No capitulo anterior...

“Você! Você sabia do diagnóstico! Eu não acredito que você fez isso House. Por que não aplicou logo o tratamento nela? Você matou aquela menina House!” – Wilson gritava com House a esse ponto.

“Não ia fazer a menor diferença, a doença já tinha chegado ao coração e pulmão. Não tinha mais chances pra ela.” – A voz de House saiu de uma maneira que Wilson nunca tinha o ouvido usar antes, mesmo assim não abaixou o tom de repreensão para com ele.

“Você passou dos limites House. Passou dos limites!”

“ Eu sei.”

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“Você o quê?”

A voz de Cameron pôde ser ouvida por House e Wilson, que no mesmo instante se viraram para a porta. Wilson continha um olhar de desculpas, enquanto House apenas permanecia com nenhuma expressão em seu rosto. Claro sua máscara, automaticamente, de volta no mesmo lugar. Com nenhuma resposta, ela repetiu a pergunta em um tom perigosamente baixo.

“Você o quê, House?”

Ela não poderia acreditar no que ela tinha ouvido anteriormente, ela não queria acreditar... House realmente sabia do diagnóstico? Isso não era justo com ela, não era justo com sua vida profissional, com sua ética, com os seus sentimentos. Isso não foi nada justo para Lucy também. Cameron suspirou e levantou a cabeça, de modo que tentou reprimir as lágrimas que começaram a arder em seus olhos. O silêncio como resposta, novamente, ela voltou a fitar os homens presentes na sala, olhando no fundo dos olhos de cada um.

“DROGA HOUSE, ME RESPONDA!! VOCÊ SABIA O TEMPO TODO?”

Cameron grita agora levando, tanto House quanto Wilson, a estremecerem em um grande susto com o surto repentino no tom de voz de Cameron. Ela não estava brincando, ela não estava com paciência, ela estava cheia de tanta mentira. Finalmente House tem uma reação: ele caminha em direção a sua mesa e pega o envelope. Ele caminha de volta a Cameron estendendo os braços, esperando que ela pegue o papel enquanto confirmou sussurrando sua resposta e balançando levemente sua cabeça, em afirmação, caso ela não tenha escutado sua voz. Ela tenta ao máximo ignorar a resposta que ele lhe dera e as lágrimas que picavam seus olhos com uma força maior.

“O quê é isso?” – Ela diz tão baixo que House quase não a escuta.

“Abra-o” – Ordena House, não tão autoritário, mas de modo... Recisivo? Sério? A mente de Wilson achou que seus ouvidos estavam lhe pregando uma peça..

Ao abrir o envelope e ler o seu conteúdo, Cameron leva a mão a boca e tenta reprimir um soluço que escapou de sua boca, enquanto lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto, agora.

“Você-Você sabia e não me contou. Eu confiei em você!”

Não havia dúvidas de que ela se referiu a Wilson. Ele deu um passo a frente estendendo os braços para segurá-la, mas com um simples balanço da cabeça de Cameron, ele recuou. Ela estava de olhos fechados, mas a fúria ainda evidente em sua expressão: seus lábios contraídos apertando com força um contra o outro, sua mandíbula fortemente pressionada contra seu maxilar. Mas então de repente, sua expressão se suaviza um pouco mostrando agora apenas a sua mágoa, sua tristeza, a sua dor. Ela puxa mais uma respiração profunda, antes de se voltar para House.

“Por quê? POR QUÊ HOUSE?!” – sua voz lentamente aumentando de tom novamente enquanto sua raiva queimava dentro dela. – “E não ouse mentir pra mim!”

“Eu queria me vingar de você” – House diz em baixa voz.

Cameron não pode acreditar em suas palavras, ele realmente quis dizer isso? Mas se vingar do quê? O quê eu fiz pra ele? A médica pensava, mas quando a realização dura daquelas palavras bateram nela, perplexidade foi vista em seu rosto, ela arregalou os olhos e abriu a boca, querendo dizer algo mas incapaz de fazê-lo. Finalmente reunindo um pouco de força, ela assume uma posição. Endireita os ombros, um olhar frio de desgosto e repugnância, toma conta de seus lindos olhos verdes, ela agora parecia tão intimidadora que House diria que era outra pessoa, ela estava... diferente.

“Eu realmente te amei House, de verdade. O meu único arrependimento agora é ver o quanto eu fui burra em amar você. Um bastardo insensível! Fui tola em achar que você poderia amar alguém, não eu necessariamente, mas qualquer um. Como fui ingênua, você nem se importa com o seu único amigo, o que dirá amar uma pessoa. Eu. Odeio. Você.”

Algo bateu no coração de House. Angústia? Não, mais forte. Arrependimento? Não, mais corrosivo. Claro!: Dor. As palavras dela o atingiram com tamanha força que ele perdeu todo o ar de seus pulmões, como se acabara de levar um soco no estômago, parecia que ele iria cair no chão a qualquer momento. Aquela dor era muito pior do que a dor em sua perna. Suas palavras foram como facas em sua pele. Eu te odeio, eu te odeio...As palavras era como um mantra que repetia em sua cabeça, o torturando ainda mais. Ela o odeia, ELE próprio se odeia agora, vendo os olhos cheios de dor de Cameron sentiu algo diferente nela, algo que o chamou atenção, algo que o disse que ele não estava lhe dando com a mesma pessoa que ele conhecia antes. Ele estava tão envolto em seus pensamentos que mal ouviu Cameron dando meia volta e saindo de sua sala com Wilson gritando logo atrás.

Ele desabou em seu sofá. Realização batendo finalmente em sua mente. Wilson estava certo:

Esta não era Cameron. Não. Esta era uma pessoa mais confiante, mais ousada, mais corajosa e mais magoada também. Por culpa dele. Ele já havia magoado Cameron antes, mas agora era diferente, a reação dela foi diferente porque ele não machucou Cameron.

Ele feriu a Allison.