A Caçada escrita por Senhorita Ellie


Capítulo 1
Prólogo - William, o Capitão


Notas iniciais do capítulo

Olá! Essa é uma história curta, e já está terminada; vai fechar com seis capítulos. Ainda estou pensando na melhor forma de postá-la.
De qualquer forma, espero que gostem.



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Dias atuais, em Stalingrado, na União Soviética

A tragédia que ele mesmo criara, já não podia mais consertar.

O cômodo cheirava à decomposição quando entrou, e as pilhas de corpos mortos logo contaram o porquê. Quis fechar os olhos para não enxergar, mas depois de tudo o que tinha feito, ele pensou que deveria ter coragem para pelo menos encarar todas as vítimas da sua tolice respirando fundo, zigue-zagueou entre os corpos, a bengala tremendo nas mãos nervosas, os olhos passeando por todas aquelas pessoas que não tinham recebido nenhuma misericórdia em suas mortes: mães grávidas com seus ventres abertos, jovens crianças carbonizadas, homens recém-formados com seus membros desconjuntados de seus corpos.

Nunca uma caminhada tão curta pareceu tão longa. Quando chegou ao fim do galpão e parou em frente a uma grande porta de metal levemente retorcido, ele sentia náuseas, e seus braços doíam pela força que aplicava em cima da bengala para se sustentar. Aquele lugar deveria ser destruído, com todo o seu conteúdo seria algo definitivamente mais respeitoso com as vítimas que ali apodreciam do que deixá-las lá para feder. Ele fez uma anotação mental de mandar um de seus suboficiais explodirem o pequeno galpão quando saísse.

O erro tinha sido dele, e quem tinha pagado foram aqueles cadáveres. Mas se ele pensasse bem, não se importava tanto quanto gostava de dizer para si mesmo.

Você seria um homem inteligente em abrir essa porta, Yuri.

—E você seria muio inteligente senão tivesse simplesmente vindo, apesar de ter sido eu a te convidar. Essa sua perna só nos causa problemas.— a voz que soou lá de dentro não parecia estar brincando. Quando a porta se abriu, o rosto de Yuri era a perfeita máscara do mau humor. —Entre, William. Nós temos assuntos a discutir.

Não havia muitas pessoas no cômodo — além de Yuri, apenas mais quatro homens sentados em volta de uma mesa circular, seus rostos marcados por cicatrizes de guerra, as expressões sérias. Em cima da mesa, mapas em cima de mapas e algumas fotografias, as quais despertaram ligeiramente a atenção de William; ele manquitolou até a mesa para vê-las.

Todas as fotografias mostravam um único homem. Em preto e branco, como era típico da época, um rosto juvenil e sorridente, a máscara perfeita de um homem que tinha acabado de desabrochar para a vida.

—Quem é?

—Uma praga que está devastando nossos exércitos. — Yuri puxou uma cadeira para William se sentar. —E, eu odeio admitir isso, algo para nos preocuparmos.

—Me parece um jovenzinho alegre. Meu filho numa foto poderia parecer exatamente assim.

Yuri sorriu de lado.

—Seu filho é um matador e justiceiro que atua muito bem e está matando toda a nossa rede de informantes e espiões? — diante do silêncio do compatriota, o homem deu um suspiro satisfeito. —Não? Então vamos esquecer seu filho e vamos preocupar com essa praga aqui. Afinal de contas, William, pelo que nós conseguimos descobrir... O próximo alvo dele é você.

—E até agora... — disse um dos homens que estava sentado na mesa, metade do seu rosto desfigurada por uma queimadura realmente grave. —Ele não falhou uma única vez.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e espero comentários. Até o próximo!



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