Eagle escrita por Shunnie Youko, Anny Taisho


Capítulo 4
Capítulo IV: Ataque




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EAGLE

 

Cap. IV

O céu estava coberto por uma camada de nuvens escuras e pesadas que poderiam desabar a qualquer momento. Um vento gelado hora ou outra assolava as pessoas que caminhavam pelas ruas.

Uma mulher de longos fios loiros presos para cima, vestindo uma saia até os joelhos verde escura com uma blusa de alças brancas e um casaco longo escuro que escondia uma katana descia do trem.

- Eu não estou entendo Olivie-sama.

- Não queremos chamar atenção, Milles.

O homem também em roupas civis acompanhava a loura.

- De quem?

- Apenas fique alerta.

Caminharam até a saída da estação e assim que chegaram ao fim, uma Mercedes negra para a frente dos dois com a porta de trás aberta.

- Olivie-sama.

A loura acompanhada de um desinformado Milles entra no carro.

- Para minha casa.

- Hai.

* * *

Era hora do almoço e Roy excepcionalmente decidiu almoçar no centro. Assim, fazendo com que toda sua equipe também fosse para lá, afinal, a chuva era iminente e não era recomendável que Roy andasse sozinho.

Mesmo contra o que o avô havia lhe recomendado, Riza saiu do quartel sem a Mercedes, no entanto, sabia que a escolta estaria atrás e algumas vezes conseguiu identificá-la enquanto dirigia.

- Aqui senhor?

- Sim. Pode parar aqui.

Riza estacionou o carro e Roy e Havoc desceram. Gesto repetido pelos presentes no carro detrás.

- Eu vou a floricultura, podem ir pegando uma mesa para gente.

O que? Ele havia saído de perímetro seguro apenas para conseguir um encontro? Será que ele não conhecia aquela invenção chama telefone?!

Mas apesar da preocupação com o general, Riza temia por si própria. Sabia que queriam pegá-la e ir para um lugar tão cheio era o que eles precisavam...

Talvez a escolta não fosse tão ruim.

Apreensiva, olhava para os lados. Fazia algum tempo que não via a escolta.

- Fique calma, capitã, ele com certeza só vai passar uma conversa na florista e depois poderemos voltar.

Ás vezes, Riza achava que Fuery era o mais sensível dos rapazes. Pois apesar de não demonstrar, não estava em seus melhores dias. Tudo o que conseguiu fazer foi dar um fingido meio sorriso.

- Eu sei, Fuery.

O restaurante que estavam tinha uma varanda e por isso resolveram ficar ali, era mais fácil manter o general sob vigilância.

- Cara, será que ele não cansa não? Hoje é quarta-feira e ele está ali passando conversa na moça.

- Se ele gastasse metade dessa energia com a papelada a gente não passaria tanto tempo refazendo papelada que perdeu o prazo porque ele não assinou.

- Com certeza... – Havoc deu um fungada  e deitou o tronco sobre a mesa – Estou varado de fome!

- Relaxa, a moça já vai trazer.

Em uma parte mais afastada da rua, um casal estava escondido em um beco. A mulher era ruiva e não devia ter mais que um e sessenta, usava calças, uma camisa e um casaco longo. Já o homem, deveria ter quase um e oitenta e tinha os cabelos loiros e lisos e estava vestido tão comumente quanto a mulher.

Seriam mais um casal na multidão se não ostentassem uma tatuagem em formato de hexágono no pulso direito.

- É aquele tipo de escolta que eles acham que vão proteger seus herdeiros?

A mulher estava encostada na parede com um pé na mesma.

- Há essa hora devem estar do outro lado da cidade achando que estamos por lá.

- Então, vamos acabar com ela ou apenas mostrar que sabemos?

- Primeira opção. Se apenas a atacarmos, a família vai protegê-la melhor do que ao próprio marechal.

- Certo. Eu faço isso, me dê cobertura.

- Não sei não... Karina.

- Por favor, ela não escapará da lamina da minha katana.

Um brilho passou pelos olhos da pequena mulher enquanto ela escondia não uma, mas duas katanas.

- Duas?

- Eu quero um combate justo, caso contrário, não terá graça.

- Sempre querendo fazer bagunça...

- Vamos começar. Escolha alguma garota e dê um sustinho, depois deixe comigo.

- Ela vai correr.

- Não se achar que vou atacar seu querido chefe.

- Oh... Muito engenhoso. Morta por sua lealdade. É quase poético.

- Faço o que posso.

Karina dá um sorriso e sai do beco indo em direção as pessoas.

No restaurante, o pessoal já almoçava e Roy ainda estava do outro lado da rua apoiado sobre o balcão da florista.

- Isso aqui está ótimo, não me importaria se ele decidisse vir cantar a florista todos os dias.

- Com certeza! Isso aqui está melhor que a comida do quartel.

Riza mal tocara na comida, tinha medo de se distrair. Mas se até agora nada tinha acontecido, talvez não houvesse motivo para preocupação.

Mas essa hipótese durou muito pouco, o aglomerado de pessoas começou a se dividir no meio e cada fisionomia denunciava o horror.

- O que é aquilo?

Fuery apontou.

Todos viravam para olhar e viram uma mocinha que caminhava com dificuldade. E que caiu no centro da rua.

Uma faca estava cravada em suas costas...

- A... Aquilo...

- Droga!

Riza levantou-se num salto.

- Breda, veja se pode ajudar a moça. Fuery e Fallman, afastem as pessoas e Havoc venha comigo! Vamos tirar o general daqui!

- Hai!

Havoc correu para atravessar a rua, visto que Roy também tinha notado a confusão e parecia querer ir para o meio das pessoas. Tinha que segurá-lo lá até Riza trazer o carro.

Mas o que ele não notou, foi que ao contrário das pessoas que corriam para o lado oposto ou eram levadas a isso pelos militares, uma mulher caminhava para o centro da rua.

Um cruzamento de quatro avenidas.

- Aquela mulher...

Riza retirou um das pistolas do coldre e viu o sorriso maligno nos lábios da mulher que parecia ir em direção a... Roy?

Kami-sama!

Não ele!

E como se a situação não pudesse piorar, a chuva começou a cair em toda sua fúria!

Um tiro no chão foi dado como aviso e os olhos escuros subiram até ela.

As pessoas que antes faziam barulho um pouco mais afastadas se calaram e Havoc olhou para ela.

- TIRE O GENERAL DAQUI!

Os dois olharam para mulher que havia parado no centro do cruzamento tirando as duas katanas e chutando uma para Riza.

Não era Roy...

Não queriam o general Mustang.

- SAIAM DAQUI!

A capitã pegou a arma.

- Hawkeye, não seja idiota, vamos sair daqui!

Roy berrava enquanto era segurado por Havoc para não correr até a loura.

- SAIAM DAQUI AGORA! EU CUIDO DISSO!

As pessoas antes curiosas sumiram. Somente os militares e a ruiva estavam na rua.

- Capitã!

Riza viu Fallman levantar uma arma, mas sabia que não poderia deixá-los se meterem naquilo, caso contrário se tornariam empecilhos e empecilhos eram eliminados.

- EU JÁ DISSE PARA SAIREM DAQUI!!

- Mas...

- Vocês não ouviram a moça?

A mulher finalmente falou.

- Isso é coisa de garotas.

Dito isso a ruiva passou a correr em direção a Riza para atacá-la.

Oh... Teria de agradecer a Olivie pelas aulas de esgrima que havia dado.

- Chegou sua hora, Baby!

Um meio sorriso formou-se nos lábios da loura que simplesmente abaixou fazendo com que a lamina passasse a milímetros dos fios de ouro, mas quebrando o prendedor.

- Vai nessa!

Riza bateu as mãos no chão e passou uma rasteira na mulher que se assustou com a agilidade dela. E é lógico que se aproveitando desses segundos, a Hawkeye deu dois saltos para trás tomando distancia.

- Vadia!

Karina colocou-se de pé.

- Você achou mesmo que eu não saberia me defender?

- Vamos ver até quando dura essa marra.

As duas começaram um combate de esgrima muito equilibrado. Deixando boquiabertos os rapazes que não corriam ou se mexiam.

- Ela levou para o lado pessoal! Idiota! Vou ter que dar um jeito nisso!

O homem que estava escondido nas sombras começou a se aproximar, se ela se distraísse vendo-o avançar contra Roy, baixaria a guarde e Karina poderia terminar o serviço.

A chuva parecia cada vez mais forte, estavam a cerca de cinco metros uma da outra. Ofegantes e com alguns cortes. Não lhe agradava, mas sabia que só tinha uma opção: Matar a ruiva.

Era ela ou a ruiva.

- Vamos acabar logo com isso!

Karina viu a aproximação do companheiro e devido a mudança de foco de seu olhar, Riza também olhou para trás e viu.

Eram dois??

Onde estava a droga a escolta quando se precisava dela?

- Cuidado!!

Largou a katana e tirou a pistola atirando na direção do homem.

Havoc e Roy num reflexo rápido abaixaram-se e as balas acertaram de raspão no loiro que caiu no chão.

- Maldita!

Karina começou a avançar sobre Riza que não teria tempo de pegar a katana ou mobilidade para mirar, era iminente o acerto. Estava acabada...

Silêncio.

O som da chuva.

O som do atrito de pneus.

Abriu os olhos e viu que de cada lado de seu corpo um carro negro parou se colocando entre ela e sua combatente.

As portas se abriram nos dois carros.

- Entrem!

A mulher correu e os homens entraram nos carros.

Riza, Roy e Havoc em um e o restante dos rapazes no outro.

Os dois carros giraram simultaneamente e começaram a correr dali.

- Senhorita Hawkeye? Está ferida?

- Não.

- Não acredito que nos enganaram!

O homem parecia indignado com o erro cometido. Não aceitava que tinha se deixado enganar daquela maneira.

- Não se preocupe...

- Vamos levá-la para um lugar seguro.

- Certo.

Riza?

Estavam preocupados com Riza?

Mas o ataque não fora contra Roy?

A mulher apenas deixou o corpo afundar no banco de couro e fechou os olhos.

-

-

Não demoraram muito para chegar ao destino. As ruas vazias por causa da chuva facilitavam a mobilidade em uma velocidade maior.

Logo chegaram ao majestoso quartel e o carro parou na entrada principal. Num minuto o homem estava no volante e no seguinte estava do lado de fora com um guarda-chuva abrindo a porta para Riza.

- Estão a espera da senhorita.

A loura apenas se levantou e passou para baixo do guarda-chuva apesar de já estar molhada e logo após o homem que dirigia o outro carro passou a caminhar atrás dela.

- Isso foi MUITO estranho.

- Cara, aquela mulher era maluca... Kami-sama e esses dois? De onde saíram?

Continua...


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