O Toque do Vampiro escrita por Elizabeth Maiba


Capítulo 4
Capitulo 4




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Capitulo 4

Dançou! Porquê meu destino era tao cruel? Mal me interessei por um homem e logo jogaram–me uma bomba. Ele pegou no meu braço com força obrigando-me a sentar de novo na cama. Seu toque frio provocou calor, mas sacudi seu agarro. Afinal ele era meu inimigo, inimigo favor, estava na lista negra dos Lucan e por cima em primeiro lugar. Não havia espaço para este sentimento que nascia dentro de mim, ia ter que apagar cada polegada deste sentimento.

Tenho que honrar meu clã.

– Leila… calma. Quem eu sou não muda a minha promessa. Eu prometi que não iria te fazer mal e não vou. Então não tenha medo. Eu posso tolerar que você me odeie, mas medo? Não, isso não.   Â

Imediatamente levantou e começou a caminhar lentamente em direcção a porta. Espera. Vamp… quer dizer Victor, este infelizmente era seu nome e ia ter que me habituar com isto. Suspirei. Victor caminhou! Ele só sai voando, realmente estava ofendido. Sua voz estava fraca claramente pela reacção que eu tive quando descobri sua entidade, mas como ele queria que eu reagisse?

Levantei-me da cama. Quis dar um passo para frente, mas alguma força inexplicável prendeu-me ali.

– Victor…

Ele virou-se lentamente fazendo-me calar, sua expressão era de decepção, comigo. Eu decepcionei ele. Porquê será que me doía tanto o facto de ele estar decepcionado comigo. Culpa consumia–me e como uma covarde baixei o olhar.

– Leila amanha haverá um jantar especial, eu espero que você esteja presente. Não se preocupe que ninguém te fará mal e Rodolfo vai estar aqui para te ajudar com tudo que precisares. Eu não quero que você pense que sou um mau anfitrião e… um monstro.

Mal ele acabou de falar levantei os olhos para dizer que ele não era um monstro, mas já era tarde demais, ele já não estava lá. Todas minhas forças drenaram. Cai no chão frio, sozinha envolvida nas minhas mágoas. Nada dava certo para mim.

Não sei como acordei na cama, mas lá estava, não me lembrava de ter ido a cama, a única lembrança que dançava na minha mente era que passei horas no chão na posição fetal, chorando feito um bebé. Victor simplesmente tinha desaparecido! Então ele era um Teletransportador. — Teletransportador tinha poder de si teletransportar a qualquer lugar, bastava imaginar o lugar na sua mente e lá iria — o jantar. Isto sim que eu tinha que me preocupar, suspirei. Jantar com a elite de vampiros, isto não ia dar certo. Leila Lucan a lobisomem no meio dos vampiros. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â

Alguém bateu a porta, meu sangue congelou. Victor. Será que ele já tinha me perdoado? Sai correndo da cama, arrumei-me na medida do possível e abri com um sorriso enorme no rosto mas… era Rodolfo, o mordomo. Ele veio a mando de Victor como ele tinha prometido. Primeiramente eu não considerava a possibilidade de ir, mas Rodolfo persuadiu-me e acabou me convencendo a ir, Rodolfo era bom, acabamos por nos tornar amigos.

Realmente tive tudo que queria — maquilhagem, roupa, até perfume, uma arsenal completa para cuidar de mim, um pessoal completo de salão — mas como sempre tinha que haver algo que estragava o encanto da Cinderela, Victor decidiu ou melhor dizendo decretou que obrigatoriamente e incondicionalmente tinha que usar um vestido branco, poderia escolher qualquer modelo que fosse, desde que fosse branco. Branco puro disse Rodolfo imitando exactamente Victor.

Porque branco? Vai entender a cabeça dos homens ainda por cima de vampiros. Depois de horas de trabalho, tira aí, retoca aqui, finalmente fiquei pronta. O pessoal do salão dizia que estava magnífica, mas por incrível que pareça estava com medo de encarar o espelho. Vai entender as mulheres. Alguns minutos depois todos foram deixando-me sozinha para fazer os últimos retoques, afinal o jantar era daqui a uma hora.

Em exactamente uma hora depois bateram a porta, meu coração acelerou. Dei uma última olhada ao espelho — realmente estava linda, meu cabelo normalmente encaracolado estava solto e liso caindo até meus ombros, tinha usado salto alto prateado para acompanhar com meu vestido branco, mas com brilho prateado que descia até ao joelho e só levava um manga deixando outro ombro fora, era revelador ao mesmo tempo conservador. Perfeito para um jantar… especial.

Tinha que admitir branco realmente era minha cor, fazia um lindo contraste com minha pele negra cor de chocolate. Victor realmente acertou — corri a porta feito uma boba apaixonada com um sorriso amplo no rosto, mas não era Victor que estava lá, mas sim outro vampiro, deduzi pelo seu cheiro. Meu sorriso desapareceu.

Sem dúvida o vampiro parado na minha frente era bonito, cheiro de vampiro já não me incomodava mais como antes. Acho que estava habituando-me com ele. O estranho me examinou com o olhar, sua cara estava inexprimível, não demonstrava qualquer emoção, odiava como os vampiros conseguiam fazer isto. Por alguns segundos nos encaramos, examinado um ao outro. Ele clareou a garganta e quebrou a tensão falando.

– Perdoe-me pelo olhar senhorita Lucan. Sou William Grendel, irmão de Victor Grendel, comandante das forças Grendel e seu acompanhante esta noite. Permita-me que lhe acompanhe?

Fiquei parada a reparar para sua mão estendida por alguns segundos. Não sabia o que fazer.

– Senhorita Lucan?

Sua voz despertou–me do meu sonho acordado. - Desculpe. - Sussurrei baixinho.

Lentamente depositei minha mão na sua sem saber o porquê que meu corpo estava tão relutante em si aproximar dele, afinal ele só tinha sido gentil, mas por fim lhe dei a mão, seu contacto provocou um arrepio. E não era um bom arrepio, era carregado com energias pesadas, mas por educação não tirei a mão dele aguentei firme enquanto caminhávamos silenciosamente ao jantar.

Pela primeira vez via algo além do meu cativeiro, aquela casa ― melhor dizendo palácio, pelo tamanho ― não era um lugar onde poderias chamar de lar. Gótica e assustadora demais, muito escura e rodeada por energias pesadas, mas apesar de tudo, era de um certo modo esplêndida a sua maneira.

Paramos em frente a gigantescas portas duplas, olhei para William a espera de instruções, ele simplesmente acenou para que eu entrasse. Engoli saliva. É agora

Entrei gloriosamente altiva e com estilo, afinal de contas eu tinha que honrar meu clã. Todos vampiros na sala pararam e olharam-me — uns com desdém, outros com ódio, outros com curiosidade e teve aqueles que olharam com medo — não baixei a cabeça recolhendo-me. Não! Encarei todos eles olhando lhes nos olhos, imprimindo meu poder neles. Por último meus olhos pousaram em Victor, que estava no fundo da mesa feito um verdadeiro rei observando-me.

Ele olhava-me com admiração, li no seu olhar o quanto ele estava encantado por me ver assim e não havia como esconder a verdade nos olhos, poderia mascar suas emoções bem facilmente, mas os olhos não mentiam. Puro desejo ardia neles.

Não deu para segurar. Sorri para ele e logo de seguida vergonha rodeou-me, baixei a cabeça odiando-me por isto, melhor assim, não suportaria ver a reacção de Victor ao meu sorriso. Será que ainda estava magoado comigo? O que os outros vampiros iriam pensar, “ela tem medo dele” seria melhor isto que eles pensarem que a princesinha Lucan tinha caído pelo rei Grendel.

William segurou meu braço e de novo aquela sensação sinistra. Me dei conta da presença dele e de todo mundo além de eu e Victor. William acompanhou-me para meu suposto lugar que para minha surpresa era ao lado de Victor. Largou o meu braço e afastou a cadeira para que me sentasse, tinha que admitir William poderia me causar arrepios horríveis, mas ele era cavalheiro e a moda antiga! Sentada lancei um olhar significativo ao Victor, nem eu própria sabia o que ele queria dizer, mas parece que Victor entendeu pelo movimento afirmativo que ele fez com a cabeça. Iria ser um longo e inesquecível jantar.


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