Miracle escrita por Choi Guilherme


Capítulo 1
This couldn't be happening...


Notas iniciais do capítulo

Então, olá internautas. Gostaria de explicar algumas coisas. Esta fanfic está em 3ª pessoa, há um narrador-observador. Quando os parágrafos ficam em itálico (de ladinho :3) significa que foi um ocorrido do passado. Quando estiver "entre aspas", significa uma fala, e 'entre apóstrofos' seria um pensamento. Bem, essa fic é One-shot, porém tenho uma ideia de um possível epílogo que possa ser escrito. Não tenho certeza se o epílogo existirá ou não, por isso é bom acompanhar a fanfic pra saber =) Enfim, essa fanfic é dedicada à minha Megane baby uke waifu Mai. Espero que gostem e boa leitura.



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"Kazunari"

O rapaz moreno de orbes azúis abriu os olhos lentamente e com dificuldade. Havia uma luz muito forte, incandescente cegando sua vista. A voz que acabara de ouvir era inconfundível. O timbre da voz deixava claro que era sua mãe, e que ela estava chorando.

Conseguindo enxergar um pouco melhor, Takao viu-se em um quarto de hospital. Havia hematomas e arranhões por todo seu corpo, e sua cabeça doía. E muito.

"O que... O que houve ?" Peguntou o moreno, confuso.

"Onii-chan não se lembra o que aconteceu ?" Perguntou uma menina de cabelos escuros e olhos azúis brilhantes. "Onii-chan e Shin-nii-chan foram atropelados por um caminhão!"

Aquelas palavras atingiram na exata parte do cérebro do moreno onde estavam as memórias. Ele lembrou-se de tudo. As provocações, o caminhão, o acidente, o doce Shin-chan estraçalhado no chão debaixo do rickshaw.

"Shin-chan! Onde.. Onde está o Shin-chan ?? Eu preciso-" Ele foi interrompido por uma imensa dor no abdomen. Havia sentado muito rápido e seus hematomas doíam.

"Kazunari, não se esforçe! Você esteve inconciente por uma semana!" Disse a mãe do rapaz.

'Uma semana ?! Não... Não é possível' Pensou Takao. Ele nem havia se machucado tanto assim e ficou inconciente por uma semana.

"Não importa, Okaa-san. Onde está o Shin-chan ?" Após fazer a pergunta, Takao percebeu algumas lágrimas escorrendo dos olhos de sua mãe, e obteve sua resposta.

Ele sabia que aquilo não era um bom sinal.

"Vamos, Shin-chan! Por favor!" disse o moreno com uma voz manhos.

O rapaz de cabelos esverdeados não respondeu.

"Shin-chan! Eu sempre pedalo o rickshaw levando você pra lá e pra cá, é justo que você pedale hoje! Eu estou cansado! ~" Continuou insistindo enquanto andava para fora do vestiário ao lado de seu namorado, o lançador da Shutoku, nº 6, Midorima Shintarou.

Midorima permaneceu quieto por mais alguns segundos e finalmente respondeu.

"Ta bom."

"Vamos Shin-chan, por-" Takao interrompeu a si mesmo quando decodificou a fala do mais alto. "O que disse ?"

"Eu disse que tudo bem. Eu vou pedalar o rickshaw desta vez. É justo." Disse Midorima em seu tom confiante de sempre.

A verdade era que Midorima não queria de fato pedalar o meio de transporte. Achava-o humilhante. Porém, sendo Takao seu namorado e amante há mais de 6 meses, era justo fazer isto pelo moreno desta vez. Mesmo alguém centrado e sério como Midorima Shintarou, tinha seu par, e às vezes, era necessário fazer certos sacrifícios por ele.

"Mesmo ? Ebaaa ~ Shin-chan é o melhor! ~ " Takao abraçou Midorima de lado, que respondeu com um simples desvio de olhar. Era possível perceber o leve rubor tomando conta das bochechas do rapaz de cabelos e orbes verdes.

Os dois se aproximaram do rickshaw e foram para seus devidos postos combinados: Midorima para a parte prontal para pedalar e Takao para a carreta traseira de carona. O percurso estava ocorrendo tranquilamente. Midorima pedalava em uma velocidade média, enquanto Takao apenas observava ao redor tranquilamente.

"Não é tão ruim, né, Shin-chan ?" Disse o mais baixo em um tom de deboche.

Midorima apenas continuou pedalando. Taka resolveu provocá-lo um pouco mais.

"Nah, Shin-chan, com quem foram seus relacionamentos antes de namorar comigo ?" Provocou o moreno.

O rapaz esverdeado permaneceu em silêncio.

"Vamos, Shin-chan, me conte! Estamos namorando há mais de 6 meses, eu mereço saber."

Era possível ver as orelhas do lançador da Shutoku adquirirem um tom rosado.

"V-Você sabe que eu não gosto de falar sobre esse tipo de assunto..." Midorima continuou pedalando enquanto Takao contia sua risada em relação ao rubor do rosto do maior. A verdade era que Takao sabia que aquele assunto envergonhava seu namorado, e não perdia uma oportunidade de atormentá-lo.

"Eu ouvi boatos de que na Teiko, você namorou o Murasakibara e ele te fez de uke passivo." Takao provocou além da conta, deixando Midorima com o rosto extremamente corado.

O maior virou seu rosto em um movimento só em direção à Takao.

"Q-Q-QUEM TE CONTOU ISSO ?!!" Midorima gritou em um tom relativamente desesperado. Takao não conseguia parar de rir. Apesar de adorar a risada do menor, a cada gargalhada, as bochechas do lançador da Shutoku ficavam mais vermelhas.

Sem perceber, Midorima continuou pedalando, mesmo com seu olhar voltado para o moreno que ainda estava gargalhante. Aquilo ocorreu de um momento para outro.

Takao não conseguia raciocinar direito o que houve, apenas que seu corpo doía. Com certa dificuldade, ele abriu os olhos, mas não identificou a situação em que se encontrava. Havia algumas sirenes ligadas, estavam altas. Pareciam sirenes de ambulância. O porquê de haver uma ambulância ali de maneira tão conveniente à seus machucados foi o que ele não entendeu. Não até mover seu olhar para os lados e identificar uma cena nada agradável.

Ao seu lado, há alguns metros de distância, havia um caminhão. E mais à frente à ele estavam um rickshaw estraçalhado e um corpo ensanguentado. Era mais que óbvio distinguir de quem era aquele corpo. Cabelos verdes, pele clara, óculos retangulares, alto com roupas formais (ensanguentadas). Takao sentiu um aperto em seu coração ao ver a cena. Seu namorado havia acabado de ser atropelado juntamente à ele. Ou pior, por causa dele.

Takao levantou subitamente da cama. Estava começando a entrar em pânico. Ele saiu de seu quarto de hospital buscando alguma enfermeira ou médico. Aproximou-se de uma jovem enfermeira desesperado.

"Moça, por favor... O Shin-chan... Shintarou..."

"Você devia voltar para o seu quarto, Takao-kun, não está b-" Ela foi interrompida pelo moreno desesperado.

"Onde está o Shin-chan ?! Por.. Por favor.. Eu preciso... Por favor.." O rapaz estava prestes a chorar, e a enfermeira podia perceber isso. Com um triste olhar e sem proferir palavra alguma, ela seguiu pelo corredor mostrando o caminho para Takao. Ela o levou até uma porta com uma prancheta pendurada. Na prancheta estava escrito "Midorima Shintarou". Takao adentrou o quarto um pouco assutado.

A familia de Midorima estava ao lado da cama. Sua mãe e seu pai, doutores do hospital, e sua irmã mais nova. Havia um monte de máquidas e tubos por toda parte e Midorima estava coberto de bandagens, inconciente. Ele estava vivo. Midorima estava vivo. A dor que Takao estava sentindo obteve um certo alívio.

"Shin-chan.." Ele respirou fundo. Sua visão coberta por lágrimas, seus joelhos não aguentando o peso do corpo.

A mãe de Midorima percebeu ele ali, quase caindo à seus joelhos, chorando. "Oh, Takao-kun. Ainda bem que você acordou. Shintarou esteve muito preocupado com você. Ele queria ir te ver, mas..." Ela começou a chorar também. Todos deveriam estar escondendo algo dele, porque toda vez que alguém mencionava o rapaz maior, começavam a chorar. Algo estava errado. "Você devia voltar para seu quarto, não está totalmente curado, deveria repousar.."

"Está tudo bem, Okaa-san..." Aquela voz grossa porém fraca era música para os ouvidos de Takao. Midorima havia acordado. "Eu... Eu preciso falar com o Takao... Em particular, por favor."

Quando a família de Midorima deixou o quarto, Takao correu até a cama desesperado. "Shin-chan, ainda bem! Eu.. Eu estava tão assustado.. É tudo minha culpa.. Eu sinto muito, eu sinto muito mesmo!" Ele soluçou, segurando a mão do rapaz de cabelos esverdeados.

Midorima esboçou um fraco porém lindo sorriso para ele e levou uma de suas mãos enfaixadas à boca de Takao. O menor podia notar algumas lágrimas se formando nos cantos daqueles lindos olhos esmeralda. "Eu.. Eu também estava muito assustato... O doutor disse que você teve um traumatismo em sua cabeça, e muitos ossos quebrados... E-E você não acordava... Eu.. Eu estava com medo.. E eles não iam me deixar vê-lo.. E-Eu estou tão feliz..." Ele puxou Takao e abraçou-o forte, lágrimas rolando por suas bochechas.

Takao nunca havia visto Midorima tão magoado, triste assim antes. Aquilo fez seu coração doer. Ele abraçou o maior de volta, não querendo soltá-lo nunca mais.

"Eu sinto muito, Shin-chan, eu sinto mesmo. Eu não devia.. Eu nunca mais vou pedir para você pedalar o rickshaw, nunca! E eu irei levar você onde quiser, quando quiser, sem nem mesmo reclamar, eu juro! Só... Só nunca mais me assuste assim.." Ele limpou as lágrimas das bochechas do maior e deu-lhe um selinho longo.

"Bom, isso é bom, pois Midorima-san não estará pedalando nada por um bom tempo." Um doutor surgiu dentro do quarto.

"O que isso significa ?" Takao sabia que Midorima havia se machucado mais do que ele, mas o maior não aparentava ter tantos arranhões quanto ele. O menor olhou um pouco apavorado. Midorima sorriu fraco e puxou o menor para encostar a testa na dele.

"Takao, me escute. Isso não é sua culpa, está bem ? Essas coisas acontecem. Eu não quero que culpe a si mesmo por isso."

"Está me assustando, Shin-chan, o que houve ?" Mais lágrimas formaram-se nos olhos verdes do rapaz mais alto.

"Quando o caminhão me acertou.. O rickshaw quebrou uma de minhas vértebras.. Eu.. E-Eu estou... Eu não consigo..." Ele não conseguia terminar suas próprias frases.

"Midorima-san está paralizado da cintura para baixo. Está paraplégico."
Tudo o que veio depois disso não foi recebido por Takao. Ele estava perdido, seu cérebro fora de sinal. Isso não podia estar acontecendo, não ao Shin-chan. Não poderia ser verdade. Apenas... Não. Se pelo menos tivesse sido ele quem estava pedalando.. Quem teria ficado paraplégico.. O basquete de Midorima estava perdido... Seu lindo e perfeito basquete... Isso não poderia estar acontecendo..

"Não, isso não pode estar certo. N-Não pode ser verdade... Como.. Tem que haver um jeito... Você é um doutor, tem que... Por favor.. Não ao Shin-chan.. Não podia ter acontecido à ele..."

Ele não conseguia falar. Ele não conseguia nem mesmo respirar. Shin-chan sempre foi tão forte... Deveria haver um jeito de consertar tudo isso. Tinha que haver.

"Eu creio que exista uma possibilidade. Nós vamos tratá-lo com a melhor fisioterapia possível, mas as chances dele conseguir andar novamente são quase nulas."

"Poderia nos deixar sozinhos ?" Midorima disse em um tom sério. O doutor apenas se retirou do quarto.

Takao estava tremendo. Por causa dele, Midorima nunca mais ia andar, nunca mais ia dar seus lindos e habillidosos pulos e fazer uma perfeita cesta de 3 pontos, nunca mais. Isso tudo porque ele tinha que ser irritante e fazer seu namorado pedalar o rickshaw e provocá-lo. Se ele não tivesse sido tão teimoso, talvez teria sido ele a ficar paraplégico, mas não teria problema, afinal, ele era apenas Takao Kazunari, não era tão importante. Midorima era. Ele era tão importante, tão bonito, tão talentoso.. O jeito como ele se movia, corria, pulava e fazia seus arremessos impecáveis... Takao amava ver seu Shin-chan jogando basquete. Mas ele nunca mais faria isso.

"Takao! Olhe pra mim, Takao!" Midorima despertou os pensamentos do menor.
Midorima olhava para Takao com frustração estampada em seu rosto. Ele ainda estava chorando. Midorima deveria estar odiando ele, deveria querer matar ele até.

Ele não merecia estar perto de seu precioso Shin-chan depois do que fez, era o que o moreno pensava. Takao deu alguns passos atrás.

"Não chegue perto de mim... É tudo minha culpa, eu não mereço ficar perto de você..."

"Kazunari!" Takao congelou ao ouvir seu nome sendo pronunciado por Midorima, porém continuou se afastando. "Não! Não.. Eu.. Eu não posso... Eu não posso correr atrás de você, droga!" Mais algumas lágrimas escorrem dos belos olhos verdes.

Ele estava certo. Takao não podia fugir. Não apenas porque Midorima não poderia ir atrás dele, mas porque Takao Kazunari não era um covarde. Ele iria enfrentar seu erro e suas consequências. Ele voltou ao lado de Midorima.

"Desculpe, Shin-chan, eu sou um covarde... Eu vou aceitar qualquer punição que você ache justo me dar... Eu não vou nem pedir que me perdoe porque sei que você nunca vai poder me perdoar depois disso-"

"Cale a boca!" Midorima finalmente explodiu, assustando Takao. "O que está dizendo ? O que está pensando ?? E-Eu estou com medo, droga..." O maior cerrou os punhos. "Mas eu não quero que você se afaste porque... Sente-se responsável. Não é sua culpa.. Vai ser.. Difícil daqui pra frente, eu sei.. Você pode querer se afastar, m-mas..." Ele mordeu o lábio. "Eu não quero que se afaste... Agora mais do que nunca... E-Eu preciso de você, Takao..." Ver Midorima chorar daquele jeito doía. Era como se o rapaz de madeixas verdes carregasse todo o peso em si mesmo, quando podia apoiar-se em seu amante, seu namorado, seu amigo.

Takao finalmente entendeu. Isso não era sobre como ele se sentia culpado ou outra baboseira egoísta. Era sobre o Shin-chan, que estava nesta cama sem poder andar, assustado e triste, mas tendo que manter a situação em controle para que sua família não se preocupasse, e assim Takao também não. Midorima tem sido forte todo esse tempo por eles dois, e agora, depois de uma semana, ele finalmente desabou.

Takao abraçou o maior o mais forte que conseguiu, mostrando a ele que estaria ali, não importa o que acontecesse.

"Eu sinto muito, Shin-chan... Eu sou tão idiota que você teve que dizer tudo isso para mim... É que você é tão precioso pra mim.. Eu nunca vou deixar o seu lado, Shin-chan, eu sempre estarei aqui. Se for eu quem vai cuidar do Shin-chan daqui pra frente, está bom para mim.." Midorima não conseguia falar, apenas o abraçou e assentiu.

"Nós vamos descobrindo tudo isso aos poucos, está bem ? E nós vamos passar por isso juntos."

Novamente, o maior assentiu.

"E Shin-chan ? Você não tem que bancar o durão comigo. Eu vou guardar segredo, não precisa se segurar."

Os dois olhares se encontraram. Midorima não pode fazer nada quanto às poças de lágrimas se formando novamente no canto de seus olhos, apenas abraçar Takao e enterrar seu rosto no peito do rapaz como uma criança assustada.

"V-Você não vai me deixar, vai ? Mesmo se eu disser pra fazer isso ?"

Takao beijou o topo da cabeça de Midorima, mostrando um assentimento à pergunta.

"Takao... Eu não consigo andar..." O quarto ficou em total silêncio. Só era possível ouvir os desesperançosos soluços de Midorima. Takao apenas permaneceu em silêncio, segurando suas lágrimas, acariciando seu namorado, deixando ele saber que não importava o que houvesse, ele estaria ali para suportá-lo em qualquer coisa.


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Notas finais do capítulo

Bem, perdoem qualquer erro de português, escrevi rapidamente porque certas pessoas ficaram me apressando ¬¬. Espero que tenham gostado.