Burning Desire escrita por Rick Cake


Capítulo 5
Capítulo 5: Linhagens


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora =D mas Burning Desire tem capítulos grandes alem da minha eterna preocupaçao com a vida estudantil ne haha. Bem esse capítulo eu achei especialmente legal *-* espero q vocês gostem tanto quanto eu!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/485169/chapter/5

Não há como evitar, o mundo da voltas e você tem que saber como lidar com isso. Se você não souber, você fica instável e cai. E se você cair você tem que saber em quem confiar para te segurar.

A chuva começava a ficar mais intensa, as gostas batiam no gosto de Gale enquanto ele corria para o interior da floresta, ele não sabia como nunca havia se perdido lá, era como se ele fosse um com a natureza. A voz de Brian ecoava atrás dele gritando seu nome. Ele correu o máximo que pôde mas não foi o bastante, claro que nunca seria, não apenas por Gale ser pequeno e magro enquanto Brian era do time de futebol americano da escola, era pelo fato de que Brian era um vampiro e Gale não.

A mão que antes trazia segurança e conforto para Gale o segurou pelo braço e o puxou, Brian segurou o menor pelos ombros e olhou para ele com um olhar desesperado e confuso. O ruivo parecia assustado, como se não conseguisse olhar para ele mas ao mesmo tempo não conseguisse tirar seus olhos do maior:
–Gale você esta bem? O que aconteceu? –Disse Brian confuso, Gale não respondeu apenas ficou olhando para ele como um filhote assustado –Gale!... –A ficha dele caiu, estava estampado no rosto menor, ele sabia. Sua identidade. Seu segredo. Sua maldição. Gale se desvencilhou das mãos fortes do maior e gritou contra o vento e a chuva que agora estava forte.
–Eu sei de tudo!
–Sabe oque?
–Quem você é... o que você é. Quanto tempo você achou que poderia me esconder isso? –O ruivo dizia indignado
–Gale... eu não sei do que você está falando –Não adiantava tentar mentir, estava estampado no rosto do loiro. Culpa.
–Claro que você sabe! –Ele gritava não apenas pela chuva, mas por ódio, raiva. –Até quando você ia esconder isso? Me diz! Você ia me matar? Ou planejava só brincar com meus sentimentos mesmo?
–Gale... –Brian tentou segurar sua mão
–SAI DE PERTO DE MIM! NÃO ME TOQUE! –Gale olhava para o maior magoado e com um pouco de relutância –Não quero mais te ver
–E você não vai me deixar falar? Explicar?
–E o que tem para explicar?
–Quem te contou isso?
–Não interessa... –Gale disse virando o rosto, Brian em pouco tempo havia aprendido a ler ele de uma forma que ninguém mais lia, eles tinham uma conexão, ou era o que ele pensava que eles tinham.
–Foram os licantropes não foram? Quem foi? Claire ou Jonathan?
–Então você sabia até o que eles eram?
–Isso são coisas que se deve contar devagar Gale. Com paciência. –Ele disse se aproximando com um olhar complacente
–Eu disse para você não se aproximar –Gale deu um passo para trás
–Os Tristen são residentes licantropes da cidade a décadas, séculos talvez.
–Você deveria saber. Vocês vam... Vocês não são imortais ou algo do tipo?
–Não é assim. Há regras.
–Isso vai contra todas as regras da natureza. Da vida.
–Você não sabe nada sobre vampiros. Não acredite em toda história que você lê
–Bem de uma coisa eu sei. Claire me contou que vocês são monstros sanguinários que brincam com as pessoas. Assim como você brincou comigo.
–Gale eu te disse. Eu gosto de verdade de você. Você não entende?
–Eu não acredito em você –Gale disse relutante
–Então acredite nisso –Brian avançou até o menor e o enlaçou pela cintura, dando-lhe um beijo ardente, o beijo parecia quente para Gale de uma forma que a chuva e a pele fria do maior não importavam. Era como se eles se unissem naquele momento. Uma ligação inegável e inerente a eles. O menor colocou seus braços em volta do pescoço de Brian, que o deitou na grama molhada. Brian colocou sua mão debaixo da blusa de Gale tocando cada centímetro de seu corpo e retirando sua blusa de frio agora cinza escura por estar molhada, ele despiu sua camiseta preta que contrastava com sua pele pálida e voltou a beijar o menor, seus abdomens agora nus e molhados encostavam como se estivesse prestes a se tornar um. Com voracidade e uma velocidade literalmente sobre-humana, Brian terminou de despir completamente a roupa de ambos. Tudo mostrava que aquilo era errado, a pontinha de dor que ainda era possível sentir no coração de Gale, a fúria da natureza expressada por uma tempestade com chuva forte e sons de trovões ao fundo, a pele gelada do maior que lembrava Gale de que ele não era humano. Mas ao mesmo tempo. Tudo parecia tão certo. O coração de Gale batia acelerado como se fosse saltar pela garganta dele, sorrisos saiam sem motivo algum mas com todos os motivos do mundo, o toque da pele de Brian eram como pequenos choques em sua pele. A ternura. A paixão. E então, eles estavam unidos, mais que nunca, uma ligação intensa de prazer e intimidade. Houve um pouco de dor no inicio mas que logo foi tomada por uma sensação de êxtase, até o ápice do momento de prazer.

Quando terminou os dois continuaram deitados na grama, Gale apoiava a cabeça no peitoral do maior enquanto sentia as mãos dele acariciando seus cabelos acobreados. Brian estava com os olhos fechados, apenas sentindo o momento e desejando que aquilo nunca acabasse. Mas ele sabia que era mais complicado que isso.

Brian se sentou suspirando, e olhou para o menino deitado na grama, aqueles olhos verdes como esmeraldas olhando para ele, pareciam olhar para a alma que teoricamente ele não tinha. Ou será que tinha?
–Preciso ir –O loiro disse
–Mas... –Então Gale se lembrou de tudo que tinha trazido ele para aquele momento. Precisava ir? Só podia ser piada. Era sua primeira vez e Brian simplesmente disse “preciso ir”? Que romântico de sua parte. Mas Gale se lembrou que afinal era isso que se ganhava ao esperar amorosidade de um vampiro.

Seu rosto se fechou e ele se levantou vestindo-se.
–Gale. Espera eu preciso...
–Espero que você tenha se divertido Sternford – O ruivo respondeu agressivo e irônico e começou a caminhar pela floresta no caminho de volta.
–Gale Galdur! Me ouça pelo menos uma vez na vida! –Brian gritou. Gale ficou parado e depois se virou de frente para o maior que estava agora terminando de colocar a calça e pegando a camiseta no chão.
–Te ouvir? Eu te ouvi em todos os momentos desde que a gente se conheceu e você nem se deu ao trabalho de me contar que era um mon...
–Um monstro?
–Não. Não um... –O menor tentou corrigir sem muito jeito
–Sim. Eu sou um monstro. E eu não te contei isso por que sabia que você iria correr e nunca mais me ver na sua vida
–Será mesmo?
–Não é isso que você está fazendo agora? –Gale perdeu a voz –Como você poderia me abraçar, beijar, dormir comigo ou me deixar te proteger se eu mesmo seria um perigo maior? –O menor se sentiu ofendido por precisar de “ser protegido” mas não conseguiu se pronunciar –Pois é Gale! Eu não te contei nada pois não queria te perder! Queria que você confiasse em mim antes de contar. E mesmo assim eu estaria quebrando as regras.
–Regras? –O ruivo disse hesitante
–Nós não somos os únicos vampiros no mundo, existe toda uma sociedade. E nós temos regras. Regras do tipo não matar pessoas famosas ou muito conhecidas para não levantar suspeitas ou não se relacionar com humanos ou contar sobre vampirismo e coisas do mundo interno.
–Mundo interno? –Gale parecia repetir as palavras de Brian
–O mundo sobrenatural. A parte externa é onde os humanos comuns podem ver e a parte interna é a parte escondida. Onde só vê quem é permitido. –Gale não estava seguro se devia ou não. Mas arriscou esclarecer suas duvidas naquele momento.
–Você disse que não era imortal. Que há “regras”.
–Existem muitas raças andando no mundo Gale. Os bruxos são os mais próximos mas ao mesmo tempo mais distantes dos humanos. Aparentemente são normais, sem características especiais. Mas eles são filhos da natureza, um com ela. Eles são presenteados com poderes inigualáveis, mas tem que cumprir deveres. –Um com a natureza? Coincidência –Os vampiros são como você disse. Antinaturais. Um dos deveres dos bruxos e extinguir sua existência do mundo.
–Não entendo o que isso tem a ver com a imortalidade
–Paciência pequeno –Brian sorriu –Assim como bruxos caçam vampiros, vampiros vão atrás dos bruxos pois o seu sangue além de ser mais prazeroso por conta da magia dentro dele, trás para o vampiro a imortalidade. Se for tomado por inteiro.
–Então se um vampiro mata um bruxo bebendo seu sangue. Ele consegue a imortalidade?
–Sim. Em troca ele perde a capacidade de sair ao sol e seus sentimentos mais quentes e agradáveis mantendo em si os sentimentos mais frios como ódio, rancor, inveja...
–Não sei se é uma troca muito boa
–Para a maioria dos vampiros vale a pena. E também para os humanos.
–Humanos?
–Alguns humanos que descobrem os vampiros, buscam a imortalidade e o poder para eles, servindo os vampiros.
–Servindo? Como escravos? –Gale supôs mas sentia que não era aquilo.
–Eles são os caçadores de bruxas. Mas os bruxos também tem seus métodos e criaram os guerreiros da natureza. Os licantropes.
–Mas eles não seriam antinaturais também?
–Não. Eles são um fruto desejado pelos espíritos, uma ligação de lobo e humanos.
–Esse humanos. Eles se voluntariaram para isso?
–Isso é um bom ponto. Não. Os bruxos são egoístas até perversos. Usam a magia para se beneficiarem sempre, para terem poder e proteger a fonte de seus poderes. A natureza.
–Ele simplesmente pegaram humanos...
–E os amaldiçoaram. Para que em toda noite de lua cheia eles perdessem sua capacidade de pensar e agir por conta própria e saíssem matando tudo que estivesse em seu caminho.
–Até humanos?
–Sim. Mas eles sempre se encaminham para a floresta e ficam por lá. Não sabemos exatamente o por que. Deve ser instinto. Então nos mantemos sempre nas cidades.
–Nesse caso os bruxos não pensaram muito bem. Já que nas cidade tem pessoas. Que são os alimentos dos vampiros. –Brian riu
–Sim. Bem pensado. –Os dois começaram a caminhar pela floresta no caminho de volta a cidade. Gale ainda não estava certo sobre o que sentir e o que fazer com relação ao seu relacionamento com Brian. Então manteve uma distancia básica entre os dois. E quando o maior tentava se aproximar, ele se recolhia e afastava.
–Brian. O que você acha que era a menina no meu quarto? –Disse Gale se lembrando da menina de camisola suja e de seu sonho com o circulo de bruxas.
–Talvez um espirito. Não sei exatamente.
–E isso faz de mim?
–Uma pessoa normal, com habilidades mediúnicas. Presumo eu
–E –Gale hesitou mas perguntou mesmo sem saber se devia –Como se mata um vampiro?
–Esta querendo me matar já?
–Eu não... –Brian deu uma gargalhada e em dois segundos estava na frente de Gale segurando seu rosto com as mãos, ele lhe deu um rápido beijo e sorriu. Gale sentiu sua perna ficando bamba e a respiração ficar ofegante. Depois o maior voltou para o seu lado mas segurando sua mão pequena e delicada.
–Os vampiros chamados de diurnos ou puros como eu. Morrem como qualquer ser humano, mas nossa pele é mais resistente e nossa regeneração mais rápida de modo que um acidente de carro ou quedas grandes não podem nos matar. Assim como a velocidade e força nos ajuda em casos de pessoas tentando nos assassinar. – Ele riu –Venenos também não são muito eficientes, generalizando o que nos mata seria idade, doenças vampíricas e bruxos.
–Doenças vampíricas?
–Nos quase nunca ficamos doentes, quando ficamos e alguma coisa seria e que normalmente termina em morte ou em imortalidade –Brian sorriu mas era evidente a tristeza em seu rosto –Mas enfim. Os noturnos ou iniciados como são chamados os...
–Sim. Os outros.
–É. Eles morrem com exposição ao sol, queimados ou com estacas de prata no coração. Prata por acaso é uma fraqueza licantrope também mas isso é uma coincidência.
–Parecido com as histórias. Mas normalmente se eles forem decapitados... –O estomago de Gale embrulhou com a imagem
–Eles continuam vivos, se a cabeça for colocada no pescoço novamente o vampiro se regenera.
–Eca –Brian sorriu. Os dois já estavam andando pela rua, o sol estava se pondo atrás das arvores e a brisa leve mas fria quando eles chegaram em frente a casa de Gale, ela era uma casa vitoriana verde clara com telhado preto na entrada tinha um muro vivo com um portão de ferro grande, a casa era antiga e estava na família a anos. –Bem... eu fico por aqui –Ele se virou e começou a abrir o portão de metal
–Gale -Ele se virou e olhou para Brian –Sabe. Eu te contei isso tudo pois confio em você. E quero mais que tudo que você volte a confiar em mim. –Ele podia ver que havia sinceridade nas palavras e no olhar do maior. Mas ainda tinha duvidas se devia mesmo acreditar nele. –E... bem eu disse a verdade quando disse que gosto de você. Gosto muito. –Brian sorriu e se virou andando pela rua deixando Gale para trás.

No outro dia Gale acordou com o sol da manhã batendo em sua janela, as vozes sussurravam em seu ouvido frases inaudíveis. Ele não tomava seus remédios fazia alguns dias, mas os remédios não adiantavam muito afinal de contas. Serviam apenas para deixar ele tonto e lerdo.

–Gale! Eu não acredito que você ainda esta com ele!
–Claire, não é que eu estou com ele ainda... nós conversamos e estamos nos entendendo. E ele me explicou que ele não e um vampiro iniciado
–E ele te contou que todos os vampiro se iniciam um dia?
–Ele me contou que muitos almejam a iniciação mas ele não
–E o que te garante isso?
–Claire se você conversasse com ele...
–Eu não vou conversar com ele Gale. Minha raça e a dele são inimigas
–Sim ele me explicou isso também –Gale era amigo de Claire desde pequeno, seus pais também eram amigos, e seus avós antes disso. Ele confiava em Claire como se ela fosse uma parte dele e vice-versa. Mas contar que ele fizera sexo com Brian na floresta, naquele momento estava fora de questão –Eu não sei o porque mas eu simplesmente confio nele
–Isso se chama compulsão
–Oi?
–Os vampiros colocam a pessoa em um estado de transe em que a pessoa vira como se fosse um “escravo” acreditando e fazendo tudo que lhe é mandado
–Claire! Ele não faria isso comigo. E nem precisa
–Olha Gale, um dos combinados entre licantropes e vampiros na nossa cidade, é que eles se mantenham longe dos moradores. Ao se envolver com você ele esta burlando essa regra –Naquele momento Gale sentiu a raiva se apossando dele. O que ela estava dizendo? Que se eles ficassem juntos Brian perderia a vida por isso? Gale pode sentir uma energia emanando de seu corpo e de algum modo, ele percebeu que Claire também podia sentir essa energia.
–Você é a minha melhor amiga. Mas se você encostar um dedo nele. Você vai ver que não são só os vampiros que podem ser vingativos nessa cidade. –Ele se virou e seguiu para a aula de história. Naquele dia Brian não tinha ido a aula, e Gale começou a achar que talvez devesse se preocupar com isso.

Ao chegar em casa ele pode ouvir vozes vindas da cozinha:
–Você sabe que eu não quero essa vida para ele –ele percebeu que era a voz de Jane sua mãe
–E você sabe que ele não pode fugir para sempre, os ancestrais falam com ele Jane minha querida –Era uma voz gastada e arranhada, uma mulher idosa provavelmente
–É uma doença. Eu já disse ele não tem o gene.
–Ele tem sim e você sabe disso tão bem quanto eu. Eu posso sentir a energia
–Como? A única vez que você viu ele, ele era um bebê!
–Eu posso sentir a energia dele de longe querida
–Chega saia daqui, antes que ele chegue –Gale queria saber quem era aquela mulher e sentiu que aquele era o momento certo para descobrir
–Mãe? –Ele disse como se estivesse chegando naquele momento. A idosa tinha cabelos prateados presos em um coque, vestia um vestido de seda preto, ela era magra e baixa, trazia um ar de aconchego mas ao mesmo tempo tinha um olhar perigoso, seus olhos eram do mesmo verde de Jane e de Gale. Ela segurava uma bolsa grande e aparentemente pesada, tinha uma mala grande ao seu lado e dava um sorriso grande para o menino com um olhar de compaixão e Gale pode ver um pouco de saudade ali.
–Gale? –Jane disse, havia surpresa e desespero em sua voz –Já chegou?
–Olá querido –Disse a senhora cumprimentando-o com um aceno de cabeça
–E você é? –Disse Gale esticando o braço para um aperto de mão.
–Genevive –Disse ela apertando sua mão –Sua avó materna.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Iai????? o que acharam? Finalmente roloooouuu haha Gale e Brian estao mais juntos que nunca mas sua relação esta sendo sustentada por um fio bem tênue. E a avó do Gale? do que será que ela estava falando com Jane? COMENTEM



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Burning Desire" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.