A filha da Ravena... escrita por Lidiane


Capítulo 5
Capítulo 5 - Relíquias Imortais




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– Chegamos – diz Yamasaki quando o carro para em uma esquina escura perto da Torre dos titans – Merly leve a menina até a entrada da torre e acorde-a

– Não, eu vou leva-la – Ravena eleva seu tom de voz acordando Agatha

– Mamãe? Onde estamos? – indaga a menina se levantando dos braços da empata – Aquela é a torre mamãe – aponta Agatha em direção a casa dos Titans eufórica – Vamos pra casa, eu quero ver o papai, vamos mamãe – Agatha puxava Ravena pelo braço

– Claro – Ravena da um sorriso triste para a menina loira dos olhos verdes brilhantes e a abraça – Vamos pra casa

Ravena abre a porta do carro e Yamasaki segura seu braço rapidamente, e mostra para a empata um controle preto pequeno com um botão vermelho no centro.

– Não se esqueça do nosso acordo Ravena – Yamasaki deu duas batidinhas de leve no botão vermelho como se quisesse apertá-lo e piscou para Ravena dando um sorriso sarcástico

–Eu sei o que devo fazer – responde a empata com tristeza na voz e sai do carro cabisbaixa de mãos dadas a Agatha

– Vamos mamãe, vamos – Agatha puxava Ravena pelos braços e corria em direção a torre

Agatha e Ravena caminham até a porta da torre

– O que foi? – pergunta Agatha - Vamos entrar

Ravena fica em silencio olhando para cima e observando a Torre. Ravena volta a sua atenção rapidamente a uma rua vazia ao lado da Torre

– O que você está olhando? Não tem ninguém ali. Anda mamãe, vamos entrar – Agatha puxava Ravena pela capa

Ravena abaixou e abraçou Agatha fortemente

– Filha me perdoe, mas estou fazendo isso para o seu bem, eu te amo. Diga ao Mutano que eu o amo muito. – lágrimas escorriam pelo rosto da empata

Ravena se levantou e um portal negro circular foi aparecendo ao poucos até ficar do tamanho da empata

– O que? – Agatha pergunta assustada

– Adeus – Ravena entra no portal deixando Agatha ali parada

Agatha tenta correr atrás de Ravena mas o portal havia se fechado. Neste mesmo instante um carro azul e branco acaba de virar na esquina, onde Ravena estava olhando a poucos minutos atrás. Agatha percebe rapidamente e corre em direção a garagem dos Titans

– Aquela ali não parece a ... – Ciborgue não consegue terminar de falar

– Para o carro – grita Mutano

Ciborgue freia o carro bruscamente e Mutano sai do carro correndo em direção a menina loira

– Agatha é você? – grita Mutano

– Papai – Agatha pula nos braços de Mutano que o joga no chão

– Eu senti muito a sua falta, você está bem? Eles fizeram alguma coisa com você? – dispara Mutano

– Eu estou bem, eu também senti muito a sua falta papai – Agatha abraçava Mutano fortemente e lágrimas escorriam de seus olhinhos verdes brilhantes

– E a Ravena, onde ela está? – pergunta Mutano se levantando do chão e segurando Agatha no colo

– Eu não sei, a gente ia entrar na Torre, poucos segundos antes de vocês chegarem ela me abraçou e sumiu – Agatha esfregava os olhos

– Sumiu? Como assim sumiu? – pergunta Ciborgue

– Eu não sei

– A Ravena deve ter sentido que nós estávamos chegando – responde Ciborgue pensativo

– Mas por quê? – indaga Mutano – Por que ela faria isso?

– Não faço ideia cara, mas tem alguma coisa por trás disso – responde o homem robô

Agatha desce do colo de Mutano e abraça Ciborgue

– Você fez bastante falta aqui mocinha – diz Ciborgue passando a mão na cabeça da menina

Agatha, Mutano e Ciborgue entram no elevador da torre. Chegando na sala principal Mutano grita

– Acordem, acordem galera. Venham ver quem chegou. Acordem!!

– Robin chega correndo na sala principal e Estelar chega alguns segundos depois

– O que foi isso? – indaga Robin

– Agatha? Agatha? – grita Estelar que sai voando em direção a menina e a abraça

– Tia Estelar... eu-não-consigo-respirar – Agatha responde quase sem voz

– Ops, me desculpe – Estelar solta Agatha que respira aliviada

Robin também abraça Agatha

– Agatha, onde está a Ravena? – pergunta Robin eufórico

– Eu não sei – responde a menina – Ela me abraçou e sumiu – Agatha começou a chorar novamente

Mutano pega Agatha no colo e começa a brincar com a menina junto com Estelar

– Como vocês encontraram a Agatha? – pergunta Robin

– Eu fui procurar o Mutano na cidade e quando voltamos encontramos com ela aqui na Torre – responde Ciborgue

– Ela aqui na torre? – analisa Robin

– É. Ela disse que a Ravena ia entrar com ela, mas eu não acreditei muito nisso não.

– Eles devem ter feito alguma coisa com a Ravena – diz Robin andando de um lado para o outro pensativo

– Também acho cara, mas o que? – pergunta Ciborgue coçando a cabeça

– Não sei exatamente o que, mas alguma coisa que a impedisse de voltar – responde o menino prodígio

– Mutano? – chama Robin

– Oi? – responde o transmorfo alegre

– A duas horas atrás esse cara tava numa depre danada, agora nem parece o mesmo – Ciborgue dá uma risada

– A volta da Agatha o fez esquecer um pouco da Ravena – responde Robin

– Fala Robin – diz Mutano chegando na sala

– A questão é o seguinte: a gente sabe que a Ravena se entregou no lugar da Agatha. E alguma coisa que nós ainda não sabemos o que, está prendendo a Ravena a eles. A Agatha não sabe de nada? Algum acordo, nada? – questiona Robin

– Não sei, Agatha vem aqui? – chama Mutano

Agatha chega correndo na sala principal

– Oi? – responde a menina

– Você sabe de algum acordo, alguma conversa que a Ravena teve com o Yamasaki? – pergunta Robin esperançoso

– Não – responde a menina

– Eu já imaginava – responde o líder dos Titans

– Vou levar a Agatha para dormir, boa noite galera – diz o transmorfo alegre

– Boa noite – responde Ciborgue

– Estelar? – Robin se dirige até a tamaraneana que estava indo dormir também

– Me chamou Robin?

– Sim. É que eu só queria te dar boa noite – Robin passa a mão na nuca – E saber se você ainda está com raiva de mim?

– Robin, eu já disse amanhã nós conversamos. Boa noite – a tamaraneana se dirige para seu quarto

– Nem tudo está perdido - Robin suspira fundo e também se dirige ao seu quarto

Mutano leva Agatha a seu quarto

– Papai, quando a mamãe volta? – indaga Agatha

– Eu não sei – responde Mutano cabisbaixo – Mas eu prometo que vou trazer ela de volta, custe o que custar – o transmorfo dá um sorriso

Mutano se deita ao lado de Agatha e os dois acabam adormecendo

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– Muito bem Ravena, pelo visto você também cumpriu a sua parte no acordo. Melhor assim. – responde Yamasaki quando Ravena entra no carro

– Vamos voltar Howard – diz Yamasaki com um sorriso no rosto

Lágrimas escorrem pelo rosto de Ravena.

–Espero que você esteja feliz Mutano, cuide bem da nossa filha – pensa Ravena enxugando as lágrimas

– Não fique triste Ravena, com a gente você vai ter tudo do bom e do melhor. Você ainda vai nos agradecer de ter saído do time dos Titans – diz Merly quando percebe as lágrimas da empata

– Nunca. Eu não sou igual a vocês, eu trabalho para o bem. – grita Ravena com os olhos cheios de água

– Agora você faz parte do meu time e amanhã de manhã nós vamos ter uma reunião. Temos um trabalho a fazer – diz Yamasaki

Ravena deita na cama na qual ela agora estava designada a ficar e acaba adormecendo vencida pelo cansaço. O dia amanhece rapidamente e Ravena acorda.

– Então é verdade? Tudo isso não foi um pesadelo? – indaga Ravena em voz alta tristemente

Ravena se dirige a cozinha e encontra uma mesa enorme de café da manhã, com pães frescos, bolo, biscoitos de vários tipos, sucos e várias outras coisas da qual ela nunca comera.

– Pra que tudo isso? – pergunta a empata

Ravena bebe um pouco de suco com alguns biscoitos e agradece por estar ali sozinha. Terminado o café da manhã, ela se dirige a sala e encontra Yamasaki sentado a mesa e Howard e Merly sentados no sofá.

– Estávamos a sua esperava – responde Yamasaki – Sente-se aqui conosco – o líder da gangue aponta para uma cadeira a sua frente e Ravena se senta. Yamasaki abre uma folha em cima da mesa e chama a todos

– Merly, Howard venham aqui – chama Yamasaki

Todos se juntam a mesa e prestam atenção nas palavras do líder

– Bom, aqui nós temos três peças antigas. O livro da sabedoria, a pedra da força e a chave dos seis caminhos. Essas três relíquias quando juntas tornam o seu possuidor uma pessoa com uma força incomparável além de se tornar imortal, mas separadas são inúteis. Antigamente há aproximadamente 1.000 anos atrás existia um feiticeiro que possuía essas três relíquias e com isso trazia a paz e o equilíbrio para a humanidade. Quando ele estava prestes a morrer ele procurou por vários anos um sucessor para o seu cargo, mas todos cobiçavam as três relíquias e todos queriam possui-las, com isso gerou várias guerras e mortes entre as pessoas. O possuidor dessas três relíquias decidiu então, espalha-las pelo mundo, pois ninguém seria capaz de usa-las para trazer o equilíbrio para o mundo. – diz Yamasaki

– Eu já ouvi falar sobre essa história e isso não passa de uma lenda – interrompe Ravena

– Não, Ravena. Há vários anos existem pessoas que procuram por essas relíquias, mas até então eles não sabiam em qual local do país elas se encontravam.

– E você quer possuir essas três relíquias? – diz Ravena ríspida

– Não é qualquer pessoa que pode usar essas relíquias. Só quem tem o dom de feiticeiro. E uma gangue, nossa rival, sabe dessa história assim como eu e eles querem possui-la para restaurar o mundo. Nós só temos que pegá-la primeiro – diz Yamasaki

– Se eles juntarem todas essas relíquias vão acabar com o mundo e você não? – indaga Ravena

– Não Ravena, eu não sou esse monstro que você acha que sou, eu não quero acabar com o mundo, muito pelo contrario. Nós só queremos viver bem, só isso, você não vê a nossa casa? Aqui nós somos muito felizes, não é mesmo pessoal? – pergunta Yamasaki

– Viver bem significa roubar é isso? – dispara Ravena

– Sim - responde Merly - não é qualquer um que possui poderes

– E vocês resolvem usar seus poderes para roubar os indefesos? Vocês acham isso justo? E se vocês não tivessem poderes, iriam gostar se fossem roubados? Matar os inocentes? – exalta Ravena se levantando

– Epa, epa – responde Yamasaki – Nós nunca matamos ninguém ok? Como eu disse, nós só gostamos de viver bem. Todos nós aqui temos as nossas histórias. Eu por exemplo quando era criança minha família era muito pobre, minha mãe estava muito doente e meu pai nos abandonou assim que minha mãe ficou grávida. Eu trabalhava para trazer dinheiro pra dentro de casa e cuidava da minha mãe até que um dia ela piorou e veio a falecer. Eu passei a morar na rua e ninguém dava emprego a um morador de rua, ate eu descobrir meus poderes. Encontrei Merly e Howard que também não tinham família e resolvemos nós unir e sermos uma família. Nós nunca matamos ninguém, só queremos viver bem, só isso – diz Yamasaki – Eu nem sei porque estou te contando isso

– Eu sinto muito – diz Ravena

– Eu não quero te separar da sua filha Ravena, só quero que você trabalhe com a gente - pela primeira vez Ravena sente sinceridade em sua voz, não era em um tom sarcástico como ele costumava a usar

– Então, se você diz que nunca matou ninguém... Se eu não quiser trabalhar com vocês, o que você vai fazer Yamasaki? – rebate Ravena

– É mentira dele - diz Merly rapidamente

– Merly, Howard quero conversar com Ravena em particular – diz Yamasaki

– O que? – exalta Merly levantando da mesa – Como assim particular? – Merly encara Yamasaki

– Vamos Merly – chama Howard

Ravena e Yamasaki ficam a sós, após Merly relutar em deixar os dois sozinhos. Yamasaki olha nos olhos da empata e joga o controle preto em cima da mesa

– Não Ravena, eu não vou fazer nada com a sua filha, eu não seria capaz. Eu te peço que me ajude a juntar essas relíquias antes deles ou então tudo isso já era. – Yamasaki olhava nos olhos de Ravena

– E quem me garante que você está me dizendo a verdade? – Ravena o encara

– O controle está aí não está? Eu não estou te obrigando Ravena, estou te dando uma escolha. – Yamasaki fechou os olhos e suspirou levantando-se da cadeira e caminhando em direção a janela. – Lembra quando você chegou aqui e perguntou a Agatha sobre mim e ela te disse que eu era legal? – Yamasaki se volta para Ravena – E ai, o que você acha?

Ravena olha para o controle em cima da mesa e fica pensativa

– Porque você está fazendo isso? – indaga Ravena

– Como assim? – diz Yamasaki

– Você poderia me obrigar já que você tem a vantagem sobre mim. Porque isso tudo? Você sequestra minha filha para que eu trabalhe pra você e agora você me dá uma escolha? Eu não entendo. – diz Ravena confusa

– Sim. Realmente era para eu te obrigar. – Yamasaki olha nos olhos de Ravena

– Então por quê?

– Eu... não sei – Yamasaki desvia os olhos de Ravena e se volta para a janela – Eu estou te dando uma escolha Ravena. Você agora sabe quem eu realmente sou. E ai, você vai querer me ajudar?

– Como você sabe que essa gangue está atrás dessas relíquias? – Ravena o encara novamente

– Poldsk é o líder de uma equipe, nós eramos amigos, quase irmãos. Nós morávamos na rua naquela época, quando em uma noite nós encontramos um velho que era da geração de uma tribo de feiticeiros e ele estava com uma doença incurável. Nós o ajudamos e cuidamos dele, mas não demorou muito e ele veio a falecer mas, antes de morrer ele nos contou essa história e nos deu um mapa, onde seus ancestrais fizeram anos de busca por essas relíquias, e eles só conseguiram encontrar sua localização, mas não conseguiram pegá-las. Como ele sabia que eu e Poldsk tínhamos poderes ele resolveu nos dar o mapa em forma de agradecimento. Nós resolvemos procurar, mas nós não tínhamos dinheiro para sair da cidade e resolvemos roubar. Roubavamos dinheiro todas as noites, mas só roubávamos, até que um dia Poldsk matou um homem que não queria passar a carteira. Depois desse homem, Poldsk não hesitava em matar quem entrava na sua frente e nós começamos a brigar. Até que um dia nós resolvemos em seguir cada um o seu rumo, foi ai que encontrei Merly e Howard. Passaram-se alguns anos e eu achei que ele tinha se esquecido, mas recentemente fiquei sabendo por um ex-membro do time que ele já formou um novo time só para ir atrás dessas relíquias que te falei. Poldsk sempre foi ganancioso, só dinheiro pra ele não basta, ele sempre quer mais, quer poder. Você Ravena é a única que pode nos ajudar – diz Yamasaki se sentando ao lado da empata

– Podemos pedir ajuda dos outros titans – diz Ravena

– Não, eu não quero envolver mais pessoas nisso. Só você pode ajudar Ravena, além do mais Poldsk é meu rival, só eu posso derrota-lo

– Quanto mais pessoas para ajudar melhor – insiste Ravena

–Ravena – Yamasaki fecha os olhos – Tudo bem se você quiser ir embora, eu não quero que ninguém se envolva, eu vou derrotar Poldsk, mas não sei se sou forte o bastante. Por você também ser ligada a feitiços você iria ser essencial para a missão. Mas eu não quero mais ninguém entende, essa é a minha luta

Yamasaki pega o controle preto que estava em cima da mesa e aperta o botão

– Nãoo – grita Ravena – O que você fez?? – seus olhos ficaram negros e começou a sair uma energia negra em volta da empata ao mesmo tempo começou uma ventania na sala e objetos começaram a ser arremessados contra o líder da gangue

– Calma Ravena, calma, olha para cima – Yamasaki aponta para cima

Ravena olha para cima sem entender. Yamasaki aperta o botão de novo e o ventilador começa a girar. Ele aperta mais uma vez e o ventilador para

– Calma Ravena, eu te disse que eu não sou esse monstro que você acha que sou – Yamasaki olha nos olhos da empata

Ravena que estava tomada pelo ódio foi se acalmando

– Esse controle? Você não disse que era um dispositivo? – Ravena segura o controle nas mãos e ela mesmo se certifica que era o controle do ventilador apertando-o várias vezes

– Eu te dei uma escolha Ravena, não estou te obrigando.

Ravena olha fixamente para Yamasaki e pela primeira vez Ravena percebera que Yamasaki tinha os olhos bem azuis, o cabelo loiro meio dourado e bagunçado como de quem acabou de acordar, era alto e forte.

– E ai, o que você me diz Ravena? –


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