saber que isso não ia acontecer. Eles acham que Simon é um brinquedinho do arsenal deles. Que merda...

Simon pegou mais um cookie, Jason também e Alec pareceu experimentar um, ele pareceu estar satisfeito com aquele e fez um som de satisfação. Ele terminou aquele e pegou outro logo em seguida, mordiscando rapidamente. Uma pessoa alta e esguia desceu as escadas, ela nem precisou mostrar o rosto, Jason já sabia que era Magnus Bane, o grande feiticeiro e mago de Nova York e também namorado de Alec. Ele passou entre Isabelle e Max e sentou-se ao lado de Alec, Jason teve que encolher os joelhos e olhar por cima deles, ainda coberto pelo travesseiro. As mãos de Magnus deslizaram pela cintura de Alec e o puxou para sí, Alec descansou o corpo sobre Magnus, olhando para Simon.

– Veja agora quem está assediando o filho de Jace, não?

– Ele não est-

– Não estou assediando ninguém, Magnus - disse Alec - Ele é filho do meu irmão e melhor amigo, é como se ele fosse meu irmão, meu filho.

– Então, ok...

Todos ficaram em silêncio, Jason já não ouvia mais o barulho de chuva e pegou um cookie, o mordiscando. A luz entrava sobre as janelas e iluminavam o hall, Alec afundou nos braços de Magnus e fechou os olhos, Isabelle moveu-se para sentar ao lado de Simon, ele sorriu para ela e pegou mais um cookie na mesa, Max moveu-se para a frente da estante e deslizando a mão sobre o livros, ele tirou um livro pequeno muito parecido com um gibi, era um mangá de Naruto. Parecia estar novinho em folha, Max arranjou um espaço entre Simon e Isabelle. Max levantou o olhar para Jason e simulou as palavras com a boca:

"Adoro segurar vela".

Jason deu um sorriso e levantou-se, passou por Magnus e Alec, lá no hall de entrada todos estavam com as roupas tradicionais de um caçador das sombras: justas, estilosas e pretas, alguns usavam jaqueta e outros luvas de skatista, todos tinham uma expressão firme, nem todos eram mais velhos que Jason, alguns pareciam ser por um pouco mais novos e como dizem, novatos com um bom prazo de dias no instituto, sendo um pouco mais acostumados que Jason, Jason ainda se preocupavam com a questão sobre Eveline e Mordechai, como nos filmes ou coisas assim, para Jason eles poderiam se facilmente usados como arma contra Jason. Ele balançou a cabeça e deixou os pensamentos de lado e começou a esperar algumas pessoas que pareciam se legais e não sérios o suficiente para ter uma amizade com Jason, ou até um relacionamento. Se Mordechai e Eveline iriam ter um relacionamento, Jason também não queria ficar sem nenhum. Max se pôs do seu lado e olhou para um grupo dr caçadores das sombras no centro do hall, depois para outros que estavam espalhados nele.

– Ótimas pessoas... - disse Max - Nem todas são sérias e razinzas como alguns, Jason. Pelo menos, eu sou um cara legal, eu juro. Minha mãe acha.

– Uhum...

O grupo de pessoas começaram a se expandir pelo hall, não estavam mais no centro. O grupo agora conversava, cochichava, lançando um olhar para Jason e Max, apontando.

– Não se preocupe que não há nenhum grupo de valentões, ou os populares - disse Max - Bom, se tivesse algum tipo de grupo de populares, você seria deles.

– Hã? Por quê?

– Quando você chegou aqui, eles não pararam de falar sobre você, quem era seus pais, as histórias e de como você me fez ressuscitar...

Jason procurou algumas pessoas que não estaria no grupo, separadas deles ou em dupla, provavelmente, não só ele tinha que arranjar amigos caçadores das sombras, mas Max também. Não acreditou que durante todos esses anos vivo, Max não havia arranjado amigos caçadores.

– Bom, então teremos que ficar com os que são um pouco mais sérios, só um pouquinho. - disse Max.

– Como ass-

Era tarde demais, Jason estava sendo arrastado por Max, atravessando o hall inteiro, Jason se desvencilhou de Max no meio do caminho, ele tinha mais força e Max era um ano mais novo que Jason. Juntos, passaram pelo grupo que estava no centro do hall, eles ficaram quietos e os dois entraram em uma sala, parecia uma biblioteca, era realmente majestosa, estantes que alcançavam o teto e uma escsda que levava a um lugar de conforto bem adequado para ler um livro. Eles atravessaram ela, por mais que Jason quisesse morar ali pro resto da sua vida, ele decidiu seguir Max. Saíram do instituto, entraram num jardim que fazia o instituto ser o mais florido e especial de rua, o mais alegre. A grama estava molhada e as flores começaram a se abrir, todos tipos de flores possíveis estavam espalhadas pelo jardim, Jason soube que o instituto havia passado por uma reforma e aquilo havia sido idéia da sua mãe. Eles seguiram pelo jardim, florido e banhado pela luz do sol, o ar estava um pouco úmido. Transcorreram o olhar pelo jardim até o portão, havia alguém no portão e Max se apressou para seguir até lá, Jason o seguiu mas ele já havia alcançado o portão, uma figura estava a frente do portão, ela entrou. Nas suas costas havia asas lindas, como as de uma borboleta exótica, tinha cabelos ruivos que estavam soltados e levemente bagunça dos, uma camiseta verde-chá e jeans pretos, ela caiu sobre Max no segundo em que pisou no gramado, Jason correu para socorrer Eveline.

Ela era realmente bonita, a luz do sol a deixava como se fosse uma deusa, as asas a faziam parecer uma fada, Jason lembrou-se de que na vida real, realmente existia fadas, mas não...Eveline não poderia ser uma fada.

– Quem é ela? - perguntou Max quando Jason chegou.

– Eveline, é uma amiga minha.

Jason a pegou, Eveline não era nenhum pouco pesada, ele virou-se e Max o conduziu pelos jardins até dentro do instituto, eles se tornaram o centro das atenções, todos ficaram olhando para eles e Alec já estava na frente dele no segundo depois, olhando para Eveline. Eles a levaram até um dos sofás, os caçadores fizeram um círculo em volta deles, todos parecia dispostos a ajudar, Magnus e Isabelle que estavam mantendo um espaço para Eveline respirar. Jason sabia que não era trabalho de Alec ou qualquer outro caçador, era dele.

– Me dê a sua estela, Alec...

– Mas Jaso-

– Dê!

O grito de Jason ecoou por todo o hall, todos se silenciaram no mesmo instante. Simon apareceu ao lado

de Jason, ele tinha uma expressão de preocupação, Jason o encarou, toda vez era assim. Quando era alguma decisão importante, como fazer uma marca, eles agiam assim, demonstravam todo apoio para Jason, os olhares deles o encorajava a muitas coisas, eles seriam sua família e seus amigos para a vida toda, eles sempre estariam ao lado de Jason. Suas mãos se moveram até a mão que estava estendida de Alec, aonde havia uma estela. Ele a pegou dirigiu até o braço esquerdo de Eveline, ocorreu como antes, como fez com Simon, curvas linhas e algo que parecia ser um ômega, suas mãos se movia sozinhas pelo braço, as mãos eram ágeis e quase não se conseguia ver o que Jason estava desenhando, então ele terminou. Era uma única marca, e não como aquela desenhada na calçada. A marca brilhou e entrou em combustão, parecia não prejudicar de forma alguma, Jason se colocou de joelhos e esperou algo acontecer, assim como todos esperavam. Eveline abriu os olhos, suas asas não estavam mais lá, pareciam ter sumido, ela jogou o corpo contra a cabeça do sofá, de olhos arregalados, ela investiu na direção de Simon sem querer, mas ele se moveu antes e desviou do pé. Jason sorriu para Eveline e disse:

– Olá, Eveline. Bem-vinda ao instituto.

* * *

Eveline foi levada a outro lugar do instituto, os caçadores das sombras pareciam fãs enlouquecidos para conhecer Eveline, para tocar o seu ídolo. Sua família mau pôde o ver, Jason já estava na rua do instituto indo na direção de uma loja de café perto dali, petiscos e café, uma das coisas que ajudavam no raciocínio de Eveline, se ela tivesse que estudar, havia café e petiscos perto dela. Já era tarde e a chuva havia voltado, Eveline contou o que diabos tinha acontecido e Jason acertou antes mesmo de acontecer. Os vampiros haviam usado Eveline e a sequestrado, levando para a sede do clã. Segundo ela, um hotel grotesco e com manchas de sangue por cada canto do lugar, as sombras eram a sua única companhia e só tinha a luz da lua que banhava seu corpo, iluminando um único e pequeno pedaço. Algumas vezes, vampiros a visitavam para verificar se não havia morrido, passou fome e sentia uma leve agonia nas costas, que aumentaram conforme o tempo passava.

"Ela é uma fada, Jason" disse Alec. Na cabeça de Jason, fadas seriam a que tinha menos possibilidade de existir no mundo em que vampiros, lobisomens, demônios e caçadores das sombras existiam, mas também não podia deixar de admitir que ela tinha a beleza adequada para ser uma delas, se fadas realmente eram como Jason pensava.

Mas, Eveline? Tantas pessoas para serem uma meio-fada, ou fada, logo Eveline? Isabelle havia lhe dito que existia uma corte, um tribunal das fadas, a corte Seelie. E também existia a rainha Seelie, que tinha um tipo de elo de amizade com a sua mãe, Clary, então era bem provável que Eveline e Jason teriam se conhecido, de alguma forma a rainha Seelie poderia ter feito eles criarem o elo de amizade, para protegê-la ou coisa assim, pelo menos essa era a opinião de Isabelle, e Alec havia concordado, Max também, então Jason simplesmente acreditou, adicionou como uma possibilidade. Ele já via o letreiro da loja, então entrou. Parecia ser um lugar confortável, como uma sala enorme, enorme mesmo. Poltronas e cadeiras organizadas pelo lugar, também tinha uma lareira na cafeteria, Jason passou pelos lugares e foi até a bancada de atendimento, aonde tinha uma garota com o uniforme da cafeteria, cabelos pretos jogados para o lado e botas.

– Quatro cafés e alguns petiscos que você possa arranjar - pediu Jason - Tudo para a viagem.

Quando a atendente viu Jason, ela pareceu sorrir como se tivesse visto algo que ela gostava, Jason gostou. Ela virou-se e pegou um pequeno bloco de notas, anotando o pedido, Jason se sentou em uma das cadeiras na frente da bancada e pensou. Será que realmente era bonito? Magnus havia dito que se parecia muito com o seu pai, seus cabelos eram dourados e nem ruivos como os de sua mãe, nele havia algumas marcas escuras como se fosse pintado, a partir do dia em que descobriu os caçadores das sombras e teve um pequeno desentendimento confuso e completamente maluco com Isabelle, o seu corpo começou a sofrer algumas mudanças, como criar mais músculos e seu corpo se definir, sem mesmo malhar. Ele gostava disse, o único que percebeu isso foi Alec, que lhe disse no mesmo dia que começaram a aparecer. Max havia lhe contado sobre a queda que o irmão tinha pelo seu pai, Jace, o fato de ser parecido com seu pai e de que Alec gostava dele, lhe pertubava algumas vezes, mas nunca pensou naquilo. Pensou em começar a treinar, não em artes marciais especialmente, mas no estilo dos caçadores da sombra. O pedido chegou dentro de um recipiente da loja, Jason se levantou e colocou o dinheiro na bancada, pegando o pedido, viu a atendente, que lançou uma piscadela para ele, ele sorriu para ele, como se aquilo fosse de agrado. "O jeito de agir com as garotas ainda viria até você, seu pai sabia como", disse Isabelle.

Jason saiu da cafeteria e seguiu pela rua até o instituto, era tarde e o sol banhava uma boa parte do lugar, tornando-o mais bonito, mas não chegava ao nível do jardim do instituto, alguns caçadores das sombras falavam que o jardim era um pequeno pedaço que sobrou do Édem. Mergulhando nos pensamentos, Jason mau havia percebido que já estava na frente do portão do instituto, os anjos ainda estavam lá, grandes altos e musculosos, de alguma forma mística e divina, as marcas desenhadas no chão da calçada havia convocado os anjos, ele serviam a Jason e as marcas permitiam qualquer pessoa que Jason quisesse entrar no instituto, o poder que dele era magnífico. Por enquanto, a função dos anjos era proteger o instituto e zelar pela segurança deles com todas as formas que pudessem, mesmo se custasse a vida, fariam.

Jason entrou e seguiu por uma trilha de mármore que seguia até o instituto, Jason alcançou o portão e o abriu, o mesmo grupo se espalhava pelo hall, pararam de conversar para ver Jason no hall, alguns começaram a cochichar e apontar para ele, alguns abafam umas risadinhas. Ele ignorou e subiu as escadas, indo até a porta do quarto de Eveline. Ela estava em um sofá na frente de uma mesa de centro, onde havia cookies recém-feitos, o quarto era majestoso como o que Jason estava, havia uma lareira e estantes, coisas que já era suficiente para Eveline se sentir confortável, ela estava coberta por um lençol e abraçando os joelhos, seu olhar se moveu rápido até Jason, como uma garotinha assustada. Ele sorriu para ele e foi até a mesa de centro, tirando tudo do recipiente e colocando na mesa de centro. Ele contornou a mesa e se sentou no sofá, Eveline já estava com um copo de café na mão e dando goles, Jason pegou um copo e olhou pra ela, sorrindo novamente.

– Virou uma viciada em café também?

Ela parou de tomar o café e colocou o café na mesinha de centro.

– É...

– Você está bem? - perguntou Jason.

– Confusa...me sinto muito confusa e desconfortável... - começou Eveline - Saber de tudo isso assim de repente é...esquisito.

– É, eu sei como é...

Houve um breve momento de silêncio, Jason tomou um gole de café e Eveline pegou uma fatia de queijo, havia pedaços de bolo que pareciam deliciosos. Quando Eveline terminou de saborear a fatia, ela olhou para Jason.

– Jason, tem uma coisa que quero te contar...

Jason parou de tomar o café e o repousou sobre o descanso que vinha no pacote da loja, limpando a boca com um guardanapo, Eveline começou a falar.

– Há algumas semanas que eu e Mordechai começamos...decidimos começar um relacionamento, tentar e ver no que dá, até agora está indo muito bem... - ela fez uma pausa - Olha, eu queria te contar, mas Mordechai achou que você tinha uma queda por mim, então decidimos que seria melhor não.

– É, eu sei... - disse Jason.

A expressão de Eveline mudou.

– Sabe?

– Quando você convida os seus dois melhores amigos para algo e eles começam a recusar, dizendo que tem um compromisso no mesmo dia do outro, e que eles estão começando a se afastar um pouco de você, você sabe que eles estão namorando.

Eveline estava impressionada, estava de boca aberta para as palavras de Jason. Ele esticou a mão para pegar um petisco e algo caiu do recipiente, Jason o pegou. Era um papel com o número de alguém e uma estrela no final, também estava escrito um "me liga". Ele sabia que era da garçonete e Eveline já tinha percebido que algo estranho estava acontecendo, ele o colocou no bolso e buscou um pedaço de bolo, saboreando um pedaço.

– O que era? - perguntou Eveline.

– Nada...

– Então, ok.

Ela tomou outro gole de café e mordiscou a fatia de queijo, olhando para a lareira de creptava. Ele não tinha mais nada o que falar, aquilo era um pouco constragedor.

– Eu preciso ir fazer uma coisa - disse Jason, tentando fugir da situação - Ok?

– Tá bom...

Ele se levantou e contornou a mesinha de centro, indo até a porta e girando a maçaneta, saindo do quarto e encostando-se na porta. Como ficaria ela? O que iria acontecer? Ele não tinha muita coisa a fazer, era só esperar. Nada melhor que fazer um turno pelo instituto, ele foi até uma das portas e a abriu: era um quarto, mais ou menos, era também um quarto enorme. Um lugar para ficar relaxando, sófa, mesa de centro e uma lareira com TV logo a frente, tinha uma casa de casal e um closet, janelas grandes e um pouco enfeitadas. Ele moveu-se cautelosamente pelo quarto, era o maior quarto do instituto segundo ele, e o mais bonito, era como o da rainha da Inglaterra. Tinha quadros pendurados por toda parte e a lareira creptava. Mesmo não sendo dele, era o lugar mais confortável para se ficar, ele andou até uma poltrona e sentou, relaxando todos os músculos do corpo. Ele só ouvia a lareira e mais nada.

– Jason?

A voz ecoou pelo quarto inteiro, Alec estava na frente da porta com a mão na maçaneta ainda, ele a fechou e moveu-se pelo quarto até perto

de Jason, ele tinha um olhar confuso no rosto, Jason se endireitou na poltrona e bocejou, ele colocou a mão na boca, para não parecer folgado ou coisa assim. Alec tinha algo nas mãos, o olhar ainda estava em Jason.

– Esse é o meu quarto, e do Mag- - ele se interrompeu, o olhar ainda em Jason - Quer dizer, o que você está fazendo aqui?

– É seu? Me desculpa, eu...

– Não tem problema, calma.

Ele parou de olhar para Jason e sentou-se no sofá, Jason olhou para os quadros e Alec seguiu seu olhar, sorrindo.

– Esses quadros são de Magnus - ele disse - Eles compraram de sua vó, Jocelyn.

– É tanta gente que me deixa confuso...

– É... - Alec disse, voltando o olhar para Jason, mas ele não tirou o olhar dos quadros.

Eles ficaram em silêncio, era só o barulho da lareira. O silêncio deixava Jason constrangido, sentiu suas bochechas se corando. Era um pouco constrangredor ficar ali, sozinho com Alec, sabendo que ele foi apaixonado por seu pai, uma pessoa muito parecida com eles. De repente, Alec já estava na sua frente, a poucos centímetros de Jason, os traços da sua boca se moveram e Jason nem pôde reagir, Alec o beijou. Não parou ao primeiro toque e continuou, só os lábios de Alec se moviam sobre os de Jason, ele parecia um pouco animado e constrangido, mas confiante. Suas mãos deslizaram até a nuca de Jason, envolvendo-o pelo pescoço e preensionando seu corpo contra a poltrona, Jason agiu. Ele afastou o corpo de Alec com as mãos, Alec desprendeu os dedos na nuca de Jason e olhou para ele, os olhos azuis que pareciam penetrar sua alma como agulhas, Jason ficou quieto.

Os olhos de Alec se encheram de lágrimas e ele se virou, correndo para a porta, entrando no corredor e desaparecendo, deixando Jason sózinho no quarto, completamente confuso e olhando para o nada, imobilizado.