Meu Idiota escrita por marishaya


Capítulo 7
Meu "jantar" de azar.


Notas iniciais do capítulo

CHEGAY CHEGAY



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–Er, oi

Sério Verônica? Sério mesmo? Segunda vez, depois de anos, que tu vê a mulher e ainda paga um mico desse mas mesmo assim fala "oi"?

Sra. Collis estava com os olhos estreitos, havia um punhado de empregados atrás dela que tava torcendo por um barraco, parecia até Casos de Família.

O Henrique por outro lado tava com a mão na testa com a expressão de "que porra que ta acontecendo, Zeus desce pra cá que o baguio ta fervendo"

Eu sabia que ia dar pipoco, isso que dá não deixarem eu usar um jeans e minha camiseta rasgada do Joy Division, duvido que ia encontrar aquela mulher com a mesma roupa que a minha!

Mas enfim, ela me respondeu depois de um longo tempo me analisando.

–Olá...

–Verônica, Sra.Collis

–Hm, Verônica -ela olhou pro além e resmungou "não tinha nome melhor não" quase respondi mas me contive...Como se Henrique fosse um nome bonito, parece que a pessoa ta vomitando, HENrique.

–Pelo menos tem um ótimo estilo, Verônica -ela tinha um sotaque meio estranho e ficou "Verrônica", quase ri mas me contive.

–Obrigado, Sra.Collis -Henrique suspirou, acho que estava prendendo a respiração até agora.

Sra.Collis olhava a unha pintada perfeitamente e parecia entediada.

–Alfred -um dos mordomos se pôs na frente engolindo o seco - já esta tudo pronto para o jantar?

–Só falta os pratos serem colocados na mesa, Sra

–Então, oque fazem aqui? -ela olhou para os empregados- vão arrumar estes contratempos agora.

E todos saíram as presas, ela continuava com o sorriso de satisfação.

–Então Verônica, está sabendo da festa?

–Que festa?

–De caridade, Henrique não lhe contou?

Me senti uma Samara ao virar minha cabeça pra Henrique, e tentando fazer uma expressão amigável.

–Ele não contou nada, Sra.Collis

–Mãe, a senhora não comentou nada na última ligação...

–Ah querido, foi de última hora, me ligaram desesperados pedindo um lugar para esta festinha, pensei em entregar uma das nossas casas mas pensei melhor e decidi ser aqui, lar doce lar, e ainda apresentar uma Dafoe tão encantadora como Verônica.

To sentindo o veneno caindo solto neste local.

–Er, licença -dei um sorriso, puxei o braço do Henrique apertando bem forte pra tentar machuca-lo com minhas unhas.

Saímos da sala e logo no corredor Henrique me empurrou "gentilmente".

–Ta louca garota?! -e massageou os bíceps sobre a camiseta azul escuro (que fez um lindo contraste com seus olhos mas deixe em off).

Cruzei os braços e belisquei o seu outro braço.

–Eu pensei que isso seria um jantar, tipo reservado, não uma festa de caridade seu babaca!

–Eu to sabendo disso agora também...

–Você deveria ter sabido antes caralho! Eu não to preparada,ainda mais com um vestido igual a da sua mãe.

–Morgan deixou um vestido qualquer de reserva

–Que...a bicha virou vidente agora? Ta lendo cartas do futuro? Curso de piranhagem ta cada vez mais sofisticado.

Ele revirou os olhos e deu um risinho.

–Ela previu que iria acontecer alguma burrada,bem estamos metendo Verônica no meio da história, é claro que vai ter algo de errado na história!

–O único errado aqui é você -resmunguei mas sabendo que fazia algum sentido, mas eu não vou falar isso alto -onde tá a porcaria do vestido?

–Aquele quarto de hóspedes que você estava se arrumando

–Tomara que não seja um vestido de babados e o caralhos a quatro se não eu desço pelada!

–Que cena interessante, Verônica com seus limõezinhos e Amazônia descendo a escada da mansão Collis -ele ficou um tempo olhando para o além e gargalhou.

–Limõezinhos e Amazônia? O que...AI MDS

SPRAT!

–Seu idiota.

***

O vestido era florido, não daqueles de chamar muita atenção ou cheio de borboletas e flores todo colorido que parecia ter sido vomitado por um arco-iris, era um florido bem bonitinho até, nada parecido com meu visual, ele era bem zen, quase de Hippie.

Coloquei ele e tentei dar um sorriso de menina perfeita no espelho, deu errado pois eu tenho muito cara de menina debochada.

Sabe aquelas meninas que andam com ar de superioridade e meio do tipo "sou melhor que você e 2bjos recalque"? Essa sou eu, não sou superior a nada e nem melhor que ninguém, mas eu tenho a sobrancelha meio arqueada no meio e um sorriso irônico e olhos críticos que me fazia parecida com esse tipo de menina.

Era por isso que eu não tinha amigas na escola, a maioria achava que eu debochava delas só por olhar, uma vez quase saí no tapa com uma garota só porque olhei pra ela!

Já Morgan não tinha esse olhar, era o olhar de menina perfeita.

O mesmo olhar que minha mãe trazia nas fotos do colegial.

As fotos as quais a mãe dela guardou com tanto carinho, e que a mesma poderia fazer o mesmo com a filha mas não faz.

Ela nunca guardou nenhuma foto curricular minha, por mais que a maioria eu estava olhando pra baixo, emburrada, e com boné ou chorando.

E foi na formatura da 9º série que percebi isso, quando um entregador veio entregar as fotos da minha formatura e ela simplesmente mandou de volta para escola, percebi que eu não era oque minha mãe queria...e que talvez eu devesse parar de tentar ser o que as pessoas querem que eu seja, quando eu era pequena eu era obrigada a ser o que minha mãe queria, hoje em dia eu faço por vontade, por não ser obrigação mas sim vontade de mostrar que eu posso ser oque ela quer.

Mas eu sei que eu nunca seria e que ela precisa de Morgan para perceber que não sou essa garota.

Eu sempre seria a errada, a garota errada...é, minha história tinha que ter um pouco de draminha.

Senti meu olho lacrimejar e respirei fundo, passei a mão na cara e dei meu sorriso errado e debochado para o espelho.

A porta se abriu revelando um Henrique impaciente.

–Você já pode sair sabe, alguns convidados já chegou e minha mãe até perguntou de você e nossa...se tava chorando?

–O que? Claro que não! -revirei os olhos.

–Por que você ta vermelha?

–Cisco de rímel caiu no meu olho, por isso que eu odeio usar maquiagem, desnecessário.

Henrique me encarava desconfiado e depois bufou, catou meu braço e me arrastou pra fora do quarto.

–Tem duas pessoas que acho que vai adorar ver, a primeira sim a outra...acho que não.

Ai meu Deus, só o que me faltava, se for o Êvan eu vou dar uma vassourada nele.

Descemos as escadas e eu me segurei firme nas paredes pra não cair, não quero pagar um mico pra alta sociedade né.

A sala que a uma hora e meia atrás estava vazia e com um ar tenso estava cheia de pessoas e uma música que dava sonos.

O povo tudo de terno e sorrisos falsos e impecáveis.

E no meio deles eu encontrei o meu...pai?!

Encarei aquele homem que eu conhecia tão bem e que estava fazendo do lado da mulher que bem...tem o vestido igual o meu.

O que meu pai fazia ali?

Respirei fundo e apertei o Henrique que cumprimentava alguém.

–Essa pessoa seria a que ia adorar ver ou a que não?

–A que ia adorar ver...

–Puta queu pariu!

Passou uma mulher com um monte de colar que me olhou com desgosto.

–Se essa pessoa é a que eu ia adorar ver nem imagino a que eu não vou adorar.

–Ah relaxa, quer vinho?

–Que mané vinho, tenho cara de menina que bebe vinho? Cadê a cerveja desse lugar?

Encarei Henrique irritada, ele segurava um taça e me olhava parecendo inocente.

–Ta bom, esquentadinha, vai lá conversar com seu pai -e me empurrou em direção pro meu papis, e a segunda vez que esse idiota me empurra.

Andei em passos lentos até meu querido pai, ele estava de terno e conversava amigavelmente com um cara grisalho.

–Oi pai -cumprimentei atrás dele, ele se virou e deu um sorriso.

–Aqui está, Jofrey, a minha garotinha -falou orgulhoso e me deu um abraço de lado, o Jofrey estendeu a mão e eu apertei.

–Seu pai fala muito de você, Verônica -eu quase corei, sério- e meu filho também.

–Quem? -fiquei confusa.

–Henrique.

AI MEU DEUS PARA TUDO

Aquele homem com os cabelos grisalhos, sorriso fácil e gentil, olhos verdes e pose de bonzinho era pai do capeta do Henrique?

Zeus me leva pro Olimpo porque o mundo ta meio doido hoje.

Ainda mais doido que o Henrique falou de mim, deve ter falado super mal de mim.

"A menina escrota que eu adoro perturbar a paz porque é legal ver a víbora irritada"

–Err, nossa eu não sabia... -que constrangedor.

–Viajo muito, assim como Valerie, não temos tempo de ficar aqui e conhecer colegas e amigos de Henrique, mas fico feliz por ser uma garota adorável como você.

Colegas e amigos... Eu não sou nem colega, quem dirá amiga!

E nem me imagino nessa posição, que os deuses me livrem desse carma.

E além de eu não ser uma garota adorável, mas vou deixar o moço se iludir.

–Enfim, prazer Verônica, espero que curta a festa -e saiu em meio ao aglomerado de pessoas, me virei para meu pai que tinha um sorriso no rosto.

–O que faz aqui pai?

–Revendo meus amigos

–Festa de caridade, sei...da mais pra festa da terceira idade

Meu pai riu e balançou a cabeça.

–Muito engraçadinha

Dei risada também e o abracei.

–Cadê a Amélia?

–Ela não quis vir, preferiu assistir aquela novela mexicana dela

Olhei para meu pai que olhava o vazio, como se estivesse longe, em outro mundo.

–Que foi, papai?

–Vai ter momentos na sua vida que você terá que fazer escolhas.

–Eu sei disso,já fiz a minha -resmunguei

–O que...?

–É, escolhi Pingles, sei que escolher Doritos ou Pingles é uma decisão difícil de ser tomada.

Meu pai gargalhou, de jogar a cabeça pra trás.

–Só essa Verônica louca para me tirar do meu estado depressivo

–Me pergunto o por que de você estar neste estado.

Logo o meu pai, eu nunca vi meu pai uma vez sequer triste, ele sempre da um sorriso em meio a problemas, quando vovô morreu ele deu um sorrisinho compreensível e não de tristeza, lembro que perguntei o por que dele não estar chorando...

"Eu tenho lembranças, lembranças que guardarei comigo para sempre, não irei chorar por que sei que meu pai esta partindo para o melhor, um dia isso vai acontecer com todos nós, claro, mas fico feliz pelo meu pai ter morrido tão facilmente assim; sem sofrimento, sem precisar estar em uma marca ou um acidente"

Ele sempre pensa no melhor das coisas.

–Não quero estragar a sua festa querida -beijou minha testa e sorriu- aproveite e não chegue tarde em casa.

–Mas pai, nossa casa é do outro lado da rua...não do outro lado da cidade

–A rua ta perigosa

–Eu sou perigosa, quero ver alguém se meter no meu caminho -fiz cara de brava rosnando, papai revirou os olhos.

–Aproveite e juízo

–É o que eu mais tenho!

***

Respirei fundo mais uma vez antes de dar mais um gole na garrafa de champanhe que eu roubei da cozinha, eu estava do lado de fora da mansão, perto da estufa e jardim, no mesmo lugar onde eu conheci Henrique.

E o idiota estava lá também...mas com uma piranha qualquer se agarrando.

Não entendo como alguém pode ser tão canalha, me trazer naquela porcaria e ficar se esfregando no jardim, que nojo.

Respirei mais uma vez fundo engoli as últimas gotas da garrafa.

–Ta querendo ficar bêbada?

Quase cuspi o resto pra fora quando ouvi aquela voz.

–Êvan, oque você está fazendo aqui?

–Bem, estou aqui pra ver o circo pegar fogo...

–Como assim?

–Sabia que aquele moleque que tu conheceu ta aqui?

Agora vou pensar duas vezes antes de contar tudo para o idiota do Êvan.

–Que moleque? Endoideceu? Fumou de novo aquela erva né, eu falei que tu fica parecendo um crakudo falando nada com nada e...

–Ai cale-se, aquele moreno que tu conheceu no parque e ficou toda "ain gato".

–Eu não fiquei assim!

–Ficou sim, deve ter até ficado molhada quando ele saiu da piscina do campeonato.

–Como tu sabe que ele participou?

–Tenho os meus contatos.

–E esses "contatos" um deles tem o nome que começa com H?

–Sim, meu passarinho azul.

–E por que ele contaria isso pra você por acaso? Estão dando uns de maria fofoqueira? Ces tão pior que minha vizinha!

–Nem eu sei por que ele me falou isso...por que não pergunta pra ele?

Olhei pro vazio e revirei os olhos.

–Porque ele está ocupado demais se agarrando com umazinha -e apontei com a garrafa pra canto, Êvan se sentou do meu lado e catou um chumaço da jaqueta, acendeu e começou a puxar.

–Que bad -soltou a fumaça e deu um meio sorriso- por que não entramos naquela casa damos uns de alta sociedade, bebemos vinho e eu vejo as bunda modeladas das mulheres usando vestido enquanto você olha pro moreno que a senhorita achou um "ain gato"?

As vezes me esqueço de que o quanto mais xingo o Êvan, mais resmungo do seu jeito chato e grosso, da fumaça do cigarro e de seu modo de me levar pra confusão eu mais o adoro.


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Notas finais do capítulo

O capítulo será dividido em duas partes então o resto será no próximo u-u enfim, minhas férias estão acabando :c mas foram bem aproveitadas, adorei e as suas como foram?

bjos leitoras, adoro oces♥ e reviews!!

(PS: eu amo o Êvan, e ele ainda vai causar muito nesta fic)
(PS²: esse é capítulo é super improvisado, e fiz com ajuda do meu amigo -ele vai me ajudar no prox também- então eu adoro ele♥ e além de ser o primeiro capítulo de 2015)



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