Cristais de Sangue escrita por P David


Capítulo 1
Dentes Afiados


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/484794/chapter/1

Cristais de Sangue

Capítulo 1: Dentes Afiados

Eu estava voltando da escola o dia estava ensolarado, mas sem muito calor, eu cantarolava sem ao menos perceber uma música que tocava em meu ipod e arrastava os solados dos sapatos no chão, ao vira a esquina da rua, eu vi minha casa em chamas. O tempo não foi um grande amigo, eu não o tive para chora muito menos entra em choque, só larguei todo peso que eu podia e corri casa adentro. O teto da sala já tinha desabado, o cheiro de fumaça estava mim sufocando e fazendo meus olhos lacrimejarem, um gemido fez com que eu virasse minha cabeça e encontrasse minha mãe embaixo de escombros, quando ela mim viu enxugou as lagrimas e sorrio para mim, eu sabia o que ela queria dizer com o sorriso, mas ela estava erada, nada ficaria bem a parti de agora. Fui até onde ela estava e tentei tirar o máximo de entulho que eu conseguia, no entanto ela sabia que não daria certo, então agarrou o meu braço e mim fez para.

-Se salva! - depois disso alguma coisa acertou minha cabeça e eu desmaiei, o ultimo sopro de consciência que eu voltei a ter foi na ambulância, quando dois enfermeiros comentaram sobre a morte dos meus pais, e de novo eu apaguei.

++++++

Alguma coisa impedia que eu acordasse completamente, mim concentrei então nos sons á minha volta, saltos entrando em contato com o chão, sussurros imperceptíveis e um barulho irritante de pib . Mesmo odiando as ondas sonoras concentrei-me nelas, aos poucos consegui despertar outros dos meus sentidos, e identificar com mais precisão o que havia ao meu redor. Cheiro de sangue, álcool e produtos químicos, também senti o tecido grosso que cobria o meu corpo e luz apontada para minhas pálpebras fechadas, abri meu olhos antes que voltasse a pesar.

-Ela acordou! –alguém se afastou de mim gritando, uma enfermeira eu acho, coloquei meu antebraço sob os olhos.

-Consegue mim ouvir?- outra voz perguntou, essa era masculina e rouca.

-Não sou surda. -retruquei esfregando os olhos com os pulsos.

-Perfeito – ouvi ele rabisca em alguma coisa - Você estava desacordada há dias. – ele comentou, o olhei para ele pela primeira vez, cabelos grisalhos, linhas de expressão eu o daria 70 anos ou mais.

-Onde estão meus pais? –perguntei mesmo tento ideia da resposta, ele fingiu-o ler algo na prancheta em seu braço.

-Morreram. Eu lamento. – ele evitou mim olhar e foi embora.

Mesmo esperando pela resposta não contive as lágrimas. Às enxuguei e tentei ocupar minha cabeça olhando a decoração medíocre do quarto, que se resumia a paredes bege claro, luzes fluorescentes que irritavam meus olhos, uma cômoda com jarros de flores sobre ela de frete para minha cama, aparelhos hospitalares do meu lado esquerdo e um quadro com uma paisagem mórbida de uma praia pendurado na parede do meu lado direito.

- Para onde vai leva-la, depois que tiver alta?- era voz do meu médico. Tirei o equipo preso ao meu braço esquerdo e cambaleei até aporta.

-Não achamos nenhum parente próximo, ela terá que ir para um abrigo de menores. – a segunda voz era de uma mulher, e a descrição sobre parentes fez com que eu não tivesse mais duvidas de que eles estavam falando de mim. Meus pais nunca disseram nada sobre a família de ambos, eu não entendia o porquê, mas também não exigia respostas, e por minha total falta de interesse eu iria para um abrigo, não prestei atenção e mim aponhei acidentalmente na porta entre aberta a fazendo ranger e parar com a conversa do lado de fora. Mesmo doendo, corri até a cama, e mim joguei nela cobrindo o corpo todo. Minha rápida corrida resultou em um dor lancinante de cabeça.

Ouvi passos se aproximando, e fechei os olhos, a porta voltou a ranger e o quarto escureceu, quando voltei a abrir os olhos à porta havia sido trancada.

Eu passei horas pensando em como sai daqui, minha irritante dor de cabeça aumentou gradativamente, graças ao meu esforço mental. Ouvi a porta abri novamente, dei um sobressalto de susto.

-Desculpa. - doutor Carlos se desculpou, era a primeira vez que eu lia o nome em seu crachá. Dei um sorriso em resposta. –Como você estar? – ele perguntou, checando meu soro, que escorria pelo meu braço já que eu havia tirado a agulha da minha veia.

-Minha cabeça dói. –ele voltou a rabisca algo na prancheta, nos pés da minha cama.

-Deve ser resultado da pancada em sua cabeça, você teve sorte. –eu perdi meus pais e ia pra um abrigo, eu podia ter tudo menos sorte. Esse seria o momento em que eu choraria, mas não havia lágrimas, talvez eu já estivesse de luto há algum tempo, onde quer que eu estivesse.

-E depois de três meses, amanha você terá alta, boa noite. – ele abriu um sorriso gentil e se dirigiu até a porta.

Amanha também seria o dia de conhecer meu novo lar- se é que eu podia chamar assim- os abrigos de Altri não eram conhecidos por suas ótimas reputações, e sim por brigas com armas afiadas, incêndios em dormitórios, abusos físicos entre outras infrações muito piores. Pelo menos uma vez no mês ele estampava as manchetes policiais dos jornais.

Coloquei um algodão molhado de álcool, para estancar o sangramento em meu braço, caminhei até o banheiro e joguei água no meu rosto mais pálido que o normal, meus cabelos castanhos estavam opacos e meus olhos emoldurados por olheiras. O tom mel deles estava mais claro que da ultima vez, mas devia ser impressão.

-Droga de coma. –resmunguei, colocando o cabelo de forma que escondesse as laterais do meu rosto, e vesti um roupão pendurado próximo ao boxe do chuveiro. Caminhei para fora do quarto relutante nas passadas, o impacto do corredor branco ofuscou minha visão momentaneamente. De um lado havia mais dois corredores, do outro uma sala com material de limpeza. Fui até ela. Se eu saísse com um roupão do hospital iam desconfiar, isso se eu conseguisse sair. Forcei a maçaneta da porta até ceder e se abri, ouvi passos atrás de mim, entrei no quarto e fechei a porta. Tateei as paredes até encontrar o interruptor, o quarto era minúsculo, tinha espaço suficiente apenas para duas estantes de ferro, uma com produtos químicos e outa com uniformes de faxineiro -o que era melhor que nada-. Peguei um próximo ao meu tamanho e vesti com pressa, antes que dessem por minha falta no quarto. Quando terminei coloquei o boné para prender a parte solta do meu cabelo, mas ainda mantive as laterais do rosto cobertas. Sai da sala de limpeza. O lado de fora permanecia quieto caminhei o mais rápido possível no meu estado. Entrei no corredor da esquerda onde tinha uma placa com uma seta de tinta desbotada onde lia-se “SAIDA NA ALA D” parei uma mulher que ia passando por mim.

-Conlisença, onde fica a ala D?- ela mim olhou desconfiada. Claro! Eu era uma funcionária perguntando sobre as estalações do meu ambiente de trabalhou, pelo menos era isso que parecia. –Eu sou nova aqui. –menti.

-É por ali. –ela apontou para o lugar de onde tinha acabado de vim, parecia ter acreditado em mim ou pouco se importava.

-Obrigada. – agradeci.

Voltei a caminhar, o vigor das minhas passadas resultou em mais dor de cabeça era como se meu cérebro estivesse solto e balançando conforme eu mim movia. Mesmo assim não mim detive e continuei, até chegar à ala D. O segurança não pareceu se importa com a minha saída até abriu a porta pra eu passar. Agradeci com um aceno de cabeça, mas desejei nunca ter feito isso.

Sentei em um dos bancos do lado de fora, até minha cabeça para de rodar. Uma mulher atrás de uma árvore mim observava do outro lado da rua, ela parecia se camuflar nas sombras, por isso não conseguia ver seu rosto, só os cabelos negros caindo em ondas até um pouco abaixo do ombro, a silhueta magra em um belíssimo vestido preto, e a pele pálida exposta pelos braços nus.

Um arrepio percorreu minha espinha. Levantei para ir embora, mesmo não tento nenhum destino em mente, eu não tinha amigos próximos, quer dizer ninguém que eu pudesse intitular como amigo, apenas colegas que conserteza não mim ajudariam a fugir da policia. -Eu parecia uma criminosa nesses termos-.

Quando eu ia dar meu primeiro passo, jogaram um braço em volta do meu pescoço e não era um abraço, foi gravata, seguida por dentes afiados sento enterrados no meu pescoço, a dor do que isso causou pouco mim importou, a única coisa que eu queria no momento era oxigênio. Aos poucos percebi o quanto era inútil tentar mim liberta, e mim rendi a inconsciência.

Eu bloqueei partes das lembranças da noite após ser sufocada, as únicas coisas que insistiam em serem lembradas era de ser acordada pela chuva molhando o meu rosto em cima de um tumulo, procurar por uma pessoa que gritava por socorro e matar essa pessoa, uma garota loira bonita praticamente da minha idade. Eu avancei em direção a ela como um animal selvagem quando vi sangue brotando dos pulsos e do seu pescoço, eu bebi gota por gota até seu corpo cai sem vida em meus braços. E ser trazida de volta a realidade, uma realidade sombria e intimidadora. Ela segurava um papel com meu nome escrito. O arranquei da sua mão e comecei a ler.

“Querida Marina, peço desculpas pelos atuais acontecimentos com os seus pais e os que a fiz passar, no entanto você se mostraria descrente se eu lhe dissesse o que se tornou. Não pense no vampirismo como uma maldição e sim em um recomeço. Na frente do cemitério você encontrará um Ford prata 2015, as chaves estão em seu bolso, lá tem cartões de crédito senhas, dinheiro em espécie e algumas roupas caso queira trocar pela quais esta usando. As chaves do seu apartamento em Cristal estão no porta-luvas, ninguém irá procura-la nessa cidade, o caminho já esta gravado no GPS. Prometo nos encontraremos em breve.

“Com amor: Christian”

Talvez pelo choque de descobrir que eu era uma vampira assassina ou pela falta de opções, decidi aceitar as sugestões de quem quer que tenha escrito a carta- eu não tinha nada a perde mesmo- a não ser minha vida, que valia pouco no momento.

Procurei o carro, troquei de roupa e dirigi em direção a Cristal ouvindo “My milkshake de kelis”.

Depois de testa vezes de mais se o sol conseguia mim queimar, desci em um posto se gasolina, e entrei em uma lanchonete. Eram 8h da manha e fazia 26º segundo o noticiário, meu café depois de meia hora o fitando e passando o dedo indicador nas bordas do copo já devia estar frio. O primeiro gole que eu tomei, irritou minha garganta e eu fui obrigada a cuspi fora.

Olhei em volta procurando algum alimento em potencial, tinha um cara gordo ao meu lado esquerdo lendo jornal, a garçonete mascando chiclete e assistindo desinteressada a televisão atrás do balcão e um garoto três anos mais velho que eu sentado no fundo da lanchonete. Eu tive medo que começasse a beber e matasse outra pessoa, como a garota loira no cemitério. Chaqualhei a cabeça tentando afasta a cena, por que eu não podia esquecer isso também.

-Vrum, vrum, vrum... - pulei da cadeira, quando alguma coisa vibrou no bolso da minha jaqueta, puxei um celular de lá, só agora eu o tinha notado, voltei a sentar antes que alguém olhasse pra mim. No visor tinha um ícone de mensagem recebida.

“Você pode hipnotizar, por que não esta bebendo?”.

“Ass. Christian”

Ele estava mim observando! Olhei em volta de novo, mas só havia as mesmas pessoas. Decidir aceitar que ele deduziu sobre os meus conflitos em matar pessoas-era isso ou ficar paranoica- Procurei o número, no entanto era desconhecido, suspirei frustrada e o guardei novamente.

Meu alvo seria o cara três anos mais velho que eu. Olhei o suporte de guardanapo, para ver como estava o meu cabelo. Horrível, mas podia se passar por sexy, caminhei até a mesa dele no final da lanchonete ,sem testemunhas, o era lugar perfeito.

-Oi!- o cumprimentei sentando no sofá vermelho de frente para ele.

-Oi!- ele repetiu, largando o celular na mesa e sorrindo pra mim. Ele era bonito eu até flertaria em outra ocasião ou se não tivesse com fome.

Mim inclinei para frente focando em seus olhos, ele fez o mesmo.

-Não grite. –pedi, ele confirmou com a cabeça.

Sentei ao seu lado no sofá, e inclinei sua cabeça para traz pra que a jugular ficasse exposta, senti o sangue correndo pelas veias embaixo da pele. O cheiro fez minhas presas ficarem maiores que o normal, as cravei em seu pescoço deixando que o sangue inundasse minha boca e acabasse com o desconforto em minha garganta. O fluxo de sangue estava diminuindo aos poucos, assim como o vigor das batidas do seu coração, eu sabia o que isso significava, mas não conseguia parar. O espelho a minha frente mostrou um reflexo meu que eu nunca imaginei que veria, parei de ingerir o sangue do garoto, ele caio em meu colo, estava lucido só exausto. Voltei ao reflexo, os olhos antes castanhos estavam completamente negros e sem vida, mas não só a íris, todo globo ocular esta no mais profundo breu, as olheiras mais escuras do que quando as chequei no hospital, e as pontas das presas sujas de sangue assim como minha boca. Era o reflexo que eu teria que conviver de agora em diante, as lagrimas voltaram a transborda dos meus olhos e todo meu rosto voltou ao normal.

Peguei guardanapos, e limpei a boca levantando o garoto do meu colo.

-Faça um curativo e esqueça tudo. - o hipnotizei de novo, mesmo não tendo certeza de que fiz certo e levantei para ir embora, eu não ia voltar pra checar. Peguei dinheiro no bolso e joguei em direção a garçonete.

-Espera isso é muito! –ela gritou.

-Fica de gorjeta. –respondi, caminhando mais rápido. Entrei no carro, e liguei o rádio no máximo voltando a dirigir em direção a Cristal.

PVD. Christian

Do carro eu podia ver a silhueta negra caminhando em minha direção. Abriu a porta e deslizou para dentro.

-Onde ela esta?-ela perguntou, fitando a rua através da janela do carro.

-Esta a caminho de Cristal. - pelo menos estava da ultima vez que eu chequei. -Fiquei supresso que ela tenha aceitado as minhas sugestões e os presentes tão depressa. - menti, eu sabia que tinha dedo dela nisso.

-Marina perdeu tudo. Quando não temos opções, você sabe o que acontece. -Ela insinuou- Eu cuidei para que ela não tivesse tantos conflitos durante a transição. E sim Christian, isso quer dizer que eu brinquei com a mente dela, como você costuma dizer.

-O que faremos agora? –perguntei abandonando o tom de gentileza, pela primeira vez desde que ela chegou seus olhos entram em foco com os meus incrédulos pela minha pergunta.

-Seguiremos o roteiro. – ela mordeu o polegar, sorrindo pra mim.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É meu primeiro capítulo, por favor deixem comentários.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cristais de Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.