Abismo da Alma escrita por Bruna Timbó


Capítulo 5
CAPÍTULO V – Uma Menina em uma casa de Mulheres




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Aquela com certeza não era uma casa comum, havia muitas portas e pelo menos uma dúzia de mulheres andavam por ela limpando, lavando ou arrumando, o mais estranho era que nenhuma delas pareciam ser empregadas da casa.

Vestiam-se bem e eram muito bonitas, todas olhavam para Marguerite com curiosidade e sussurravam à medida que ela ia andava pela casa, seguindo a Srª Voncrier.

– Mais uma novinha. – sussurrou uma loira perto da escada.

– Esse tipo é o mais procurado aqui, vai render bastante. – comentou a outra ao seu lado.

Marguerite não entendia do que estavam falando, mas acompanhou a mulher que subiu 5 degraus da escada e virou-se, olhando o resto da casa, com a menina ao seu lado.

– Atenção! Essa garota irá ficar aqui conosco a partir de hoje. Ela não vai receber ninguém no momento, está aqui para aprender. Ensinem a ela o que souberem. – ela observava enquanto todas as mulheres da casa a escutavam caladas – As meninas lhe mostrarão onde você vai dormir e o que deve fazer, suas aulas começam agora e vai aprender com elas.

Ao dizer isso a senhora subiu deixando Marguerite parada na escada. Uma das mulheres, que deveria ter uns 20 e poucos anos foi até onde ela estava.

– Como é seu nome?

– Marguerite Krux.

– Muito bem Krux, é o seguinte, se Lady Voncrier disse que você vai aprender conosco é melhor começar logo. Dê-me sua mala e vá até a cozinha, chegando lá fale com Berta que ela vai lhe dar algo para fazer. – ela puxou a mala da mão de Marguerite e a empurrou em direção a cozinha.

Marguerite não estava certa do que fazer, mas mesmo assim entrou naquela cozinha enorme. Berta era uma mulher alta e gordinha, tinha cabelos escuros e usava um batom muito vermelho. Ao olhar para Marguerite foi logo tratando de por uma panela suja de sopa em suas mãos.

– Aqui. Lave isso e quando acabar pode lavar o resto. – Marguerite olhou para a pilha de pratos e panelas na pia e não se importou, já que não era maior do que as que ela era acostumada a lavar no orfanato.

Marguerite acabou de lavar tudo bem rápido, afinal de contas já se acostumara aquele tipo de trabalho. Berta falava animadamente sobre seus namorados e Marguerite ouvia espantada como alguém podia falar daquilo sem um pingo de pudor. Após acabar foi designada para ajudar na limpeza do resto da casa. Quando estava limpando o chão, junto com outras duas mulheres ela ouviu uma parte de uma conversa.

– Estou lhe dizendo. – ela apontava para Marguerite – Essa novinha ai vai pegar toda a clientela.

– Você acha? – a outra olhava Marguerite enquanto limpava o chão – Vamos perder nossos homens pra ela?

Do que elas estavam falando? Homens, que homens? Marguerite era muito jovem para tomar o namorado de alguém, e também ela não tinha o direito de tomar nada de ninguém, além de nunca sequer ter passado pela sua cabeça namorar, ou mesmo tocar assim um menino.

– Do que estão falando? Tomar seus homens? – Marguerite ficou de pé – Não estou entendendo.

As duas se entreolharam espantadas.

– Não sabe onde está não é? – uma tinha um olhar pesaroso.

– Vim aqui para aprender a ser uma dama. – ela estava começando a ficar receosa – Isso é um pensionato não é!?

– Não Marguerite. – a primeira se levantou e segurou as mãos de Marguerite entre as suas – Isso é... bem... como posso dizer para você entender...

– Isso é um prostíbulo. – completou impaciente a outra - Todas somos prostitutas. E você será uma também, assim que aprender um truquezinho ou dois.

O mundo pareceu ruir abaixo de seus pés. Aquilo não podia estar acontecendo. Ela não podia estar num local como aqueles. Prostituta? Marguerite saiu correndo.

Correu sob os gritos das mulheres as suas costas, chegou até a porta da frente e a abriu de maneira violenta, e se segurou no corrimão da varanda. Olivier disse que ela iria aprender a se tornar uma dama! Não que ela deveria... Ela teria que... Uma onda de náusea invadiu seu estomago e ela sentiu o gosto da bile junto à garganta. Não, aquilo não! Olivier a havia enganado. O vomito jorrou forte, o que restava do café da manha agora estava estampado no chão de terra próximo a varanda. Marguerite limpou a boca com a mão. Ao virar-se viu que várias mulheres estavam observando-a, algumas com cara de nojo, outras com pena no olhar.

– O que ouve? Comeu algo estragado?

– A pobrezinha não sabia o que fazíamos aqui.

Todas se assustaram e por fim olharam tristemente para ela. Marguerite detestou aqueles olhares de pena. Ninguém nunca havia sentido pena dela, e não seria agora que aquilo ia começar.

– Qui a été l'idiote était disant cela ? Maintenant le Craven voudront s'échapper! (Quem foi a idiota que foi dizer isso pra ela? Agora a medrosa vai querer fugir!)

– N'appartenant pas à Craven, et aussi je vais pas pour échapper! (Não sou medrosa, e também não vou fugir!)

Elas olharam espantadas para a garota. Pelo visto não imaginavam que ela sabia falar francês.

– Onde aprendeu a falar francês, tenho certeza que não foi no seu orfanato. – a Srª Voncrier saia de trás das demais mulheres e olhava intensamente para ela.

– Já nasci sabendo. – ela mantinha o olhar firme nos olhos da mulher.

– Não seja impertinente moçinha! – uma das outras mulheres fulminava Marguerite com o olhar, seguido pelas demais – A Srª Voncrier lhe fez uma pergunta, responda a verdade.

Agora sim, tudo estava indo bem, Marguerite sentia sensações estranhas, algo que nunca havia sentido antes. Sentia euforia por saber que elas estavam muito interessadas em seu dom especial. Sentia medo por não saber o que aconteceria a seguir. Sentia a adrenalina correndo por suas veias por ter um segredo que todas ali, principalmente a Srª Voncrier estavam querendo descobrir qual era, mas que só ela sabia. Então se lembrou das palavras de Olivier na noite anterior.

"... E aprenda a guardar segredos, eles ainda vão salvar sua vida..."

Era disso que ele falava, um segredo que podia mudar sua vida. Internamente agradeceu a ele por ter lhe ensinando algo muito valioso sem mesmo saber disso.

– Não me ouviu? – ela virou o rosto para olhar a mulher nos olhos agora com raiva – Não estou mentindo, já nasci sabendo.

– Venha comigo. – foi tudo o que a Srª Voncrier disse ao entrar novamente na casa e subir até seu quarto. Marguerite a acompanhou em silêncio, sob o olhar reprovador das demais.

O quarto era diferente do que os que ela havia limpado de manhã. Havia uma enorme e bela cama de casal, dois criados mudos, um de cada lado da cama, um grande guarda roupa, uma mesa com três cadeiras e uma poltrona de couro, além de uma lareira. O quarto parecia que havia sido feito exatamente para ela. Ela sentou-se em uma das cadeiras e apontou a outra para Marguerite.

– Sente-se Marguerite. – sua voz era delicada. – Primeiro quero perguntar se você sabe onde está.

– Em algum lugar perto de Salisbury. – Marguerite sentou-se sem jeito o que fez com que a senhora desse um olhar reprovador para ela. – Em um prostíbulo.

– Exato. Você não sabia disso ao vir para cá.

– Não. – ela pensou em abaixar a cabeça, mas mudou de idéia e resolveu mostrar toda a dignidade que tinha olhando nos olhos da mulher.

– Isso não foi uma pergunta. – ela pegava um bule com chá e servia em duas xícaras.

– Você fala francês fluentemente.

– Falo – concordou.

– Isso também não foi uma pergunta. Desde quando sabe falar assim?

– Pode parecer mentira, mas desde que eu nasci. – ela não iria revelar muito de uma vez, deixaria que a mulher fosse descobrindo aos poucos, coisa que não iria demorar muito, visto o modo como ela interrogava Marguerite.

– Que outras línguas sabe falar? – perguntou deixando transparecer seu interesse.

– Eu sou muito boa com outros idiomas, aprendo bem rápido! Falo italiano também.

Ali estava a oportunidade que ela estava esperando. Sabia que uma dama de respeito deveria falar inglês, francês e se possível, italiano também. Agora restava que Marrie Voncrier percebesse que ali na sua frente estava alguém que tinha muito a oferecer.

Passado alguns instantes de silêncio no qual as duas tomaram seu chá, a Srª Voncrier se levantou, foi até a porta e a abriu.

– Pode se retirar Marguerite – ela a olhava seriamente.

Marguerite caminhou lentamente em direção a porta, seu plano havia falhado, ela iria se tornar uma prostituta e passaria a vida toda morando naquele lugar, com aqueles homens vindo toda noite, uma nova onda de náuseas veio, mas ela a controlou, se aquilo fosse acontecer então ela teria que fugir como fugiu do orfanato. Atravessou a porta lentamente e quando já ia no corredor em direção as escadas ouviu a voz de Voncrier.

– Tome um banho e coma algo. Quero você no meu escritório em meia hora para aprendermos história. Afinal de contas, toda dama deve saber sobre suas origens não!?

Um grande sorriso se estampou no rosto de Marguerite. Ela mal podia acreditar no que ouvira.

– Quer dizer que eu não...

– Depende do quanto você for capaz de me impressionar. Agora vá, está me fazendo perder tempo.

Marguerite desceu as escadas quase que de dois em dois degraus, foi até Berta e contou tudo o que havia acontecido, como era quase hora do almoço várias outras mulheres estavam lá e ouviram o relato de Marguerite. Elas ficaram felizes e a felicitaram, mas Marguerite percebeu que elas estavam mesmo eram felizes por não ter nenhuma outra concorrente.

Foi até seu quarto. Ele era bem modesto, tinha uma cama e um criado mudo apenas, porém era perto de um dos 3 banheiros da casa. Tomou um banho rápido e vestiu um belo vestido que Olivier havia lhe dado. Com certeza não podia deixar de ‘agradecer’ a Olivier por aquilo, tinha de se lembrar de achá-lo depois e devolver o favor. Foi até a cozinha e comeu apressadamente um pedaço de pão com leite.

Subiu as escadas e parou na porta do escritório da Srª Voncrier faltando cinco minutos para o fim do prazo estipulado por ela. Bateu três vezes na porta e esperou ao final da terceira batida a porta se abriu.

Marguerite entrou lá e viu que aquele escritório mais parecia uma biblioteca, diversos livros estavam espalhados por várias prateleiras que cobriam as paredes. Uma mesa grande e várias cadeiras formavam a decoração do local. A mulher já estava com um livro nas mãos e apontou uma cadeira para Marguerite sentar-se. A senhora colocou um livro grosso na frente dela. Na capa dizia “História Geral vol I”.

– Aprenda. Se tiver alguma dúvida basta me perguntar. – foi tudo o que disse antes de se sentar numa cadeira o mais longe possível de Marguerite.

E assim e menina passou à tarde de seu primeiro dia em um prostíbulo, aprendendo sobre antigos reis e reinos que não mais existiam. Achou incrível como podia aprender tanto apenas lendo sobre outros povos.

As aulas se seguiram na mesma rotina todos os dias, Marguerite levantava ao nascer do sol enquanto as demais ocupantes da casa dormiam, arrumava e limpava toda a casa, sem jamais entrar no quarto de nenhuma delas, já que isso era terminantemente proibido. Em seguida almoçava e ia para o escritório/biblioteca para estudar mais, às vezes com a Srª Voncrier, às vezes sozinha.

Um certo dia ouvira alguém comentar que ela dava muitas despesas a casa, e foi com um certo orgulho que ouviu também a Srª Voncrier defendê-la dizendo que ela tinha mais talento em seu dedo mínimo do que a outra pessoa em seu corpo inteiro. Mas ela não ouvia apenas conversas, de seu quarto, todas as noites ela ouvia sons, aqueles sons estranhos que as mulheres e seus acompanhantes faziam ao entrarem nos quartos.

Marguerite também era proibida de sair de seu quarto ao escurecer, diziam que não queriam que os clientes a vissem, pois poderiam se interessar por ela e talvez não quisessem mais as outras. Ela achava aquilo um exagero, mas não discutia, pois toda vez que discutia com alguém acabava levando uma bronca da Srª Voncrier e tudo o que ela não queria no mundo era irritá-la.

Marguerite não aprendeu só história, leu sobre geografia, artes, matemática e política, lia o jornal todos os dias, aprendeu a se vestir e a se maquiar de maneira adequada e também como se portar em qualquer situação. Também aprendeu a se defender com uma oriental que vivia lá fazia 12 anos, era quase que uma regra que as mulheres da casa precisavam saber se defender quando um cliente passava dos limites.

Ano após ano tornou-se uma moça educada e elegante, mas com a mente e língua bem afiadas. Mesmo com 15 anos ela ainda não podia sair de seu quarto à noite, porém observava as conversas das mulheres e dos clientes no salão principal quando ficava escondida na cozinha. Aprendia tudo o que precisava saber sobre homens ouvindo aquelas conversas das outras mulheres.

As outras às vezes ficavam com certo receio perante as perguntas de Marguerite. Ela sempre queria saber o que os homens pensavam, que expressão faziam quando estavam chateados ou excitados, o que os fazia ficar calmos e irritados, enfim, em algum tempo ela passou a entender a alma masculina com uma habilidade assustadora. Mas isso era um segredo que ela guardava a sete chaves. Por fim ao completar 17 anos a Srª Voncrier resolveu que já era hora dela decidir o que fazer de sua vida.

– Quero conhecer os clientes que vem aqui. – foi sua resposta.

E naquela mesma noite, todos os homens e mulheres daquela casa viram pela primeira vez a bela mulher que Marguerite havia se tornado. Ela vinha descendo as escadas lentamente, usando um vestido vermelho decotado, mas não vulgar, como o que as demais usavam, seus longos cabelos negros amarrados em um belo penteado para traz deixava a mostra seu pescoço e ombros. A pele de seda bem perfumada, os olhos azul-acinzentados e a boca grande e sensual só a faziam ficar mais sexy aos olhos daqueles homens ali presentes.

Lentamente ela caminhou com elegância por entre eles, todos haviam parado para olhá-la, ela os observava com um ar desinteresse e por fim chegou ate seu alvo.

Um homem forte que não deveria ter mais que 30 anos estava sentado no sofá parecendo um pouco entediado, mas ao ver que ela olhava tratou-se de se arrumar na cadeira e ficou encarando-a. Quando Marguerite passou por perto ele fez menção de acariciar seu corpo, mas ela foi mais rápida que ele e segurou sua mão com delicadeza.

– Não ouse. – seu olhar penetrante foi de encontro ao dele que parecia hipnotizado por aqueles olhos – Por enquanto vamos apenas conversar Srº Harrison. Estou interessadíssima em saber sobre o senhor.

Gentilmente ela o guiou em direção a saída da casa e foi sentar-se com ele num banco debaixo de uma árvore. Harrison era conhecido entre as garotas como “jogo duro” nenhuma conseguia convencê-lo a ficar por mais de meia hora. Por isso todas estavam espantadas ao vê-lo conversar tão animadamente com Marguerite, conversa que já durava mais de uma hora.

Então Marguerite se levantou e, de mãos dadas com o homem foi até a entrada do prostíbulo. Ele a agarrou pela cintura e lentamente seus rostos se aproximaram para um beijo, mas ela virou o rosto no ultimo instante fazendo com que ele beijasse apenas sua face.

– Boa noite Srº Harrison. – ela soltou-se com delicadeza de seus braços, depositou-lhe um beijo, mas foi tão rápido que seus lábios mal se tocaram. – Estarei ansiosa para conversar mais com o senhor.

Ela se virou para se retirar quando ele segurou seu pulso, antes de virar-se Marguerite olhou para duas outras mulheres que a observavam e deu um leve sorriso.

Ao virar-se seu rosto estava sério novamente. Olhou com reprovação do homem para seu pulso que ele segurava. Ao perceber que ela não havia gostado ele tratou de largá-la imediatamente.

– Sim Srº Harrison? – ela juntou as mãos na frente do corpo.

– Er... bem... Eu ainda não lhe paguei. – ele puxou a carteira do bolso e começou a retirar algumas notas.

Marguerite tocou levemente suas mãos, o que o fez parar e olhar para ela. Ela sorria.

– Não me pague, pois não faço os mesmos serviços que as outras.

– Mas eu insisto. – ele estava visivelmente constrangido e tratou de colocar algumas notas rapidamente nas mãos de Marguerite. Pegou suas mãos juntas e beijo-as.

Marguerite entrou lentamente na casa sob os olhares espantados e discretos de todas as outras. Olhando para elas por fim encontrou o que queria, o olhar de Voncrier.

Ela apontou seu quarto com um sinal quase imperceptível de sua cabeça. Antes de sair de vista ela viu Harrison chamando uma das outras garotas e saindo para um quarto com ela.

Ao entrar, Voncrier encontrou Marguerite sentada em sua poltrona, tomando calmamente uma taça de vinho tinto. Ambas se olharam e Marguerite sorriu.

– Como fez aquilo? – a mulher fechou a porta atrás de si e sentou-se na cama.

– Um mágico nunca revela seus segredos. – Marguerite jogou o bolo de notas para a mulher que o pegou e começou a contar.

– Não se faça de idiota e me responda! – a quantia ali daria para pagar 3 noites com a melhor prostituta da casa. – Harrison nunca dorme com nenhuma mulher daqui, nunca fica mais de meia hora e, portanto jamais paga. E você em apenas uma noite conseguiu isso? Sem dormir com ele e ainda o fez ir para cama com Christine? Exijo que me diga como o fez.

– Se quer tanto saber Srª Marrie Voncrier, eu lhe digo. – ela tomou um gole de vinho e ficou girando o liquido da taça lentamente – Eu apenas fiz algo que nenhuma de vocês jamais tentou, eu prestei atenção. Harrison sempre vinha aqui, mas estava entediado. Pelo visto nenhuma das meninas conseguia animá-lo. E não era por menos, com sua empresa indo a falência e sua mulher suspeitando que ele tinha um caso, o homem estava estressado, só precisava de alguém para desabafar, alguém inferior a ele, alguém que ele tivesse a certeza de não ter nenhum princípio moral para julgá-lo. E que lugar melhor se não em um prostíbulo para encontrar esse tipo de pessoa?

Voncrier estava assombrada com a frieza e percepção de Marguerite. Com certeza tinha feito a escolha certa ao não transformá-la numa prostituta qualquer. Ela tinha uma mente aguçada e com certeza tinha metas futuras.

– Isso é todo seu. Você mereceu. – ela jogou o dinheiro de volta para Marguerite - O que pretende fazer agora Marguerite?

Marguerite apenas sorriu. Era disso que ela gostava ter o controle, decidir o que fazer de sua vida.

– Primeiro vou conseguir mais dinheiro. – ela se levantou, pegou o dinheiro e saiu do quarto, mas antes completou – Depois, bem depois eu decido.

Ela foi para seu quarto sem passar novamente pelo salão principal para não chamar mais atenção para si, seu plano dera certo, ela agora era a mais nova dama misteriosa da Casa de Marrie Voncrier.

Harrison se impressionou com as qualidades de Marguerite, principalmente sua fluência em línguas, e isso até poderia ser interessante para os seus negócios. O primeiro passo fora dado, agora restava esperar, e pela cara que o pobre homem havia feito Marguerite tinha certeza que não demoraria muito para ele vir procurá-la novamente. Tudo estava indo muito bem.





FIM do Capítulo V


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