Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 22
Capítulo 22




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O sol entrava pela janela, clareando totalmente o quarto. Estavam tão cansados que tinham se esquecido de fechar as cortinas. Hermione foi a primeira a acordar com a claridade. Olhou para o lado, e Rony estava sem camisa, apenas de cueca, meio enrolado em um lençol. Ele dormia do mesmo jeito que sempre dormiu, todo esparramado na cama. Hermione sorriu e se aproximou dele, se sentindo péssima e ter que acordá-lo.

– Ron... – Ela cochichou no ouvido dele.

– Hum? – Ele gemeu.

– Temos que levantar... As crianças ainda estão na casa da Gina, e ela nos convidou para um almoço.

– Mas hoje é sábado Hermione.

– Mas o almoço é na casa deles Rony, não na sua mãe.

– Vamos dormir mais um pouco... As crianças estão bem.

– Não quero abusar da boa vontade de Gina. Eles já dormiram lá.

Rony abriu os olhos com dificuldade e ficou encarando Hermione. Sempre ficava de mau humor quando era acordado... Menos quando era Hermione quem o acordava.

– Só se prometer que vai fazer mais do que fez ontem. – Ele sorriu e Hermione riu.

– Quem sabe um dia... Quando nossos filhos estiverem todos em Hogwarts.

– E por que temos que esperar tanto tempo?

– Porque nós não somos pais desnaturados que abandonam os filhos toda sexta feira na casa dos tios.

– Mas eles gostam de ir pra lá.

– Rony!

– Está bem... Podemos esperar mais oito anos pra isso. – Ele se levantou. – Vou tomar meu banho então, já que você me nega carinho. – Ele fingiu decepção e entrou para o banheiro. Hermione riu. Sempre dramático.

Como Rony demorava muito no banho, ela resolveu ler um livro. Foi até sua estante, e procurou algum que ainda não tinha lido o que era quase impossível. Mas um livro diferente chamou sua atenção. A capa dele era escura, e Hermione não se lembrava de ter comprado ou ganhado aquele livro. Ela o tirou da estante, analisando sua capa: “Profecias e Signos”.

Estranhamente ela abriu o livro, e leu a primeira página, onde tinha algo escrito à mão:

“Para uma mente bem estruturada, a morte é apenas uma aventura seguinte”.



Hermione leu e releu a frase várias vezes. Não saberia dizer quem tinha escrito. Resolveu continuar a folhear o livro. Parou no primeiro capítulo:

“Profecia é um relato no qual se prevê acontecimentos futuros. Podem ser tanto boas quanto ruins, mas profecias são, principalmente a maior arma contra magia das trevas. Para toda maldade, sempre há uma luz entre nós. E o mais importante: Profecias nunca falham.”

A cada palavra que ela lia, ficava ainda mais tensa. Lembrava-se das visões que vinham em sua cabeça. Bellatrix dizendo sobre uma profecia. “Profecias nunca falham”. Mas onde encontrar aquelas profecias?

Lembrou-se do quinto ano. A primeira aventura que teve fora de Hogwarts.

– Ministério da Magia. – Ela disse para si mesma.

Ela fechou o livro, e o olhou mais uma vez. Realmente não se lembrava dele. Mas quem poderia tê-lo colocado lá? Com certeza foi alguém que queria ajudá-la.

– Hermione, eu estava pensando... – Rony saiu do banheiro e Hermione se assustou, deixando o livro cair no chão. – O que foi? – Ele a olhou preocupado.

– Er... Nada... – Ela se abaixou e pegou o livro. – Você comprou? – Ela apontou o livro para ele.

– Não... – Ele se aproximou e leu o título do livro. – Nunca o vi.

– Nem eu... Estava na minha estante.

– Você não lembra se alguém te deu?

– Não... Nunca o tinha visto.

– Às vezes você não se lembra...

Hermione não quis discutir. Colocou o livro de volta na estante e sorriu para Rony.

– É, talvez. Vou tomar meu banho. – Ela passou por ele e entrou no banheiro. Rony foi ate a estante e pegou o livro. Também nunca tinha visto ele por ali.





Hermione se olhou no espelho antes de se despir. Não tinha esquecido aquela história do livro, e não ia esquecer tão cedo. Pensou em todos que poderiam ter colocado o livro ali.

Nicholas foi o primeiro. Mas ele nunca tinha subido até o segundo andar, e há muitos meses ele não ia até a casa deles. Riscou Nicholas de sua lista.

Segunda pessoa. Malfoy. Há algumas semanas Rony fez uma confraternização com os funcionários do Ministério em sua casa. Draco tinha comparecido, mas Hermione não se lembrava de tê-lo visto subir para o segundo andar.

Ela se olhou no espelho. Estava se sentindo estranha... Como se não fosse ela mesma. Sentiu uma vontade incontrolável de mudar seu visual. Estava se sentindo sem graça. Pensou em todas as ex-namoradas de Rony, elas sempre foram muito sensuais. Hermione se sentiu péssima. Fechou os olhos tentando afastar aquele pensamento idiota. Mas quando fechou os olhos, só pôde ver um homem parado em sua frente, sorrindo satisfeito:

– “Está ficando mais forte Milady”.

– “Sim... Está se aproximando o dia”...

– “Ainda faltam dois anos”...

– “Mas já podemos começar com os preparativos... Quanto mais rápido eu ter meus poderes de volta, melhor”.

– “E como vai fazer isso?”.



Hermione abriu os olhos e encarou o espelho. No seu reflexo, apareceu o rosto de Bellatrix. Ela deu um grito e andou para trás. Rony imediatamente abriu a porta do banheiro, olhando assustado para ela.

– O que aconteceu Hermione?

– Ela... Ela... – Não conseguia falar, apenas apontava para o espelho. Rony olhou para o espelho, e só viu o seu reflexo, e o de Hermione totalmente assustada.

– Do que está falando?

Ainda olhando para o espelho, Hermione via Bellatrix, fazendo os mesmos gestos que ela, como se as duas fossem a mesma pessoa.

– NÃO! – Hermione gritou e apontou sua varinha para o espelho, o fazendo quebrar em pedaços.

– HERMIONE O QUE TÁ ACONTECENDO? – Rony se protegeu dos cacos de vidro. Hermione se abaixou no chão, com a varinha em mãos. Parecia em transe.

Rony olhou para o banheiro cheio de cacos de vidro, e não entendia nada do que estava acontecendo.

– Hermione! – Ele se aproximou dela, mas ela não se mexeu. – HERMIONE! – Tentou mais uma vez, mas ela continuou sem resposta. Rony a pegou no colo, ainda em transe, e a colocou debaixo do chuveiro. Não conseguiu pensar em outra coisa. Abriu o chuveiro e deixou a água cair nos dois. Como se acordasse de um pesadelo, Hermione começou a gritar e se debater. Rony a segurou e a fez olhar para ele. – Hermione, sou eu!

Ela se acalmou e olhou para ele. Olhou em volta, e o banheiro estava cheio de cacos de vidro.

– Ron... O que...?

– Hermione por que você quebrou o espelho?

– Eu... Eu quebrei o espelho?

– Hermione não me assuste... – Ele disse sério.

– Eu... Não me lembro...

Rony a encarou, talvez esperando que ela dissesse que tudo era uma maldita brincadeira. Mas ela não disse. Estava tão assustada quanto ele.

– Melhor terminar o seu banho... – Ele se levantou e a encarou, com as mãos na cintura.

– Você vai ficar aqui?

– E por que não?

– Isso é invasão de privacidade.

– Não quando você é minha esposa.

– Esposa ou não você não pode ficar olhando.

– Tá ficando maluca Hermione? Quantas vezes já tomamos banho juntos...

– Mas você me olhando é diferente.

Rony olhou sério para ela. Como se reconhecesse que perdeu a briga, ela se levantou, ainda molhada. Olhou para os cacos de vidro no chão, e Rony pegou sua varinha, fazendo-os desaparecer. Ainda com a varinha em mãos, ele encostou-se à porta, de braços cruzados, olhando para ela.

Hermione respirou fundo, e um pouco brava começou a tirar sua roupa. Não gostava de não saber o que estava acontecendo. Realmente não se lembrava de que tinha quebrado o espelho. Só se lembrava de ter visto o rosto de Bellatrix. E para piorar, ela não estava nem um pouco a fim de tomar um banho na frente de Rony. Não que não gostasse ou se sentisse envergonhada, mas gostava de fazer isso quando estava afim de provocá-lo, e esse definitivamente não era o momento.

Uma ideia veio em sua mente. Queria provocá-lo. Odiava quando ele se achava dono da razão e queria tudo do seu jeito. Mesmo que aquele não fosse o momento, ela queria provocá-lo. A Hermione de antes não faria aquilo de maneira nenhuma, principalmente em uma situação como aquela... Mas quem disse que ela era a mesma Hermione de antes?

Ela tirou sua blusa, jogando-a no chão. Estava apenas de roupa íntima. Rony parecia confortável olhando para ela, e não demonstrou nenhum tipo de excitação. Ela decidiu que ia apelar. Tirou a parte de cima de sua lingerie, e deixou que a água caísse sobre seus seios. Pegou o sabonete e começou a se ensaboar. Tentou olhar para Rony, e percebeu que ele estava um pouco inquieto, olhando para ela o tempo inteiro. Ele cruzava e descruzava os braços, se apoiava em uma perna e depois se apoiava em outra. Hermione entendeu aqueles sinais. Ele estava começando a se excitar. Ela sorriu satisfeita.

Passava o sabonete por todo o seu corpo, e deixava que a água caísse nos seus cabelos e no seu rosto. Rony se mexeu virando-se para o lado, não querendo olhar para ela. Hermione sorriu divertida, e se virou de costas. Arriscou dar uma olhada pra trás, e viu que ele continuava olhando.

– Por que não vem tomar banho comigo? – Perguntou maliciosa.

– Porque não é hora disso. – Respondeu um pouco rude.

– Qualquer hora é hora disso.

– Não depois de você enlouquecer.

– Eu posso te fazer enlouquecer. – Ela sorriu.

Rony estranhou o comportamento de Hermione. Ela não falava daquele jeito, principalmente em uma situação daquela. Era um tremendo absurdo. Foi aí que ele soube exatamente que aquela não era a Hermione com que se casou.

– Vou esperar lá fora. – Ele se virou de costas e saiu, batendo a porta.

Hermione teve um pouco de raiva, sem saber o por que. Continuou seu banho, contrariada.



Rony sentou-se na cama e apoiou a cabeça em suas mãos. Tinha que tirar aquela imagem da sua cabeça. Não poderia ficar excitado com Hermione naquela situação. Não era ela. Definitivamente não era. Mas ele era homem, e Hermione era a única mulher que o excitava com apenas um olhar. Não tinha como não se excitar vê-la tomando banho daquele jeito. Sentiu-se um idiota por pensar naquilo.

Levantou-se e tirou a roupa molhada. Colocou uma nova e foi até a estante. Pegou o livro que Hermione tinha lhe mostrado, e abriu a primeira página. Reconheceu rapidamente de quem era a caligrafia no livro.

– Rony? – Hermione saiu do banheiro enrolada em uma toalha. Parecia perdida e confusa. Ele a olhou, aguardando o que ela ia falar. – Eu... – Ela tentou dizer algo, mas achou melhor não dizer ainda. Principalmente pelo jeito que Rony a olhava. – Eu terminei o banho.

– Estou vendo. – Disse um pouco frio.

– O que está fazendo? – Ela tentou aliviar o clima.

– Estou vendo o livro que você me mostrou... Tem algo escrito, você viu?

– Sim... Mas não sei de quem é.

– Eu sei.

– De quem então?

– Essa era a caligrafia de Dumbledore.





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– Harry, pode me ajudar aqui? – Gina pegou uma enorme bandeja com batatas. Harry entrou na cozinha e pegou mais duas panelas para ajudá-la. – Allan! Meu bem... Isso não é de comer!

Allan estava com uma esponja de lavar louças na boca. Gina colocou a bandeja em cima da mesa e a tirou da mão dele. Harry começou a rir.

– Como essa esponja foi parar na mão dele? – Gina perguntou perplexa.

– Não sei... Só sei que ele puxou o pai, está sempre com fome. – Harry riu.

– Mia, pode levar o seu irmão pra sala de jantar, por favor?

Mia pegou o irmão no colo e chamou Anny para ir também. Todos foram para a sala de jantar, e a mesa estava abarrotada de coisas, como na Toca.

– Onde estão aqueles dois hein? – Gina perguntou olhando para a lareira. – Estou morrendo de fome!

– Já devem estar chegando. – Harry disse colocando Tiago sentado na cadeirinha.

No mesmo instante a lareira se acendeu, e Rony e Hermione saíram dela. Os dois estavam estranhos. Rony saiu primeiro, sem esperar Hermione, coisa que ele nunca fez. Sempre deixava ela sair primeiro e saíam de mãos dadas. Gina olhou para Harry, como se tivessem pensado a mesma coisa.

– Bom dia. – Hermione sorriu.

– Bom dia. – Rony falou um pouco desanimado.

– Bom dia. – Os dois responderam.

– Como se comportaram? – Hermione beijou cada um de seus filhos.

– Muito bem. – Gina sorriu. – Não preciso dizer quem é o mais arteiro aqui. – Ela olhou para Allan que tentava subir na cadeira sozinho.

Todos riram, menos Rony.

– Caiu da cama Rony? – Gina perguntou para ele.

– Não. – Respondeu rapidamente. Percebeu que todos olhavam para ele, curiosos. – Mas então... Estou com fome. Podemos atacar? – Ele sorriu em tom de brincadeira, disfarçando sua preocupação.

– Claro! – Gina respondeu animada.

Os homens se serviram, e Hermione colocou comida para Mia. Gina e ela colocaram os bebês na cadeira, e davam sopinha para eles.

– E então Rony... Como foi... A comemoração? – Harry sorriu. Não poderia entrar em detalhes, Mia estava na mesa.

– Ahm... Muito boa. – Rony sorriu lembrando-se da noite anterior. Nunca tinha tido uma noite melhor do que aquela. – Muito boa mesmo.

– Hum... Isso é bom.

– Se comportou boneca? – Rony perguntou para a filha.

– Eu acho que sim. – Ela disse. – Tia Ginny me emprestou alguns livros.

– Filha, você tem que fazer outras coisas além de ler...

– Deixa ela Rony. Ela gosta de ler. – Hermione disse.

– E teve a quem puxar. – Ele falou rapidamente. – Não seja igual sua mãe filha. – Ele brincou. Harry e Gina riram.

– Mas eu realmente gosto de ler pai. Ontem mesmo eu estava comprando meus materiais e uma moça me perguntou se eu gostava de ler. Eu disse que sim e ela me deu um livro. Mas não gostei muito dele... Não é do tipo que eu gosto.

– Que livro? – Hermione perguntou.

– Não sei... Falava algo de profecia... Não gosto dessas coisas. Me dá medo. Aí coloquei na sua estante mãe.

Rony olhou para Hermione.

– E quem te deu esse livro? – Rony perguntou.

– Não sei... Não a conheço. Era uma moça idosa já, usava um chapéu engraçado.

Rony pensou em alguém que poderia ter aquela aparência, mas não conhecia ninguém daquele jeito.

– Algo errado? – Harry perguntou notando os olhares preocupados de Rony e Hermione.

– Não... – Rony sorriu. – Nada. Vamos comer, estou com fome.




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Harry e Rony estavam sentados na sala conversando sobre Quadribol. Gina e Hermione estavam na varanda brincando com as crianças. Rony observava Hermione, parecia normal. Sempre dando gargalhadas e brincando com as crianças. Era a Hermione que ele conhecia.

– Rony! Tá me ouvindo? – Harry perguntou.

– Hum? – Ele voltou a atenção para ele. – Desculpe Harry.

– O que tá olhando?

– Harry, quando você tinha visões de Voldemort... Você ficava, hum... Meio estranho?

– Estranho como?

– Como se não fosse você...

– Claro, várias vezes. Eu sentia raiva, fazia coisas que não queria fazer, falava coisas que não queria falar. Mas por que está perguntando isso?

– É que hoje aconteceu uma coisa muito estranha... Hermione gritou do banheiro olhando para o espelho, quando eu cheguei lá não tinha nada. E para piorar, ela ainda quebrou o espelho.

– Ah Rony... Mulheres são neuróticas assim mesmo. Fico espantado por Hermione ser assim... Mas algumas têm essas coisas de aparência...

– Não, acho que não foi isso. Ela ficou em estado de choque. Eu tive que colocar ela debaixo da água fria.

– E resolveu?

– Não! Parece que piorou. Eu não quis sair do banheiro... Sabe, precaução. E ela começou a me... Me provocar.

Harry soltou uma gargalhada.

– Qual é a graça?

– Oras Rony... Hermione não está ficando louca por estar querendo seduzir o marido dela.

– Mas ela não é assim Harry, nunca fez isso!

– Mulheres gostam de inovar. Você mesmo não acabou de me dizer que ontem ela fez uma coisa que você nunca imaginou que faria?

– Bom... Sim... Mas foi diferente. Não parecia ela sabe... Hermione nunca pensaria em uma coisa dessas em uma situação daquela. Estou em choque até agora, e ela parece tão... Normal.

– Você tem é que relaxar, e aproveitar que ela está assim.

Rony novamente olhou pela janela. Dessa vez Hermione olhou para ele, e sorriu. Rony sorriu de volta. Um sorriso um pouco forçado. Voltou sua atenção para Harry e o Quadribol. Talvez ele tivesse razão... E Rony não poderia negar... Estava adorando essa Hermione menos vergonhosa e mais assanhada.




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– Ai... Estou exausta! – Hermione saiu da lareira com Allan no colo.

– Talvez devesse descansar um pouco. – Rony disse um pouco sério. Tinha tratado Hermione daquele jeito o dia inteiro. Ela olhou para ele, confusa. Ele fingiu não notar os olhares dela, e começou a brincar com Anny que estava em seu colo.

– Posso terminar de arrumar o meu malão? – Mia perguntou.

– Sim. – Rony respondeu sorrindo. Ela subiu as escadas as pressas. – Já disse para não correr na escada Mia, pode se machucar.

– Desculpe pai. – Ela desacelerou e andou normalmente até o seu quarto.

– Allan! – Hermione chamou a atenção do filho que não queria largar o seu cabelo.

– Quelo blinca mamãe. – Ele disse.

– Pode brincar ali no tapete. – Ela o colocou no chão. Rony também colocou Anny no chão e os dois se sentaram, brincando com o Bichento que tinha acabado de chegar.

Hermione sentou-se cansada no sofá, e Rony fez o mesmo na poltrona. Hermione o encarou. Nunca tinha notado, mas Rony ficava realmente sensual quando se sentava daquele jeito. Ela observou como ele escorava o rosto em sua mão, e se sentava praticamente deitado na poltrona. Adorava quando ele cortava o cabelo daquele jeito. Estava curto, mas jogado para o lado, um pouco rebelde. Ele observava os filhos brincando com Bichento, e na maioria das vezes estava chamando a atenção deles, principalmente de Allan. Ele notou os olhares de Hermione e se levantou.

– Vou tomar um banho. – Ele disse rapidamente, subindo as escadas e indo direto para o quarto.

Hermione respirou fundo. Não sabia o que estava acontecendo com ela. Obviamente sempre teve fetiches pelo Rony, mas dessa vez estava pior. Estava sempre com a vontade de provocá-lo, sem contar que não estava se sentindo ela mesma.

– Boa noite Senhora! – Tiffy a elfa apareceu ao lado de Hermione.

– Tiffy! – Ela respondeu animada. – O que faz aqui? Te demos a semana de folga.

– Tiffy resolveu voltar mais cedo, Senhora.

– E como foi a semana?

– Muito boa Senhora. Bordei vários sapatinhos para os bebês Weasley. – Ela mostrou uma sexta com vários pares de sapatinhos, de todas as cores.

– Oh Tiffy, são lindos! – Hermione disse sorrindo. – Obrigada!

– Se quiser Tiffy coloca os sapatinhos neles.

– Claro que quero... E... Hum, vou aproveitar e tomar um banho. Pode olhá-los um instante, por favor? – Ela sorriu.

– Posso sim Senhora. – A elfa respondeu bondosa, pegando quatro pares de sapatos.

Hermione entrou em seu quarto, já com pensamentos a mil. Pelo visto Rony ainda estava no banho, ela estava ouvindo barulhos do chuveiro. Ela rapidamente tirou sua roupa e se enrolou em um roupão. Bateu duas vezes na porta e a abriu.

– Oi Hermione. – Rony falou sem dar muita atenção para ela, de olhos fechados ensaboando seu rosto.

– Oi... – Ela respondeu rapidamente.

– Quer alguma coisa? – Ele perguntou normalmente. Óbvio que não era a primeira vez que Hermione o via tomando banho, mas normalmente ela entrava no banheiro para pegar algo ou para escovar os dentes.

– Sim.

– Então? – Ele resolveu abrir o olho. Observou enquanto ela sorria maliciosamente e tirava o roupão, ficando totalmente nua. – O que está fazendo?

– Vim tomar banho com você, oras...

– Mas agora? As crianças estão lá em baixo.

– Tiffy está com elas.

– Tiffy não está de folga?

– Acabou de chegar. – Ela se aproximou lentamente.

– Hermione... Realmente não é uma boa hora pra isso... Quem sabe depois...

– Mas eu quero agora... – Ela sorriu.

– Tá, mas não é o momento... Minha cabeça ainda está confusa depois do que aconteceu.

– Esquece isso Ron...

– Não da pra esquecer... Você nem ao menos se lembra.

– E daí? Fazemos muita coisa que não nos lembramos depois... – Ela se aproximou dele, se molhando. Passou a mão pelo peitoral dele. – E hoje você está incrivelmente sedutor.

– Eu estou normal. – Ele disse com a voz um pouco falha, por causa do nervosismo. Estava tentando ao máximo se segurar, mas Hermione não estava ajudando.

– Não tem como me segurar assim... – Ela sorriu e beijou o pescoço dele. Rony se arrepiou. – Hum... E parece que você também não consegue se segurar. – Ela olhou para baixo, sorrindo.

– Hermione... Por favor...

Mas ela parecia não ouvir. Continuou com as carícias, até Rony desistir completamente de se segurar. Agarrou a cintura dela e a encostou na parede. Hermione sorriu vitoriosa para ele, mordendo os lábios. Ele beijou o pescoço dela, e depois seu ombro. Olhou mais uma vez para Hermione, no fundo dos olhos dela.

– Vem Ron... Eu sou toda sua. – Ela disse fechando os olhos aguardando um beijo. Ele se aproximou suficiente dos lábios dela, e sussurrou:

– Quero minha esposa bem cheirosa para o jantar. Nossos filhos estão com saudades. – Ele beijou o rosto dela, e pegou a toalha, se enxugando.

Hermione olhava perplexa pra ele, e assistiu ele enrolar a toalha na cintura e sair do banheiro.

– Mas que... Argh! – Ela bateu na parede do banheiro. – IDIOTA! – Ela gritou. Não sabia por que estava com raiva dele, ou por que estava xingando, só sentia raiva. Raiva de Rony por não dar o que ela queria. Do lado de fora do banheiro, Rony sorria vitorioso.



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Hermione sentou-se à mesa com a cara mais amarrada do mundo. Rony tomava um gole do seu suco como se nada tivesse acontecido.

– Então... Terminou de arrumar o seu malão princesa? – Rony perguntou.

– Sim pai! Já está tudo pronto! – Ela sorriu.

– Está muito ansiosa?

– E como! To louca pra usar magia.

– Às vezes a magia não adianta em nada filha. – Hermione lançou um olhar para Rony.

– Realmente... Se adiantasse a vida de muitas pessoas seria mais fácil... Menos complicadas. – Ele respondeu divertido voltando a tomar o suco.

Tiffy parou de dar comida para os gêmeos para olhá-los. Percebeu o péssimo clima, e pensou se teria sido uma boa ideia ter voltado antes do tempo.

– Claro... Algumas vezes a magia seria fundamental... Como por exemplo, deixar uma pessoa perceber o quanto ela é idiota. – Hermione praticamente cuspiu as palavras tentando atingir Rony, mas ele não se mostrou abalado. Pelo contrário. Soltou uma grande gargalhada. Mia olhou para os dois, sem entender.

– Está tudo bem com vocês? – Ela perguntou.

– Sim!

– Não!

Eles responderam juntos.

– Sim ou não? – Perguntou confusa.

– Claro que sim princesa. – Rony sorriu.

– Não, não está. Acontece que seu pai se acha dono da razão sempre Mia, e ele acha que sempre temos que fazer tudo o que ele quer.

– O fato é que sua mãe parece que ainda continua a mesma menina mimada de sempre. Quer sempre tudo na hora que ela quer. E ela tem que aprender que as coisas não são assim. Existem prioridades, e tempo para fazer certas coisas.

Hermione bufou, colocando ferozmente um pedaço de batatas na boca. Mia preferiu ficar calada e continuar o seu jantar. Não queria se meter na briga dos pais, que sempre acabava rápido.

Não trocaram mais ofensas durante o jantar. Mia contava animada tudo que queria fazer em Hogwarts, e Tiffy contou como passou sua semana de folga. Rony prestava atenção e participava da conversa, mas Hermione permaneceu calada o tempo inteiro. Sempre encarando Rony.

Depois do jantar, Hermione colocou os gêmeos para dormir, e Mia também foi para o seu quarto descansar para o domingo, seria seu ultimo dia antes de ir para Hogwarts. Hermione entrou no quarto e Rony lia alguns papéis em sua cama.

– O que é isso? – Ela perguntou em um tom totalmente diferente do que estava usando na hora do jantar.

– Alguns papéis do Ministério... Tenho que checá-los até segunda.

– Eu... Queria pedir desculpas pelo modo como te tratei no jantar. – Ela sentou-se na cama. Rony largou os papéis e a olhou, sorrindo.

– Tudo bem.

– É que às vezes... Você meio que me deixa com raiva.

– Não se preocupe... Você faz o mesmo comigo. – Ele sorriu. Hermione não.

– Bom... Então vou dormir. As crianças já estão dormindo. Vai ficar acordado até tarde?

– Provavelmente...

– Ok. – Ela pegou sua camisola e começou a se despir. Rony olhou por cima dos papéis. Teria que ser muito forte para se segurar. Hermione colocou a camisola e o olhou. – O que foi?

– Nada. Não posso olhar para minha esposa?

– Agora você quer me olhar? – Ela perguntou com raiva se deitando de costas para ele.

– Hermione... Qual é... – Ele se debruçou por cima dela. – Você sabe que eu fiz certo. Você não está... Agindo como se fosse você ultimamente.

– Talvez eu queira mudar.

– Mas não devia. Gosto de você do jeito que você é.

– Ah sim... Menos sedutora?

– Quem disse isso?

– Se eu fosse sedutora o suficiente você não teria conseguido resistir.

– Sabe o quanto foi difícil para eu conseguir resistir? Você é a mulher mais encantadora e atraente do mundo... Como acha que eu fiquei depois de ter resistido? Pensei várias vezes em não resistir, mas tive que ser forte. E acredite, foi muito pior para mim.

– Se é assim... Pra que resiste? – Ela se virou para ele.

– Não estamos em um bom momento para isso...

– Você nunca questionou isso. Pra você, qualquer lugar em qualquer hora estava bom.

– Menos quando não sabemos o que está acontecendo com você.

– Não está acontecendo nada comigo!
– Mesmo? Então me diga o que se lembra de hoje de manhã quando estávamos no banheiro?

– Bom... Eu... Lembro de... Tentar te seduzir. O que não deu certo, obviamente.

– Só isso? Não se lembra de ter quebrado o espelho?

– Não!

– Viu? Isso é grave. Não vou fazer sexo com você nesse estado, seria abuso!

– Mas eu sou sua esposa! – Ela aumentou a voz irritada.

– Minha esposa ou não eu não vou me aproveitar de você. Sendo seu marido, é meu dever descobrir o que está acontecendo e te proteger, e não transar com você.

– Você pode fazer as duas coisas.

– Não, não posso.

– Viu só? Você está me irritando nesse momento! – Disse nervosa.

– Me desculpe se estou sendo sincero com você. – Ele disse calmamente, sem perder a paciência em nenhum momento.

– Sabia que 80% dos casos de traição acontecem porque o parceiro não comparece na cama?

– Mas eu estou na cama, do seu lado.

– Não seja besta Ronald!

– Está querendo me dizer que se eu não transar com você, você vai transar com outro. É isso?

– Quem sabe? Está me negando isso.

– E continuarei negando. Pode me trair quantas vezes quiser se acha que vai se sentir melhor assim.

– Então você não se importa? – Perguntou abismada.

– Não.

– Ótimo! – Ela virou as costas para ele e se deitou. Rony passou a mão pelos cabelos. Não conseguiria mais prestar atenção no trabalho. Colocou os papéis em cima da mesinha e apagou o abajur. Deitou de costas para Hermione e fechou os olhos, tentando dormir. Mas tudo o que vinha em sua mente era Hermione aos amassos com Nicholas.







– “Está recuperando as forças Milady.”.

– “Sim.” – Ela olhou para sua varinha e para o espelho totalmente quebrado no chão. – “Mas ainda preciso de tempo”.

– “Não se preocupe... Estamos muito bem escondidos. Não virão nos procurar aqui”.

– “E há essa hora os bebês já devem estar agindo estranho. Estou pegando todas as energias dele. Quem diria... Dois de uma só vez”.

Os dois sorriram um para o outro.




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– Hermione! – Gina balançou o ombro dela.

– O que foi? – Ela olhou para Gina. Molly e Fleur olhavam curiosas para ela.

– Estamos te chamando tem um tempão. – Gina disse.

– Desculpe...

– Está tudo bem, querida? – Molly perguntou preocupada.

– Está sim... Desculpem. – Ela continuou picando as cenouras.

– Querida, não é melhor você usar a varinha para cortar?

– Não Molly, tudo bem...

– É que é um pouco perigoso e...

– AI! – Hermione gritou jogando a faca no chão. As três se aproximaram correndo e viram o dedo de Hermione sangrando.

– Era isso que eu estava dizendo... – Molly correu no armário e pegou o quite de primeiros socorros. Hermione colocou o dedo debaixo da água para lavar o machucado. Depois Molly o enrolou em uma atadura.

– Está tudo bem... Não está doendo tanto... – Hermione sorriu. – Obrigada.

– Mãe, acho que Hermione poderia ficar lá fora olhando as crianças... – Gina disse.

– Tem razão... Nós damos conta do almoço querida. – Molly sorriu.

Hermione não quis contrariar a sogra. Sorriu e saiu da cozinha. Foi para o jardim com a cara emburrada. Tinha sido praticamente expulsa da cozinha. Ela olhou para o seu dedo machucado.

– Oi linda! – Rony chegou ao lado dela beijando seu rosto.

– Oi amor. – Hermione sorriu.

Estavam muito bem naquele domingo. Hermione acordou bem humorada, e não tinha feito nada de estranho como no dia anterior. Rony também estava de muito bom humor. Adorava quando sua família ficava reunida.

– O que é isso? – Ele olhou preocupado para o dedo dela.

– Não foi nada. – Ela sorriu. – Cortei enquanto picava as cenouras. E depois fui expulsa de lá. – Ela brincou.

– Não está doendo?

– Não se preocupe... Vai sarar logo. – Ela sorriu.

– Então aproveitando que te expulsaram da cozinha... Podemos aproveitar. – Ele sorriu e a abraçou por trás.

– Não vai jogar Quadribol hoje?

– Depois do almoço. – Ele beijou o pescoço dela.

– E as crianças?

– Elas estão bem... Fred e Jorge estão com ela.

– Isso é perigoso. – Hermione riu.

– Não se preocupe... Estão bem.

– OLHA SÓ RONY! – Fred gritou do jardim. Rony e Hermione se inclinaram sobre o arbusto para olhar. Mia estava em pé em sua vassoura com o Pomo de Ouro na mão.

– AMÉLIA VOCÊ ESTÁ LOUCA? – Hermione correu até ela. – DESCE DAÍ AGORA!

– Mas mãe... Eu peguei o Pomo.

– NÃO INTERESSA! DESCE DAÍ! - Ela falava brava.

– Amélia, obedeça a sua mãe. – Rony disse autoritário.

– Mas pai...

Rony a encarou. Com cuidado ela se sentou na vassoura, descendo para o chão.

– Você está de castigo! – Hermione dizia brava. – Vou mandar uma carta para McGonagall dizendo que você não vai fazer testes para time de Quadribol nenhum!

– Ahhh mãeeee..

– Nada de “ahh mãe”.

– Hermione... – Rony tentou acalmá-la.

– É a minha ultima palavra. – Ela olhou para Rony.

– Hermione não precisa de tudo isso...

– Ela não pode ficar fazendo isso Rony!

– São apenas coisas de criança. Harry fez isso quando pegou o primeiro Pomo dele. – Rony olhou para Harry que afirmou com a cabeça.

– Vai passar por cima da minha palavra? – Perguntou furiosa.

– Não. Só acho que está sendo exagerada.

– E você acha melhor continuar mimando ela, para ela fazer coisa muito pior no futuro?

– Não estou mimando ela.

– Está sim! Mia já tem onze anos, precisa aprender a obedecer.

Mia ficou calada olhando para os dois.

– Quer saber? Esquece! Crie nossos filhos do jeito que você quiser. – Hermione se virou e entrou em casa, batendo os pés.

Todos que estavam no jardim olharam para Rony, esperando uma explicação para aquele ataque de fúria sem nexo.

– Não se preocupe princesa... Sua mãe está um pouco nervosa. – Ele sorriu.



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Hermione não desceu para o almoço. Ficou no quarto de Gina o tempo inteiro, apenas olhando pela janela e assistindo ao jogo de Quadribol da família. Mia era realmente boa, e Rony estava sempre orgulhoso dela. Percebeu como Fleur cuidava dos gêmeos com tanto carinho como se fossem seus filhos. Victória estava sempre ao lado, idêntica a mãe.

Pensou se talvez fosse realmente uma boa mãe. Tinha castigado Mia sem precisão. Mas ficou com raiva por Rony ter passado por cima de sua palavra, e era o que ele mais fazia.

Ouviu batidas na porta. Era Gina.

– Posso entrar?

– Bom... O quarto é seu. – Hermione disse.

– Podemos conversar?

– Claro... – Se ajeitou na cama, Gina sentou do seu lado.

– O que está acontecendo com você?

– Eu só fiquei nervosa porque Mia estava fazendo aquilo... Acho perigoso e acabo...

– Não estou falando disso. – Gina a cortou. – Estou falando de tudo o que está acontecendo.

– Não tem nada acontecendo Gina.

– Você está sempre nervosa, age estranho, algumas vezes não responde quando te chamamos e fica olhando para o nada.

Hermione ficou calada.

– Rony está muito preocupado com você. Ele acha que algumas vezes nem parece você... Está desesperado para saber o que é...

– Algumas vezes... Eu tenho algumas... Visões. – Hermione disse.

– Que tipo de visões?

– De um homem, conversando comigo... Como se fosse um sonho. Mas não sou eu que estou conversando com ele, é a voz de outra pessoa... Bellatrix.

– Acha que isso tem a ver com toda aquela história?

– Bom... Eu dei o meu sangue no lugar do sangue dos gêmeos.

– Mas faz tanto tempo Mione...

– Mas as visões nunca desapareceram. Como quando Harry tinha visões de Voldemort.

– Hermione! – Gina colocou as mãos na boca. – Você precisa contar ao Rony.

– Não Gina... Não quero preocupá-lo.

– E como acha que ele está?

Hermione não respondeu.

– Olha... Eu acho que você deveria contar. Rony pode conseguir descobrir alguma coisa.

– Amanhã vou até o Ministério... Resolver uma coisa. Sobre uma profecia.

– Que profecia?

– Eu não sei... Mas algo me diz que eu preciso saber.

– Quer que eu vá com você?

– Não... Acho melhor eu ir sozinha...

– Nós nos preocupamos com você Hermione. Todos nós. – Gina segurou sua mão.

– Eu sei. – Hermione sorriu. – Obrigada. – Ela apertou a mão da amiga.




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Chegaram em casa e os gêmeos logo correram atrás do Bichento. Mia saiu com a cabeça baixa e sua vassoura na mão.

– Mia. – Hermione a chamou antes que ela subisse as escadas.

– Sim mãe? – Educadamente ela se virou para Hermione.

– Desculpe por ter falado daquele jeito com você.

– Tudo bem...

– Está liberada do castigo. Não irei escrever a carta para Minerva.

– Obrigada mãe. – Ela disse um pouco desanimada. – Boa noite. – Ela abaixou a cabeça e foi para o seu quarto. Hermione olhou para Rony.

– Ela não está chateada pelo castigo... E sim em como você falou com ela. – Ele disse friamente, indo pegar os gêmeos.

Hermione foi ajudá-lo. Os dois seguiram para o quarto dos gêmeos, e fizeram os dois dormirem. Colocaram cada um em seu respectivo berço e depois foram para o seu quarto.

– Eu... Já volto. – Hermione disse saindo do quarto. Abriu a porta do quarto de Mia e a olhou sentada em sua cama, lendo um livro. – Posso entrar?

– Sim. – Ela fechou o livro e olhou para sua mãe. Hermione se sentou na frente dela.

– Sabe meu bem... Nem todos os bruxos são como nós... Alguns são maus o suficiente para fazerem coisas horríveis, e muitas vezes essas coisas afetam outras pessoas. Você sabe o quanto eu e seu pai amamos você e seus irmãos, e nós faríamos tudo para protegê-los. Eu fiz uma coisa para proteger seus irmãos, e agora estou pagando o preço.

– O que você fez mãe?

– Não acho um bom momento para te contar isso... É complicado para você entender. Estou querendo dizer, que se eu me irritar com você como aconteceu hoje, com seus irmãos ou com seu pai... Não estou tendo controle sobre mim...

– Eu não estou entendendo mãe...

– Só precisa saber disso. Não fique com raiva de mim por isso está bem? Você sabe que eu te amo muito, e sempre vou querer o seu bem.

– Eu sei mãe... – Ela disse chorosa. – Estou com medo por você.

– Não se preocupe... Nós vamos resolver isso logo está bem? – Hermione a puxou para um abraço apertado.

– Eu te amo mãe.

– Eu também te amo filha. – Hermione limpou as lágrimas que insistiam em cair. Também estava com medo. Da porta, Rony sentiu seu coração doer.



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Hermione voltou para o quarto e trocou de roupa. Rony estava sentado terminando de checar os papéis.

– Ainda trabalhando? – Ela perguntou vestindo sua camisola.

– Sim. Estou acabando.

Ela foi para a cama, e se deitou. Rony a olhou. Adorava aquela camisola. Hermione realmente estava provocando. Rony pegou o lençol e cobriu as pernas dela.

– O que foi? – Ela perguntou.

– Está frio.

– Mas eu estou com calor. – Ela tirou o lençol e deixou suas pernas aparecendo. Rony respirou fundo e continuou a olhar seus papéis. Hermione ficou se mexendo na cama, até Rony colocar os papéis de lado e olhar para ela. – O que foi Ronald?

– Eu que te pergunto o que foi. Por que está inquieta?

– Eu já disse que estou com calor.

– Deve estar uns vinte graus lá fora. Como está com calor?

– Por que estamos dentro de casa, e aqui faz calor.

– Ou você está querendo me provocar. Eu já disse que não vou transar com você nesse estado.

– Hoje de manhã você pensou diferente.

– Porque hoje de manhã era você que estava lá.

– Mas ainda sou eu que estou aqui.

– Eu sei que não.

Hermione virou os olhos e se deitou. Pegou o lençol e se cobriu.

– Ouvi você conversando com Mia.

– Imaginei...

– Por que não me conta o que está acontecendo?

– Não está acontecendo nada.

– Você sabe que está. Está agindo estranhamente, como se não fosse você.

Hermione respirou fundo e se sentou.

– Estou tendo algumas visões...

– Que tipo de visões?

Hermione contou para ele, tudo o que via em seus sonhos e até mesmo quando estava acordada.

– Por que não me disse isso antes? – Perguntou um pouco nervoso. – Você disse que não tinha isso desde quando os gêmeos nasceram.

– Voltou a algumas semanas.

– Deveria ter me contado.

– Pensei que não era algo importante.

– Não é algo importante? Você age como se fosse uma louca, grita com sua filha, se irrita facilmente.

– Por isso eu não queria te contar. – Ela se virou novamente e deitou. Rony respirou fundo e olhou para ela.

– Hermione...

– Que foi Rony? Vamos dormir! Amanhã você acorda cedo.

– Seu dedo não estava machucado?

– Sim. O que é que tem?

– Onde está a atadura?

– Eu tirei quando voltei do quarto de Mia, estava me incomodando.

– O machucado não está mais aí.

Hermione olhou para o seu dedo. Não parecia nem que ela tinha se machucado. Estava intacto.




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