Chooses escrita por Thais Barreto


Capítulo 1
O começo do começo


Notas iniciais do capítulo

Hannah Green (Personagem principal)
Gwen Lucco(Personagem 2)
Lindsay Green (Mãe de Lindsay)



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- Minha mãe ligou de novo dizendo pra que eu voltasse cedo pra casa, não aguento mais aquela mulher, nem meu pai, sai pra trabalhar, fica fora o dia todo e quando chega em casa ainda quer que eu dê satisfações da minha vida pessoal pra ele. Como vou contar sobre o que eu vivo pra uma pessoa que mal me dá um bom dia antes de sair de casa? E isso só quando ele está de bom humor. Se eu pudesse, nunca mais voltava pra lá. - Disse Hannah conversando com Gwen, na última festa que foram no sábado.

Na segunda-feira, Hannah havia acordado de ressaca. Bebera muito, foi preciso que Gwen levasse ela até em casa, Lindsay esperou ela acordar pra dar bronca, não adianta brigar com quem não responde por si mesma.

- VOCÊ PENSA QUE TEM QUANTOS ANOS? VOCÊ É MALUCA, GAROTA? - E foi assim que Hannah acordara, aos berros da mãe ás dez da manhã da segunda.

- O que é, cara? Já veio infernizar a minha vida de novo, é? Larga de ser chata, cara, que merda! - Ela respondeu sentando na cama pra tentar raciocinar direito.

- VOCÊ ME CHEGA CAÍDA NOS BRAÇOS DA GWEN NA MEIA-NOITE E ME PERGUNTA O QUE É? HANNAH, VOCÊ TEM DEZESSEIS ANOS, AINDA MORA DEBAIXO DO MEU TETO! ENQUANTO ESTIVER AQUI, VOCÊ VAI FAZER O QUE EU QUISER E BEM ENTENDER, E POR ISSO EU DIGO: NUNCA MAIS VAI SAIR PRA NENHUM TIPO DE FESTA! VOCÊ SABE O QUANTO ME MACHUCA VER A MINHA FILHA COM CHEIO DE CIGARROS E BEBIDA? VOCÊ ACHA QUE ISSO É LEGAL, MINHA FILHA? - Ela percebeu uma lágrima caindo do rosto da sua mãe.

- MÃE, A ESCOLHA FOI MINHA! Você me ensinou, mas eu escolho o que eu quero fazer da minha vida. E se eu quiser ser drogada, sair pra festas, ir pra shows de rock e voltar drogada pra casa? Quem escolheu essa vida foi eu! Preocupe-se com a sua vida que da minha cuido eu.

- Hannah, eu nunca pensei que iria fazer isso, mas esta é a quinta vez que você me chega em casa bêbada e com cheiro de cigarro, eu não aguento mais ficar nervosa toda vez que você sai dessa casa e eu pedindo a Deus pra que você volte viva. Depois desse discurso, acho que pra você também já não tem mais importância. Se quer levar essa vida suja e imunda, que leve, mas bem longe daqui.

- A senhora está me expulsando de casa, mãe?

- Se é assim, sim.

Ela parou por um minuto.

- Ok então, dane-se. Dane-se essa merda! Eu vou pra bem longe daqui, onde você nunca mais possa olhar este rosto, e espero que nunca se arrependa da escolha que fez, porque mãe, um dia você vai dizer que foi erro ter me expulsado dessa casa e você vai sofrer, e eu não ligo. Dane-se todo mundo! Merda! Que ódio!

Hannah se levantou da cama rapidamente e abriu a mochila que estava debaixo da cama da irmã e começou a colocar na bolsa todas as roupas que estavam em seu armário. Lindsay já não estava mais ali, mas no quarto dos pais, dava pra ouvir de longe os soluços da mãe: ela estava chorando. Não porque a filha iria sair de casa, mas pela escolha que Hannah havia feito pra vida dela.

Gwen já era mais velha, tinha 18 anos de idade e morava sozinha: os pais desistiram da filha e decidiram se mudar para outro país; ela ficava com a tia, mas de tão rebelde, ela também havia se cansado da sobrinha e apenas deixou o dinheiro dos pais e foi embora. O rostinho de menina quieta enganava: desde os dezesseis anos de idade, já fumava cigarro e cocaína, sem contar que bebia desde os quatorze, e não era mais virgem. Lindsay sempre achara que Gwen nunca fora companhia pra sua filha, mas o que ela poderia fazer? Trancá-la num quarto e nunca mais tirá-la de lá? Essa não era a melhor ideia. Hannah lembrara que sua melhor amiga morava sozinha, então pegou o celular e ligou pra ela.

- Oi, sou eu. Acabei de ser expulsa de casa pela minha mãe, posso ficar aí com você?

- Ok, vou tomar um banho antes de você chegar aqui, me liga quando estiver saindo.

- Ok, vou trocar de roupa e vou pra aí.

Lindsay queria saber porque sua filha tinha feito aquelas escolhas. Até dois anos atrás ela não era assim, pelo contrário. Ia a igreja com a mãe todos os domingos, tirava as melhores notas da escola, e era a filha preferida do casal Green. Depois dessa incrível "mudança" da filha, ela primeiramente aparecera com Gwen em casa, depois disso, começou a usar roupas rasgadas e passar maquiagem forte para destacar os olhos, e quando não era os olhos, a boca sempre estava pintada de vermelho. O cabelo castanho de nascença, havia ficado verde-azulado-cor-de-sereia, e as manchas que apareceram pelo rosto não eram manchas: eram tatuagens e pra finalizar, um piercing no canto da boca e 18mm de alargador na orelha direita. Só saía de casa com calças rasgadas, vestidos pretos e camisas de banda ou estampa pra descontrair, e tênis e bota era a marca dela.

O pior foi quando a mudança radical começou de vez: numa sexta-feira Hannah chegara em casa bêbada, mas a mãe só foi descobrir dois dias depois que vasculhara a bolsa da filha e encontrara uma garrafa de vodka vazia. Da outra vez, uma caixinha de cigarros escondida no bolso da calça comprida preta, em seguida mais cigarros e mais duas festinhas em que ela chegara bêbada em casa.

- Gwen, vou começar minha vida de novo a partir de hoje. Quero levar uma vida igual a sua a partir de agora, obrigada por ter tão gentil comigo e me deixar morar contigo em sua casa. Você é a melhor, cara, eu te amo.


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