– Você bem que poderia sair do meu quarto.
– Só saio depois que me der minhas explicações.
– Não tenho nada a lhe dar.
– Desculpa... - a loira arregalou os olhos surpresa
– Que...?
–Desculpa não contar.
– Ah... de boa.
– Ficou brava?
– Não, super normal descobrir que o gatinho que você quase namorou é uma criatura estranha.
– Eu sou um vampiro.
– Fascinante, morde aqui que eu acho que dói menos!
– Betty.. não estou te reconhecendo...
– Nem eu estou te reconhecendo, na verdade acho que nunca reconheci.
– Você está estranha...
– Quer mesmo falar de coisas estranhas?
– Betty.. para...
– "Para"? Foi isso o que aquele homem disse enquanto você sugava a vida dele?! Com sua licença, quero ler!
– Vai mesmo ser desse modo?
– Você fez ser assim.
– Você está sendo ignorante!
– E você hipócrita! Faz de tudo e depois vem aqui fazer cena?!
– Não estou fazendo cena!
– Eu não sei o que vi em você.
– Eu também estou começando a me perguntar o mesmo sobre você!
– Na verdade .. sei o que vi em você.
– O que foi que viu?
– Um coração, mas agora acho que vi errado.
– Você tem um, ele é lindo.
– Um de nós dois precisava ter.
– Está me ofendendo.
– Acha que me importo? Você me magoou.
– Hum... agora estamos quites então.
– Estamos?
– É, acabou de ferir meu coração.
– Pensei que já estivesse morto.
– Estou.
– Então seu coração não bate mais.
– Não, agora ele só apanha.
– Ah.. que peninha. Vai lá tirar outra vida e me deixa ler!
– Como quiser. -O moreno se virou e saiu do quarto enquanto a moça suspirou cansada, queria que ele ficasse perto, mas não sabia mais quem ele era, ou o que ele era.
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– Aaaaaahhhhh! Isso Isaak!
– Hum... gostou aqui, foi?
– Anham... Que delícia! Mais forte, por favor!
– Wont! Meu irmãozinho implorando algo... claro que sim..
– Para de graça...
– Não estou fazendo graça... estou brincando contigo apenas...
– Malvado... Ai! Doeu!
– Desculpa.
– Eu gostei.. faz de novo...
– Mazoquista..
– Você não disse isso! - o mais velho virou na cama encarando o teto enquanto gargalhava
– Não quer mais massagem?
– Depois.. mazoquista!

Algumas horas se passaram desde o momento na piscina, Selena estava deitada no sofá e Leo sentado numa poltrona a olhando.
– Não tem nada pra fazer, a Betty tá trancada no quarto... que tédio!
– Verdade.
– O que fazem para se divertir por aqui?
– Ah... nada..
– Não se divertem?
– Claro que nos divertimos...
– Aqui não tem computador?
– O que é computador?
– Uma coisa que usamos pra fazer pesquisa... baixar vídeos e músicas... jogar...
– Hum... temos algo parecido com isso.
– Sério? Onde?
– No meu quarto tem um...
– Já saquei... e eu te achando inocente...
– Hum? Do que você está falando?
– Nada. - A morena riu - Mostre-me
Os dois foram rumo ao quarto do jovem, chegando lá a mais baixa notou que era tudo bem organizado e que o perfume do loiro empreguinava todo o local.
– Não repare na bagunça...
– Que bagunça? - a moça pergunrou indiscreta
– Bem... deixa pra lá... vou te mostrar o Touch.
– Quem?
O maior se sentou numa cadeira que estava de frente para uma escrivaninha aparentemente vazia, foi então que uma tela e um mouse apareceram ali.
– O que é isso...?
– Bem... isso é o Touch, dá pra fazer tudo aquilo que você disse e um pouco mais.
– Como digita nisso?
– Assim. - O garoto aproximou sua mão do monitor e um teclado virtual surgiu - Maneiro, né?
– Muito!
O "casal" ficou ali brincando por algumas horas, pararam para o lanche que os gêmeos tinham preparado, a morena foi checar e a porta do quarto permanecia trancada e nenhum sinal da loira.
– Hey... vocês não têm nenhuma chave reserva dessa porta?
– Temos sim, por quê?
– Passa pra cá.
O mais novo dos gêmeos desapareceu por alguns minutos e reapareceu com uma chave na mão e a entregou para a mais nova que se dividiu dos demais indo para o quarto.
Quando se aproximou da porta ouviu um som baixo, abriu a porta com cuidado e notou que a amiga estava abraçando as próprias pernas e chorava baixo.
– Betty?
A outra nada respondeu, apenas se levantou e foi até a outra a abraçando com força, a morena sabia que o que ela realmente precisava era um abraço, não palavras.
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A madrugada passava rapidamente, a loira dormia, havia chorado bastante antes de cair no sono. Selena permanecia sentada em sua cama olhando para a janela.
– Runf.. - suspirou cansada, calçou suas pantufas negras e saiu do quarto.
Caminhou rumo ao jardim e se sentou em um banco de pedra que ficava logo ao centro. Leo a observava pela janela de seu quarto sem que ela notasse, um barulho nos arbustos chamou a atenção da sagitariana que se levantou e ficou em posição de ataque, mas voltou a sua posição normal ao ver que a figura na noite era Stive.
– Stive...?
– Selena...
– Stive, você tá bem? - Ao olhar bem a mais baixa notou que o outro estava com várias feridas no rosto que pareciam cicatrizar sozinhas aos poucos - O que aconteceu?
– Isso é pra você... - O moreno lhe entregou um envelope e desabou sobre o corpo da outra exausto.
Leo viu aquilo e fechou os punhos com força. "Ela tá me fazendo de bobo... eu aqui.. gostando dela... e ela com o Stive!".
Naquele mesmo instante, Betty havia acordado e, notando a ausência da amiga, foi procurá-la no jardim, ao chegar na porta viu o "abraço" dos dois voltando para dentro correndo com os olhos cheios de água.

Continua...