A balada não tinha sido das melhores hoje, por isso até meio que sai cedo para os meus padrões era apenas quatro da manhã eu fui pra casa. Tentando fazer o mínimo barulho possível para não acordar meu pai que me dissera que era pra ficar em casa essa noite, mas fora em vão ao ter passar pela porta do quarto dele apenas ouvir uma voz meio desapontada chamando meu nome.

-Oliver?

Meio resignado entro no quarto dele pronto para ouvir mais um de seus sermões.

-Achou mesmo que não perceberia sua escapadinha? Não acha que esta meio tarde para ir para cama? Disse-me meu pai Robert Queen.

- Bem tecnicamente esta cedo já que esta amanhecendo! Tentei colocar um pouco de animo nessa situação.

Ele apenas abaixou os olhos e com uma voz forte me mandou sentar na cama. Sabia que agora era a parte do sermão, o mesmo de sempre!

-Onde você estava?

-Com o Tommy, era aniversario dele. Tommy era meu melhor amigo e desde criança quando nos conhecemos nunca mais nos separamos.

Meu pai me olhou torto e passando a mão incontáveis vezes na testa, me direcionando um olhar duro.

-E quantos anos o Tommy tem agora? 100? Porque alguns meses atrás foi o aniversario dele, e antes disso alguns meses mais também!. Putz estava mesmo encrencado.

-Eu disse aniversario? Não era a despedida de solteiro dele!

- Oliver, eu já estou cansado de suas desculpas, hoje ainda é terça feira e você me chega a uma hora dessas, você precisa crescer meu filho, não estarei sempre contigo para lhe ajudar,

Tinha que dar um jeito de acabar com essa conversa antes que chegasse a contar meus erros e jogá-los na minha cara.

-Pai eu não fiz nada de errado, só queria me divertir, descansar um pouco!

Ao olhar o rosto do meu pai soube na hora que disse as palavras erradas, seu rosto virou em um gelo.

- Descansar Oliver às 4h da manha na rua? Você estava fazendo nada errado quando foi preso em Amsterdã? Em Amsterdã onde nada é proibido?

- Bem aparentemente é se não eu não teria sido preso! E será que ele nunca vai esquecer isso já passou alguns meses e foi um pequeno errinho.

- Oliver você precisa criar juízo já esta com 28 anos, precisa casar, formar uma família criar responsabilidades, e nada melhor que uma mulher para te dar isso. Se você se apaixonar, manter um relacionamento estável e conseguir levar essa mulher ao altar, vai mostrar que amadureceu.

Casar, esse assunto de volta, sempre volta pra isso, sou jovem e nunca quero me casar, quero curtir minha vida.

- tudo bem pai amanha eu fico em casa!

- Não quero que fique em casa, quero que crie responsabilidades e se eu me for como vou saber que você conseguir virar sozinho sem acabar morto em uma vala pra indigentes?

A historia da vala, sempre volta nela também, casamento, eu numa vala sem nome o que vinha a seguir mesmo? Não quero lembrar quero dormir e acabar logo com isso.

- E você como esta sentiu alguma dor de cabeça ultimamente? Essa dor ultimamente tem aparecido freqüentemente. Vamos descasar o senhor precisa disso.

-Tudo bem meu filho pode se retirar durma um pouco e depois você tem que ir trabalhar! Ele guardou o livro que estava lendo, a Arte da Guerra de Sun Tzu, sempre o mesmo livro, será que ele não se cansava de ler aquilo não.

Antes que eu pudesse chegar à porta um raio passou pela janela me fazendo arrepiar a coluna, antes que pudesse me dar conta já estava pulando na cama de meu pai.

- Depois de todo esse tempo ainda tem medo de uns raiozinho Oliver? Vendo o divertimento em seu rosto estampado.

- Eu medo? Quando? Só queria verificar se você não estava precisando de alguma coisa, vai que você queria no meio da noite eu posso ajudar.

Em pouco tempo ambos dormimos, talvez pelo cansaço talvez por medo, mas dormi bem, ao menos do jeito que pude com aquela tempestade ao lado de fora da mansão.

Ao acordar de manha com o telefone tocando, meu pai já não estava por perto, não pude acreditar, queria matar a pessoa do outro lado da linha. Mas era a minha chefa Joana, não que ela fosse chata, ela era apenas correta demais pro meu gosto e autoritária também.

- Oliver, se você não estiver aqui dentro de 15 mim pode nem se dar ao trabalho de chegar aqui. Não podia perder outro trabalho se não meu pai me mataria e me faria trabalhar na Queen Consolidated.

Trabalhava no Café Verdant, hoje tinha concordado pegar o turno da manha para não desapontar minha chefa, quando cheguei la ela já estava me esperando para passar as ordens de sempre e também o belo e velho sermão que eu estava acostumado.

Após o horário de pico de manha quando todos tomavam café este lugar ficava vazio, o que me deixava um pouco com tédio, tinha o lado bom que quando estava quieto assim podia dar umas escadas e passear.

Mas esta não seria uma manha como todas as outras, ao tocar meu telefone com um numero desconhecido sabia que algo de ruim tinha acontecido, atendendo ao telefone só confirmei minhas suspeitas.

- Alô? Oliver, aqui é Malcolm Merlyn o advogado de seu pai, eu sinto muito lhe informar, mas ele foi admitido no hospital. Após isso não pude escutar mais nada, sai do Café e fui correndo para ao hospital, sabia que aquelas dores de cabeça não podiam ser nada.

Ao chegar ao hospital o medico me informou sobre o quadro de meu pai, ele tinha um aneurisma no cérebro inoperável, e que agora só era questão de tempo para ele não estar entre-nos, eu já havia estado nessa mesma posição encostado na parede desolado enquanto alguém me dizia que a pessoa eu amava tanto não iria voltar e dessa vez não tinha meu pai para me consolar e dizer que tudo voltaria ao normal e daríamos um jeito, não nunca mais teria ele ao meu lado, mesmo sempre ocupado com o trabalho ele sempre esteve ao meu lado, mas não mais a partir daquela tarde quando ele me deixou.