Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 35
Capítulo 35




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Amanheceu o dia e Rony e Harry logo foram para o Ministério. Não queriam perder tempo, queriam descobrir o que tinha acontecido. Assim que chegaram, receberam a notícia que Stella estava na sala de interrogações. Eles correram para a sala, a tempo de pegarem o início da audiência.

– Stella, você nega que tenha participado de magia das trevas? – Kingsley perguntou em alto e bom tom.

– Não... Não nego. – Ela disse de cabeça baixa.

– Nega que sabia todos os planos de Bellatrix, principalmente o plano de atacar a esposa e a filha de um auror?

Rony sentiu seu coração apertado.

– Não nego.

– Está arrependida de alguma coisa?

Ela levantou a cabeça, e seu olhar se virou para Rony, que estava ao lado da porta.

– Você tem que acreditar em mim... – Ela disse chorosa. – Eu estou arrependida... Ela sabe como persuadir as pessoas. Por favor, me ajude. – Ela implorou para Rony.

A vontade que ele tinha, era de atacá-la naquele momento. Tinha tanta raiva dela que não poderia nem ao menos olhar para ela. Ele se virou para Kingsley, aguardando uma resposta. Kingsley balançou a cabeça afirmando.

– O júri irá fazer a votação. – Kingsley disse dando a palavra para os outros funcionários.

– Não acho que a acusada deve ir para Azkaban. Não concordo com tudo o que ela fez, mas a acusação presente hoje é sobre tentativas de assassinatos e tortura, que todos nós sabemos que não foram feitas por ela e sim por Bellatrix. – Uma mulher se levantou.

– Eu discordo. – Um homem também se levantou. – Apesar de não ter sido ela a cometer todos esses crimes, ela fez uso de magia das trevas e permitiu que Bellatrix se apossasse dela para cometer todos esses crimes.

– Mas a questão é que não podemos simplesmente prendê-la por isso, já que querendo ou não ela não foi a autora dos crimes.

Um grande murmúrio começou dentro da sala. Rony olhou apreensivo para Harry.

– Certo... – Kingsley se levantou e todos se calaram. – Agora vamos para a votação. Quem é a favor da prisão de Stella Trumann? – Quase metade da sala levantou a mão, mas não pessoas suficientes. Rony perdeu as esperanças, e sentiu-se péssimo. – Quem é contra a prisão? – Mais da metade da sala levantou a mão. Era visível que a segunda opção tinha ganhado. – Certo... – Kingsley disse chateado. – Absolvida das acusações.

Mais uma vez um grande murmúrio começou na sala, mas logo se calaram quando Kingsley voltou a falar:

– Mas... Como ainda está sob acusações de uso de magia negra, você não pode sair do país, e está sendo vigiada e rastreada. Não poderá usar sua varinha por tempo indeterminado. Caso encerrado.

Os guardas a levantaram e a puxaram para fora da sala. Quando ela passou pela porta, olhou nos olhos de Rony, e sorriu friamente.

Harry olhou para ele, e bateu em seu ombro.

– Tudo bem! Ela não pode fazer nada. – Harry tentou tranquilizá-lo.

Rony olhou pra ele, respirando fundo.

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Hermione desarrumava o malão de Mia sozinha no quarto de Rony. Assim que o abriu, se deparou com um pequeno saquinho. Ela estranhou,e o abriu, colocando sua mão dentro. Não sentiu nada. Estava vazio.

Mia passou correndo pelo corredor, junto com Teddy e Victória.

– Mia! – Hermione a chamou. Ela voltou e entrou no quarto, respirando ofegante.

– Sim mãe?

– O que é isso?

Mia olhou assustada para o saquinho na mão de Hermione.

– É... Eu achei... No chão. – Mentiu.

– Filha... Não pode pegar as coisas no chão e guardar. Vamos jogar fora.

– NÃO MÃE!

Hermione olhou assustada para ela.

– É que... Er... Eu gostei. Está limpa mãe, não tem problema.

Hermione a olhou desconfiada, mas guardou novamente o saquinho dentro do malão.

– Certo... E pare de ficar correndo em casa. Tem um jardim enorme lá para vocês correrem.

– Sim. – Ela sorriu. – Mãe... Posso perguntar uma coisa?

– Claro.

– Quando... Quando o bebê nascer... Vocês irão esquecer de mim?

– Ohh Mia... Claro que não. – Hermione abriu os braços e Mia correu para se aninhar em seu colo. – Eu e seu pai amamos vocês igualmente.

– Mas você não irá se lembrar de mim... Irá se lembrar dele.

Hermione ficou em silencio.

– Então vai amar ele mais do que me ama, mãe.

– Não diga uma coisa dessas! Olha só... Mesmo não me lembrando muito das coisas, eu amo você muito. Isso é importante não é?

– Acho que sim...

– Pegue sua varinha...

– O que?

– Sua varinha...

Mia foi até o seu malão, e pegou sua varinha sem entender.

– Certo, agora feche os olhos.

Mia fechou os olhos, como sua mãe mandou.

– Agora pense que eu estarei sempre do seu lado... Sempre estaremos juntas, e sempre iremos contar tudo uma pra outra.

Uma luz azul saiu da varinha de Mia, sem ela ao menos ver. Aconteceu o mesmo com a varinha de Hermione.

– Agora abra os olhos.

Mia abriu os olhos, e as luzes tinham se encontrado, formando um laço.

– Está vendo? Agora temos uma ligação. Iremos contar tudo uma pra outra, e eu sempre estarei ao seu lado quando você precisar. – Hermione sorriu, e Mia também.

Elas se abraçaram, e Mia deitou sua cabeça no ombro de Hermione. Como um flashback, Hermione teve a imagem de Mia quando era bebê. Ela estava em seu colo, e Hermione a fazia dormir, cantando uma canção.

– Mãe... – Mia olhou para ela.

– Hum?

– Eu... – Ela parou de falar, olhando para o pequeno saquinho em seu malão.

– O que foi?

Ela demorou um pouco para responder. Abriu a boca para dizer, e Rony entrou no quarto, olhando para as duas.

– Posso saber por que as duas princesas estão sozinhas aqui no meu quarto? – Ele sorriu.

– Coisas de mulheres. – Hermione piscou para Mia, e ela sorriu.

– Ér... Eu vou lá pra fora... Íamos ajudar o tio Fred e o tio Jorge a desgnomizar o jardim com explosivim. – Ela disse animada dando um beijo em sua mãe.

– Explosivim? – Rony colocou a mão na cintura. – Já te falei sobre isso não já?

– Pai...

– Está bem... Mas não deixe que seus irmãos vejam. Não os quero envolvidos nisso.

Mia riu e pulou no pescoço de Rony, lhe dando um abraço. Logo depois saiu correndo pela casa, gritando Teddy e Victória.

– Bons tempos quando eu corria por essa casa. – Ele riu sentando ao lado de Hermione, lhe dando um beijo. – Como está se sentindo?

– Estou ótima. – Ela sorriu. – Saiu cedo hoje.

– É... Eu e Harry fomos ao Ministério.

– E então?

– Provavelmente o que você sentiu ontem foi quando Bellatrix recebeu um beijo dos dementadores.

– O que? – Hermione colocou a mão em sua barriga. – Rony!

– Calma... Você não sentiu exatamente o que ela sentiu. Kingsley acha que como a alma dela não pertence mais àquele corpo, você pode ter sentido isso... Ela não usa mais suas forças. Está tudo bem agora. – Ele sorriu segurando sua mão.

– Tem certeza? Não está me escondendo nada?

– Bom... Stella era a mulher que Bellatrix estava usando o corpo. Ela... Ela foi absolvida hoje.

– O QUE?

– Calma Hermione... Não precisa se preocupar. – Ele segurou sua mão. – Ela não pode usar sua varinha e está sob vigilância. Ela não seria louca de voltar par Azkaban. Não vai fazer nada com você e nem com ninguém. Eu prometo.

– Não quero mais problemas para nossa família Rony. – Ela disse chorosa.

– Não terá. – Rony beijou sua mão. – Está tudo bem agora. – Ele sorriu.

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Os homens estavam sentados no jardim enquanto as crianças andavam de vassoura, e os menores brincavam com Bichento. As mulheres preparavam o almoço.

– Ele se parece muito com Remo. – Sírius disse a respeito de Teddy.

– E pelo visto também herdou o espírito de aventura. – Harry riu.

– Ah isso com certeza. E Remo também era um grande garanhão Harry, assim como seu pai e eu. Não vou me assustar se nosso pequeno Teddy der o seu primeiro beijo nessa idade.

– Acho que por enquanto ele não está interessado. – Harry disse.

– Vai saber... Na minha época amizades assim se tornava coisas a mais.

Todos viraram para olhar Rony e Gui.

– Até parece. Minha Victória não é assim. – Gui disse tranquilamente.

– Eu vou fingir que não ouvi isso. – Rony disse ficando vermelho.

– Os tempos mudaram Rony... As crianças de hoje são muito mais espertas. – Sírius provocou.

– Ah isso é verdade. – Harry continuou. – Agora são amigos... Daqui a algum tempo pode surgir algo a mais. Foi assim com você e com Hermione.

– Se continuar falando asneiras eu te penduro de cabeça pra baixo em sua vassoura. – Rony disse olhando para Harry e os outros riram.

– Você é muito fácil de irritar. – Fred disse.

– Ah sim... Quero ver se todos vocês tiverem uma menina. Quero ver quem vai ficar irritado.

Todos tiraram o sorriso do rosto, inclusive Sírius. Rony sorriu vitorioso.

– Não sei vocês... Mas minha Mia só vai ter um namorado quando tiver dezoito anos.

– Isso aí. – Os outros concordaram.

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– Eu acho que será uma menina. – Fleur disse passando a mão em sua barriga.

– Pois eu acho que o meu será menino. – Angelina disse orgulhosa. – Pra ajudar o pai.

– Sei... Ajudar em uma loja de presentes para crianças. – Fleur riu e Angelina fechou a cara.

– O que quer dizer com isso?

– Muito bem... Nada disso! Todos vão nascer saudáveis, não importa o sexo. – Molly disse entrando no meio.

– Mione... Tem uma coisa que eu quero te mostrar. – Gina cochichou para ela. – Vem comigo.

As duas saíram da cozinha, sem as outras ao menos notarem a ausência das duas. Subiram as escadas e foram para o quarto de Gina.

– Olha só o que eu comprei. – Gina apontou para a cama, com dois conjuntinhos femininos em cima dela.

– Gina... Que graçinha! – Hermione sorriu olhando as roupinhas rosas e roxas.

– Eu tenho a intuição que será uma menina dessa vez... Sabe... Sempre sonhei em ter uma menina. – Gina sorriu emocionada. – E eu acho que será uma. Ah Mione seria tão bom... Harry disse que vai morrer de ciúmes dela... Tiago disse que vai protegê-la de todos os garotos malvados. Aposto que é coisa de Harry. – Ela riu e Hermione também. – Nunca gostei de ser a única menina da família... Sempre fiquei imaginando quando eu tivesse uma menina... Ela ia andar como uma bonequinha.

– Já imagino. – Hermione sorriu. – Ela com certeza será linda Gina.

– E você, tem algum palpite?

– Hum... Ainda não. Mas acho que gostaria que fosse um menino. Para fazer companhia para Allan... Assim estaríamos quites. – Ela riu.

– Eu também acho que o seu será um menino. Ai Mione... Quem diria... Quando éramos adolescentes e ficávamos horas e horas conversando aqui no quarto antes de dormir. Você não deve se lembrar muito...

“- Eu vi Rony olhando pra você durante o jantar Mione. – Gina disse sentada em sua cama.

– Besteira Gina. Seu irmão está namorando a Emília. – Hermione falou decepcionada, sentada no colchão.

– Ele nem gosta dela Mione. Tenho certeza que é pra te fazer ciúmes.

– Não sei não Gina... O jeito que eles ficam nos corredores... É tão óbvio.

– Escreve o que eu estou dizendo. Vocês ainda vão casar ter muitos filhos e uma casa maravilhosa.

As duas começaram a rir.

– Sei... Tá tendo muitas aulas com a professora Trelawney.

– Pode ser... Mas eu tenho certeza que vai acontecer isso.

– Aposto também que tem certeza que você vai se casar com Harry. – Hermione riu.

– Isso aí!

– Certo... Eu e Rony vamos nos casar no topo de uma montanha, então ele vai dizer: “Consegue ver o fim daquela montanha?” E eu irei olhar para uma montanha bem longe, mas é impossível ver onde ela termina. Então ele irá dizer: “Meu amor por você é como aquela montanha. Nunca terá fim.”.

Hermione começou a rir, mas Gina apenas sorriu para ela.

– Isso foi lindo Mione.

– Até parece que vai acontecer um dia né Gina.

– Tomara que aconteça. E eu serei a primeira a dizer: Eu te disse!

– Bom... Nossos filhos vão se chamar Rose e Hugo.

– Vocês terão um casal?

– Sim... Uma menina pra ficar do meu lado, e um menino pra ficar do lado de Rony.

– Se ele puxar meu irmão vai ser o maior ciumento e cabeça dura. – Gina riu. – Bom... Eu e Harry vamos nos casar aqui mesmo. Claro que você será madrinha. Depois disso teremos uma menina.

– Ai Gina... Como somos bobas.

– Bobas nada... Sonhadoras. E nosso sonho vai se tornar realidade Mione.”

– Mione? – Gina a cutucou. – Está tudo bem?

– Sim... Na verdade... Tudo ótimo. – Hermione sorriu. – Bons tempos aqueles não é Gina? Mas veja só... Nosso sonho se tornou realidade.

– Você... Você se lembra? – Gina perguntou animada.

– Sim... Eu me lembro. – Hermione sorriu para a amiga.

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Rony estava em pé, observando de longe as crianças brincando e dando gargalhadas, junto com Sírius e os gêmeos. Harry se aproximou dele, parando ao seu lado.

– Quem diria... – Rony disse. – Há um tempo atrás nunca imaginei a casa tão cheia.

– E eu então? Que saí de uma casa com três pessoas que mal falavam comigo, e vim pra essa família enorme e barulhenta. – Harry riu. – Mas já imaginamos isso sim Rony.

– É... Já imaginamos...

“- Harry. Tá acordado? – Rony perguntou virando na cama.

– Sim. – Harry disse. – Que foi?

– Não consigo dormir.

– Nem eu...

– Acha que eu e Emília daríamos certo um dia?

– Sinceramente?

– É.

– Não. Vocês não tem nada a ver.

– Como assim nada a ver?

– Não combinam.

– Ah... – Ficaram um pouco em silencio. – Acha que eu e Hermione combinamos? Assim... Só pra saber.

Harry se sentou e encarou o amigo, com um rosto divertido.

– É só pra saber Harry...

– Sei. – Harry riu. – Acho que vocês combinam sim.

– Mas somos tão diferentes... E brigamos o tempo inteiro...

– Acho que por isso vocês combinam. Tem uma química sabe. É um caso que todos que olham dizem que vocês vão ficar juntos.

– Mesmo?

– Mesmo. Mas você sabe que enquanto você estiver com Emília vocês não irão dar certo não é?

– Sei... Sei... Mas e se eu terminar com Emília e Hermione não quiser nada comigo?

– Impossível.

– E como você sabe?

– É óbvio que ela também gosta de você.

– Mas como sabe?

– Oras Rony, sabendo!

Harry pensou no dia que Hermione atacou Rony com os pássaros por ciúmes.

– Já que estamos sendo sinceros... Posso ser sincero com você? – Harry perguntou.

– Uhum.

– Eu... Eu acho que... Gosto da sua irmã.

– Gosta como?

– Gosto gostando ué.

– Mas você tem que falar se gosta como irmã, gosta como amiga, ou gosta como...

– Gosto como namorada. Tá bem Rony?

– E como isso aconteceu? – Rony se sentou também, ficando vermelho.

– Eu não sei Rony! Não sei como essas coisas acontecem. Eu só... Gosto. Sinto ciúmes quando ela está com Dino, quero ficar perto dela o tempo inteiro, não consigo dormir a noite pensando nela, e meu coração dispara só de pensar que ela está no quarto ao lado.

Os dois ficaram em silencio. Talvez Harry tivesse falado demais.

– Eu também sinto isso pela Hermione. – Rony disse finalmente. – Acho que te entendo.

– Pois é.

Os dois respiraram fundo.

– Acha que um dia vamos ficar com elas?

– Eu espero que sim. Sabe... Quero me casar um dia.

– Eu também. Não gosto de falar disso... Porque os outros iam me chamar de maricas.

– É, eu penso o mesmo.

Os dois riram.

– Besteira Rony... Poucos na nossa idade pensam nisso. Acho que não é motivo para termos vergonha.

– Fazer o que... – Rony deu de ombros e voltou a se deitar. – Mas... Já que estamos falando nisso... Acho que a única que eu teria coragem de me casar era com Hermione.

– Imagino como seria o casamento de vocês.

Eles riram.

– Teríamos nossas brigas... Mas depois íamos reatar... Sabe... Como sempre fazemos. Mas ao invés de reatarmos com a sua ajuda, íamos reatar com beijos e abraços.

– Muito romântico, mas tenho certeza que precisariam da minha ajuda mesmo assim.

– É, talvez.

– Eu queria me casar com sua irmã.

– Bom... Contando que você é meu melhor amigo e eu confio em você... Você tem a minha benção.

– Obrigado. – Harry riu. – Contando que sou como um irmão para Hermione... Você também tem minha benção.

– Valeu.

Eles ficaram um tempo em silencio.

– Acho melhor irmos dormir... Antes que alguém escute essa conversa.

– Certo...

– Acho que quando voltarmos à Hogwarts eu vou terminar com Emília...

– Acho uma boa ideia.

– E que essa conversa não saia desse quarto Harry Potter.

– Digo o mesmo.

– Boa noite.

– Noite.

Nenhum dos dois dormiu naquela noite. Pensaram no futuro que teriam com Hermione e Gina.”

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Depois do almoço farto da família Weasley, mais à tardinha, cada um voltou para sua casa. Rony e Hermione estavam exaustos. Não era fácil cuidar de três filhos correndo pela casa.

– Posso dar banho na Anny mãe? – Mia perguntou.

– Pode... Mas vê se não molham todo o banheiro. – Hermione sentou-se cansada no sofá.

– Então vou aproveitar e dar um banho no Allan. – Rony disse pegando ele no colo e o colocando em seu ombro.

– Faria isso por mim? – Hermione sorriu pra ele.

– O que eu não faria por você? – Ele se inclinou e a beijou.

– Eca! Beijo é nojento papai! – Allan disse.

– Ah é? Então acho que vou ter que jogar você fora então... – Rony o pegou e o jogou pra cima. Allan deu gargalhadas assim que Rony o pegou de novo.

– Rony! Se ele cair no chão...!

– Hermione, relaxa. Tá parecendo minha mãe. – Rony riu.

– Sei... E se você não conseguisse pegar ele?

– Tá bom... Vamos logo tomar um banho Allan. – Rony subiu as escadas correndo com ele. Hermione se preparou para chamar atenção, mas estava cansada demais pra isso. Apenas riu.

Fechou os olhos ouvindo as vozes e gargalhadas que cada um dava. Uma sensação familiar passou pela sua mente. Imediatamente uma cena veio em sua cabeça:

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“- Shhh... Não riam tão alto Allan. – Mia cochichava.

Hermione conseguia ouvir as risadas abafadas das crianças. Abriu os olhos, e os três gritaram juntos:

– SURPRESA!

Ela olhou admirada para a bandeja em sua cama. Rony acordou ao seu lado, olhando confuso para tudo aquilo. As torradas estavam um pouco queimadas, e o suco estava visivelmente sem doce. Mas o que fez Hermione feliz foi os escritos com caldas de chocolate em cima das três panquecas deformadas na bandeja: “Amamos muito vocês.” Cada palavra escrita em cada panqueca.

– Feliz aniversário! – Mia disse animada.

– Fizemos ‘pla’ vocês. – Allan disse sorrindo.

– Que coisa mais linda! – Hermione sorriu emocionada, abraçando cada um deles.

– Fizeram isso sozinhos? – Rony perguntou admirado. – Já disse que é perigoso mexer sozinha no fogão Mia. – Ele olhou para ela.

– Ron...

– Mas adorei a surpresa. – Ele sorriu abraçando cada um deles.

Os três se aninharam na cama com eles, contando animados como tinham preparado o café da manhã. Apesar de o suco estar sem açúcar e das torradas estarem queimadas, foi o melhor café da manhã que Rony e Hermione tomaram na vida.”

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– Amor?

Hermione abriu os olhos, e percebeu que estava em sua cama. Ela sorriu para Rony, e se sentou.

– Mérlin... Peguei no sono. – Ela riu passando a mão pelo seu rosto.

– É... As crianças já estão dormindo.

– Já? Quantas horas?

– São oito horas...

– Eu dormi tudo isso?

– Eu não quis te acordar. Você dormiu no sofá e eu te trouxe pra cá.

– Pelo visto você malha mesmo no Ministério... Pra conseguir me carregar. – Ela riu.

– Até parece. – Ele sorriu. – Você não é pesada.

– Ainda... Daqui a alguns meses você vai ter que me deixar dormindo no sofá. – Ela riu. – Não acredito que dormi tanto.

– Você estava cansada... Sempre fica cansada na gravidez.

Ela sorriu para ele, chamando-o para deitar ao seu lado. Foi o que ele fez. Deitou ao lado dela na cama, e a abraçou de conchinha.

– Tenho muita sorte por ter um marido tão bom.

– Eu tenho sorte por você me fazer ser um marido bom.

– Ron... Hoje... Eu me lembrei de algumas coisas.

– É mesmo?

– Uhum. E coisas boas.

– Isso é ótimo meu amor! – Ele a virou para ele, abrindo um largo sorriso. – E do que se lembrou?

– Ah... É um pouco... Constrangedor. Prefiro não dizer. – Ela riu. – Conversas de mulheres entre eu e sua irmã, quando éramos adolescentes.

– Hum... Se não for sobre outro homem... Por mim tudo bem. – Riu.

– Ron! Claro que não. Na verdade... Eu e Gina sempre soubemos que íamos nos casar com vocês.

– Ah é? E como sabiam?

– Intuição feminina.

– Muito boa por sinal, porque eu realmente queria me casar só com você.

– Sério?

– Claro... Acha que eu me casaria com outra pessoa?

– Eu não sei... Fiquei muito tempo fora como você disse.

– Mas eu não amei ninguém além de você.

Hermione teve uma sensação diferente ouvindo aquilo... Como se Rony já tivesse dito antes. E foi aí que ela se lembrou de mais uma coisa...

“- Ron... Alguém pode entrar aqui a qualquer momento. – Ela disse sem fôlego, enquanto Rony estava prestes a tirar a blusa dela.

– Ninguém vai entrar, está trancada. – Ele continuou beijando o pescoço dela, e subindo sua blusa.

– Tem certeza?

– Hermione... Relaxa está bem? – Ele olhou nos olhos dela, com os lábios próximos ao dela. – Estão todos ocupados nesse momento. Nós aurores não ficamos atoa.

– Então o Senhor deveria estar trabalhando.

– Mérlin... Até nessas horas você quer bancar a sabe tudo. – Ele passou a mão no rosto. – Pensei que depois de todo esse tempo você tinha perdido essa mania.

– É meu dever. Sou mãe e esposa. Tenho todo o direito de ser sabe tudo. – Ela colocou as mãos na cintura.

– Mas nesse caso é diferente... Amor... – Ele disse manhoso. – Estou com tantas saudades dos seus carinhos...

– Ron... Fizemos isso ontem. – Ela riu.

– Eu sei... Mas é que quando você está grávida... Você fica mais... Digamos... Fogosa. – Ele riu.

– Hum... É mesmo? – Ela mordeu os lábios.

– Uhum... Que tal fazermos um trato?

– Qual?

– É um tipo de brincadeira erótica. Eu vou te seduzir, e você vai me seduzir... Estamos no meu escritório, dentro do Ministério... A porta está trancada, mas a sala do Harry é ao lado da minha, e a minha secretária está bem ali em frente. Vários aurores passam a todo o momento por ali... Sabe que podem muito bem ouvir aqui dentro não é?

– Por isso pedi pra que você trancasse a porta...

– Mas isso não os impede de ouvirem...

– O que quer dizer Rony?

– Quem gemer mais alto... Perde.

– O que? Só pode estar ficando louco. – Hermione riu. – Não vou fazer isso Ronald!

– Ah Hermione qual é... É excitante!

– Não é excitante! Se alguém ouvir, com que cara vou sair daqui?

– É esse o plano! Não podemos deixar ninguém ouvir.

– Se é assim pra que vamos provocar um ao outro?

– Quero ver até que ponto aguentamos. – Sorriu malicioso.

– Só pode estar louco Rony! Eu não vou fazer uma bobeira dessas.

– Ah meu amor... Por favor... – Ele abraçou Hermione por trás, beijando o pescoço dela, fazendo com que ela se arrepiasse.

– Não me convenceu Ronald.

– Eu sempre quis fazer algo assim com você... – Ele a beijou novamente.

– Comigo? Então quer dizer que fez com outras?

– Não... Você me entendeu.

– Não entendi. E você não me convenceu.

– Hermione, deixa de ser teimosa. Eu quero fazer isso com você porque é minha esposa, e a única mulher que me faz ter desejos sexuais. Porque não pode realizar um pedido meu?

Hermione se virou para ele, erguendo as sobrancelhas. Ele estava pedindo tão encarecidamente que ela estava quase cedendo.

– Então não fez isso com outras?

– Claro que não! É você que me faz ter esses desejos... – Ele a puxou pela cintura.

– Por que não pediu para elas fazerem isso então? Já que você queria tanto?

– Porque é você que eu amo. Agora esquece elas Hermione. É passado! Por favor... – Ele se aproximou mais dos lábios dela.

Hermione não respondeu. Fechou os olhos sentindo as carícias de Rony. Era uma loucura. Uma tremenda loucura, mas também era excitante. Afinal que mal tinha naquilo? Era só ela se segurar para não gemer alto. Seria fácil. Pelo menos era o que ela pensava.

Rony começou com golpes baixos... Passando a mão por todo o corpo dela. Hermione suspirou alto, mas não gemeu nenhuma vez. Pronto para provocá-la, ele fazia tudo o que ela sempre gostou... Desde carícias nos seios até toques mais íntimos.

Assim que ele tocou na parte de baixo, Hermione teve que se segurar para não gritar. Ele estava torturando-a. Sabia que aquele era seu ponto fraco, e ele estava provocando. Decidiu que era sua vez de provocá-lo. Enquanto ele a acariciava, ela também passou a mão por todo o corpo dele. Desde os ombros, até o membro. Rony se arrepiou sentindo os toques macios dela, até não aguentar mais e sentir uma enorme vontade de gemer. Mas ele se controlou. Por mais que quisesse gritar, bem alto, ele se segurou. Hermione realmente estava torturando.

Eles acariciavam um ao outro com tanta excitação, que estavam prestes a chegar ao auge, daquele mesmo jeito. Mas Rony foi mais rápido. Pegou Hermione no colo e a levou para o sofá que tinha em sua sala. Ele a deitou nele, levantando o vestido, e tirando a calçinha dela. Hermione fechou os olhos e mordeu os lábios, não poderia olhar pra ele. Ela sabia que se olhasse para o rosto excitado de Rony ela iria querer soltar todos os gemidos que estava segurando. Era inevitável.

Antes de Rony terminar logo com aquela tortura, ele ainda a provocou mais, se inclinando em cima ela, fazendo seus rostos ficarem a poucos centímetros um do outro. Ela sentiu a respiração ofegante dele, lutando pra não abrir os olhos. Sentiu quando ele passou carinhosamente seu membro na intimidade dela, fazendo com que ela deixasse mais espaço para ele.

Hermione não aguentava mais esperar. Precisava tê-lo ali mesmo. Ele já tinha torturado ela demais. Ela abriu os olhos e foi o suficiente para os dois. Sem esperar mais, Rony a penetrou. Ele ia tão rapidamente, que Hermione não conseguia raciocinar direito. A pressa que os dois tinham para chegar ao auge era tanta, que não se importavam se estavam indo rápido demais ou forte demais. Pelo contrário.

– Ron... Eu não vou... Aguentar. – Hermione sussurrou no ouvido dele. Rony continuou com os movimentos acelerados, se erguendo um pouco para olhá-la. Seus olhos se encontraram, e puderam ver a excitação estampada no rosto de cada um. Foi suficiente. Rony a agarrou contra ele, e em um rápido movimento ele se sentou no sofá, deixando-a por cima dele. Daquele jeito seus corpos ficavam juntos, incapaz de sobrar um espaço sequer entre eles.

– Hermione... Hermione... Eu... Eu não aguento. – Ele disse em meio aos suspiros. Hermione também não aguentava. Sentia-se fora de si, no mesmo tempo que Rony. Tudo rodou na mente dos dois, e esqueceram-se de que estavam na sala de Rony. Fecharam os olhos, e só conseguiram ouvir os gemidos um do outro, altos o bastante para que todo o Ministério ouvisse. Com um ultimo gemido, o mais alto de todos, Rony apertou Hermione contra seu corpo, impedindo que ela se movimentasse. Ficaram assim enquanto a sensação ia diminuindo. Tinham terminado.

Eles caíram cansados no sofá, e depois de recuperar a consciência, Hermione deu um pulo.

– RONALD WEASLEY! – Ela disse brava. Ele a olhou divertido. – O QUE VOCÊ FEZ COMIGO? Meu Deus... Todo mundo deve ter ouvido. – Ela colocou as mãos à boca. – Que vergonha Rony! Que vergonha.

– Psiu... Mione... – Ele disse calmamente.

– QUE FOI? – Ela perguntou com raiva. Rony apenas mostrou a varinha na mão dele.

– Feitiço abafador. – Ele sorriu maroto.”

Hermione olhou maliciosa para Rony, e mordeu os lábios.

– O que foi? – Ele perguntou sorrindo.

– Acabei de me lembrar de mais uma coisa.

– Ah é? E o que foi? – Ele a puxou para mais perto, notando as intenções dela.

– Você ainda é bom em feitiços abafadores? – Ela sorriu maliciosa.


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