93 Million Miles For You ... escrita por Triangle


Capítulo 1
Never again nothing should distract me from you.


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, primeiramente desculpa pelos erros. Passei alguns minutos editando, mas como o próprio autor edita mais nunca acha os erros me perdoem. Esse e basicamente a minha história dentro da minha cabeça, obvio, porque é bem mais fácil. Fiz com carinho, sentimento e muitas outras coisas e espero que gostem.



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Beleza, um dos termos mais metamórficos do mundo.

O que necessariamente é determinado como “beleza”? A “beleza” muda diariamente, desde o inicio da sociedade até o seu fim. Uns acreditam no físico, outros no caráter; mas será que nos dias de hoje ainda poderia a ver alguma dessas características? Será mesmo que a beleza realmente existe? E assim que penso toda vez que encontro ele.

*~*

Acordo cedo como sempre, as aulas estão prestes a terminar, necessariamente daqui a duas semanas. Não para mim, mas para a pessoa a qual eu amo.

Lucas, um garoto um tanto introvertido, mas os poucos amigos que ele possui podem realmente contar com ele. Inteligente, um dos melhores da sala B do terceiro ano do colégio. E foi ele, umas das primeiras pessoas, a qual eu amei. Ou melhor, amo.

De admiração se transformou em um “gostar”, esse gostar se transformou em amor, e esse amor se tornou platônico. Mas não reciproco.

Hoje se completam seis anos, de admiração, de um tipo de “alegria” por velo sorrir, de me sentir bem por ele se sentir bem, e demasiadas coisas as quais eu não tenho como explicar. O bem estar dele automaticamente se torna o meu.

Esse amor se tornou sôfrego, tentei esquece-lo de todas as formas possíveis, todas. Tentei me relacionar com garotos e garotas, ir para festas e ficar bêbado tentando esquecer do sorriso que assombrava minha mente de uma forma boa. Ao lembrar de seus sorrisos e de seus olhos toda vez que eu tentava esquece-lo com outra pessoa vi que não daria certo. Eu precisava dele, e só ele.

De alguma forma saber que esse ano era a formatura do mesmo me atingia de uma forma indescritível, gerando tristeza, e até mesmo raiva. Tristeza por não poder velo e raiva por ser covarde. Por não arriscar. Todo ser humano se culpa por querer fazer, e depois se culpa por não ter feito.

A maioria das vezes eu me pegava observando o mesmo, sorrindo, falando algo junto de seus amigos de alguma forma eu me sentia feliz pela felicidade dele. E uma das poucas que apoiava tamanha admiração era Letícia, minha amiga desde pequeno, sempre fomos unidos e não deixaríamos de ser agora. Uma dos poucos amigos, mas a que me conhecia realmente:

–Alex por que você não vai até ele e tenta falar o que você sente?- disse me olhando com seus olhos azuis irradiando de curiosidade.

– Você sabe que não posso. - disse soltando um suspiro baixo. - Às vezes tenho vontade de chegar perto do mesmo e falar tudo que eu sinto, mas eu sinto que estaria interferindo sobre a vida dele. - disse vendo que Letícia me encarava comendo seu sanduíche.

– Já disse o que eu acho dessa relação de admirador que você tem, se você não arriscar vai ficar se culpando por nunca ter tentado ou até mesmo por nunca ter dito nada ao mesmo, vocês ficariam tão bem como um casal. - levantou-se da mesa apertando minha bochecha e seguindo em direção ao bebedouro.

Enquanto esperava Letícia terminar de saciar sua sede, ou quase isso, vi Lucas passando com Nathalia e Gabriele, as melhores amigas do mesmo desde quando estou matriculado nesse colégio.

Olhava reservadamente para ele, não deixando que percebesse meu olhar sobre o mesmo. Não demorou nem dois segundos para uma simples olhadela que Letícia já estava com o bendito sorriso bobo no seu rosto e me encarando.

Às vezes eu tentava me obrigar a fazer o que Letícia falava, mas na maioria das vezes eu me questionava se realmente seria possível um relacionamento.

E como todas às vezes eu me machucava pensando determinadas coisas.

Após mais um maçante dia de provas de final de ano cheguei em casa e fui logo para meu quarto. Nesse horário minha mãe estria trabalhando, então eu ficaria sozinho como todos os dias.

Liguei meu computador e comecei a digita mais um e-mail sem resposta, mas algumas palavras que eu tentava dizer, mas não conseguia.

Às vezes paro e lembro-me de seus olhos e tento trazer as palavras que estão escondidas em meu amago até minha boca, mas lembro-me que dependendo de suas palavras em respostar, meu mundo desabaria, e eu não seria capaz de reconstruí-lo.

Escrevia novamente mais um dos milhares de mensagens ao qual eu escrevia a seis anos e nunca havia coragem para enviar nenhuma quaisquer.

Seis anos acumulando minhas dores e pensamentos em alguns arquivos no meu computador ou ate mesmo em pedaços de papel.

Não podia perder um segundo que logo me encontrava escrevendo mais um de meus e-mails sem remetente.

E novamente escrevia mais um deles:

"Sabe já estou cansado de tanto tempo ficar em anônimo, às vezes pergunto-me se meu amor por você seria platônico ou até mesmo algum tipo de perseguição psicótica, mas acho que sou a única pessoa sabe quando suas mudanças de humor acontecem, que no frio te admira quando vem de toca, que sabe que seus sorrisos são os mais sinceros possíveis, que te acha a pessoa mais linda do mundo com roupa casual ou até mesmo formal, mas tenho certeza que se tentasse falar com você uma dessas coisa me acharias louco, quem sabe ate poderia falar pra todo colégio que "Alex e um gay psicótico", ou quase isso. Mas só a culpa de nunca ter tentado falar nada nesses seis anos já são completamente maçantes pra mim.

Pra dizer a verdade, estou com medo.

Medo de te perder, de nunca mais conseguir ouvir sua voz ou até mesmo te ver sorrindo.

Queria muito ser correspondido mas tenho certeza que isso nunca seria possível, de alguma forma de haver alguma pessoa importante pra você. Mais importante do que um admirador covarde que nunca teve coragem de dirigir uma palavra a você. Mas mesmo assim te amo.

Alex.”

Quando termino de escrever logo escuto um baque em minha porta e escuto a voz de minha mãe gritando:

– Aha!- disse olhando para mim. - finalmente consegui te assustar.

–Poxa mãe não faz mais isso, nunca mais, por favor!- disse recuperando-me do susto tomado recentemente.

–Daqui a pouco desça pra jantar, hoje vai ser seu especial macarrão a bolonhesa. - piscou para mim e logo saiu do quarto.

Voltei minha atenção par o eletrônico sobre minha escrivaninha e logo entro em desespero, na tela só era possível ler a mensagem:

"Seu e-mail foi enviado com sucesso."

Isso não podia estar acontecendo, não necessariamente agora.

Só de pensar no que poderia decorrer no ano que vem por conta disso, entrei correndo no meu facebook e logo vi se Letícia estava on-line, e como sempre a encontrei sobre o topo de meu bate papo, cliquei sobre seu ícone fazendo com que surgisse uma aba de mensagens e logo comecei a digita.

– Estou morto.

–Por que?

–Sem querer mandei um dos meus e-mails secretos para Lucas, vou ter problemas sérios por causa desse e-mail.

– Cara, deve ter sido bruxaria. Hoje eu pensei exatamente nisso, você podia mandar um desses seus e-mails por engano pra ele e ele ler seus sentimentos e corresponder de forma esperada.

– Você é uma ótima amiga, tirando o quesito relacionamento.

–Haha também te amo.

– Idem.

Já estava roendo praticamente a minha carne, pois já não havia unha o suficiente. Fiquei esperando algumas horas até que fui jantar. Comi macarrão tranquilamente pensando que poderia ser uma das ultimas vezes que eu o fazia assim, de modo tranquilo sem determinado pé de guerra que poderia se travar depois que a informação que eu gosto de Lucas se espalhasse por todo o colégio, só de pensar meu estomago havia revirado.

Após aquelas animadas conversas de mãe filho sobre colégio, situações de estresse e outras coisa, fui para meu quarto parecendo uma pessoa que sofria de um mal de Parkinson gravíssimo, não parava de tremer um instante se quer.

Abri o navegador e em seguida meu e-mail e lá havia uma resposta.

De: Lucas_Trends@gmail.com

Para: Alexcliffer@gmail.com

" Cara, a gente poderia conversar qualquer dia desses, você gostaria de sair comigo pra tomar um café ou ir ao cinema? Aguardo sua resposta."

Deus, será que Parkinson tem um tratamento rápido e eficaz?

Fiquei apreensivo, não sabia o que fazer. Parei um pouco e rumei para o banheiro. Lavei meu rosto e olhei-me no espelho. Meus olhos esbanjavam uma alegria inigualável.

Voltei a meu quarto abrido o site da cafeteria da cidade vendo seu horário de funcionamento já que amanha era sábado. Abri novamente o e-mail e respondi:

De: Alexcliffer@gmail.com

Para: Lucas_Trends@gmail.com

"15:00 pm no Manhattan, tudo bem?"

Cliquei em enviar e logo obtive a sua resposta confirmando.

Deus finalmente eu teria um encontro com meu amor platônico para ter uma resposta a meus sentimentos. Abri meu facebook e logo fui falar com Letícia sobre o ocorrido e ela praticamente soltava fogos de artificio do outro lado da tela:

–Auuuunt vocês dois ficam muito fofos juntos, espero que tudo de certo.

– Eu também espero.

Depois de conversar sobre banalidades de adolescentes e tudo mais desliguei o computador e tentei dormir, o que não deu muito certo pois eu já estava imaginando o grande "não" que iria receber amanha.

Acordei as onze e meia da manha por culpa da minha ansiedade.

Levantei-me e fui fazer minha higiene matinal, logo desci para tomar meu café da manhã encontrando um bilhete de minha mãe sobre a mesa avisando que ela teve uma pequena emergência no serviço e que passaria o dia trabalhando e deveria chegar tarde.

Fui ate a cafeteira enchendo uma xicara com o liquido quente e sorvendo o mesmo.

Peguei duas fatias de pão de forma e montei meu sanduíche e sentando na mesa.

Faltava apenas 3 horas para o meu encontro e a ansiedade e o nervosismo estavam maçantes ao ponto de meu corpo sentir seus efeitos após uma noite mal dormida.

Após tomar meu café fui ao meu quarto separar minha roupa. Peguei minha calça azul Royal, uma regata branca lisa e meu cardigã preto e para acompanha-lo peguei meu mocassin preto.

O relógio marcava duas horas eu já estava saindo de casa para pegar o ônibus ate o centro da cidade.

Após quarenta e cinco minutos dentro do mesmo, por conta do congestionamento, desci seguindo para a cafeteria que não era tão distante. Faltando cinco minutos para as três em ponto e passo meus olhos pelas pessoas que se encontram lá e logo eu encontro Lucas sentando com sua cabeça abaixada em uma das mesas olhando para fumaça que sua xicara de café produzia.

E como sempre estava lindo, seu cabelo castanho na altura dos olhos bagunçados como sempre, seus olhos castanhos através da armação fina de seus olhos destacava a cor dos mesmos, seu casaco amarelo claro realçava seu tom de pele pálido, o deixando mais perfeito do que já era para mim.

O frio em minhas entranhas se intensificou. Parecia que o Titanic havia batido em meu estomago ao invés de um ice Berg.

Adentrei o local marcado e segui para a sua mesa, logo que me avistou esbouçou um sorriso imenso me deixando ainda mais envergonhado.

– Hey tudo bem? – disse sorrindo com seu jeito meigo.

–Sim....sim - disse gaguejando de mais, o deus por que eu estava tão nervoso?

–Você esta nervoso?- perguntou me olhando nos olhos.

– Sim, muito. O que vai responder aqui pode transformar toda a minha vida em todas as áreas e, além disso, conversar com você também me deixar nervoso. - disse corando. Ate que o garçom se aproximou de nossa mesa:

–Qual o pedido? – disse nos encarando.

–Um cappuccino de canela com creme dobrado. -disse com ele anotando meu pedido e em seguida olhando para Lucas.

– Vou querer o mesmo que ele. - e dizendo isso o garçom desapareceu.

– Primeiro eu tenho uma pergunta. - disse Lucas me olhando.- Tudo bem?

– Sim .... Sim... –Eu precisava de uma consulta emergencial ao fonoaudiólogo...

– Você gosta de mim a quanto tempo? - disse me olhando com os olhos bem atentos capitando todas as reações que eu produzia iminentemente.

–Bem... Eu... A... São exatamente seis anos. –disse encarando o chão sentindo minhas bochechas enrubescerem.

–E porque você nunca veio falar comigo sobre isso?- disse com a voz mansa esbanjado carinho.

–Medo, eu tenho crises de personalidade direta. Por ser assim nunca tinha determinada coragem para dizer o que eu sentia com medo de ser rejeitado por ser assim. - disse apontando para meu corpo cheio. - Eu me impossibilitava e ainda me impossibilito de muitas coisas por ser assim, principalmente de amor. - passei a fitar o chão e lembrar de tantos anos de opressão que eu sofria fora por causa de minha forma física.

– O que queria te dizer e que eu não ligo para isso, você é especial pelo que você é por dentro. A beleza passa com os anos, já o caráter fica eternamente em nossas memorias e em nossos corações, eu te dou uma chance, a partir de hoje você será meu namorado, será meu melhor amigo, meu confidente, será só meu. - disse sorrindo.

Pude sentir meu rosto sendo lavado pelas lágrimas que corriam desenfreadamente por sobre meu rosto, e logo o garçom voltou trazendo nosso pedido.

Chorava descontroladamente, não sei se de alegria ou de emoção ou qualquer outro sentimento, não sei, eu só sabia chorar. Mas meu peito se enchia de uma sensação reconfortante.

– Vamos dar uma volta?- perguntou me olhando.

– Vamos. - disse pegando meu copo e me levantando seguindo em direção a porta secando minhas lágrimas com as costas de minhas mãos.

Seguimos para o caixa, abri minha carteira para pagar a conta, mas quando eu o vi já havia pagado nossos cafés.

Andamos lado a lado pela praça conversando sobre vários assuntos, e assim se seguiu, até anoitecer.

Já era aproximadamente nove da noite e seguíamos para casa de Lucas.

Adentrei sua casa sendo seguido pelo mesmo, pude ouvi-lo fechando a porta e vindo a meu encontro enlaçando suas mãos em meu quadril. Passei meus braços por sobre seu ombro colando nossas testas. Eu estava completamente corado, ate que Lucas selou nossos lábios em um simples selinho.

Pude sentir a textura dos seus lábios nos meus, o calor que seu corpo irradiava para junto ao meu, aprofundou o beijo lentamente. Sua língua explorava minha boca enquanto eu sentia a textura de sua pele em minhas mãos e instintivamente correspondendo a seus beijos.

E assim foram os primeiros minutos até que nos dois já estávamos descontrolados. Senti a parede em minhas costas e Lucas me enlaçando em seus abraços cheios de volúpia.

Segui para seu quarto sendo levado em seu colo, logo eu estava sobre sua cama. Eu podia ver de alguma forma meu amor ser correspondido por ele, tão simples, tão bom, tõ reconfortante. E finalmente às noventa e três milhas de distância que nos afastavam agora não passavam de noventa e três milímetros, que seriam diminuídos gradativamente com o nosso tempo juntos.


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Notas finais do capítulo

Comentem e deixem a opinião de vocês to muito nervoso com esse côcô e.e



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