Immensity escrita por miojo


Capítulo 1
Descoberta




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POV - Lisa

 

Acordei assustada com a aeromoça balançando meus ombros. A viagem tinha sido longa, eu estava exausta. Agradeci e sai do avião. O vento frio tocou meu rosto, eu não me importei, já estava acostumada com o frio.

 

Peguei minha bagagem e caminhei ate o estacionamento. Entrei em um táxi e lhe dei o papel com o endereço da casa que eu tinha alugado pela internet. Ele assentiu com a cabeça e ligou o carro.

 

Eu estava ansiosa. Louca para saber o que estava acontecendo. Já fazia um mês que não tinha noticias do Steven. Estava ficando preocupada. Deitei minha cabeça na janela, as árvores passando corridas, formando uma imensa linha verde, me fizeram mergulhar nas lembranças.

 

“ Lisa, vai ficar tudo bem. Eu só tenho que resolver problemas de família. Volto assim que puder.” Ele tocava meus lábios com delicadeza.

 

“Steven, eu vou sentir tanto a sua falta.” Eu choramingava.

 

“Eu te amo Lisa.” Ele me beijou e entrou no portão de embarque. Eu senti uma dor forte no peito, como se ele nunca mais fosse voltar.

 

Já tinha três meses que ele tinha passado por aquele portão, e desde então nunca mais o vi. Nos dois primeiros meses ele me ligava todas as noites. No começo fazíamos planos para quando ele voltasse para a Inglaterra. Ate o dia que ele me disse que não poderia nunca sair de La Push, então começamos a fazer planos para quando eu me mudasse para cá.

 

Mas uma noite ele não ligou, e na seguinte também não... e desde então estou desesperada. A mudança da família dele de volta para a reserva me assustou, foi tão repentina. Talvez houvesse um motivo serio por tras isso, não fosse simplesmente problemas de família.

 

Eu estava ansiosa para voltar a vê-lo. Meu coração gritava por isso. Eu o amava. Queria correr e me jogar em seus braços. Seu corpo enorme aparando minha queda. Eu era tão feliz quando tinha ele ao meu lado.

 

“ OI.” Um menino com a pele avermelhada e cabelos pretos me cumprimento.

 

“Oi.” Eu respondi sorrindo, ele era lindo.

 

“Você mora nessa casa?” ele apontou para a  minha casa.

 

“Sim, com a minha tia.” Eu sorri.

 

“Você é linda.” Ele sorriu abertamente.

 

“Você também.” Eu abaixei os olhos, fugindo do olhar dele.

 

Eu estava sorrindo, já fazia dois meses que eu não sorria, dois meses que meus pais haviam falecido.

 

 

Nós so tínhamos quinze anos quando nos conhecemos. Nunca tinha beijado ninguém, e ele me roubou um beijo na varanda de minha casa. Tanto tempo que estamos juntos...

 

“Seu pai?” perguntei apontando para um homem branco cortando a grama.

 

“Não, meu pai morreu quando eu tinha quatro anos.”

 

“Sinto muito.”  O homem se levantou e veio em nossa direção.

 

“Essa é a garota que você me falou?” ele parecia simpático.

 

“Essa é a Lisa e esse é meu padrasto Kevin.” Eu sorri, estava meio envergonhada.

 

“sua mãe esta preparando o jantar.” Kevin voltou a cortar a grama.

 

Seus pais sempre me trataram bem, sempre apoiaram o namoro. Mesmo sabendo que muitos ingleses comentavam o envolvimento de um índio com uma inglesa da burguesia.

 

Ele me trouxe a alegria de voltar a viver. Passávamos as tardes vendo televisão. Eu adorava quando ele me contava sobre as lendas de sua tribo, de como foi difícil para ele e sua mãe se mudarem para a Inglaterra quando ele tinha apenas sete anos. Mas logo que chegaram aqui, Ema conheceu o Kevin.

 

A imagem do Steven ficou rondando minha cabeça. Os grandes olhos castanhos, o cabelo cortado bem curto, o corpo bem avantajado para um garoto de dezoito anos.

A preocupação me tomou outra vez. não sabia o que tinha acontecido, não sabia como ele estava.

 

Já estava querendo vir ate La Push, desde que ele não me ligava mais, e nem me atendia. Mas esperei ate o fim das aulas. Ficaria morando em La Push ate o inicio das aulas na Universidade. Nós planejamos tanto isso. Mal estava acreditando que terminei o Colegial.

 

O aluguel da pequena casa foi barato. Dinheiro não é um problema. Mas eu prefiro coisas simples, não quero ser taxada com o burguesinha rica, como eu sempre fui taxada. 

 

Meu coração estava ansioso para o reencontro com o Steven. Eu passaria na minha nova casa, agora eu tinha a minha própria casa, deixaria as malas e iria correndo a ate a casa onde ele estava morando. Eu o amo tanto. Não estou conseguindo lidar coma distancia, não sei o quee seria de mim sem o abraço quente dele. Eu necessito dele ao meu lado.

 

“A senhorita veio visitar alguém?” o taxista me puxou de volta para a realidade.

 

“É, e vou passar três meses aqui.” Eu sorri.

 

“Inglesa?”  não tinha como eu esconder quem eu era, não em uma tribo de índios.

 

“Ta tão na cara assim?” eu sorri.

 

“Sim, e ainda tem o seu sotaque.” O inglês não era tão diferente assim, mas para eles era como se eu falasse de uma forma muito formal.

 

“Veio sozinha?”

 

“Sim.” Eu estava me divertindo com as casinhas que passavam pelo carro.

 

“Não é muito nova?” ele me olhou curioso.

 

“Tenho dezoito.”

 

“Chegamos.” Ele parou o carro em frente a uma casinha branquinha, comas janelas e portas vermelhas, tinha alguma coisa desenhada na porta. Algo como um lobo. Mas eu não dei muita importância. Estava louca para conhecer a minha casa.

 

“Obrigada.” Agradeci e paguei o taxista.

 

“Espero que goste de frio e chuva.” Ele sorriu e arrancou com o carro.

 

Entrei em casa, arrastando minhas malas. A sala era diferente de todas as salas que eu já vi. Era pequena, muito pequena. Tinha apenas um sofá vinho, com os pés de madeira. A estante era do mesmo material dos pés do sofá. Tinha uma lareira e alguns quadros. Era tudo tão rústico e tão nativo. Não podia ser mais perfeita.

 

Sai correndo par ver o resto, o quarto era igualmente pequeno. Com apenas uma cama, uma escrivaninha e um guarda-roupas. Tudo no mesmo estilo da sala. Era tudo tão delicado e lindo. Algumas lagrimas escapuliram.

 

A cozinha era um pouco maior, mas isso não me importava, eu não sabia cozinhar nada. Sempre tive cozinheira nas casas onde morei. Não tenho idéia de como se liga um fogão.

 

Voltei ao quarto carregando minhas malas. As joguei ao lado da escrivaninha e fui tomar um banho. Queria estar cheirosa para o Steven. Assim que o banho terminou abri uma das minhas malas e peguei uma das lingeries que eu havia comprado para a viagem. Tanto tempo negando isso ao Steven, e agora eu tinha necessidade de me entregara ele.  Seria dele pela primeira vez.

 

Enquanto me vestia, eu era tomada por uma felicidade sem descrição. Era como se algo me puxasse para La Push, aqui eu sentia que a minha vida seria perfeita. Ao lado do menino que eu amo.

 

Sai de casa apressada, procurando pelo nome da rua que o Steven morava. Pedi informações a algumas pessoas que passavam, e logo cheguei ate a casa dele. A casa era grande e toda em um marrom claro. Era linda, mais honestamente prefiro a minha.

 

Bati na porta e ninguém me atendeu, então resolvia da a volta para ver se ele estava na cozinha. Assim que terminei de contornar a casa  meu coração parou.

 

Ele estava sentado em uma rocha  abraçado com uma menina de longos cabelos pretos, presos em uma trabalhada trança. Ele virou rispidamente em minha direção.

 

O meu mundo tinha desabado. O garoto por quem eu deixei e Inglaterra, por quem eu jurei amor,estava nos braços de outra. A dor era forte de mais. Quase não conseguia respirar de tanto que o meu peito estava apertado.

 

Todos os meus planos, todas as minhas esperanças. Tudo afogado nesse imenso mar negro de La Push. Eu queria me afogar junto com esse sentimento. Eu não merecia perder tudo assim, meus pais, o garoto que eu amo. Nada mais me resta.

 

“Lisa.” Ele exclamou fingindo dor.

 

Ouvir a voz dele fez com que um bolo se formasse no meu peito, arranhando minha garganta. Ate que explodiu pela minha boca, levando a toma meus pensamentos.

 

“Se você queria terminar comigo era só dizer, não precisava se mudar!” eu gritava com força.

 

“Lisa.. eu posso explicar.” A garota contornou a casa pelo outro lado.

 

“Explicar o que? Que enquanto eu ficava la esperando você voltar você se agarrava com outra?” eu balançava os braços.

 

“Não Lisa, não é tão simples assim.”

 

“Claro que não é! Eu toda preocupada, esperando você me ligar e você aqui, namorando! Você podia ter me ligado, pelo menos para dizer que não me queria mais.” Eu estava chorando feito doida agora.

 

“Eu não tive coragem.” Steven começou a tremer.

 

“Seu covarde! Como você pode! Me enganar esse tempo todo! Eu te amava seu imundo.” Ele tentou se aproximar, mas eu dei uma passo para trás.

 

 

“Aconteceram coisas estranhas.. eu perdi o controle.”

 

“Seu cínico! Você nunca me amou! Você só queria se divertir coma inglesinha sem sal! Assim que teve chance me largou sozinha.” Eu estava soluçando.

 

“Eu te amo!” ele tremia ainda mais.

 

“Não diga isso! Eu te proíbo!” meu coração estava despedaçado, humilhado.

 

“Lisa, o que você veio fazer aqui?”

 

“Eu vim ser sua!” eu gritei e abri o casaco, abrindo a camisa em seguida, deixando ele ver o sutiã bordado. “ Ainda bem que não fiz isso antes, iria me arrepender amargamente. Era isso que você queria não é? Me comer?” eu chorava enquanto fechava a camisa.

 

“Eu sonhava com esse dia.” Ele tentou se aproximar outra vez.

 

“Que sonhe! Ou melhor assista! Porque eu vou me entregar ao primeiro Índio que eu encontrar!” eu não iria fazer isso, mas as palavras escaparam de mim.

 

Steven tremeu ainda mais. De repente suas roupas de rasgaram e um enorme animal surgiu no lugar onde ele estava. Um enorme lodo cor de mogno. Que mostrou os dentes para mim. Meu coração parou junto com a minha respiração e eu cai sentada no musgo. Tremendo de medo da fera que estava a poucos centímetros de mim.

 


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Notas finais do capítulo

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