Set the World on Fire escrita por Anjo Di Ângelo


Capítulo 2
Rebels


Notas iniciais do capítulo

Hey povo... demorei, não é?? Foi mal... eu ganhei milhares de livros novos para ler e, sabe como é...
UM AVISO MEGA IMPORTANTE:
Talvez. Só TALVEZ. A fic tenha 4 capítulos ao em vez de 3... qual vocês preferem? 4 caps de historia, só 3 caps ou 3 caps e um epilogo? Respondam nos comentários... isso é MEGA IMPORTANTE e eu não posso continuar a postar sem saber, blz?
PS.: Esse capitulo é dedicado a linda da Thalia Jackson Di Angelo por favorita as minha duas fics... SIGAM O EXEMPLO DELA



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É Dezembro. 25 de dezembro, para ser mais exata.

As avenidas estão estranhamente vazias. As calçadas asfaltadas estão cobertas de neve. O contraste é lindo, o escuro e o claro. Mas toda essa beleza não é suficiente para me distrair do cheiro horrível e metálico de sangue misturado com chuva.

Eu já deveria ter me acostumado. Anos e anos me prepararam para isso. Mas, ainda assim, era uma tarefa impossível para qualquer ser- divino, ou, meramente humano-. Ninguém deveria ser forçado a fazer.

É ridículo. Pais não deveriam obrigar os filhos a visitar um acampamento. Principalmente se esse acampamento já foi o lar de todos os seus amigos que já morreram.

No entanto, meus pés afundam na neve quase congelada enquanto sigo até Long Island. Eu poderia ter escolhido algum meio de transporte. Um carro. Um avião. Um pégaso. Qualquer coisa. Mas, no fim, prefiro ir a pé, ficar sozinha por um tempo.

Os minutos se transformam em horas e as horas dão início a uma noite escura e silenciosa. Eu gostaria de poder dizer que eu percorri essa enorme distância calada. Que o cansaço e a dor extrema foram as minhas únicas preocupações, mas eu estaria mentindo. Mentindo miseravelmente para mim mesma.

O caminho todo está vazio. Claro que eu ouço os barulhos dos animais correndo soltos pela floresta ao redor das rodovias, sou treinada para isso. Porém, nenhuma alma viva — ou morta — cruza o meu caminho.
De qualquer forma. A ausência de palavras dá a minha mente a oportunidade perfeita de me incomodar com assuntos que eu pretendia deixar enterrados.

Eu lembro da minha vida antes. Lembro de Jason e da minha mãe. Lembro de Quíron e do Sr. D. Lembro de Percy e Annabeth. Por fim, Luke. Luke, o meu amigo de quatorze anos. Luke, o menino de cabelos claros que queria mudar o nosso mundo. A lembrança é tão forte que me causa tontura, tão real que quase me faz desejar a sua companhia.

Todavia, ele está morto. Ele morreu como um herói, eu não devia desenterrar o passado, porque, por mais eu queira, não posso fazer isso. Nunca poderei. Esse é o preço. Sempre foi, eu sabia disso quando aceitei a imortalidade.

A viajem que era para durar, em média, 15 horas, acabou se arrastando até um dia inteiro. Quando avisto os primeiros traços da Colina Meio-Sangue, o sol já está surgindo no horizonte.

[…]

Cada passo tem cheiro de morte e abandono. Cada estalo no chão me lembra alguma coisa. É tudo tão estranho e familiar, como da última vez que estive aqui.

Desabo na grama seca, exausta. Maior que o cansaço físico, é o psicológico. Eu simplesmente não tenho mais força para bloquear nenhum tipo de pensamento ou lembrança desagradável. Tudo que quero é dormir, mas o medo de sonhar me impede fazê-lo imediatamente. Viro de um lado para o outro no meu saco de dormir improvisado até que a consciência vai me deixando lentamente. Tão devagar...
[…]

Senhorita…

Sinto uma pontada de dor quando meus olhos se abrem rapidamente. Estou ciente da presença de alguém ao meu lado e minha visão está desfocada, mas não o suficiente para impedir que minha mão agarre o cabo da minha adaga de prata no cinto.

Chupo uma respiração e levanto o olhar. Ali, ao meu lado, está um sátiro com chifres me encarando. Espero encontrar raiva em seus olhos ou ódio, eu até quero encontrar isso, algo familiar. Ao em vez disso, vejo apenas curiosidade, uma curiosidade pura, que me lembra Grover.

Balanço a cabeça. Não preciso de mais lembranças, não quando estou num lugar doloroso o suficiente.

— Quem é você? — Pergunto, minha voz sai rouca pela falta de uso e meio grogue de sono.

— A pergunta certa, minha querida semideusa, é quem é você?

Tomo um susto e acordo completamente. Ao contrário de sua aparência, —uns 17 ou 18 anos no máximo —, sua voz é de alguém velho e sábio, como um ancião que sobreviveu a milhares de coisas e é dificilmente surpreendido.

— Afinal, é você que invadiu o lugar, é você que está se segurando uma faca e, por tanto, é você que vai me responder. — Ele continua, antes que eu responda.

Hesito um pouco e largo a faca, envergonhada.

— Thalia, meu nome é Thalia Grace. Caçadora de…

— Ah! Thalia, seu nome é Thalia! — Ele sorri e bate palmas como una criança, completamente diferente do sátiro de antes.

— Agora, você é…? — Pergunto, gesticulando com as mãos. Enquanto espero sua resposta, levanto e começo a dobrar o saco de dormir. Tento parecer distraída e esboçar um sorriso animado para que ele não note a minha intenção de fugir. Não funciona.

— Pinho, eu me chamo Pinho… Você está planejando ir embora?

Droga.

— Pinho? Tipo… Pinheiro? É esse o seu nome? — Sorrio novamente. A esperança é a última que morre.

Ele me encara como se eu fosse uma louca, mas se distraí.

— Sim, Thalia, meu nome é Pinho.

Minhas coisas já estão arrumadas na minha mochila, a faca já está de volta ao meu cinto, eu só preciso prolongar essa conversa para poder sair desse lugar.

— Então, Pinho, por que você está aqui? Quer dizer, nesse lugar horrível?

— Ah, mas esse lugar não foi sempre assim, não é? Você também não se lembra, Thalia Grace? — Ele sorri ao dizer o meu nome, como se fosse um segredo.

Eu congelo por um momento, até encontrar a minha voz novamente. É estranho falar com alguém desconhecido sobre algo que me é — ou era — conhecido.

— Talvez. É fácil esquecer das coisas quando se está viva a meio século.

— Ah! A ironia! Faz tempo que não a ouço! — Ele se levanta e eu o acompanho — Mas, ninguém se esquece dos Heróis, não é mesmo? Aquiles, Hércules, ambos os Perseus e… qual é o nome dele? Lucas? Não, Luke Castellan, certo?

Eu fico branca, posso sentir toda a cor deixando o meu rosto como água. Olho para o sátiro ao meu lado procurando algo que indique que ele está me testando ou brincando comigo. Nada.

— É, é claro. — Minha voz soa aguda demais para os meus ouvidos, no entanto, ele não parece perceber. Pinho continua caminhando em direção ao outro lado da colina, oposto a entrada. Eu o sigo e nossos passos ecoam quase silenciosamente no chão estéril.

Nós dois ficamos em silêncio por um tempo. Eu não penso mais em fugir, pelo menos não antes de sua resposta.

Ele não diz nada, eu espero e espero, porém, Pinho apenas segue seu caminho, olhando para frente.

— O quê é…— Isso? A última palavra sai como um ruído inaudível. De qualquer forma, não é como se alguém estivesse particularmente interessado.

Estamos no alto do que antes era a Colina Meio-Sangue. No entanto, olhando para baixo, ao em vez do solo estéril e dos resquícios lamentáveis das enormes clareiras, estão inúmeras tendas agrupadas em forma de um U gigante e uma enorme fogueira no centro. Ao redor do fogo, um amontoado de pessoas está reunida. Um homem vestido de laranja e preto fala e todos concordam acenando a cabeça. Enquanto isso, ciclopes vestidos de bronze fazem ronda ao redor do acampamento.O novo Acampamento.

— Não é óbvio? Acho que temos tudo o que um acampamento deve ter. Fogueiras, tendas guerreiros meio-sangues… — Pinho tenta parecer casual, porém, noto que ele também está tão encantado quanto eu.

Inalo profundamente. Esfrego minhas mãos diversas vezes nos olhos. Pisco tão depressa que lágrimas umedecem meus cílios. Mas ainda está aqui. Tudo continua aqui. O frio, a neve, o sátiro, a fogueira, os ciclopes. Tudo. Até o homem com a camisa laranja brilhante, o homem de cabelos cor de areia. O homem que tem o mesmo hábito de passar as mãos pelo ombro direito quando está nervoso e quer parecer confiante, igual ao meu Luke.

Antes de ao menos raciocinar corretamente, meus pés estão se movendo Colina abaixo.

Corro cegamente até o amontoado de ninfas com a pele esverdeada e sátiros com elmos na cabeça, desvio de lanças armaduras e recebo empurrões. Mas, finalmente, consigo um bom lugar entre os outros espectadores. Se algum dos guardas ciclopes notaram a minha presença, deixaram passar. Ninguém realmente está prestando atenção em mim e eu estou vagamente consciente de que deixei Pinho lá, sozinho.

Todavia, tenho a impressão que ele pode muito bem se virar sozinho.

Temos apenas 6 dias. Diz. Sua voz penetra meus ouvidos, provocando novas lembranças. A primeira vez que a ouvi. A última. — Menos de uma semana para o ápice do solstício de inverno. E, quando o ano começar

Minha cabeça lateja tão fortemente que eu quero enterrá-la na neve. Eu quero chorar como um bebê e depois atirar uma flecha em alguém. Quero gritar de raiva, de alegria, de surpresa. Aqui, na minha frente, me encarando com seus olhos azuis, está Luke Castellan.

Thalia


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews? Favoritos? Recomendações? Um tapa na cara? Um dicionario de português?
...
Só lembrando... COMENTEM A RESPOSTA (vocês preferem 4 caps, 3 caps ou 3 caps e um epilogo??)