Quarteto escrita por Dricka Macedo


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, eis aí mais uma fic, espero que gostem!!
Boa leitura ^^



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Numa bela e perfeita montanha, com vista para uma imensa cachoeira que parecia despencar do universo, morava Dohko e sua jovem esposa Shun-Li. Ele tinha apenas vinte e cinco anos, herdara de seus pais uma bela casa na montanha e alguns lotes de terra, o qual cultivava verduras e legumes.

Sempre aos domingos, Dohko e sua esposa que estava grávida do primeiro filho, tomavam banho de cachoeira e almoçavam à beira do rio. Perto desse lugar, ele comprou um lote de terra e começou a cultivar um pomar de pêssegos, pois Shun-Li sempre se encantara com a afloração dos pessegueiros.

Os dois primeiro trimestres de gestação de Shun-Li foram tranqüilos, porém certo dia, quando tomavam banho de rio, ela escorregou e caiu sentada. De imediato não sentiu nada, mas à noite tudo se complicou.

Shun-Li estava sozinha, pois Dohko tinha ido chamar a parteira do vilarejo, ele tinha ido a cavalo, já que não dispunha de outro meio de transporte. Ao voltar com a parteira, Shun-Li estava deitada, sem vida, em uma poça de sangue e perto de seu seio estava o bebê sem esboçar nenhum som ou movimento. Dohko se desesperou e foi até uma pedra que ficava bem diante da enorme cachoeira, gritou o nome de sua amada e chorou copiosamente. Minutos depois, Dohko sentiu um toque em seu ombro.

_Dohko, precisa cuidar do funeral. Vou ficar e ajudá-lo. - Disse a senhora.

Dohko apenas assentiu e a seguiu de volta para a casa. Chegando ao quarto, ela começou a limpar Shun-Li, depois de fazer todos os procedimentos, pediu para Dohko pegar o bebê, que estava envolto nos lençóis, ao fazer isso o pequeno ser soltou um gemido fraquinho.

_Está vivo! - Exclamou Dohko

_Mas só pode ser um milagre mesmo! - Disse a senhora, indo direto pegar água quente que estava no fogão à lenha, pegou também uma pequena bacia, foi até o rio. Misturou a água do rio com a água quente, dizia que era para dar sorte. Dos utensílios que trouxera para o parto, pegou uma tesoura esterilizada e cortou o cordão umbilical.

Dohko olhava sua pequena criança, uma pequena alegria em meio a uma tão grande tristeza. Iria amar aquela criança com o amor dele e de Shun-Li. Dohko abraçava cada vez mais sua criança, tinha medo que ela se fosse, assim como sua amada.

_Dohko, venha traga o bebê. - Disse a parteira.

Dohko levou a criança até ela e tamanho foi o susto da parteira ao desenrolar os lençóis da criança.

_Oh! Dohko, eu sinto muito! Se você quiser, posso levar essa criança comigo e assim deixá-la em um orfanato em Xangai.

_Não vou permitir jamais que separe a minha criança de mim! - Gritou Dohko.

_Mas, é uma menina! Você pode casar-se novamente e ter filhos homens. Se ficar com essa menina...

_Não diga mais nada! Ela é minha, só minha! Vou amá-la sempre! - Disse Dohko.

A parteira assentiu e cuidou de limpar o bebê. Estava admirada pela decisão de Dohko.

“Muito corajoso seu pai, pequenina!” Pensou ela.

Quatro anos passaram-se e a filha de Dohko crescia linda como um botão de flor, seu nome era Shunrei.Ela era muito querida no vilarejo. A velha parteira ia quase todos os dias à casa de Dohko para ajudá-lo com a filha. Mas ultimamente não ia com muita freqüência, pois no vilarejo, tinha inaugurado um pequeno hospital de urgência de baixa complexidade e ela, pela sua experiência, foi contratada como auxiliar de enfermagem.

Uma noite, Dohko teve que sair às pressas, levando Shunrei para o hospital. A menina tinha febre altíssima, ele já tinha dado a ela vários remédios fitoterápicos, mas a febre não passava.

_ Por favor, alguém me ajude! - Disse Dohko entrando no hospital.

_Aqui, senhor. Deite a menina nessa maca. - Disse a doutora de plantão.

_Doutora, minha filha está com febre altíssima! Tenho tentado conter com remédios naturais, mas não está adiantando.- Disse Dohko desesperado.

_Certo. Qual a idade dela? Ela tem tido alguma dificuldade para comer?- Perguntou a doutora que já tinha tirado a roupinha de Shunrei e a examinava.

_Ela tem quatro anos e meio. Notei que ela andava meio fastiosa para alimentos sólidos. Ela estava preferindo mais líquidos. E hoje ela não quis nada. - Explicou Dohko.

_Essa pequena está com um quadro de amigdalite. Está muito inflamada sua garanta, terá que ser tratada com antibióticos. Como o senhor disse que ela não se alimentou hoje, terei que deixá-la internada esta noite para hidratação. A mãe dela está lá fora?

_A mãe de Shunrei morreu quando ela nasceu. - Explicou Dohko com voz pesarosa.

_Oh, sinto muito! Bem, é proibido homens ficarem como acompanhantes no hospital, mas diante das circunstâncias, não há o que fazer, não é mesmo?

_Obrigado, Dr. Marika! - Agradeceu Dohko lendo o nome da doutora no crachá em seu jaleco.

Shunrei foi encaminhada para uma enfermaria. Sua mãozinha direita estava presa em uma tala, para impedir que os movimentos tirassem o acesso venoso. A febre já havia deixado a menina, que agora, dormia tranquilamente. Dohko velava o sono da filha.

No repouso médico, a doutora pensava na intercorrência que atendeu. Aquele pai tão preocupado com sua filha, cuidando dela como pai e mãe, era diferente do que ela tinha ouvido da China. Geralmente, nos casos de pais viúvos, as filhas unigênitas são deixadas em orfanatos, ou até mesmo abandonadas à própria sorte. Mas esse pai, ainda tão jovem e bonito, quebrava as regras da sociedade chinesa, amando sua filha mais que tudo.

A doutora Kokoro Marika, nasceu Grécia, sua mãe era grega e seu pai japonês. Tinha os cabelos bem lisos, num tom de azul clarinho, seus olhos eram de um tom castanho arroxeado. Ela cresceu na Grécia, fez faculdade de medicina no Japão onde trabalhou alguns anos, depois retornou ao seu país natal, onde conheceu Rudinik, com o qual se casou e teve uma linda menina chamada de Paradox. Seu marido não tinha um bom caráter, então quando Paradox estava com um ano e meio, aconteceu a separação de ambos. Rudinik aceitou numa boa e não fez questão alguma pela guarda da filha, com quem era extremamente seco. Kokoro resolveu voltar para o Japão, pois seus pais haviam mudado para lá. Eles apoiaram a filha e receberam a neta de braços abertos. Kokoro passou exatamente um ano no Japão, depois foi transferida para China para trabalhar em no hospital de Rozan. Ela ficou um pouco receosa em ir a um país estranho sozinha com a filha pequena, então resolveu deixá-la com os avós.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a Thaiane Rezendo por me ajudar com essa capítulo. Valeu!!!
Beijos a todos e até o próximo!!



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