Immensity escrita por miojo


Capítulo 12
Partida




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A Lisa tremia e regurgitava a água agarrada ao Embry, ela estava com frio. Me aproximei devagar, estendendo meu braço, esperando que ela permitisse que eu a esquentasse. Ela me olhou chorando e se jogou nos meus braços. Ela estava sofrendo, e a culpa era minha. Tudo em mim doía, respirar doía, o coração bater doía, e não era só por causa da água, e sim por causa da mulher que amo, a única que não consegui proteger.

 

 

Seth

 

A Leah voltou depois de alguns minutos, ela estava com cara de assustada.

 

“O que foi? Cadê ele?”

 

“Eu não sei, ele esta vivo consigo sentir a mente dele, mas é como se ele conseguisse me bloquear.” Ela se vestia rapidamente e resmungando.

 

Peguei a Lisa no colo, estava me esforçando para poder consegui caminhar e carrega-la, meu corpo ainda estava dolorido, minha respiração queimando. Mas eu aproveitaria cada minuto ao lado dela.

 

 

Lisa

 

 

O Seth me carregava no colo, para a minha casa. Ele também estava machucado, mas não deixou a Leah me carregar. Meu coração se apertava, pelo perigo que eu tinha causado a ele, ele podia ter morrido e a culpa seria  minha. Não posso deixar ele correr esse risco, não posso me deixar correr esse risco.

 

Já estávamos em frente a minha casa, Leah abriu a porta para O Seth que me pos no sofá. Tudo rodava devagar, ainda estava com muita água dentro de mim.

 

“Lisa, eu vou dormir aqui hoje.” A Leah se ofereceu.

 

“Acho melhor não.” Embry começou a puxar a Leah.

 

“Embry!” ela protestou.

 

“O Seth fica com ela.” Os dois se olharam seriamente, e a Leah cedeu, me abraçou e saiu resmungando.

 

“Cuida dela!” Embry mandou seguindo a Leah.

 

“Não precisa se incomodar.” Minha voz saiu arranhada, queimando minha garganta.

 

“Não é incomodo.” Seth se sentou ao meu lado, meu corpo estava gelado.

 

“Acho que precisa de um banho.” Ele ergueu as sobrancelhas, coçando a cabeça.

 

“Se consegui chegar ate o boxe.” Eu sorri, fracamente meus pulmões doíam.

 

“A Leah devia ter ficado.” Ele riu e me pegou no colo.

“Você não vai me dar banho!” eu resmunguei.

 

“Eu não vou, so vou te levar ate o banheiro.” Ele gargalhou. Me corei, e encolhi em seu colo quente.

 

Ele me depositou de pé no banheiro, me encarando. Seu rosto cansado, ele também necessitava de um banho, então seria rápida. Também não me achava em condições de ficar muito tempo de pé, Seth me abraçou delicadamente.

 

“Vou ate a minha casa, volto em um minuto.” Ele sussurrou e saiu.

 

Liguei o chuveiro e entrei devagar, deixando a água cair sobre minhas costas. A água tocando minha pele fez eu vomitar o resto de água que existia dentro de mim. não demorei muito, afinal minhas pernas ainda doíam.

 

Me sequei rapidamente, penteando os cabelos molhados e vestindo uma calça velha e uma camiseta. Sai do banheiro procurando pelo Seth, ele estava sentado na minha cama. Já tinha tomado seu banho, estava de calça e camiseta, o rosto cansado.

 

“melhorou?” ele se levantou vindo ao meu encontro.

 

“Sim.”

 

Eu estava amedrontada. Todos aqueles lobos, toda aquela água. Eu deixei meu corpo cair sobre os braços do Seth. Se todos os acontecimentos do dia já não fossem o suficiente, um trovão gritou no céu, me fazendo dar um pequeno salto.

 

“Shiii, calma.” Seth acariciou meus cabelos.

 

Eu não devia pedir isso a ele, eu vou estar me envolvendo ainda mais do que já estou envolvida. Mas eu não estou em condições de pensar em nada, não agora. Amanha quando eu acordar eu penso em como acabar com todos esses problemas que criei.

 

“Seth, dorme aqui comigo, por favor.” Eu pedi me arrastando para cama, e o trazendo comigo. Ele hesitou, mais depois cedeu.

 

Ele se deitou ao meu lado, mas afastado de mim alguns centímetros. Eu respeitei. Mas quando outro trovão se fez ouvir, eu me atirei para o seu peito, escondendo meu rosto em seu ombro.

 

“Shii.” Ele acariciava meus cabelos, enquanto eu tentava dormir.

 

“Desculpa.” Eu disse baixinho, minha culpa venceu o sono.

 

“Pelo que?” ele se ajeitou, me encaixando eu seu peito e nos cobrindo.

 

“Por toda essa confusão, todos esses problemas.” As lagrimas apontaram em meus olhos.

 

“Nada disso é sua culpa Lisa, você foi a injustiçada. Ele te agrediu.” O Seth começou a rosnar.

 

“Não Seth, eu é que deixei a Inglaterra a vim ate aqui, eu que trouxe problemas. vocês estariam felizes se eu não tivesse aparecido.” Eu soluçava a essa altura.

 

“Você se arrepende Lisa?” Ele me perguntou serio, erguendo minha cabeça de seu peito. “ Se arrepende de ter vindo para La Push? De ter nos conhecido? De ter me conhecido?”

 

“Não.” Eu disse fracamente.

 

“Então pare de se culpar!” Ele falou serio, encarando meus olhos.

 

“Seth...” As lagrimas me agredindo, ele me puxou, me abraçando outra vez, com mais força.

 

“Elizabeth...” Ele sussurrou em meus cabelos, me levando a inconsciência.

 

 

Meus olhos custaram a se abrir, e quando eu consegui, me deparei com a face serena e tranqüila do Seth. Ainda estava agarrada a seu peito. E a culpa me agrediu. Não era mais a culpa pelo sofrimento alheio e sim a culpa por estar me envolvendo tanto. Eu iria sofrer, eu iria passar noites chorando por ele, eu iria desabar dessa vez.

 

Eu não podia mais adiar, eu tinha que sair, tinha que fugir, volta para a Inglaterra. Antes que meu coração seja esmagado outra vez.  não posso mais fingir que estou no controle, não tem como agir como se fossemos apenas amigo.

 

Acariciei seu rosto suavemente, não queria acorda-lo. Seu peito descendo e subindo, levando minha cabeça junto nos movimentos causados pela respiração pesada. Seu cheiro amadeirado estava preso em mim, e isso me deixava ainda mais acabada de ter que partir.

 

Nunca mais ouvi essa risada,  nunca mais ver as covinhas que se formam junto com o grande sorriso. Sentir suas mãos acariciando as minhas, seus braços contornando meu corpo, seus lábios nos meus. Meu coração doía com a idéia de não ter mais o Seth ao meu lado.

 

Eu queria guardar o maximo dele que eu conseguisse, para quando a dor apertar, a saudade machucar e as lagrimas rolarem, eu ter onde buscar a tranqüilidade. E foi pensando assim que me inclinei sobre seu corpo, tocando os lábios dele com vontade, com ansiedade.

 

Ele correspondeu, por um tempo, me girando para ficar sobre mim. mas logo parou. Me encarou, os olhos buscando respostas.

 

“Por que?” eu desviei os olhos dos dele.

 

“Eu quero.” Eu não conseguia administrar as palavras.

 

“Eu também, mas eu tenho um motivo. E você?” tentei beija-lo, mas ele desviou o rosto.

 

“Quero guardar você para sempre.” Meus olhos se banharam com as lagrimas.

 

“Como assim? Não vai acontecer nada.” Ele beijou meu queijo.

 

“Eu vou embora.” Minha voz saiu fraca, e eu fechei os olhos para não ver a reação dele.

 

Ele se levantou, se sentando na cama. Resolvi abrir os olhos. Ele estava com a cabeça entre as mãos, me sentei ao seu lado. Não queria ver ele assim, me machucava ainda mais.

 

“Eu sei que isso é o certo, seu lugar não é aqui. Não consigo nem te proteger.” O seth me olhava tristonho.

 

“Meu lugar não é aqui. Mas você me protegeu, você cuidou de mim.” eu tentei sorrir, mas as lagrimas eram densas e embaçaram todo meu semblante.

 

“Eu queria poder te amar.” Ele disse entre os dentes, socando a cabeça.

 

Aquelas foram as palavras mais simples, e mais lindas que eu já ouvi. Me abalaram, me tornaram mais forte. Por mais que ele quisesse, ele nunca poderia me amar, nunca como ele amará sua prometida.

 

“Me ame hoje.” Eu o beijei outra vez, eu estava desejando isso como jamais desejei nada em minha vida.

 

 

Seth

 

 Ela me beijava com fervor, me pedindo para ter-la em meus braços, mas eu não podia. Não sabendo que ela vai partir, seria como abrir um buraco no peito, e esperar que ele cresça.

 

“Não posso.” Eu a afastei, as lagrimas brotando em meus olhos.

 

“Mas...” ela não disse mais nada, eu me levantei e sai. Não podia sentir tanta dor em ve-la partir, eu sempre soube que isso aconteceria. Por que o desespero? Por que? Como eu queria sair por essa porta e dar de cara com meu Imprint. Me pouparia muito sofrimento.

 

Não! Isso causaria sofrimento a Lisa, ela iria se sentir rejeitada. E eu prefiro sofrer do que a ve sofrer. Quando isso se tornou tão doentio? Por que deixei isso ir em frente? Porque? Eu poderia ser como qualquer outro lobo, e ter meu Imprint, mas não eu tenho que ficar esperando por ele, e me apaixonando insanamente por uma inglesa.

 

Chutei uma pedra, que saiu quicando pela rua. Eu estava desesperado, não conseguia engolir a idéia de ser obrigado a me separar dela, mais eu sabia que isso era a coisa certa a se fazer.

 

 

Lisa

 

As lagrimas explodiam enquanto eu me agarrava as cobertas que tinham o cheiro dele. Por que tinha que ser tão difícil? Meu corpo inteiro estava despedaçado, meu coração esmagado. Eu revirava na cama, descontando minha raivas nos travesseiros.

 

Depois de chorar e espernear, acabei adormecendo.

 

Senti as mãos quentes acariciando meus cabelos, e quando abrir os olhos, toda a esperança dentro de mim foi diluída em mais lagrimas. Leah estava chorando também.

 

“Fique.” Ela pediu, eu neguei com a cabeça.

 

“Não posso.” Eu me agarrei em seu colo.

 

“Eu queria ter impedido isso.” Ela chorava tanto quanto eu.

 

“Impedido o que?” eu soluçava.

 

“Que você estivesse desmoronado. Eu pensei que o Seth estivesse te curando, te trazendo de volta o amor.” Ela acariciava meus cabelos.

 

“Eu gosto dele. E por isso que não posso ficar! Eu não posso colocar você em risco, eu não posso me apaixonar.” Ela não disse nada, apenas me abraçou ate eu consegui para de chorar.

 

“Espere ate o fim do aluguel.” Ela me pediu.

 

“Não, eu vou amanha.” Eu respirei fundo.

 

“Então faça o que quiser!” ela começou a chorar ainda mais e se levantou, correndo para fora a minha casa.

 

Eu estava machucando a Leah também, todos estavam sofrendo por minha culpa. Chorei por mais alguns minutos, então tomei um banho e troquei de roupa, estava sem fome. Liguei para a imobiliária interrompendo o contrato do aluguel,  a multa era pequena. E mesmo que fosse alta, o desespero com a idéia de continuar aqui venceria.

 

Assim que terminei, liguei para comprar a passagem. As lagrimas desciam enquanto colocava minhas roupas na mala, entre minhas roupas encontrei uma camisa do Seth. Eu sorri. Sabia que era errado, mas eu não consegui impedir minhas mãos de coloca-la na mala. Ele não sentiria falta.

 

Eu não tinha muitas coisas, tudo o que eu tinha coube nas malas. Já estava fechando ultima, deixando so a minha mochila aberta. Com as minhas coisas de higiene pessoal e algumas mudas de roupa para amanha. A campainha tocou.

 

Estranhei, ninguém tocava campainha, geralmente entrava ou então esmurrava a porta. Caminhei ate a sala, e abri a porta meio receosa, Seth entrou sem dizer uma palavra e jogou sobre a mesa um marmitex.

 

“Deve estar com fome.” Ele se sentou no sofá.

 

“Não.” Eu continuei em pé, ele aqui só tornaria tudo mais difícil.

 

“Você vai comer, se não eu não saiu daqui.” Ele disse ligando a televisão.

 

“Fique a vontade.” Eu dei os ombros e me direcionei ao quarto.

 

Ele segurou meus ombros, me girando e me beijando. Rapidamente. Para logo me soltar.

 

“Queria guardar seu gosto.” Ele sorriu e jogou as chaves da casa que eu havia o dado em minhas mãos.

 

“O que?” eu ergui as chaves.

 

“Não posso aceitar.” Ele me beijou outra vez. e eu estremeci.

 


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Notas finais do capítulo

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