Gorgeous escrita por Mothra


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira ZoRobin, que alegria conseguir finalizar algo sobre o meu principal OTP de One Piece - mesmo eu amando tanto Law x Bonney.A escrevi enquanto estava no hospital, mas gostei do resultado mesmo assim. Espero que gostem e boa leitura. ♥



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Aqueles olhos deslumbrantes o perseguiam. Discretos e misteriosos, os olhos daquela mulher vil sempre estavam em tudo o que ele via. Mesmo depois de tanto tempo, não havia se habituado a eles. Depois de dois anos, aqueles olhos permaneciam os mesmos e ele sentia-se aliviado por isso ao avistá-la ao longe, dentro do Ninho do Corvo.

Robin tinha sido a penúltima pessoa a chegar à Sabaody, perdendo apenas para Luffy. E ele tinha sido o primeiro a chegar e se vangloriava por isso; seus companheiros sempre o julgaram pelo seu péssimo senso de direção. Mas ele nunca se perdia.

As coisas que mudavam de lugar.

Ao ver que a mulher estava mais próxima do navio, o espadachim fez questão de descer do seu local de treinamento para recepcioná-la. Não que isso fosse de seu feitio, se fosse os outros nem desceria, mas aquela mulher era especial. Era a sua mulher, da qual foi forçado a se separar por dois anos numa situação desesperadora e humilhante. Por isso se sujeitou ao treinamento com o melhor espadachim do mundo, Juraquille Mihawk, para nunca mais se separar dela e dos outros, para proteger a ambição de seu capitão até que ele vire o aclamado Rei dos Piratas.

Depois de uma passada na cozinha – antes que o Ero Cook voltasse – pegou uma garrafa de sakê para si, sua garganta estava seca pela expectativa em encontrá-la; foi por ela que mais esperou todos esses anos. Recostou o dorso de seu corpo e uma das pernas no mastro e segundos depois ela surgiu.

Zoro conseguiu ver a surpresa naqueles olhos que tanto apreciava, que reluziam como duas safiras grandes; se perdeu neles por instantes que foram infinitos a seu ver. Bebeu um longo gole da bebida e da visão dela, secando a garrafa e então deixou esta cair sobre o convés do Thousand Sunny, a grama fofa amorteceu o impacto da queda.

– Robin... – sua voz foi alívio e saudade.

A mulher abriu aquele sorriso que ele ansiou todo o tempo que esteve longe dela. O sorriso que o mantinha lúcido e que o enlouquecia.

– Olá, Zoro. Você cresceu. – comentou, levemente divertida.

Ele gargalhou. A mulher tinha razão, ele havia crescido; mas não muito, a arqueóloga permanecia com a estatura maior que a sua.

– Você também está diferente.

Robin ostentou o sorriso que adornava os lábios, retirando a pequena mochila que carregava dos ombros ao abandoná-la no chão. Trajava uma blusa roxa deveras decotada e curta, deixando sua barriga à mostra. A saia de estampa floral era comprida e amarrada de lado no quadril, mas deixava a perna direita exposta pela abertura lateral. Podia sentir os olhos clínicos do espadachim analisando seu corpo, o que despertou algo dentro dela.

– Você acha? – o tom foi sugestivo e ele sorriu.

Zoro também estava muito diferente; além da altura, estava muito mais musculoso do que há dois anos. Tinha mudado seu visual também, usava uma calça negra e o aquecedor de barriga; ambos eram cobertos por um haori de mangas longas que deixava parte de sua cicatriz no peitoral exposta. As três katanas de seu estilo Santoryuu estavam atadas na lateral direita de seu quadril por uma faixa vermelha, enquanto no bíceps esquerdo estava amarrada a sua marca registrada que o evidenciava como o Kaizoku Gari: a bandana negra. Havia outra coisa diferente no homem, uma cicatriz no olho esquerdo que jazia fechado.

– Talvez. – respondeu, com ar de mistério.

Ambos sorriram. Não que fosse típico de Zoro sorrir, mas a presença da mulher o iluminava de um jeito que não conseguia explicar – nunca fora bom em se expressar com palavras. O simples fato dela estar ali, sã e salva já era razão para se sentir parcialmente realizado. Não duvidava da força e habilidade da mulher, mas Nico Robin tinha todo o Governo Mundial como inimigo – do qual ele também se tornara – e não poder estar próximo para protegê-lo ao longo dos dois anos era algo que o frustrava e o incentivava ao mesmo tempo. Esse foi o principal motivo que o levou a treinar tão arduamente, nunca mais se separaria dela.

Um silêncio constrangedor os aplacou durante alguns minutos, enquanto a brisa vinda do mar beijava seus corpos e os absorvia em inúmeras lembranças de quando navegavam juntos; mal podiam esperar para se reunir com os outros e finalmente partir em direção a Ilha dos Tritões e de lá para o temido Novo Mundo, a segunda metade da Grand Line que é dominada pelos Yonkou.

Mas antes disso, havia uma necessidade a ser suprida.

As madeixas longas e negras da usuária de Hana Hana no Mi esvoaçavam ao vento quando ele se aproximou calmamente, embora seus anseios não fossem tão brandos assim. Sentia falta daquela morena, de seu cheiro, de seu calor e principalmente, seu amor.

Mulher... – sussurrou, defronte a ela.

Robin teve que inclinar levemente seu rosto para fitá-lo, o calor dos dedos calejados que arrastaram suavemente em sua face quando o espadachim afastou uma mecha de seu cabelo e a colocou atrás de sua orelha era indescritível. Estavam tão próximos agora que podia sentir o hálito quente alheio acariciar seus lábios trêmulos, aflitos pelo contato.

O homem entendeu o sinal dado por ela e a tomou pela cintura, puxando-a para junto de si enquanto a outra mão deslizou para a nuca alheia, engajando-a num beijo ardente que evidenciava tudo aquilo que sentia por ela: amor, saudade e o desejo urgente de possuí-la.

Robin sentia as mesmas coisas e enquanto suas línguas brigavam pela dominação do beijo, desfrutando daquele contato lascivo, sorvendo daqueles lábios o sabor de sakê que possuíam. Suas mãos o enlaçaram pelo pescoço, mantendo-o cativo de seu abraço, aproximando ainda mais seus corpos. Ele a pressionava os dedos na cintura da morena, sentindo em pele o calor que o corpo dela emanava e ela descontava ao invadir seu haori e arranhá-lo nas costas por onde alcançava.

Mordidas e chupões foram distribuídos ao longo do belo pescoço de Robin, que deixava escapar gemidos lânguidos e eróticos que o levava a loucura, a ponto de girar o corpo com ela e fazê-la andar de costas até que seu dorso foi de encontro ao mastro central do navio, onde ele estava recostado antes.

– Zoro... Alguém pode chegar... – argumentava com dificuldade.

– Você me provoca com esses gemidos e depois diz isso? – proferiu, ao intercalar entre uma mordida e outra, deixando marcas na mulher.

A mão escorregou pela cintura da mulher e de encontro a abertura lateral da saia alheia, invadindo-a sem pudor algum enquanto assediava a coxa torneada da mulher. Puxou a perna dela para cima, segurando-a próxima de seu quadril enquanto sentia a fartura das nádegas da morena, enquanto a prensava contra o mastro, apreciando o contato dos seios volumosos da mulher em seu peitoral definido.

Kenshin-san... – sussurrou no ouvido dele, provocando-o ainda mais.

O casal era consumido pelo desejo e a luxúria estava anuviando os pensamentos da arqueóloga que estava prestes a se entregar ali mesmo; aliás, estar encurralada contra o mastro era nostálgico, a primeira vez que ele a domara também tinha sido num mastro, mas no do Going Merry, no porto ocidental de Jaya. Mas ao contrário dele, era sensata. Mesmo com o seu interior em fogo pela chama que a incendiava de dentro para fora, ela teve a brilhante idéia de brotar partes de seu corpo fora do navio; várias orelhas estavam ocultas pela vegetação rasteira do Arquipélago, o que a deixava atenta a qualquer aproximação. E conseguiu ouvir através de uma delas a voz da eufórica navegadora dos Chapéu de Palha.

– N-nami está vindo...

– Foda-se aquela bruxa. – o tom era raivoso, como um predador que não estava disposto a deixar sua presa ir.

– Ela está chegando, pare... – tentava respirar, mas os toques lascivos dele não ajudavam. – Pare!

Reuniu toda a força que tinha e jogou as mãos contra os ombros alheios, empurrando-o para longe de seu corpo enquanto seu pé voltava a tocar o chão e ela tentava se recompor; sua pele estava levemente salpicada pelo suor e suas roupas amassadas.

– Isso não acabou aqui. – sua voz soou autoritária, que foi intensificada pela ordem. – Te espero lá em cima, Robin.

E deu aquele sorriso perverso, recheado de malícia que fazia ela se render a qualquer desejo do Espadachim. Ouvir seu nome saindo pelos lábios dele era tão certo, aquele tom rouco a excitava e apenas o vislumbre dele foi o bastante para fazê-la estremecer; o Ninho do Corvo era o local onde mais passavam tempo juntos – a maior parte dele explorando o corpo alheio.

– Eu levo o sakê. – finalizou, esboçando um sorriso igualmente repleto de intenções nada inocentes.

Assim como aqueles orbes azuis que denunciavam todo o desejo que nutria por ele; aqueles olhos que o hipnotizava e o rendia. Que o enfeitiçava e o fazia refém daquela charmosa mulher mais velha, que domara seu coração desde que a viu pela primeira vez.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim! Estava ansiosa para postá-la o quanto antes, confesso. Me perdoem se eu tiver fugido um pouco da personalidade deles. E deixem reviews! Com elogios, ou críticas. Isso é muito importante para mim como autora, de verdade. Obrigada por acompanhar e até a próxima. Beijos apimentados. ♥