“Convidamos você para o nosso casamento.

Esperamos sua presença nesse dia especial.

Com carinho.

De: Rachel Berry e Steve Kumper

Para: Quinn Fabray”

Li o convite novamente, para ter certeza que nada faltava, o coloquei no envelope rosa claro e coloquei junto com mais dois, que estavam em cima da minha perna.

- Vai convidar a Trindade Profana? – Kurt perguntou, analisando alguns que estavam em cima do sofá.

- Não sei. – respondi, me ajeitando no chão e montando outros convites. – Seria estranho se eu as convidasse para serem minhas madrinhas?

- Brittany talvez não, porque ela era legal, mas quanto à Quinn e Santana, seria totalmente estranho.

- Não posso convidar apenas Brittany, seria injusto para as outras duas.

Parei o que fazia e olhei para Kurt, que parecia estar me encarando à horas.

- Tente a sorte.

Peguei um papel em branco, uma caneta que estava em cima da mesa de centro e suspirei, olhando para o papel.

- O que eu escrevo?

- Não sei. Que tal “Sei que não nos dávamos bem no passado, e sei também que você me odiava, mas quero lhe convidar para o meu casamento e, que você seja minha madrinha. Quem sabe, com a ajuda da Santana, vocês destroem meu casamento e, assim no futuro vocês possam zombar de mim. Assinado: Rachel Berry.”

- Isso seria horrível. Deve ser algo mais sentimental, como “Quero esquecer o passado e nos dar mais uma chance de recomeçar uma amizade.”

- Até parece que você teve um relacionamento com ela, e está pedindo para ela esquecer o que vocês tiveram, para ela se sustentar com seu casamento, e viver o resto da vida solteira e sofrendo.

- Credo, Kurt! Achei que você estivesse aqui para me ajudar.

- E estou.

- É melhor você checar o bufet.

- Era só dizer que não me quer mais aqui. – ele reclamou, se levantando.

- Deixe os dramas para mim, Kurt.

Ele riu e saiu da sala, apoiei a folha em cima da mesa de centro e fiquei pensativa. Como se convida uma mulher que lhe odiava na adolescência, para ser sua madrinha de casamento? Podem até estarem me achando uma louca, mas eu nunca odiei Quinn, e acho que seria uma boa ideia tê-la em meu casamento, para provar à ela, que eu não tinha remorsos do passado, que a perdoava e a queria em minha vida.

- Oi, amor. – Steve disse, entrando na sala.

Eu sorri para ele, senti-lo beijar minha testa e sentar no sofá atrás de mim.

- Como foram as escolhas para os smolkings?

- Cansativo. Achei que Blaine era diferente de Kurt. – novamente sorri e me coloquei entre suas pernas, me apoiando no sofá. – O que está fazendo?

- Tentando escrever uma carta para uma amiga. Quero convidá-la para ser minha madrinha, junto com suas duas amigas.

- E o que está sendo difícil?

- Quinn me odiava, nunca nos demos bem.

- E?

- Eu não a odiava, então quero provar que a perdoei, que não há remorsos.

- Que tal “Olá, pessoa que me odiava no passado. Sei que é estranho eu estar mandando uma carta para você depois de oito anos, ainda mais por nunca termos nos dado bem. Mas eu vou me casar com um lindo homem, que me ama demais, e eu também o amo muito, e para provar que não guardo rancor do passado, quero convidá-la para ser minha marinha, junto com...”

- “Junto com Santana e Brittany.” – completei, sorrindo.

- Lindos nomes. Que tal colocarmos em nossa futura filha?

- Santana Brittany? – perguntei, fazendo uma careta.

- Não, mas não seria má ideia.

Soltei uma pequena risada e voltei minha atenção para o papel.

- Talvez eu não deva convidá-las.

- Talvez você está com medo de enfrentar o passado.

Steve beijou minha testa novamente e saiu da sala, depois de ouvir Kurt gritar sobre algo. Apoiei meus cotovelos na mesa de centro, peguei a caneta e suspirei, deixando minha mente aberta.

“Quinn Fabray,

Pode parecer estranho receber esta carta de uma pessoa que você odiava, talvez ainda odeie, mas não a culpo. Me amar era algo que ninguém tinha capacidade de fazer, nem mesmo Finn, ou Jesse, ou Brody. Às vezes acho que nem mesmo Kurt me ama, pelas infinitas piadinhas sem graças que ele diz, sempre dizendo que eu não sou o tipo de mulher que os homens querem, mas ele estava completamente errado.

Encontrei o homem que eu tanto procurava. Steve. Ele é perfeito aos meus olhos, me tratou tão bem durante quatro anos de namoro, foi tão carinhoso, compreensível, preocupado, entre outras coisas que, agora iremos nos casar. Isso é tão surreal para mim, mas vai acontecer, será o dia mais importante da minha vida e eu a quero lá, bem perto de mim.

Eu tinha várias escolhas de pessoas para ser minha madrinha. Tina continuou mantendo contato comigo durante dois anos, sumiu por mais dois, mas reapareceu, se tornando minha amiga mais intima. Mercedes é praticamente minha vizinha, sem tirar que, ela me apresentou ao Steve, que é seu produtor. Kurt é uma ótima escolha de madrinha, mas Steve o quis como padrinho e eu fiquei bastante feliz por os dois se darem bem, mesmo brigando às vezes como irmãos. Mas dentre todas as opções que eu tinha, escolhi Santana, Brittany e você. A Trindade Profana.

Lembro-me de vocês serem tão amigas, mesmo ao ponto de Santana e você brigarem todos os dias por motivos absurdos, vocês eram melhores amigas, espero eu que ainda sejam, porque seria extremamente estranho duas de minhas madrinhas se fuzilarem com os olhos a cerimônia inteira.

Você tem opções de escolhas, aceite e esqueça o que vivemos no passado, mesmo que este tenha sido bastante doloroso para mim, ou apenas não aceite, deixe que a vida cuide de nós duas, mesmo que separadamente, cada uma com sua vida. Eu realmente espero que você aceite. Terá a prova de vestidos neste domingo, às 13:00, saberei sua escolha à partir daquele momento.

Atenciosamente,

Rachel Berry.”

Reli a carta algumas vezes, repensei sobre o “atenciosamente”, mas não éramos amigas, então seria o melhor termo no momento. Escrevi para Brittany e Santana, coloquei as cartas nos envelopes, junto com os convites e me sentei no sofá. Era um risco que eu corria, talvez nenhuma das três iria aparecer. Caso isso acontecesse, informei à Tina e à Mercedes que as queria como madrinhas, e elas entenderam o meu lado. Afinal, qual casamento que não tem madrinhas?

***

Me olhei no espelho novamente, suspirei e me virei de frente para a costureira.

- Eu disse que estava largo, você não o apertou.

- Mas senhorita Berry, sua barriga irá crescer e...

- Nos casaremos semana que vem, ela não crescerá tão rapidamente.

- Está bem, me desculpe.

Me virei para o espelho novamente e ela começou a colocar alfinetes no vestido, marcando onde deveria apertar. Faltavam poucos minutos para o horário marcado, não havia nenhum sinal das três. Bufei para minha imagem no espelho e abaixei minha cabeça.

- Sou tão idiota, de chegar ao ponto de achar que elas realmente viriam.

De repente vi uma silhueta entrar, seus cabelos loiros pareciam mais compridos do que eram antes, seu corpo ainda perfeitamente malhado e seus olhos azuis de um brilho especial. Levantei meu rosto e a vi pelo espelho, o que a fez sorrir.

- Rachel...

- Brittany. Achei que não viriam.

Ela se aproximou de mim e analisou meu vestido, em seguida me encarando.

- Eu não poderia perder este momento lindo.

- E Quinn e Santana?

- Santana está terminando de estacionar o carro. Ela não é tão boa nisso, mas insiste em fazer. Também nos casamos.

Brittany me amostrou a mão com a aliança, sorri com o brilho que ela tinha e suspirei.

- Fico feliz por vocês duas.

- Eu também. Santana me enrolou esse tempo todo, mas ano passado ela deixou de ser teimosa e nos casamos no cartório.

- Sem cerimônia ou festa?

- Não. Santana não quis, então apenas a respeitei.

Novamente sorri, me olhei novamente no espelho e fiz uma careta para a alfinetada que eu havia levado, assim ouvi a costureira murmurar um “Desculpe, senhorita Berry.”.

- Ora, ora, ora! – ouvi Santana gritar, enquanto entrava no local, o que me fez receber mais uma alfinetada. – Quem diria que a perdedora Rachel Berry, um dia iria se casar!

- Santana. – Brittany a repreendeu.

- Também é bom ver você, Santana.

- Eu não disse isso. – ela disse, me fazendo revirar os olhos. – Quem é o azarado?

- Eu o mencionei na carta.

- Steve. – Brittany disse, com a voz doce. – Espero que ele seja um bom marido e um ótimo pai.

Eu a olhei incrédula, Santana riu e se sentou em uma das cadeiras, puxando Brittany para sentar em seu colo.

- Como você sabe, Brittany?

- Sei o que?

- Ela está grávida, Britt. – Santana respondeu, ainda rindo.

- Oh! Que bom, Rachel! Já sabe o sexo?

- Ainda não, mas Steve acha que será uma linda menina.

Acariciei minha barriga, com um sorriso no rosto, ouvi Santana resmungar algo e as duas se levantaram.

- Que tal pularmos logo para a prova de vestido? – Santana perguntou, querendo mudar de assunto.

- Está bem. – me aproximei de três vestidos de cores diferentes, e as amostrei. – Kurt queria que os vestidos fossem de cores iguais, porque seria melhor, mas se eu fosse escolher apenas uma cor, não daria certo, já que, pelo que me lembro, Santana vivia reclamando que rosa não combinava com ela, então escolhi cores diferentes para cada uma. – as duas se aproximaram, Brittany pegou o vestido rosa e sorriu. – Brittany ficou com o rosa, Santana com o vermelho e Quinn com o lilás.

- Eu achei lindo. – Brittany comemorou, colocando o vestido em sua frente. – Olhe, Sant! Ficou perfeito em mim, não acha?

- Está linda mesmo, amor.

Olhei para ela estranhando, ela revirou os olhos e pegou o vestido vermelho, logo indo se trocar. Me sentei em uma cadeira, enquanto Brittany ainda se encarava no espelho, com um lindo sorriso no rosto.

- Então... sabem se Quinn virá?

- Sinceramente, não sei. – Brittany respondeu, se virando de frente para mim. – Santana e ela brigaram à alguns meses e não sabemos dela desde então.

Ótimo! Elas não se falam, o que resulta a Quinn não ir ao meu casamento. Santana saiu da cabine e olhou para mim, em seguida dando um giro.

- Ficou lindo, Santana. – comentei.

- Ele está um pouco folgado. – ela reclamou, se aproximando de Brittany.

- Eu não sabia as medidas de vocês, então pedi para fazer nessas medidas.

A costureira começou a alfinetar o vestido da Santana, enquanto Brittany ia se trocar, olhei para a porta da saída do provador e suspirei.

- Talvez ela esteja atrasada. – Santana disse, olhando para mim. – Soube que ela se mudou para Chicago à um mês, então ela pode estar atrasada.

- Brittany disse que vocês brigaram.

- Foi apenas uma discussão idiota, sabe? Fazíamos isso desde a adolescência.

Brittany saiu da cabine e deu dois giros, nos fazendo rir. Ela se aproximou de mim e olhou para seu vestido.

- Ele está perfeito, mas acho que está um pouco comprido.

- Terá crianças no casamento, Brittany. Não posso apenas deixá-las usando um vestido cobrindo apenas o bumbum.

Ela sorriu e se aproximou de Santana. Olhei novamente para a porta. Minhas mãos tremiam e meu coração batia cada vez mais rápido e forte. Talvez ela realmente não viria. Talvez eu havia colocado esperanças demais sobre aquilo.

- Ele é melhor que o idiota do Hudson? – Santana perguntou, chamando minha atenção.

- Sim.

- Se eu não amasse minha esposa e não fosse lésbica, o roubava de você.

- Levo isso como um elogio?

- Oh, sim!

Me levantei e me aproximei das duas, nos olhamos no espelho e eu sorri, percebendo meus olhos se encherem de lágrimas.

- Isso é estranho. – sussurrei, limpando a lágrima que caiu do meu olho direito. – Santana Lopez me odiava, jogava raspadinhas em mim e me xingava de todos os tipos de palavrões. Agora está ao meu lado, provando um vestido para ser minha madrinha de casamento, junto com sua esposa e melhor amiga.

- Hormônios de grávidas me dão nos nervos. – ela resmungou, me dando uma cotovelada. – Pare de chorar, Berry. E eu não disse que não te odeio mais.

- O que Santana quis dizer é... – ouvimos a voz atrás de nós três, nos fazendo virar. – Estamos felizes por você, e queremos que tudo seja perfeito.

- Quinn... – sussurrei, dando meu melhor sorriso.

- Oi, Rachel. Me desculpe o atraso, agora estou morando em Chicago e...

- Tudo bem. É bom ver você.

Ela sorriu e se aproximou de nós três, dando uma dedada em Santana.

- Quem diria, Santana Lopez provando um vestido de madrinha.

- Pronto! Agora está dois à um.

- Três, na verdade. – Brittany disse, nos fazendo rir.

- Até você, Britt?

Nós rimos novamente, Brittany deu de ombros e a abraçou, fazendo Santana corar. Peguei o vestido da Quinn e o estendi para ela, a mesma sorriu e o pegou da minha mão.

- Lilás...

- Sua cor preferida. Achei que ficaria perfeito em você.

- Você é impressionante, Rachel.

- Não se esqueça que ela vai casar. – Santana disse. – Com um homem.

- Cale a boca, Santana. – Quinn murmurou, indo se trocar.

***

Eu não sabia quem estava mais nervosa naquele quarto, eu ou Santana. Eu não conseguia parar de andar de um lado para o outro, minha testa suava em segundos, o que fazia Brittany retocar a maquiagem de dois em dois minutos. Santana apenas resmungava, ou gritava coisas para me manter calma, mas isso não adiantava, e a deixava mais nervosa ainda.

- Rachel, está tudo perfeitamente bem! – Santana gritou, levantando os braços. – Pare de andar deste jeito, ou fará um buraco no chão.

- Eu não consigo... Quinn ainda não chegou, Kurt não para de ligar e... eu acho que posso desmaiar à qualquer momento.

- Escute. – Brittany chamou, o que me fez parar. – Quinn chegará logo, está bem? Podemos ligar para ela, assim ela nos encontra diretamente na igreja.

- Mas... e se ela não quiser mais ir ao casamento? Quero dizer, ela sempre me odiou, porque eu sempre fui mais feliz que ela. Quinn não aceitava meu quase casamento com Finn, talvez ela não aceite este.

- Quinn não tem nada à ver com sua vida ou seu casamento. – Santana disse, se levantando. – Se ela não vir, azar o dela.

Santana pegou seu celular, se aproximou da janela e depois olhou para Brittany, acenando com a cabeça.

- Vamos logo, antes que seu noivo ache que você desistiu do casamento.

- Mas e a Quinn?

- Eu mandei uma mensagem para ela. – Santana respondeu, pegando meu buquê e me puxando para fora.

Nós entramos na limousine, Brittany e Santana sentaram de frente para mim, me apoiei no banco e olhei para fora, vendo as pessoas sorrindo, como se não houvesse mais o fim. Eu também devia estar assim naquele momento. Eu iria me casar! Steve estava me esperando na igreja, estamos junto durante quatro anos, somos perfeitos um para o outro.

- Talvez ela não venha mesmo. – murmurei, chamando a atenção das duas. – Talvez Kurt estivesse certo. Quinn me odiava, sempre me odiou. Por que ela iria mudar seu conceito por mim, sem nem nos vermos durante oito anos?

- Eu te odiava e estou aqui. – Santana disse, me fazendo sorrir.

- Sim, você está.

A limousine parou em frente à igreja, Santana me deu o buquê e as duas sentaram ao meu lado, me fazendo ficar no meio.

- Você ainda tem tempo, caso queira desistir. – Santana disse, recebendo um tapa de Brittany em seguida.

- Vamos, Rachel.

As duas saíram, respirei o máximo de ar que pude e saí, vendo meu pai parado em frente à porta da igreja, me esperando. Senti Santana colocar a mão em minhas costas, para me ajudar a ar o primeiro passo, me aproximei de meu pai e sorri para ele, entrelaçando meu braço ao dele. Não havia nenhum sinal de Quinn, e isso havia me deixado triste.

- Está pronta, estrelinha? – meu pai perguntou.

- Mais do que pronta. – respondi, forçando um sorriso.

Uma música começou a tocar, assim Brittany e Santana entraram. A marcha nupcial começou, todos se levantaram e começaram a olhar para mim. Eu era Rachel Berry, a pessoa que amava ser o centro das atenções, mas naquele momento, o que eu mais queria era me esconder de todas aquelas pessoas. Nos aproximamos de Steve, meu pai me soltou e deu um beijo em minha testa. Entreguei o buquê para Brittany, Steve segurou minhas mãos e sorriu, ao nos entreolharmos.

- Estamos aqui, neste dia lindo de céu azul para celebrar o casamento entre Steve Kumper e Rachel Berry. – o padre começou. – Duas almas que se encontraram à quatro anos atrás, e estão prontos para dar um passo à frente, sendo casados e felizes. – percebi Santana murmurar algo para Brittany, que soltou uma risada. O padre não parava de falar e eu revezava meu olhar entre Steve e a porta da igreja, que se encontrava fechada.

- Você ainda pode correr. – Santana sussurrou, e eu sabia que apenas eu havia ouvido.

- E sabemos que esses dois serão muito felizes. – o padre terminou, me fazendo suspirar aliviada. – Steve Kumper, promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-a e respeitando-a até que a morte os separe?

- Sim. – Steve respondeu, dando um lindo sorriso.

- Rachel Berry, promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-a e respeitando-a até que a morte os separe?

Olhei rapidamente para a porta, ainda tinha esperanças de Quinn aparecer para o final da cerimônia e para a festa. Steve deu um pequeno aperto em minha mão, chamando minha atenção, enquanto Kurt pigarreava e Santana ria junto com Brittany.

- Hum... Sim.

- Alguém tem alguma objeção, para que este casamento, não tenha segmento?

Todos ficaram calados, molhei meus lábios com a língua e suspirei, vendo Steve olhar em volta, para ter certeza.

- Com o poder à mim investido por Deus...

- Rachel! – ouvi a voz forte, vindo da porta da igreja, que havia sido aberta com força.

- Quinn?

- Rachel, não se case com ele.

Steve me olhou confuso, todos começaram a sussurrar entre eles, Quinn correu até mim, com seu vestido de madrinha, olhou para Steve e suspirou pesado.

- Me desculpe, mas por que você não quer que ela se case comigo? – Steve perguntou.

- Eu... e-eu... – ela tentou dizer, mas não conseguia por causa da sua respiração rápida. – Rachel... não faça isso...

- Quinn... eu...

- Eu te amo. – ela disse finalmente, fazendo todos arregalarem os olhos. – Eu te amo desde o colegial. Não aguentava ver você com Finn, não aceitei seu casamento com ele porque eu te amo. Depois que soube sobre seu relacionamento com Brody, achei que não existiria mais chance para mim, então apenas sumi, como se não existisse nada entre nós duas.

- E-eu...

- Não se case com ele, por favor. Dê-me uma chance de provar que sou a pessoa certa para você, que nenhum homem te merece, apenas eu. Venha comigo, Rachel. Vamos para Chicago, Ohio, Los Angeles, ou até mesmo para o Japão, mas foge comigo, seja minha?

Olhei rapidamente para o padre, ele tinha os olhos arregalados, olhei para Brittany e Santana, as duas sorriam, e pude perceber que elas estavam juntas nesse plano, desviei meu olhar para meus pais e para Kurt, os três sorriam, e Kurt gesticulava um “Eu disse que nenhum homem te merecia.”, finalmente olhei para Steve, que tinha lágrimas nos olhos e parecia confuso.

- Steve, me desculpe. – murmurei, soltando suas mãos.

- Mas, Rachel... e nós? E essa criança?

- Eu prometo que você fará parte da vida dela, e sei que você será um grande pai.

Beijei sua bochecha com carinho, voltei a olhar para Quinn, vendo-a sorrir, ela segurou minha mão e me puxou para fora correndo. Entramos na limousine, Quinn gritou para que o motorista saísse dali, eu tirei meu véu e a olhei, ainda surpresa.

- O que achou da minha entrada triunfal? – ela perguntou, com um sorriso divertido nos lábios.

- Confesso que fiquei surpresa.

- Essa era a intenção.

- E agora?

- Seremos apenas eu, você e essa criança.

- E Steve. – completei. – Ele é o pai, e faço questão que ele participe de sua vida.

- Você que manda.

- Com certeza.

Ficamos nos encarando por alguns segundos em silêncio, Quinn acariciou meu rosto e sorriu, tentando relaxar, e me fazer relaxar.

- Eu quero ser sua, para sempre. – ela murmurou, se aproximando de mim.

- Então seja minha, e me ensine a ser sua.

Fechamos nossos olhos ao mesmo tempo e senti seus lábios tocarem os meus. De todos os meus anos de relacionamentos complicados, tristes e felizes, este era o melhor beijo que eu já havia recebido. Ali pude perceber que, nenhum homem me merecia realmente, apenas uma mulher, Quinn Fabray.

Fim