– Para Allan! Eu quero tomar nesse copo! – Anny dizia tranquilamente.

– Mas eu peguei primeiro! – O irmão falava irritado.

A única diferença entre os gêmeos era o comportamento. Anny era sempre tranquila, não gostava de bagunças e barulhos, e era sempre paciente com o irmão. Allan era sempre inquieto, bagunceiro e briguento.

– Se continuarem brigando nenhum dos dois vai tomar nesse copo. – Rony disse sentando-se à mesa.

Os dois abaixaram a cabeça e pararam de brigar. Hermione entrou na sala às pressas. Pegou uma torrada e beijou cada um dos seus filhos. Aproximou-se de Rony e o beijou rapidamente.

– Não vai tomar café? – Rony perguntou notando a correria.

– Não tenho tempo, estou atrasada. – Ela pegou a pasta em cima do sofá. – Amo vocês.

– Também te amamos. – Os gêmeos disseram voltando a pegar o copo. Hermione desapareceu na lareira e Rony ficou parado digerindo a pressa que ela saiu para trabalhar. Olhou para os gêmeos que recomeçavam a discutir e pegou sua varinha, fazendo com que o copo se multiplicasse.

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– E você irá trabalhar aqui... – Kingsley apontou para uma sala ao lado da sua. – A sala é ao lado da minha, portanto se precisar de alguma ajuda, pode chamar. – Ele sorriu para Hermione.

– Muito obrigada Ministro. Não sabe o quanto estou empolgada com esse trabalho. Estava revisando um papeis em casa e já vi que tenho muito trabalho pra hoje.

– Hermione... Agora falando como seu amigo... Não leve muito trabalho pra casa está bem? Você tem filhos pequenos para cuidar... E tenho certeza que quando Rony voltar a trabalhar ele vai querer passar um tempo com você.

– Não se preocupe Ministro... Não irei levar muito trabalho pra casa. Obrigada pelo conselho. – Hermione sorriu.

Ela entrou em sua sala. Não era tão grande quanto a de Rony e Harry, obvio, mas era bem aconchegante. Tinha uma mesa grande e uma enorme janela, enfeitiçada com uma vista para Paris. Talvez tenha sido ideia de Kingsley. Hermione se sentiu bastante a vontade na sala, e estava ansiosa para começar seu trabalho. Tinha revisado várias denúncias de mal tratos com criaturas mágicas, e queria começar uma solução naquele instante, mas foi interrompida por vozes alteradas no corredor.

No início ela ignorou, talvez fosse alguém para ser interrogado. Mas pôde ouvir a voz de Harry. Ela se levantou e foi até o corredor, parando assim que reconheceu as pessoas brigando.

– Eu exijo vê-la Harry! – Córmaco praticamente gritava.

– Pra que quer vê-la? Eu não vou deixar!

Os dois se viraram para Hermione parada no corredor. Nicholas estava ao lado de Harry, parecendo confuso. Córmaco parecia nervoso e Harry ainda mais. Afinal, o único que conseguia deixar Harry realmente irritado era ele. Kingsley apareceu ao lado de Hermione.

– O que está acontecendo aqui? – Ele perguntou nervoso. – Estou ouvindo os gritos da minha sala! Senhor Mclaggen, algum problema?

– O problema é que você tem funcionários incompetentes Ministro. – Ele disse soltando seu braço das mãos de Harry. – Eu disse que queria ver a minha Hermione e ele não quis deixar.

– Sua Hermione? – Harry perguntou nervoso. – Ela não é SUA Hermione!

– Córmaco o que está acontecendo? – Hermione perguntou colocando as mãos na cintura.

– Oh minha querida... – Ele se apressou andando para perto de Hermione e a abraçando. – Eu fiquei sabendo o que aconteceu. Que coisa horrível!

– Mclaggen, está falando do que? – Hermione permaneceu parada enquanto ele a abraçava.

– Aquele idiota do Weasley tirou sua memória... Oh... Você não se lembra da mim não é?
– É claro que me lembro de você. – Hermione começava a ficar irritada. – Não me lembro é de ser SUA Hermione.

– É claro que não se lembra! Ele tirou sua memória meu amor... – Ele tocou o rosto de Hermione e Harry se aproximou dele com raiva. Kingsley fez menção para Harry parar, e ele obedeceu. – Não se lembra do que tivemos juntos? Não se lembra não é... É claro que não.

– Você está bêbado Mclaggen? Eu nunca tive nada com você!

– Isso é o que ele fez você pensar! Você ao menos se lembra dele? Se lembra de ter algo com ele?

Hermione não respondeu. Não se lembrava, realmente. Mas não tinha que se lembrar. Tinha seus filhos como provas, e fotos.

– Olha Córmaco... Para o seu bem... É melhor você ir embora. Está me deixando realmente irritada!

– Eu também acho! – Harry disse. – Vai embora!
– Eu não vou embora! Eles alteraram sua memória Mioninha...

– Mioninha? – Hermione olhou assustada para ele. – Mas que tipo de apelido é esse? É ridículo!

– Está vendo? Está vendo o que fizeram com você? Você nem ao menos se lembra!

Por causa da bagunça e da confusão, outros aurores se aproximaram para ver o que estava acontecendo.

– Olha eu não sei quem você achou que enganaria Mclaggen, mas apesar de não ter lembranças, eu sei que sou casada com Rony, e nós temos três filhos maravilhosos... Inclusive...

– Aquilo é fachada! – Ele interrompeu Hermione. – Você não tem filhos! Nós planejamos ter filhos sim, mas então tudo aconteceu... Ele te roubou de mim Hermione! Tirou você de mim! Aquelas crianças idiotas não são seus filhos!

Hermione não pôde tolerar mais. Virou a mão no rosto dele, acertando-o direto no nariz. Ele caiu no chão gritando e Hermione alisou sua mão. Tinha sido forte. Harry segurou o riso, assim como Nicholas e Kingsley.

– Muito bem... Acabou o show. – Kingsley disse para os outros, que estavam rindo. – Voltem ao trabalho! Vincent ajude o Senhor Mclaggen a sair do Ministério. Creio que seu show já deu o que tinha que dar.

Nicholas puxou Córmaco pelo braço fazendo ele se levantar. Os dois saíram andando pelos corredores enquanto os outros aurores voltaram aos seus afazeres. Hermione colocou a mão em sua barriga, respirando fundo.

– Você está bem? – Harry perguntou preocupado.

– Sim... Só... Preciso me sentar um pouco. É só um mal estar.

– Hermione você não está em condições de ficar nervosa...

– Harry, relaxa está bem? Eu estou bem...

– Do que está falando? – Kingsley perguntou a Harry.

– Hermione está grávida, Senhor.

– Mérlin! E você só me diz isso agora? Harry tem razão! Você não pode ficar estressando desse jeito!

– Mas Senhor...

– É melhor você ir embora!

– Embora? Mas hoje é meu primeiro dia de trabalho!

– Sei disso, mas trabalho não é tão importante quanto um filho... Melhor você ir embora e descansar...

– Senhor, com todo o respeito, eu estou bem. Foi só um mal estar... Mas isso é normal... No início da gravidez.

– Como você sabe? – Harry perguntou para ela.

– Eu... Eu apenas sei...

– Tem certeza que quer continuar aqui?

– Tenho Senhor... Não se preocupe.

– Certo... Então tudo bem.

– Agora com licença, vou continuar o meu trabalho. – Hermione disse se retirando. Harry olhou para Kingsley, e eles praticamente conversaram mentalmente.

– Eu vou chamá-lo Senhor. – Harry disse finalmente.

– Faça isso Harry.

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– Olá Senhora Weasley... Mandou me chamar? – Um auror simpático entrou na sala.

– Oh, por favor... Me chame de Hermione. Senhora Weasley é minha sogra. – Ela riu e ele também.

– Desculpe Hermione.

– Aqui, está mais um caso. – Ela entregou alguns papéis para ele. – O endereço está aqui, e tudo que precisa saber sobre a família.

– Incrível! A outra moça que trabalhava aqui custava achar alguma coisa... E hoje já é o quinto solucionado! Os aurores estão empolgados com tanto trabalho! – Ele sorriu para Hermione.

– É que sempre quis trabalhar com isso, é gratificante. Espero que consiga pegar mais esse. – Ela sorriu.

– Agora sei por que Rony gosta tanto de falar para os outros sobre você. – Ele disse olhando os papéis. – Realmente ele tem muita sorte.

Hermione sorriu envergonhada.

– Bom, vou mostrar os outros e já vamos solucionar esse caso. Boa tarde! – Ele saiu da sala.

Hermione ficou satisfeita por ser o quinto problema solucionado. Isso significava mais cinco criaturas mágicas que estariam protegidas, longe de maus tratos. E ela não estava nem um pouco cansada. Poderia ficar ali a tarde inteira, mas prometeu à Kingsley que iria cumprir seu horário. Ficaria até às cinco horas em ponto. Além do mais estava com saudade das crianças e de Rony. Todos os aurores que entraram na sala dela disseram a mesma coisa que o ultimo: “Rony tem realmente muita sorte”.

Mais uma vez bateram em sua porta. Hermione pensou que talvez fosse Harry ou Kingsley, que iam até lá de vinte em vinte minutos saber se ela estava bem. Mas foi ainda melhor.

– Oi. – Rony sorriu entrando em sua sala.

– Ron! – Exclamou animada. – O que está fazendo aqui?

– Harry pediu para que eu viesse buscá-la. – Ele sorriu se aproximando e beijando-a. – Está se sentindo mal?

– Não... Vocês homens que são muito neuróticos. Foi apenas um mal estar, mas eu estou bem.

– Hermione... Você tem que ser sincera e...

– Rony! – Ela riu e o calou com o dedo. – Eu estou bem! Ok?

– Certo... – Ele sorriu. – Acho que estou realmente ficando neurótico.

– É, está mesmo.

– Mas o que aconteceu que você teve um mal estar?

– Bom... Mclaggen veio até aqui e...

– O que aquele idiota veio fazer aqui?

– Rony, calma! Ele já foi embora! Ele veio aqui com uma história dizendo que você alterou minha memória... Que na verdade eu era dele. – Ela riu, mas Rony continuou sério. – Francamente Rony, você sabe que eu não acreditei em nenhuma palavra.

– Mesmo assim... Ele foi um grande e completo idiota só por ter tentado fazer isso! Imagina se você tivesse acreditado?

– Mas não acreditei ok? Está tudo certo.

– E o que você fez?

– Bom, no início eu fiquei calma, mas então ele falou dos nossos filhos... E eu... Bem... Dei um soco nele.

– Isso ainda foi pouco. – Rony disse ficando vermelho. – Deveria ter azarado ele. Amarrado ele pelos pés e pendurado ele no teto.

– Rony! – Hermione riu. – Deixa de ser bobo! Ele é um idiota, e eu não preciso ter minhas lembranças de volta pra saber isso! Esquece isso.

– Não tem como esquecer... Como assim ele diz que você é dele? Você é minha!

Hermione sorriu para ele, observando ele ficar nervoso.

– Está com ciúmes é? – Ela perguntou divertida. Ele não respondeu. – Ohhhh... Rony Weasley está com ciúmes... Esta com ciúmes de mim... Por que me ama... Porque me adora... Por que... – Foi interrompida por um beijo. Ela não tentou afastá-lo. Pelo contrário. Agarrou-se a ele, fazendo com que ele a pegasse no colo e ela entrelaçasse suas pernas ao redor da cintura dele. Ele a levou para a mesa, sentando-a nela.

Hermione não saberia dizer se eram seus hormônios, só sabia que estava ansiosa por tê-lo ali mesmo. Ele parecia sentir o mesmo, porque passava a mão por dentro da blusa dela como se fosse tirá-la. Ele se afastou um pouco, deixando Hermione ofegante.

– Estamos em sua sala. – Ele cochichou próximo aos lábios dela. – Vamos embora. – Ele sorriu.

– Só se admitir que tem ciúmes de mim. – Ela sorriu satisfeita. Rony deu uma gargalhada que Hermione tanto gostava e olhou no fundo dos olhos dela.

– É claro que eu sinto ciúmes de você. Tão encantadora... – Ele passou a mão no rosto dela. – Tão linda... Tão sedutora. – Ele colocou a outra mão na coxa dela. – Tudo o que eu sempre quis. – Ele sorriu. – E é apenas minha. Minha esposa, mãe dos meus filhos... – Ele sorriu se aproximando dos lábios dela. – E a mulher por quem eu sou apaixonado.

– Acho que está me convencendo. – Ela sorriu.

– Eu te amo tanto Hermione... – Ele olhou nos olhos dela. – Tanto, tanto...

– E continuaria me amando mesmo se eu dissesse que não faríamos nada hoje? – Ela riu.

– Hum... Aí acho que teria que pensar um pouco.

Ele riu e Hermione bateu em seu braço.

– É claro que sim! Te amei durante tantos anos sem ao menos te ver... Por que não continuaria amando? – Ele sorriu.

– Ótimo! Me convenceu. – Ela o beijou rapidamente e correu para pegar sua bolsa. – Vamos embora Senhor Weasley. – Ela riu.

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Mia jogou a carta no sofá, com raiva. Teddy parou de ler o livro que estava lendo e olhou curioso para ela.

– O que foi?

– Nada. – Respondeu irritada.

– Nada? Você sempre fica feliz quando recebe uma carta do seu pai.

– Mas não com essa.

– Como assim?

– Minha mãe está grávida... De novo.

– Mas Mia, isso é ótimo!

– Só se for pra você!
– O que quer dizer?

– Quer dizer que eles vão ter um quarto filho! Não percebe? Tudo bem com os gêmeos... Mas agora terão mais um? Já imaginou como vou ficar? Não vão nem se lembrar de mim.

– Mia... Que besteira...

– Besteira nada Teddy! Meu pai deve estar tão feliz... E ele deve achar que os outros são mais filhos dele do que eu... Afinal, ele só me conheceu aos sete anos.

– Isso não tem nada a ver Mia! Seu pai te ama tanto quanto ama seus irmãos. E além do mais ele se preocupa com você. Te manda carta a cada três dias pra saber se precisa de alguma coisa.

– E agora já imaginou quando o outro bebê nascer? Vão se esquecer de me mandar cartas.

Teddy ficou em silencio. Sabia que era uma grande besteira o que Mia estava falando.

– Imagina só se forem gêmeos? Aí será atenção em dobro! Aí que vou ficar por fora mesmo.

– Deixa de ser doida Mia! Seus pais te amam! Não vão te deixar de lado. Já parou pra pensar que pode ser o contrário? Seu pai pode ter um afeto maior por você e uma preocupação maior justamente por não ter feito parte do seu nascimento.

– É fácil pra você falar, você não tem irmãos.

– E com certeza se tivesse eu não estaria dando chilique por aí. – Ele se levantou com raiva. – Fique sabendo que daria tudo para meus pais estarem vivos e me darem centenas de irmãos. E você te isso e não ta satisfeita. Deve repensar seus conceitos. – Ele se retirou da sala, deixando Mia sentindo-se uma grande idiota.

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– Minha mãe estava tão feliz hoje. – Rony disse enquanto ele e Hermione arrumavam a cama.

– Claro que estava. Vai ter seis netos de uma vez só. – Ela riu. – Sem contar que ela gosta quando os gêmeos passam a tarde com ela.

– É... Eles estavam inquietos aqui. Achei que eles iam querer passar a tarde lá. Meu pai mostrou algumas coisas que tinha guardado para eles. Fizeram a festa. – Ele riu.

– Ainda bem que eles não acharam o esconderijo dos gêmeos. – Hermione riu.

– Eu não sei o que aqueles dois pensam levando aquelas coisas pra casa. Minha mãe já cansou de dizer pra deixar aquelas coisas na loja. Vejo que qualquer dia desses Mia vai achá-los.

– Mia? Por quê?

– Porque desde que ela era criança eles ficam mostrando essas coisas pra ela. Ela tem um farejador para esse tipo de coisa. Não vou ficar impressionado se Minerva mandar mais uma carta dizendo que ela explodiu a sala comunal.

– Rony! – Hermione riu e se deitou ao lado dele. – Acho que Mia sabe que tem que se comportar.

– Saber ela sabe, ela só não quer cumprir.

– Mas é claro. Ela tem sangue Weasley nas veias. Me diga quando que você ou seus irmãos se comportaram em Hogwarts?

– Bom... Eu normalmente me envolvia nos problemas graças ao Harry.

– Ah sim... Claro.

– Acho que ela herdou os gêmeos... Eles que se metiam em tanta encrenca.

– Por falar nisso... Ela respondeu sua carta?

– Ainda não. Deve estar atarefada.

– Tenho medo dela não reagir bem à notícia Ron...

– Besteira Hermione. Mia é muito madura pra idade dela... Ela não ficou assim quando você engravidou dos gêmeos.

Rony abraçou e beijou o pescoço dela.

– Pensei que não se importava se não fizéssemos nada hoje. – Ela riu.

– Eu não me importo... Mas posso fazer você mudar de ideia. – Ele sorriu passando a mão por dentro da blusa dela.

– Eu posso ser muito resistente sabia?

– Grávida, e vários dias sem termos relação... Acho que não consegue resistir muito.

– O que quer dizer?

– Quando você está grávida você fica... Digamos... Mais assanhada. – Ele riu.

– Hum... Não me lembro disso. – Ela brincou e Rony olhou sério para ela. – É brincadeira Rony.

– Não gosto quando brinca com essas coisas.

– Não se preocupe... Mesmo sem lembranças, por algum motivo aceitei continuar casada com você. É um ponto a mais. – Ela riu.

– Hum... Então acho que é mais um motivo pra você não resistir.

Ele a puxou para cima dele. Ele estava certo, Hermione realmente não resistiu.