The Girl Is Mine escrita por nanny


Capítulo 7
Do I Wanna Know?


Notas iniciais do capítulo

Crawling back to you... Desculpem a demora! Escutem a música! O link está lá embaixo na hora certa! HAUHAH



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Óbvio era o fato de que Sherlock as seguiria. Ainda cambaleando e extremamente mal vestido — por conta da droga de Molly e da pressa para sair —, mas conseguiu alcançá-las ainda parando o táxi. Molly estava maravilhosa e Irene também estava. "Vestida para impressioná-la", o cérebro de Sherlock estava começando a derreter. As duas conversavam do lado de fora do táxi quando Irene levantou a cabeça e sorriu para ele.

Entrou no táxi e puxou a castanha pela mão para que pudesse acompanhá-la. Sherlock foi atrás. Da forma mais discreta que conseguiu, seguiu-as. É claro que iam para um bar. Irene não levaria Molly para jantar em um restaurante caro e... Levaria? Oh, ela levaria. Mas Sherlock estava certo. Viu-as descendo de braços dados na porta de um bar — não um bar sujo e pobre, mas um pub elegante. Um pub com música ao vivo e pessoas tomando shots. A noite de Sherlock seria longa.

Encostou-se perto do vidro e observou quando as duas se sentaram perto do balcão. Irene pediu as bebidas e insistia em tocar em sua esposa o tempo inteiro. Por que Irene estava tocando nela? As duas não deviam se conhecer! Não deviam ser amigas! Isso não devia existir! O cérebro do detetive agora parecia estar fritando em uma frigideira.

Colocou os dedos nas têmporas e tentou se concentrar. "Esqueça o ciúme." Ele ordenou à si mesmo. Molly não faria nada demais... Claro, ainda estava com raiva. Ainda queria castigá-lo. Ainda estava brincando com ele, para que percebesse o quanto era errado brincar com ela. Mas ela não... Não! Molly nunca faria algo com... Oh, Sherlock sentia sua cabeça prestes à explodir.

Viu quando Molly e Irene começaram à virar doses. Conversavam com seus rostos incrivelmente próximos e Irene fazia de tudo para tocá-la propositalmente... Molly não ligava. Apenas continuava sorrindo e sendo gentil — como sempre. As duas conversavam animadamente, como se fossem grandes amigas, e isso estava o irritando mais do que deveria. Será que deveria interromper aquilo? "Não seja idiota, Molly acabaria com você." Não, ele não devia interrompê-las.

Se sentia inútil assistindo as duas o tempo todo rindo e se tocando dentro daquele bar. Ele devia estar lá dentro com Molly. Rindo, dividindo bebidas, tocando-a e beijando-a. Deus! Ele queria beijá-la. Queria muito beijá-la. Sentia falta dos lábios de Molly. O simples pensamento fez com que Sherlock inconscientemente levasse a mão aos lábios. Merda! E se Irene beijasse sua Molly?

As duas continuavam lá, no seu pequeno momento de melhores amigas — talvez para Irene uma conquista... Esse pensamento fez com que Sherlock tivesse ânsia de vômito. Não conseguia pensar direito com aquele cenário e aquela cena. Viu Molly virar sua terceira dose de tequila e então a refeição chegou.

Comeram entre sorrisos e mais bebidas. Irene o tempo inteiro segurando Molly pela mão, sussurrando e sorrindo para ela. Sherlock esfregou as mãos no rosto. O efeito das drogas já tinha passado. Agora era só adrenalina. Era só raiva. O sangue fluindo pelo seu corpo com rapidez enquanto observava Irene pegar algo no prato e colocar na boca de Molly. As duas riram descontroladamente.

Ele queria mais do que tudo vomitar. A mulher estava dando comida japonesa na boca de Molly! Ele nunca tinha dado comida na boca da sua esposa, mas Irene estava...

Flashback

— Sherlock! Seu idiota! — Molly gritou e desabou em gargalhadas. — Você tem que abrir a boca!

— Oh, perdão. — Se sentou no sofá, observando-a se contorcer no chão. — Eu me esqueci.

— Se esqueceu de abrir a boca? — Ela se sentou ao lado dele no sofá. — Foi você quem pediu que eu desse comida na sua boca, querido... Você só precisa abri-la.

— Eu... — Ele balançou a cabeça.

— Ouça o que eu vou te dizer, Sherl... Eu só vou te dar comida na boca porque realmente... — Ela riu, dando pausas enormes para respirar fundo enquanto falava. — Realmente te amo... Porque você é irritante. Você não resolve se quer comer ou se quer se perder no seu palácio mental...

— Molly, ocupado. — Olhou para ela, tentando fazer sua melhor cara de manha. — Por favor... Eu prometo que vou abrir a boca dessa vez!

— Só porque te amo! — Ela riu antes de pegar a batata frita e colocar na boca do detetive. — Só por isso, ok?

Flashback Off

Foi um soco no estômago aquela lembrança. Era horrível ter esse tipo de flashback e agora se sentir completamente sozinho. Novamente sozinho... E Molly do outro lado do vidro, rindo e limpando os lábios do molho shoyo que havia escorrido do pedaço de peixe que Irene tinha colocado em sua boca.

Agora as duas terminavam a refeição e Irene pedia outra dose... Merda! Por que Molly estava aceitando tanta bebida? A Molly que Sherlock conhecia mal gostava de beber! Agora ela estava ali, rindo, bebendo, segurando as mãos... Segurando as mãos? Desde quando Irene e Molly estavam de mãos dadas? "Não interfira, não interfira..." Repetiu e entoou como um mantra em sua cabeça, tentando manter-se parado no mesmo lugar.

Molly tirou um pequeno frasco da bolsa e passou-o de forma discreta para Irene. Ela sorriu, puxou Molly para si e beijou sua bochecha de forma extremamente exagerada. "Parem!" Ele queria gritar. "Eu estou aqui, Molls!" Mas continuava calado. "Eu estou aqui e nunca mais vou te decepcionar!"

Se levantaram e se aproximaram do palco. Uma banda irritante, com homens irritantes, com aquele sotaque inglês irritante, com músicas irritantes tocava. As duas começaram a dançar sensualmente e se aproximar do palco. Não estava realmente cheio, mas estava cheio de mulheres. Elas estavam todas sensualizando na frente do palco e esperando que um daqueles caras olhasse para elas... Oh, que grande exibição!

Na pausa entre uma música e outra, o vocalista de cabelo lambido disse que levaria alguém pra cima do palco para dançar "a música" com ele. "Não escolha Molly, não escolha Molly." Sherlock fechou os olhos e abaixou a cabeça. Não podia olhar. Ele ia, de qualquer maneira, escolher Molly. O universo estava contra o detetive naquela noite, ele sentia.

Quando ouviu a música começar, abriu os olhos novamente. Molly e Irene estavam no palco. Uma de cada lado do cantor de penteado Elvis Presley. Sherlock praguejou Deus e o mundo! Por que com ele? Por que com sua esposa? Por que com aquela mulher? Por que com aquela banda de homens bonitos e de penteados retrôs?

(Do I wanna know?)
If this feeling flows both ways?
(Sad to see you go)
Was sort of hoping that you'd stay
(Baby, we both know)
That the nights were mainly made for saying things that you can't say tomorrow day

A letra também não o agradava. A forma com que aquele... Aquele otário abraçava as duas enquanto dançava o dava ainda mais raiva. Por que Molly estava deixando-o se aproximar dela? Por que ela estava sorrindo? Molly estava... Gostando daquilo? Por que ela estava gostando daquilo?

Crawlin' back to you
Ever thought of calling when you've had a few?
'Cause I always do
Maybe I'm too busy being yours to fall for somebody new
Now I've thought it through
Crawlin' back to you

Agora o idiota tinha saído do meio e as duas dançavam juntas. Merda! Se aquilo ficasse mais sensual, as duas se beijariam bem ali na frente de todo mundo! A música era envolvente, a letra era sensual, as duas eram maravilhosas... Sherlock! "Você não pode entrar." Sussurrou. "Você não deve entrar." E assim se segurou até o final da música.

Queria entrar. Mas mais do que isso, queria tirar Molly dali e no lugar de dançar daquela forma com a Adler, ela dançaria com ele. Agora ela ria enquanto se afastava de Irene e dançava sozinha, jogando os cabelos para todos os lados e parecendo extremamente bêbada. Molly era linda. Ele não pôde deixar de sorrir... Ela era maravilhosa. Ele teria que reconquistá-la logo, já não aguentava aquela tortura.

As duas pegaram suas bolsas e caminharam na direção da saída do bar de braços dados depois da música acabar — e claro, depois de se despedirem da banda cheias de abraços e beijos e fotos e... Sherlock tinha que ir embora antes que elas o vissem. Tomou um táxi e foi esperar Molly em Baker Street.

Provavelmente teria sido melhor chegar e ir dormir. Enquanto observava o táxi de Molly parando na calçada e se sentia extremamente nervoso por culpa da demora de sua esposa de aparecer logo na rua, ele pensava que preferia ter ido dormir. Era tortura sem tamanho o que Molly estava fazendo! Com Irene! Irene Adler! Aquilo não estava nem perto de "justo". Era jogo baixo. Jogo sujo. Sherlock não saíria marcando encontros com Lestrade para irritá-la. Ela devia levar isso em consideração!

Antes que pudesse terminar sua linha de raciocínio, viu Molly cambalear para fora do táxi e Irene segui-la. As duas riam descontroladamente e Molly parecia ainda mais bêbada do que parecia no bar... Ele revirou os olhos. A castanha cambaleou e Irene segurou-a. Estavam à centímetros de se beijar quando Sherlock interrompeu a cena.


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Notas finais do capítulo

A música é Arctic Monkeys né gatas.