Como É Triste Amar escrita por Dope Friends


Capítulo 2
Segunda Parte




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Eu estava embevecido com a cidade; pois, por trás dos prédios altos o sol escondia-se, e permitia nuvens densas e azuladas cobrir todo o céu claro. E a noite que vinha fria e escura, estava começando a ser iluminada por inúmeras luzes áureas, o que ajudava-me para andar pelas ruas pedregosas, à caminho do meu bar preferido daquelas bandas.

Ainda encantado com as belezas mundanas, perdi-me no meio de uma multidão de jovens, aproximadamente minha idade, com suas canecas cheias de cerveja. Quando me adentrei ainda cismado, uma obstinação correu por todo meu corpo, e senti que algo me apertara o peito.

Percebi que era uma mistura de atração e saudosismo – talvez, pelas minhas épocas de amores idealizados – e todos meus devaneios sumiram de minha mente; meu coração inquieto logo percebeu: Estava enamorando um belo par de íris cor-de-mel. Minhas pernas me guiaram para o bar, enquanto ainda nervoso, e aliviei meu sofrimento com uma taça de vinho – tentando ter coragem o suficiente para me dirigir com a bela moça que me roubara o senso.

Ela estava cercada de amigas, quase impenetrável em seu elo, e meu sonhos de sua voz doce e quente não satisfaziam meus desejos mais intensos de degustar um pouco daquela personalidade, assim, quando minhas mãos trêmulas tomaram coragem para forçar os punhos, observei a cabeleira castanha e cacheada esvoaçar em minha direção.

Sorri completamente tolo – afinal, ela estava somente dirigindo-se ao balcão para outra bebida –, mas distingui a situação que Deus teria colocado em minha frente, e agradeci por ter sido tão medroso! Sabia que era minha vez, minha preferência; agora que estava sozinha, e desta forma comecei uma conversa formal, com meu sotaque intenso francês.

— Boa noite. — Anunciei, quase não percebendo que meus lábios contraíram do habitual sotaque.

— Boa noite! — Respondeu-me contente, abrindo um sorriso branco entre seus lábios vermelhos, que poderiam iluminar um quarto inteiro, além de suas pulseiras douradas e reluzentes. Sua voz dançou em meus ouvidos como uma suave música, e minhas mãos suaram de insegurança. — Como vai?

A partir da nossa primeira conversa, encontrei-me em seu desespero e medo da solidão. Em um momento estávamos casualmente nos apresentando e sorrindo como se a cerveja (e no meu caso o vinho) fossem a coisa mais gostosa de todas, e contando casos relativamente pessoais. Ela não voltou para as amigas, e caso fizesse, quebraria e pisaria em meu coração, destruindo-o em várias partes.

Quando a noite vinha mais negra e a lua brilhava como uma grande pérola rosada, nosso assunto teria rodado uma porção de temas apetitosos, e conversar com aquela Estranha tornou-se tão comum, que estranhamente senti-me íntimo daquela fêmea magnífica.

No entanto, até certo ponto, receio contar que nossas conversas ficaram obscuras como as nuvens cinzas opressivas no céu. Estávamos comentando sobre a amizade, e em um pulo, concordamos que tudo parecia idealizado demais, e era uma expectativa de algo que não aconteceria: A amizade tornou-se algo falso para nós.

Depois ela me contou sobre os homens que já participaram da vida, e fiquei incrivelmente radiante por ser um ouvinte de sua história amorosa. Ela beijou vários homens, porém amou poucos, pois para ela o amor sempre terminava com uma triste sensação de insatisfação que lhe fazia curvar diante a dor. Contou-me de alguns casos engraçados nos relacionamentos e sobre os rapazes que achara infantis.

Falou-me da natureza, e de como amava tudo que estava em conexão com a fauna e a flora, com um conhecimento largo sobre nome de flores e árvores, além de uma incrível adoração por cães de todas as raças. No seu quintal, seu labrador com pelos castanhos, bagunçava algumas flores que estavam enfileiradas no canto do jardim retangular, e ri pois tudo encaixava perfeitamente bem para a minha imaginação.

As pessoas foram embora, e ainda não era muito tarde, todavia minha querida paixão teve que ir embora para acompanhar as amigas — que ficaram bastante curiosas para me conhecer, me deixando um tanto tímido. E quando seu corpo dourado deixou a porta barulhenta do bar, ainda conseguia sentir o cheiro de seu perfume por todo o local.

Fui embora concebendo uma sensação feliz de estar apaixonado; e isso preencheu todo o meu coração. Como é bom amar!


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