Capítulo 22

Cheguei ao meu quarto e chamei as meninas, imediatamente elas chegaram. Com era sábado eu vesti minhas calças jeans, e coloquei uma camiseta. Anne fez um rabo de cavalo alto e bem clássico em meus cabelos, Mary e Lucy uma maquiagem bem leve, sombra azul clarinho, e batom rosinha. Calcei minhas sapatilhas e dispensei as meninas. Esperei o Max, tempo passava tão lentamente, que resolvi tocar violino, comecei a tocar. ( Brad New Me- Alicia Keys)

Nem percebi Max chegar.

– Nossa você toca igual a um anjo, meu amor.- ele disse-

– Max, que susto. Nem te vi entrar. Temos que ir agora? – perguntei-

– Na verdade sim, mas eu não queria. Queria te ver tocar e cantar, o resto da minha vida. Promete? Promete que quando se casar comigo, cantará sempre? – ele perguntou-

– Prometo, sim seu bobo. Nem precisa pedir.- eu disse, e selei nossos lábios.-

– Vamos princesa- ele disse, me conduzindo até o escritório-

Quando chegamos todos estavam lá. O rei a Rainha, e Nicolleta.

Quando me viu Nicolleta sorriu e veio até a mim, me abraçou. Me sentei ao seu lado. Em um dos sofás dispostos na sala. Maxon e sua mãe estavam em outro. E o rei por trás de uma mesa.

– Então rei Clarkson já avaliou minha proposta? – disse Nicolleta- Olhando para ele com olhar reprovador.

–Sim, senhorita Nicolleta, aceito sua proposta. – ele disse-

– Bravo! Bravo! Vejo que tomou a decisão certa rei Clarskon, pois se sua decisão fosse contraria, eu mesma teria que tomar minhas providencias. Dadas as circunstancias eu ainda pergunto:

– America você deseja se casar com ele? Se não eu posso te levar comigo assim que eu voltar. Saliento que tenho um pretendente a sua altura, em mente. Um primo meu, que veio na nossa comitiva na outra vez, gostou muitíssimo de você Meri. Ele é um visconde, e poderia muito bem cuidar de você e sua família. Mas se não desejar faremos sua própria seleção. Ninguém de modo fará algo contra você o sua família. Então o que você quer America, deseja ir comigo e casar-se com um por lá, ou deseja ficar e se casar com o Maxon?- ela disse- Então todos se viraram para mim inclusive um par de olhos castanhos, que eu tanto amava. Eles estavam suplicando que eu ficasse. Mesmo que desejasse não conseguiria ir. Mas não desejo eu quero ficar, eu não quero fugir não desta vez. Eu sei que pode ser tudo mais complicado se ficar, mas eu preciso de me arriscar. E ficar, eu não conseguiria me casar com outro. Eu quero ficar, ficar com ele.

– Sim, Nicolleta eu o amo, e quero muito me casar com ele. Mas o que a aliança entre Illéa e a França, tem a ver com minha vinda aqui?- eu perguntei-

– É simples- disse Maxon- Nicolleta, assim que chegou aqui fez uma exigência, para que você fosse minha escolha. Em troca teria a aliança com a Itália. Caso contrário, enquanto seu pai e ela, governassem não haveria chances algumas de uma aliança.

– Quer... quer dizer... que poderemos nos casar? Nos temos a aceitação de todos? – eu perguntei atônita-

– Sim, meu amor. – Maxon disse-

– Finalmente! Pretendo ficar até o casamento, mas preciso que você me diga: Vou ser sua madrinha não é? – Nicolleta falou tentando soar ofendida-

– Mais é claro!- eu disse-

– Huhrm... – disse o rei- Gostaria de esclarecer algumas coisas: Senhorita America enquanto eu for o rei você me deverá respeito. E depois quando Maxon for também. Não quero ouvir falar da historia das castas. Nunca mais! Estamos entendidos? Espero que a senhorita tenha, bom senso e ouça o que eu lhe digo. Não quero que se machuque. – ele disse me fitando, com os olhos resplandecendo fogo. Ódio. Ele teria me enforcado, se fosse possível. –

– Meus parabéns queridos! – disse a rainha Ambrelly- Espero que sejam muito felizes, e encham esta casa de crianças. Mas tenho que lembra-los de ter juízo. Que não apressem as coisas, tudo a seu devido tempo. – falando isso nos lançou seu melhor olhar de “Eu sei o que você fez”. Me senti igual a uma criança quando é pega no flagra aprontando.

– Tudo bem isto é tudo- disse o rei como quem quisesse dizer “Caiam fora, antes que eu mude de idéia”. Parece que eu não fui a única a notar. Nicolleta puxou a rainha para uma conversa, saíram a frente. Ficando eu e Max para trás.

Quando íamos saindo o rei disse: - Esperem, quero falar com os dois. Sentem-se

Nos entreolhamos e Maxon assentiu com a cabeça. Sentamos Maxon estava ao meu lado segurando minha mão firmemente, de vez em quando eu a apertava de leve.

– Então? - Perguntou Maxon-

– Quero avisa-los, que não serei compassível com vocês. Não suporto esta senhorita, e você sabe muito bem que prefiro senhorita Kriss Ambress. Mas irei aceita-la pois desejo muito a aliança com a Itália, e não estamos em situações de recusa, a uma oferta como esta. Mas somente por isto, então devo salientar, que não quero que interfiram em meus assuntos. Estou sendo claro? Outra coisa nada de sair por aí espalhando a quatro cantos sua escolha. Até sexta feira você terá que continuar se encontrando com as outras garotas. Amanhã a princesa Daphne, e os reis da França e Itália irão embora, juntamente a princesa Nicolleta. Espero que tenham bons modos e os tratem bem. Acho que por enquanto é só isto. Podem se retirar.- Ele disse –

Maxon entendeu a deixa, e me levou junto a ele, pois eu ainda estava tentando digerir tudo o que havia ocorrido. Foram tantas informações, tantas coisas que fiquei ate meio sem norte.

– Meu amor, tudo bem? – perguntou Max quando saímos da toca do lobo. -

– Sim, tudo só estou meio...-

– Arrependida? – ele me perguntou-

– Claro que não Max, arrependida nunca! Só estou digerindo a situação, que ainda me parece estranha o bastante. Não sei se um meteoro atingiu a terra, e eu estou tendo alucinações, ou se tudo foi real. O rei aprovou mesmo que forçadamente nosso casamento? - perguntei-

– Sim meu amor, agora esta tudo se encaixando, o público adora você, meu pai teve que te digerir. E na próxima sexta haverá a ultima eliminação.- ele disse-

– Ultima? Não seria a penultima?- perguntei confusa com a situação.

– Sim ultima, era para ser a semi-final mas como eu decido quem vai e quem fica. Decidi, que seria a última, não aguento mais esperar. Quero que você seja somente minha, para sempre- ele me disse.

– Serio? Para sempre? Você ainda vai me amar amanhã de manha? Mesmo quando eu estiver flácida, cheia de rugas? Mesmo depois que eu engordar, depois que tivermos filhos? Mesmo se um meteorito atingir a terra e eu perder a memoria, você me reconquistaria todos os dias, para todo o sempre? – eu perguntei-

– Sim, Meri quero que você fique ao meu lado para sempre. Vou te amar, amanhã de manhã, até todo o sempre. Mesmo que o tempo não aja ao nosso favor, e fiquemos flácidos, mesmo que você perder a memória. Eu te reconquistaria, todos os dias para todo o sempre. Até você se lembrar de mim. – ele disse-

– Isso foi tão intenso! Eu te amo tanto! Você com certeza foi a melhor coisa que me aconteceu. – eu disse, dando-lhe um beijo casto.-

– Agora vamos- ele disse- precisamos de esclarecer umas coisas.-

Continuamos a andar até que chegamos ao salão das mulheres. Ele abriu as portas, e vimos Elise e Kriss conversando em um canto. Nicolleta, Daphne de outro. E Sylvia e Ambrelly, conversando, em uma mesa, que fora posta no salão das mulheres. Quando entramos, todos olharam para nós, e para nossas mãos entrelaçadas. Enrubeci, fiquei um pouco triste por Kriss, ela estava tão triste, fiquei com muita pena dela. Mas se fosse meu caso também estaria triste.

– Mãe- chamou Maxon. Tentei soltar nossas mãos, pois ele deveria querer ter uma conversa a sós com sua mãe. Mas ele não me soltou pelo contrário, me apertou mais. Naquele momento notei a expressão em seus olhos. Era dor. Ele precisava de mim, resolvi parar de lutar e ficar quieta. A rainha pediu licença e veio a nosso encontro.

– Sim queridos? – ela disse me dando seu melhor sorriso.-

– Precisamos falar com você a sós. – ele disse-

– Tudo bem, sigam-me- ela disse, Pediu licença novamente, e se desculpou com as meninas, e veio conosco. O caminho não foi muito longo. Logo chegamos e a rainha abriu as portas, da sala que logo reconheci, a sala de música.

– Sentem-se - ela disse e nos indicou um sofá.-

– Mãe...preciso esclarecer o que aconteceu mais cedo. Não é nada do que imagina é pior. – Gelei na hora, qual era o problema dele? Hoh céus! Isso só piorava a situação.-

– Sim? – ela disse compreensivamente-

– Mãe você sabe que o meu pai é bem esquentado não é? – ele perguntou-

– Sim sei, o que isto tem a ver Maxon? – Perguntou ela, vi a ansiedade em seus olhos-

– Então mãe tenho algo para te contar, que ninguém além do meu pai, o médico e America sabem. – ele disse olhando para mim, como quem pedia ajuda. Mas eu não podia fazer nada, ele tinha que falar com ela. Ele era seu filho, ela acreditaria. –

– O que é Maxon? Você esta doente? Por que não me contou? E o que isto tem haver com suas idas aos aposentos da America? Meu filho ela é uma moça de respeito, eu já te expliquei como tratar uma dama. Será que não entendeu? Maxon... o que houve? – ela estava desesperada.-

– Não mãe, não estou doente. Não te contei por medo, insegurança, não sabia o que aconteceria se eu te contasse. Não gostaria de ve-la passar pelo mesmo que eu. A America estava me ajudando mãe. Ela sempre me ajuda depois que isto acontece. Eu a mamo mãe, não a trataria com desrespeito. Eu fi até seu quarto pedir ajuda como sempre, daí a senhora apareceu chamando-a não sabia o que fazer. Entrei no banheiro dela pois não queria que você me visse assim. Aproveitei para me lavar por isto me viu assim. E a senhorita America realmente já estava pronta para tomar banho quando chegamos. – ele disse-

– Então o que houve? Não estou entendendo Maxon. – Ela disse-

– O meu pai, o rei de Illéa é bem esquentado, e quando algo o aborrece, quando faço ou falo algo que ele não concorda, ele...- sua voz sumiu, tão repentinamente-

– Ele o que filho?- Ambrelly peguntou-

– Ele... ele... ele... me bate com chicote mãe. Isto acontece desde meus nove anos de idade. Faz dez anos que ele me bate sem sessar. Ele faz isto sempre que falo ou faço algo do seu desagrado. E mesmo quando não o faço ele me bate. – ele soltou, notei que chorava. Nos chorávamos, Maxon, Ambrelly e eu.

– Ele bate em você? Por que ? Quando como? Por que nunca me contou? Por que só contou para a senhorita America? Você não confia em mim filho? Diga-me? – ela murmurou, enquanto caia em lagrimas.-

– Max... vai... fique com ela. Eu vou para meu quarto se precisar de mim. – eu disse e me retirei. Deixando eles dois conversando.

Depois que sai da sala de música fui direto ao meu quarto e comecei a tocar o violino que Maxon me dera. Eu tocava Burning Gold – Crhistina Perri-

Passei o resto de minha tarde ali, mais tarde as meninas chegaram querendo que eu fosse para o jantar. Mas eu não estava em clima. Decidi jantar ali mesmo no quarto com as meninas, elas tentaram me animar, mas de nada valeu. Depois me aprontaram e eu dormi. Este foi o pior sábado de toda minha existência. Eu dormi muito aquela noite, sonhei com muitas coisas mas o que lembro é: Ter sonhado que eu estava em um lugar que não reconhecia, eu estava com uma barriga enorme. Algo me dizia que estava grávida. Não sabia de quantos meses, eu andava por todos os lados tentando reconhecer algo ou alguém até que colidi com Ethan. Ele estava diferente suas vestes eram bem simples. Mas logo o reconheci por seus longos cabelos loiros, e seus lindos olhos azuis céu, cheios de armadilhas. Ele sorriu para mim, envergando a cicatriz de sua boca.

– Meu amor, como estão vocês? – ele me perguntou-

Neste exato momento estava indo a sua procura, e como vai você rapazinho? Papai estava preocupado com você e sua mãe. Espero que tenha cuidado muito bem dela. – ele disse alisando minha barriga.-

– Saia de perto de mim Ethan, cadê o Maxon? Onde ele está? Ele é que é o pai desta criança. Ele é quem eu amo. Onde ele esta?- eu perguntei ainda confusa-

– Maxon? Nunca ouvi falar meu amor! Deve esta delirando por causa de sua febre, a proposito quem a autorizou a sair mocinha? – ele me perguntou-

– Nunca!? Como nunca?! Você era soldado do castelo dele! Eu sou noiva dele! – eu disse- O que esta acontecendo? – exigi-

Foi quando uma dor insuportável me atingiu em cheio, parece que o bebe, queria nascer.

– Venha Meri- ele disse.

Quando olhei para ele algo tremeluzia, uma hora eu via Aspen, e outra hora Maxon. Sempre que tentava pegar nele, não conseguia. Eu tentava mas parecia que ele virava fumaça, e a dor cada vez estava mais forte. De repente uma voz irradiou minha mente: - Você tem que escolher com quem quer ficar America. Você tem que fazer uma escolha. Aspen ou Maxon? Escolha-se antes que você fique só. “A voz” disse.- Então de repente tudo se apagou.-