"Trying hard to reach out
But, when I tried to speak out
Felt like no one could hear me
Wanted to belong here
But something felt so wrong here
So I\'d pray
I could break away. "

Claire:

Sai do banheiro nervosa, minhas mãos suavam de um jeito horrível, muito pior como da primeira vez.Não conseguia pensar em outra pessoa, só no Charlie, sentei em minha cama e fiquei esperando passar os 90 segundos como dizia no teste. E com certeza foram os piores 90 segundos de toda a minha vida.Tinha saído da ilha há quase 2 meses, como pude deixar isso acontecer? Não consegui controlar as lágrimas que teimavam em cair em minha face, tentei limpa-las, mas sem sucesso.

(...)

2 meses atrás.

Estavamos no helicóptero, Charlie me abraçava tão forte como se nunca mais fossemos nos ver e eu tentava deixar Aaron mais calmo,ele estava tão assustado tadinho.Não sabíamos pra onde estavamos nos levando, mas sabiamos que dali em diante nossas vidas mudariam. Kate, Jack, Sawyer, Hurley... como seriam a vida de todos depois desse resgate? Não conseguia imaginar como tudo estaria no mundo real, é dificil demais pra eu entender que sobrevivemos a um acidente áereo e passamos aquele tempo todo naquela ilha, muitas coisas aconteceram.
A viagem foi longa e cansativa até o aeroporto de Nova York, o JFK. Quando desembarcamos vários paramédicos se aproximaram de nós, como se precisassemos daquilo. Fui andando pela pista com Aaron no colo e Charlie estava do meu lado, abraçado a mim, sempre me passando força. Entramos pelo portão de desembarque e a surpresa:

- Senhor Jack, Jack Shepard! - uma repórter gritou.

- São eles, vamos falar com eles! - outro falou.

- São os sobreviventes.

Vários reporteres se aproximaram de nós como se fossemos famosos ou algo do tipo, o que estava acontecendo ali? Eu estava tão confusa e cansada.
Alguns membros da compania aerea interferiram não deixando que os reporters se aproximassem de nós.

- Claire! - Charlie me chamou, eu demorei um pouco pra voltar a \'Terra\' e ver que ele estava me chamando, o olhei.

- O que? - sussurrei.

- Você tá bem?Quer que eu segure o Aaron?

- Não, eu to bem. - respondi o mais rápido que pude.

(...)

O que aconteceu nesses últimos dois meses?
Charlie e eu decidimos morar juntos, e eu gostava tanto dele, além dele ser super fofo e carinhoso comigo e parecer gostar realmente de mim, ele ia ser pra sempre o pai que o Aaron nunca teve.Esteve presente em vários momentos importantes da vida dele e cuidou dele como se ele fosse realmente seu filho.
Alugamos juntos um apartamento não muito grande em Los Angeles, onde era realmente a nossa casa, onde realmente amavamos viver.
Várias vezes acordei a noite com um barulho estranho, um barulho calmo.Era o piano, Charlie estava tocando.Levantei da cama, um pouco desnortiada e caminhei lentamente até a sala, onde ficava o piano, a única luz acesa era da vela que estava em cima do piano enquanto Charlie tocava, eu parei pra observar aquela cena, era tão linda.
Ele me viu e sorriu timidamente.

- Desculpa, Claire, eu ... eu não queria te acordar, eu fiquei sem sono e ...

- Eu amo acordar com você tocando, Charlie! - sorri ternamente e mordi meu lábio inferior.

Vi o olhar dele percorrer todo o meu corpo, senti um arrepio enorme por ele todo. Charlie fechou o piano e apagou a vela, levantou-se do banquinho e se aproximou de mim. A sala não estava totalmente escura, as luzes que vinham das luminárias da rua iluminavam o cômodo.Senti as mãos dele em minha cintura, a puxando pra mais próximo de si.Não iria resistir, não podia resistir.Nos beijamos intensamente, Charlie procurou rapidamente a barra do meu pijama e o puxou pra cima, tirando-o e jogando no chão.Pulei no colo dele, ficando com as pernas entrelaçadas em seu quadril e fomos assim até o quarto, nos beijando.