Capítulo 8

Maxon e eu nos separamos pelo palácio a procura do Aspen. O plano era eu somente perguntar para os guardas onde ele estava e depois me encontrar com o Maxon para irmos juntos falar com o Aspen, mas ainda havia o risco de eu encontrá-lo acidentalmente pelos corredores. Pelo esquisito que pareça, eu preferia que fosse eu a encontrá-lo ao invés de Maxon, pois não sei muito bem que briga sairia se os dois estivessem sozinhos no mesmo lugar.

Porém, como seu meus pensamentos tivessem se tornado realidade, acabei por avistar Aspen no fim do corredor.

–Aspen! –chamei-o e nisso, ele se virou surpreso para mim.

–Meri?! Não era para você estar no Salão das Mulheres?!

–Maxon me deixou andar pelo palácio. Eu precisava falar com você, quer dizer... Nós precisamos.

–Nós?! –perguntou ele confuso.

–Eu preciso da sua ajuda. –e sem pestanejar, ele respondeu:

–Qualquer coisa.

Pouco depois, Aspen e eu encontramos com Maxon no meu quarto. Claro que muitas coisas estranhas estavam acontecendo em Illéa, mas para mim, nenhuma dessas coisas conseguia ser mais estranho do que ver Maxon e Aspen reunidos no meu quarto. Enquanto Aspen olhava desconfiado para Maxon, este estava com o seu rosto paralisado da mesma forma quando Marlee foi açoitada, provavelmente estava usando a sua habilidade de controlar a sua expressão facial diante de acontecimentos desagradáveis. Nenhum dos dois falou nada. Um silêncio constrangedor ficou entre nós três.

–Aspen, -falei finalmente. -nós sabemos que você odeia o sistema de castas tanto quanto nós...

–Ah, com certeza odeio! –interrompeu ele. –Mas não tanto quanto te ver com... ele. –e nisso, ele lançou um olhar acusador a Maxon, como se fosse ele o responsável pela existência das castas.

–Aspen, eu não coloquei vocês dois aqui no meu quarto para falarmos disso.

–Então o que seria, Meri? –nisso, Maxon se virou para mim com a face mais endurecida que antes e nisso, pude sentir as minhas bochechas corarem, mas tive que continuar com o meu discurso:

–Tem umas coisas esquisitas acontecendo pelo país e achamos que o rei Clarkson talvez esteja envolvido em algum tipo corrupção.

–Só agora vocês acham isso?

–E você sabe de alguma coisa... Aspen? –falou Maxon pela primeira vez, forçando a voz ao falar o nome do Aspen.

–Não muita coisa. Só sei que quando você faz alguma coisa, o seu pai manda alguém desfazer pela metade. –nisso, Maxon e eu trocamos um olhar. –Mas o que isso tem haver comigo?

–Achamos que seja lá o que for que o rei esteja escondendo esteja em um dos livros da biblioteca secreta do palácio.

–E como você provavelmente sabe, ele colocou toda guarda do palácio em alerta para me impedir de entrar naquela biblioteca depois da Meri ter se pronunciado no jornal. –falou Maxon e nisso, foi à vez de Aspen me lançar um olhar de acusação ao escutar Maxon me chamar pelo mesmo apelido, mas desta vez, eu procurei ignorar.

–Nós queremos que você troque o horário da sua ronda com o guarda que ficar tomando conta do corredor para a biblioteca. –falei.

–Meri e eu vamos entrar na biblioteca e se alguém aparecer, você procura nos alertar. –continuou Maxon.

–Claro, contanto que você pare de chamar a minha garota de Meri...

–Engraçado, pelo que eu fiquei sabendo, você e ela não têm mais nada para...

–Ei! –exclamei interrompendo a discussão. –O nosso problema maior é o rei Clarkson. Será que vocês não podem fazer uma trégua?

Os dois voltaram a se controlar, mas seus olhos fuzilavam um ao outro enquanto eles apertavam-se suas mãos, selando o acordo.