Immensity escrita por miojo


Capítulo 9
Penitência - parte 2




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“Esta linda.” Ele sorriu, abrindo a porta do carro para mim.

 

“Você também.” Ele sorriu com o elogio.

 

Antes mesmo do Seth dar a partida o Quil apareceu. Ele correu ate o carro, se abaixando para poder falar com o Seth.

 

“Oi francesa.” Ele me cumprimentou.

 

“Oi.” Eu sorri.

 

“Seth, reunião, o Jacob ta querendo falar com todos nós.” Quil disse serio.

 

“Ele ta em fase?” o Seth perguntou já tirando a chave da ignição.

 

“Sim, ele quer nos alertar sobre um problema.” Quil parecia preocupado.

 

“Dois minutos.” Seth pediu e o Quil se afastou.

 

“Ele é o Alpha do meu bando, esta morando no Canadá com os Cullen, mas continua nos dando as ordens. Vou precisar me atrasar um pouco, dentro de vinte minutos eu estou de volta.” Seth parecia se desculpar pelo seu dever.

 

“Tudo bem.” Eu sorri.

 

Seth me abraçou, e desceu do carro.correndo com o Quil para dentro da floresta. Respirei fundo e olhei a minha volta, estava tudo escuro e deserto. O que me deu medo. As sombras na floresta. Sai do carro. Esperaria por ele na minha casa. Eu tenho a falsa ilusão de que as paredes frágeis são o bastante para me manter segura.

 

Estava na metade do caminho quando escutei passos atrás de mim, meu instinto mandou correr. E foi o que fiz. Apertei o passo, mais três o quatro e estaria em casa. Mas uma mão forte e quente segurou meu braço me obrigando a me virar. O medo me causava espasmos.

 

A figura do Steven de bermuda me encarando, me fez tremer. Eu senti medo dele. Meu corpo tremeu, e um bolo se formou na minha garganta cortando minha voz. Eu não queria isso, não queria ele me tocando outra vez.

 

“Lisa.” ele falou serio.

 

“Me solte.” Eu pedi.

 

“Você me ama, como pode?” ele apertava meu braço.

 

“Não estou te entendendo.” Tentei me soltar, em vão.

 

“Era para você ser minha, só minha.” Ele rosnava baixinho.

 

“Eu não sou sua propriedade.” Eu cuspi as palavras.

 

“mas você me ama.” Minha garganta ardia, com as palavras que queria sair.

 

“Não sei mais.” Eu assumi, o que o fez segurar meus ombros com as duas mãos  e me sacudi, com força.

 

“Como? Você me jurou isso!” ele quase gritava.

 

“Você também me jurou.” Eu estava aponto de chorar.

 

“Não foi culpa minha.” Ele apertava ainda mais meus ombros.

 

“Eu não tenho que me prender a você.” Eu tentava  acertá-lo com os punhos, mas meus braços não alcançavam seu peito.

 

“Você ainda me ama, tem que me amar.” ele me sacudia.

 

“Esta me machucando.” Eu choramingava.

 

“É o Seth não é?” sentia que seus dedos iria partir minha pele, minha carne a qualquer segundo.

 

“Não sabe o que esta dizendo.” Meus olhos estavam fixos nas manchas negras que eram os olhos do Steven.

 

“Ele não pode tirar o que é meu.” Ele rosnou.

 

“A Kita, ela é sua.” Eu estava em prantos a uma hora dessas, sentindo meus braços latejarem.

 

“Eu a amo, não consigo mudar. Contudo, é você quem eu desejo.” Ele me olhava como nunca antes havia feito.

 

“Me solte.” Eu gritei. Talvez o Seth estivesse por perto.

 

Ele me puxou, apertando fortemente os lábios contra os meus, o que antes pensei que me causaria euforia, agora me causava repulsa. Tudo dentro de mim implorava para que ele me largasse, eu não cedi, não deixei que sua lingua invadisse minha boca.  Eu estava sentindo náuseas.

 

O beijo que por três anos trouxe ate mim a felicidade, hoje estava trazendo a dor. Ele tentava me forçar a corresponder, mas eu não estava disposta. Ele não era mas o Steven da Inglaterra, ele não era mas o Steven.

 

Enfim ele desistiu, me empurrando com força, minhas costas tocaram na porta com violência, causando um barulho alto. Ele me olhava com raiva. Deu mais um passo na minha direção, e então segurou meu queixo me impedindo de desviar o olhar. Seu dedos que antes apertavam meus barcos agora apertavam meu queixo, eu sentia como se meu queixo fosse esfarelar a qualquer momento.

 

“Você esta fedendo a ele!” Ele cheiro meu pescoço.

 

“Você já transou com ele?” minhas mãos foram ate seu pulso, tentando afrouxar o aperto.“Não... ele é um idiota!” Ele gargalhava das próprias palavras. Me soltou em seguida.

 

“Ele não é um idiota!” eu tentei gritar, mas não consegui.

 

“Se contar a alguém sobre nossa conversa, ele morre.” Ele me ameaçou, e funcionou. Porque eu senti uma enorme mão apertando meu coração quando imaginei o Steven agredindo o Seth.

 

Steven se virou e começou a correr para dentro da floresta. Eu ainda estava em choque. Não conseguia assimilar os fatos, tudo estava tão tremendamente assustador. Meu rosto estava ensopado pelo choro, e eu não conseguia me mexer. Era como se eu estivesse paralisada, meu corpo não respondia aos meus comandos.

 

Fiquei ali parada, olhando o nada com o coração em tormentos por longos minutos. Nada parecia real. O steven estava me ameaçando, ameaçando ao Seth. A imagem da brigas entre os dois não sai da minha cabeça, e isso estava me deixando tonta.

 

Eu queria contar, precisava. Mas ele não queria que eu fizesse. Pensei por algum tempo, e minha mente foi clareada. Eu não poderei contar, se não ele saberia. Mas o Seth vai saber ou qualquer outro do bando, basta ele se transformar. Então tudo vai se resolver.

 

Se resolver como? Minha espinha se arrepiou em resposta imediata. O Seth iria querer resolver com ele. eu não poderia permitir. O Seth não pode brigar com ele por minha causa, eu sou a errada. Aqui é a casa deles, a reserva deles, não a minha.  Senti tudo pesar em mim, eu era um erro. Eu não me encaixo aqui.

 

Os lagrimas já haviam secado em minha face. Respirei fundo e me sentei no chão. Eu logo partiria, e então não faria mais diferença, eles logo me esqueceriam. A dor me apunhalou, eles me esqueceriam, mas eu não. Não conseguirei esquecer...

 

 

Seth

 

Não conseguia encontrar minha jaqueta, eu tinha certeza de que a tinha deixado ao lado da minha calça. Acabei de calçar os sapatos, e resolvi deixar a jaqueta para trás, afinal a Lisa já estava me esperando a mais de meia hora. Escutei os passos na floresta e então cheiro, o que ele quer?

 

“Seth?” a voz dele estava rouca, pesada.

 

“Fala Steven.” Ele se aproximou.

 

“Você e a Lisa estão muitos próximos não é?” ele me encarava.

 

“Ela é uma pessoa maravilhosa.” Eu rangi os dentes.

 

“Você não vê? Vai machuca-la.” Ele se aproximou ainda mais.

 

O peso das palavras, me deixaram atordoado. Ele tinha razão, e eu sabia disso desde o inicio. Era fato que ela estava começando a corresponder, se não ela não tinha me beijado. Não consegui responder.

 

“Ela vai se apaixonar, e depois você vai ter seu imprint, e ela vai se ver abandonada outra vez.” ele não sentia a mesma do que eu com as palavras.

 

“Eu nunca a faria sofrer.” Eu cuspia as palavras, o mostrando que eu não era como ele.

 

“Eu disse a mesma coisa.” Eu podia ver o odio nos olhos dele, foi então que notei que ambos estavam tremendo.

 

“Para você é fácil, você vai curti a Lisa, e quando o Imprint chegar, você esquece tudo, e ela fica com a dor.” Ele tentava tirar dos ombros a culpa.

 

“Não me iguale a você.” Eu rosnei.

 

“Va em frente, me ataque. Depois va ate la e transe com ela.a ai manha quando acordar e for jogar o lixo, veja um rosto avermelhado e se esqueça de tudo que passou com ela.” Ele riu.

 

“Sabe que não seria assim.” Eu não esqueceria.

 

“Será?” ele se transformou e correu.

 

Eu fiquei ali, olhando o nada. Tremendo. Eu estava com raiva, não dele, mais de mim. eu sabia dos riscos, das conseqüências e mesmo assim continuei. Eu era o culpado, eu era o cretino, não ele.

 

Sai andando em direção a casa da Lisa, não tinha muitas escolhas do que fazer. Eu teria que aprender a viver sem ela. logo avistei a figura esguia encostada na porta, corri ate o corpo pálido. Me abaixei, pegando ela em meus braços. Seu corpo estava frio, mas seu coração batia regularmente. a levei para minha casa.

 

A coloquei na cama com cuidado, ela não acordou. O rosto sereno. Respirei fundo, peguei um travesseiro e fui dormi no sofá. Não conseguiria passar a noite sentindo o cheiro dela. Seria desumano.

 

Me acomodei no sofá, era pequeno. Mas não faria diferença. Fechei os olhos tentando não pensar na Lisa. impossível. Metade da noite o sorriso dela ficou rondando na minha mente e na outra as lagrimas. O sorriso me fazia pensar se não seria possível, e as lagrimas me faziam entender que o sofrimento era inevitável..

 

Em algum momento adormeci. Acordei com o barulho do chuveiro.

 

Ainda era noite, me levantei e fui ate o quarto. a cama estava vazia, exceto pelas roupas da Lisa que estavam sobre a cama, sem perceber a imaginei nua no chuveiro, soquei minha cabeça em protesto, eu não sou pervertido. fui para a cozinha para preparar o café.

 

Já estava fritando os ovos quando ouvi a voz doce dela.

 

“Bom dia.” Me virei imediatamente. Ela estava com uma camisa minha, qe servia como vestido, o cabelo estava caindo sobre o rosto.

 

“Bom dia, desculpe por ter te feito esperar.” Me desculpei.

 

“Não foi nada.” Ela olhava o chão, não me encarava,

 

“O que foi?” deixei a frigideira de lado e caminhei ate ela.

 

“Nada”, ela tentou se afastar. Se escondendo atrás do cabelo.

 

Segurei sua face com uma de minhas mãos, e com  outra afastei o cabelo, deixando a mostra um enorme hematoma que tomava conta de seu queixo inteiro. O ódio ferveu em mim, e senti tudo tremendo, os olhos me evitando. Eu senti que não iria suportar, meu corpo inteiro entrou em colapso.

 


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Notas finais do capítulo

Reviews?