El juego del destino escrita por Liz


Capítulo 4
Capítulo 4 - Notícias tristes


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, estou de volta!

O título ficou ruim, mas espero que gostem do capítulo, boa leitura!



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Carlos Daniel narrando:

– Espere! - pedi, em um impulso

Assim que ouviu meu chamado, ela parou de andar. Aguardei ansiosamente que se virasse para que eu pudesse ver seu rosto, mas não o fez.

– A-algum problema? - perguntou-me, ainda de costas

– Nenhum! -respondi com certa decepção– Só gostaria de lhe fazer um convite. Se puder, compareça na missa que celebrarei hoje as seis horas da tarde, creio que lhe fará bem. - Convidá-la para a missa foi a primeira coisa que me ocorreu no momento, estava nervoso e não entendia o porquê disso.

– Não sei se será possível, mas agradeço pelo convite. Desculpe por tomar seu tempo, preciso ir.

Sem ao menos dar chance para que eu dissesse que não havia tomado meu tempo de maneira alguma, ela foi embora.

Tentando assimilar o que havia acontecido, fui até a sacristia e lá, onde sabia que não seria interrompido, fechei meus olhos e relembrei calmamente desde o som de seus passos se aproximando do confessionário, até o momento em que se despediu de mim.

Um sorriso surgiu em meus lábios ao ouvir em minha mente aquela voz tão doce... e foi aí que me dei conta de que o que estava fazendo era errado. Meus pensamentos precisavam ser voltados a Deus, ninguém mais. Eu tinha que me convencer disso, mas estava sendo difícil.

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Paulina narrando:

Quando o ouvi me chamar, simplesmente minhas pernas travaram. Meu coração mais uma vez acelerou-se, mas por quê? Talvez por timidez, ou vergonha de ter contado a ele meus problemas... tive a chance de ver se rosto, porém não consegui me mover. Respondi com incerteza seu convite para que eu comparecesse na missa e logo fui embora.

Enquanto andava até minha casa, todos os meus pensamentos foram voltados a ele. Os conselhos, a serenidade com que falava... saí de meus devaneios quando ouvi o toque do meu celular.

– Oi, Célia! - Disse assim que atendi o telefone. Célia e eu éramos amigas desde a escola, e também fomos colegas na faculdade, mas tranquei o curso de administração quando soube da doença da minha mãe, precisava me dedicar inteiramente a ela. Desde então, Célia tem me apoiado muito.

– Oi Lina, onde se meteu? Te mandei várias mensagens e nada de ser respondida!

– Desculpa, saí pra dar uma volta e nem ouvi o celular. - justifiquei-me

– Como está sua mãe? Alguma melhora? - Célia parecia esperançosa, podia perceber que ela queria me animar sendo positiva, mas a realidade dura não me deixa ser tão otimista assim

– Antes de sair eu liguei para Carol, a enfermeira que eu contratei para cuidar dela quando não posso estar no hospital, e ela me disse que a mamãe continua na mesma. Vou passar em casa pra tomar um banho e estou indo pra lá, mas obrigada pela preocupação.

Nos despedimos e conforme havia dito à Célia, passei em casa, tomei um banho rápido, comi um sanduíche com suco de laranja e fui para o hospital.

Quando cheguei lá, percebi que já eram 13:00, realmente a manhã havia passado rápido... Sorri involuntariamente ao lembrar o porquê disso, mas logo afastei esses pensamentos e me concentrei na minha mãe.

Assim que entrei no quarto, percebi que ela estava dormindo, provavelmente sedada para evitar suas dores. Dispensei a Carol, e então ficamos sozinhas. Me aproximei da cama, e ao ver o quanto ela estava pálida e o semblante abatido que tinha, as palavras daquele padre misterioso surgiram em minha mente...

" Reze bastante e tenha fé, e se chegar a hora de sua mãe, deixe-a ir em paz, pois pode ter certeza que ela ficará em um belo lugar, e mesmo de longe, nunca deixará de te acompanhar."

Agora percebia que ele estava certo, e não pude evitar as lágrimas.

Não sei dizer ao certo quanto tempo fiquei ali, chorando em silêncio... Cessei minhas lágrimas quando notei que mamãe estava acordando, não queria que ela me visse assim.

– Filha... - ela disse com voz falha

– Mamãe, não se esforce... - Pedi e respirei fundo, na tentativa de engolir o choro

– Sinto que minha hora está próxima... - ela pegou em minhas mãos e as segurou com a maior força que podia

– Não diga isso, a senhora é forte! - me doía tanto vê-la assim, não sabia mais nem que palavras usar para confortá-la

Ela apenas me olhou fixamente, e em seu olhar pude perceber que estava ciente de seu quadro. Opostamente ao que pensei, não parecia triste, e sim conformada, ao contrário de mim.

Logo suas dores voltaram, e o médico mais uma vez a sedou.

Aproveitei para conversar com o doutor, ele me disse que o câncer havia se espalhado e nada mais era possível fazer, apenas diminuir suas dores com remédios.

Era a notícia que faltava para que meu mundo caísse de vez. Senti um aperto no peito e não consegui mais ficar naquele quarto de hospital, então liguei para Célia e sem maiores explicações, pedi que viesse fazer companhia a minha mãe. Ela concordou.

Saí andando sem rumo, da mesma maneira que havia feito mais cedo. Diferente das outras vezes, não sentia vontade de chorar, mas o aperto em meu peito era cada vez maior, o medo de ficar sozinha estava tomando conta de mim.

Olhei em meu relógio de pulso e este marcava 18:10. Foi então que lembrei da missa e algo me dizia que deveria ir. Peguei um táxi e parti rumo a igreja.

Conforme o táxi aproximava-se do local, minha ansiedade aumentava. Por fim iria ver o rosto daquele que estava dando voltas em meus pensamentos o dia todo. Chegando lá, rapidamente reconheci a voz da pessoa que estava celebrando a missa. E sim, era ele. No entanto, deparei-me com algo que não imaginava: Era moreno, alto e bastante jovem.

Sentei-me ao fundo, pois não queria ser vista. Confesso que fiquei boquiaberta com sua beleza, mas o que mais me encantou foram as palavras ditas por ele ao longo daquele culto católico. Não sei se era porque eu estava frágil, mas tudo que por ele era dito, cada palavra da bíblia citada, para mim se tornavam verdades universais.

Ao final da missa, já me sentia mais tranquila, na medida do possível. O padre deixou o altar e para minha sorte, não fui vista. Esperei que todos os fiéis fossem embora e me aproximei de um dos bancos da frente daquela grande igreja.

Ajoelhei-me, baixei a cabeça e comecei a rezar. Estava bastante concentrada, quando senti um leve toque em meu ombro. Levantei o rosto e virei-me, e então meu olhar foi de encontro ao daquela pessoa.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer as meninas que comentaram no capítulo anterior, estou tendo muito poucos comentários e acabo me desmotivando um pouco, mas fico feliz em saber que tem gente acompanhando a história (: