Herança de Sangue escrita por Brunorofe


Capítulo 13
Em quem confiar?


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, aqui está mais um capítulo de Herança de Sangue. Espero que gostem. Conto com seus comentários, que me ajudam muito, e também são um grande motivador a continuar escrevendo. Espero que gostem!



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Jânio correu para a Igreja assim que escutou o grito de Mariana pelo telefone. Saiu correndo do seu mercado, deixando sua esposa tomando conta do estabelecimento. Ela estava cada dia mais desconfiada de seu marido e suas ligações misteriosas.

Era comum entrar em casa, e perceber ele desligando o celular apressado. Rita não era boba, era óbvio que existia algo ali. Tentou ver seu celular um dia enquanto ele dormia, porém agora o celular dele pedia uma senha de acesso. Ela decidiu não falar nada, pois assim entregaria que estava mexendo no celular de seu marido.

Agora, bastou uma ligação para que ele saísse correndo e deixasse ela sozinha tomando conta do mercado? “Que tipo de Marido era esse?”, pensava ela. Algo estava acontecendo e ela precisava saber. Ao mesmo tempo tinha medo de descobrir que estava sendo traída. Não iria conseguir lidar com essa notícia, Não agora que descobrira estar com câncer e não teve nem coragem de contar a Jânio.

Jânio chegou quase ao mesmo tempo que o policial Rodrigo e o delegado Celso, na Igreja. Se não fosse a gravidade do fato ali, todos perceberiam que não faria sentido ele ter chegado tão rápido, ou o seu interesse em estar ali. Ele porém sabia que estava ali por se preocupar com Mariana.

Celso não sabia como reagir. Para ele o caso estava encerrado, Janine teria surtado e matado a todos que atrapalharam a posse de sua herança. Porém, como ela teria matado o Padre José, se estava presa? Depois de tantos anos como delegado de uma cidade que não possuía registros de crimes graves, antes da morte de Seu Silva, o deixou relapso.

Mariana estava em choque. Ela entendeu na hora que viu o corpo do Padre José no chão, o que estava acontecendo. Alguém estava matando todos ligados ao passado da família Silva. Alguém sabia de tudo! E agora a próxima vítima seria ela. Só pode ser! Como saber quem estava por trás disso? Ela precisava sair da cidade urgentemente!

Se sentiu melhor ao olhar para o lado e ver Jânio chegando. Ele estava ali por ela! Só podia ser! Se preocupou com ela. Era a prova de amor que Marina esperava. Porém esse sentimento durou apenas poucos segundos. A pergunta que Celso faria a seguir a deixaria com uma pulga atrás da orelha!

– Seu Jânio, o que o senhor está fazendo aqui? – Perguntou o Delegado ao dono do mercado da cidade, que já estava entrando no pátio da igreja, quando foi parado por Celso.

– Bem... eu... É que... Fiquei preocupado. Vim ver se estava tudo sobre controle. Já é a quarta morte em poucos dias. Todo mundo está com medo. – Respondeu Jânio, depois de gaguejar bastante.

– Mas como o senhor sabe que houve uma morte aqui hoje? Acabamos de chegar.

– Ah, Delegado, pelo grito da... de todo mundo, imaginei que seria algo terrível. E o que poderia ser pior que a morte?

– Sei, seu Jânio. Vamos conversar melhor mais tarde. Quero que o senhor vá a delegacia mais tarde para uma conversa.

– O senhor está suspeitando de mim? O que está acontecendo?

– O senhor que acabou de se colocar como suspeito. Eu apenas o convidei para uma conversa. Agora quero que fique por aqui, é uma cena de crime, e não quero nenhuma pessoa na área. Rodrigo já estava com o rolo de fita amarela e preta, usada para isolar cenas de crimes. Deu um empurrão em Jânio, contornou algumas árvores da entrada, e amarrou a fita em uma janela da Igreja.

Mariana escutou toda a conversa de onde estava, ela era a única a ficar do lado “de dentro” da fita. Estava sentada ao chão, soluçando de tanto chorar. Ao entrar na igreja, pela porta principal, ela percorreu o corredor até uma das portas da sacristia, que fica de frente ao altar da pequena igreja. Ainda do corredor, ela pode ver o corpo do Padre José no chão, com o peito aberto, e vazio.

Foi nesse momento que soltou o grito que assustou Jânio, e deixou o celular cair no chão e correu para fora gritando. Seus gritos atrairam curiosos que estavam na rua e na pequena Lan House que ficava em frente. Eles entraram, viram o corpo do vigário sem vida no chão, e ligaram para a polícia. Dois tentaram acalmar Mariana, e leva-la para outro lugar, porém não conseguiram fazer com que ela saísse dali.

– Está tudo bem com a senhora, dona Mariana? – Celso resolveu ver como sua testemunha estava antes de entrar na igreja, e ver o motivo dos seus gritos.

– Estou sem palavras, seu Delegado. O Vigário José era a pessoa mais bondosa da cidade. Como alguém foi capaz de fazer isso com ele? – Mariana não conseguiu segurar as lágrimas, e voltou a chorar.

Celso achou melhor conversar com ela em outro momento. Era óbvio que ela estava abalada, e apesar de todos agora serem suspeitos, sentia que Mariana não estava envolvida nos crimes. Por outro lado, o delegado não fazia ideia de que aquela mulher estava tão desesperada não por ter testemunhado um crime, e sim por saber que estava envolvida nas motivações dos crimes, e poderia ser a próxima vítima.

O Delegado e o policial entraram. Rodrigo havia levado um kit que mantinham na igreja, com câmera fotográfica e alguns reagentes químicos. Com a principal suspeita presa era preciso começar uma nova lista de potenciais assassinos, e para o delegado, era óbvio que estas mortes estavam ligadas. Estavam lidando com alguém frio, inteligente e provavelmente com um motivo muito forte. Ele só precisava saber qual.

As outras três mortes foram periciadas por uma equipe de policiais da capital. Era padrão em casos assim, de crimes graves, vir reforço de outra cidade, já que Sonhos era muito pequena e não possuía estrutura para realizar uma análise profunda de cenas de crimes. Desta vez o próprio delegado resolveu começar a perícia. Os policiais da Capital levariam muito tempo para chegar.

Os laudos levavam dias para serem emitidos, e dos três primeiros crimes, ainda não haviam sido tiradas conclusões. A única certeza era que foram cometidos pelo mesmo assassino, afinal o modo de agir era igual nos três casos. O modo era o mesmo da morte de Seu Silva, um ano antes. Morte que até o momento não havia sido resolvida, já que o assassino não havia deixado nenhuma pista. Não haviam digitais, pegadas, marcas de pneus na porta. Nenhum vizinho viu nada. A casa estava trancada por dentro, com a chave na fechadura, e o quarto de Janine estava trancado por fora, também com a chave na porta.

A cena da morte do vigário José também estava sem nenhum tipo de vestígio que identificasse o assassino. Celso estava se sentindo um inútil. Não era possível que fosse tão ruim como perito. Não existe crime perfeito, pensava ele. Com certeza estava deixando passar algo. E realmente estava!


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. Comentem, critiquem, dê sugestões e palpites, diga quem é o seu suspeito. Recomendem a história! Até semana que vem.



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